terça-feira, 30 de novembro de 2010

MORRO DO ALEMÃO- Rio de Janeiro

Regina, junto ao Cristo Redentor, no Rio.
O Complexo do Alemão é um  conjunto de favelas na zona norte  do Rio. São cerca de dezenove comunidades com 400.000 habitantes no seu total. Poucos moradores da cidade sabem que se trata de um bairro oficial, sendo parte de sua área muitas vezes tratada como integrante dos bairros vizinhos: Ramos, Penha, Olaria, Inhaúma e Bonsucesso.

O setor foi construído sobre a serra da Misericórdia, uma formação geológica de morros e nascentes, quase toda destruída pela construção desse complexo. Restam poucas áreas verdes na região, apesar dos esforços de preservação empreendidos por determinadas organizações  da atualidade.

Na década de 1920, o imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz adquiriu terras na serra da Misericórdia, uma região rural da Zona da Leopoldina (linha férrea, cuja estação principal é a antiga estação Barão de Mauá). O proprietário era referido pela população local como "o alemão" e logo a área ficou conhecida como Morro do Alemão. A ocupação, no entanto, só começou em 1951, quando Leonard dividiu o terreno para vendê-lo em lotes. E a criminalidade expandiu a partir da década de 80. 

Regina e Aleixo, no e Cine São Luís, no Flamengo.
Ainda nos anos 1920, lá se instalou o Curtume Carioca e, na seqüência, muitas famílias de operários também se instalaram nas imediações. A abertura da Avenida Brasil, em 1946, acabou por transformar a região no principal pólo industrial da cidade. O comércio e a indústria cresceram e se diversificaram, mas a ocupação desordenada dos morros adjacentes, a qual teve seu boom no primeiro governo de Leonel Brizola, acabou por dar lugar às favelas do Complexo do Alemão.

Ainda há poucas áreas de mata e alguns pontos de nascentes de rios que são usados como fonte de água pela população. Todavia, logo após a nascente, os rios já se transformam em valões de esgoto. Boa parte da serra foi destruída devido às pedreiras, muito comuns na segunda metade do século XX. Atualmente, tal empreendimento é proibido na região, considerada área de proteção ambiental, embora algumas subsistam ilegalmente.

Regina e Aleixo, em Copacabana, no Rio de Janeiro, 2010.
A região concentrava cerca de 40% dos crimes cometidos no Rio. Atualmente, está sendo alvo de um dos projetos do PAC, em parceria entre os governos federal e governo do Estado do Rio de Janeiro, em que estão previstas a construção de uma enorme rede de transportes e de infra-estrutura em geral, de modo a livrar o bairro e seus arredores do estigma da favelização e da violência. O bairro foi oficializado em 9 de dezembro de 1993.

Neste último domingo, um trabalho conjunto da polícia civil, militar,  exército e marinha conseguiu tomar o local, contando com o apoio dos moradores, depois de uma semana de atentados na cidade. O povo agora está confiante e esperançoso de que dias melhores acontecerão na cidade verdadeiramente maravilhosa – Rio de Janeiro.

A FUGA DAS CACHORRAS NO BLOG

Regina em 28.11. 2010.
 O blog é um diário pessoal, uma espécie de tribuna diária. É um espaço interativo, um local para discussões de todas a nuances, de acordo com a preferência de quem posta ou de seus seguidores. Traz mensagens para o mundo e apesar de seu caráter, às vezes, confessional, histórico ou literário, pode apresentar idéias universais. Resumindo, um blog é um site em que você pode escrever coisas de uma forma permanente.

No domingo as nossas cachorras fugiram e demoraram a aparecer. Eu as procurei aqui perto, na vizinhança. Aleixo saiu de carro perguntando por elas e nenhuma notícia.
Elas adoram nadar!

Bob Dylan Tapuia Seikan,
 namorado da Bettina! 











Mais tarde ouvi os latidos da pequena Kei-Ra, na chácara vazia à direita. Tive que sair e entrar no mato ao lado, chamando-a de volta. As duas mais velhas – Bettina e Pagu só retornaram bem depois...

Pagu, Kei-Ra e Bettina, 30.11.2010.
Ao anoitecer Aleixo lembrou-se de que quando a gente mexe nas panelas, elas costumam aparecer. Pegou duas panelas e bateu algumas vezes na varanda. Cinco minutos depois apareceram as bandidinhas! Imagine que elas furaram a cerca próxima do riacho e agora toda vez que são soltas tentam repetir a façanha.

Amanhã teremos que comprar mais tela ou arame e reforçar a cerca ao fundo!


A trinca fujona!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POEMAS FAVORITOS EM PRESENTE DE MEIGA


Didi, Gomes, Regina, Wilna, 25.11.1996.
DOAÇÃO  

Doa-se um coração
cheio de amor

que não passa.

Ele vai de graça

e sem trapaça,

mas exige

sensibilidade.

Quem o receber

terá que reconhecer

sua complexa composição.

Doa-se um coração

Do-ente de amor.

Quem o aceitar,

também terá

muito amor a doar.

Não pode ser qualquer amor

Tem de ser

Daquele amor

que respira

saudade

do-eu.

Doa-se um coração

Com tradições celtas,

Não será qualquer um

A recebê-lo

Almeja-se

À sabedoria

Druídica.

Doa-se um coração

Iluminado de ternura

Ele traz aquele amor

De rainha capturada,

Tem sangue cigano,

Segredos de sacerdotisa,

Pureza da criança milenar.

Doa-se um coração singular

Sensível à realeza

E à verdade

Ao conhecimento

E à compreensão,

Sobretudo

Que produz amor.

Doa-se um coração

Capaz da compaixão

Que sofre-espera

A bênção sagrada

Dos arcanjos

De sua contemplação.

Ilustração do poema feita por José Antônio GOMES de Sousa.
PRESENTE DE MEIGA   

Tentava imaginar o presente.

Não contava com este tempo

No passado,

O que presentear?

Embora o tempo presente

Estranho,

A vontade permanece?

Pensou oferecer-lhe

Aquela lua azul lá fora

Ao som colorido

E perfumado do sino

Com gosto

Dos brincos de princesa

Que tem até anjos

Para atender

Qualquer um des seus sonhos.

Se pudesse ser

Presente em cada um

E encantá-lo

Mais e sempre,

Ser seu presente

Em todo tempo

Presente presente,

passado,

futuro

sempre.

Acordou...

Três caixas de bombons,

Uma para cada tempo

Que não pôde ser aceite.

ARAUJO, Regina Lúcia de. In: Presente de Meiga. Ed. PUC-Goiás, 1996.

O presente sobre a mesa. De Meiga. Não conhecia ninguém com esse nome: amável, caroável, bondosa, bruxinha boa. Na certa, armadilha. Supus. Deixei ali. Minutos depois, olha eu, de novo, às voltas de novo com o embrulho. Chocolate, bombons, uma jóia? "tentava imaginar o presente/ Não contava com esse tempo/ No passado". Abri. A primeira capa. História de náufrago, de muitas eras. Um livro. Desfolhei. Propunha-me a me ensinar a navegar. Eu, um marinheiro sem viagem.
Entrei na caixa. Fiz-me ao mar. Viajei. magicamente vi a vida interna de Meiga: ela me contava.Vinha de longe, do escuro do mundo, a explosão. A morte morreu, sobreviveram, ela e a vida. Começou a luta: solidão no encontro, queda no voo, sonho na dor, identidade nos fragmentos. Dos escombros, sacudiu a poeira. Chegou ao presente.
Sofreu de desejo -"do completar-se, da expectativa do niilismo, da trombada de sonhos, do mar intransitivo, do caos interno, da busca vã, do voto perdido, do silêncio do próximo, do vencer o nada, da individualidade doída, chegou ao trânsito. Buzinas. Despertou-se. Buscou saída.
Foi à janela. Grade. Chovia. Viu a chuva. " Sussurrantemente compassada/ O cenário." Pensou na flor, esperou a rosa. Amor- Perfeito. Imaginou. A pátria de poetas. Poemas. Constituição de versos. Olhou. Além das aparências, a vida. Até controlou uma "canção noturna". Mas veio o tédio. Tristeza lânguida do embalo. O vazio.
Ainda chovia na vidraça transperente. Cerrou os punhos. Pegou pedras invisíveis: fez estadas no pântano. Tomou dos sonhos: pôs na mala. despiu-se das fantasias: " tornou-se avessa ( inperfeição)". Inventou palavras "do - ente": explicou a dor. Até cansar. Pr, ostar-se. Amou. Fez presente. Dos escombros, bombons; do vazio, papel; da dor, o nó; doou-se. Enviou-se a nós. Leitores. No centro, o coração. Vida em flor. Perfumados versos. Seu primeiro livro.
Apresentação do livro  Presente de Meiga,  feita pelo colega escritor: Lacordaire Vieira


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PRESENTE DE MEIGA



Regina Lúcia, 2010.
Hoje faz quatorze anos da publicação de meu livro de poesia – Presente de Meiga. Foi um dia muito importante na minha vida! Eu escrevia desde a infância, tendo publicado alguns textos em jornais e revistas, na adolescência. Depois, fiz a graduação em letras, mais tarde, o mestrado. Esse conhecimento teórico fez com que eu tivesse medo de me expor e só tive coragem de publicar, depois de participar de uma oficina literária organizada na PUC pelo escritor Lacordaire Vieira e eu mesma. Nós levamos o fato a sério e nos prometemos deixar o medo da crítica de lado e começar a publicar o que tínhamos guardado. Na realidade, há alguns anos atrás, eu havia participado de um concurso de editora mineira e tive seis de meus textos selecionados e publicados em antologia nacional. Mas Presente de Meiga foi meu primeiro livro individual.

Livro de poesia publicado em 1996.
A então coordenadora da Editora da PUC, Terezinha Martins, me propôs a publicação de minha dissertação de mestrado, mas priorizei meus textos poéticos. Tudo aconteceu muito rápido, minha mãe conseguiu o espaço e o buffet para o lançamento, os alunos do curso de secretário executivo assumiram a organização do evento e tudo aconteceu maravilhosamente naquela noite mágica, prestigiada por cerca de trezentas pessoas. O grupo de teatro da PUC encenou alguns poemas, o barítono Ricardo Abrahão     veio de Minas, o corpo administrativo da PUC, colegas, amigos, familiares estiveram lá e nunca esquecerei a emoção daquele 25 de novembro de 1996!



DUAS PARALELAS (JAMAIS?) SE ENCONTRARÃO

As ilustrações foram feitas pelo artista plástico GOMES.

Era uma vez
uma paralela
que se apaixonou
por uma outra
sem sequer imaginar
que linhas como estas
jamais se encontrariam,
num ponto
que nunca existiria.




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LUCAS

       Crianças índigo e cristal
Lucas, 2010.
Ontem foi a festinha do encerramento do primeiro ano do Colégio Imaculada, que meu afilhado Lucas freqüenta. As mães planejaram um almoço em uma casa de eventos infantis da cidade e cada família das vinte e cinco crianças teve direito a uma mesa com sete lugares.

A festa foi linda e muito bem organizada, mas o melhor mesmo foi observar a alegria das crianças ante os brinquedos e a mesa de docinhos! Até as crianças grandes se deleitaram com esta última! 
Lucas nasceu em 11 de agosto de 2003, às 19h32, em Goiânia. É uma criança maravilhosa. Está sempre alegre, comunicativo, cheio de energia! Eu o peguei no colo antes mesmo que o limpassem, ao acabar de nascer!

Seus olhos azuis já estavam abertos, atentos, risonhos, enquanto eu passeava com ele pela maternidade, o médico cuidava da cirurgia de sua mãe, o pai coruja fotografava tudo, os avós maternos e Aleixo aguardavam a chance de poder pegá-lo também!

Lucas e seus projetos futuros!
Ele se destaca em qualquer grupo, seus coleguinhas adoram a sua liderança benigna. E Lucas tem sido o sobrinho e o neto de todos nós que o amamos, como disse uma vez uma colega da PUC. Quando ele chegou, a maioria já somava janeiros suficientes para serem seus tios ou avós! Eu ainda detive o privilégio de ser escolhida para sua madrinha!
Tem-se falado muito sobre as crianças índigo e cristal, nos últimos anos. Essas crianças, segundo a teoria, teriam habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade, desenvolvimento profundo de questões ético-morais e portariam personalidades peculiares que possibilitariam facilmente a sua identificação em meio a outras crianças.

Por volta do ano dois mil, as crianças cristal começaram e encarnar na Terra. Elas representam o próximo passo na evolução humana. Sua missão é completar o trabalho começado pelos índigos. Elas também são detonadoras de sistemas, são os guerreiros espirituais que vêm desmantelar e remover maneiras velhas e limitadas de pensar! Elas estão vindo com o objetivo de começar esse processo de renovação e reconstrução.


Regina, Lucas e Aleixo, 21.11 2010.
A missão primária de uma criança cristal é ensinar o modo de vida multidimensional em harmonia, paz e amor. Elas vêm nos ensinar como desfrutar vidas emancipadas com o reconhecimento dos nossos plenos poderes. Estas crianças estão chegando para nos ajudar a nos ligarmos novamente com as energias divinas. E representam o caminho futuro da raça humana. Uma das suas dádivas mais mágicas para conosco é que elas são catalisadores para a nossa evolução: várias crianças e adultos, índigo, estão fazendo a transição para o estado cristal com a ajuda da elevação energética que essas crianças fornecem pela sua mera presença na Terra.

domingo, 21 de novembro de 2010

MEMÓRIAS DE MINHA INFÂNCIA - As Filhas de Lobato



Clélia e Regina, 25.11.1996.
Em lançamento do livro Presente de Meiga.
Eu fui alfabetizada antes mesmo de ir à escola, porque minha mãe acompanhava os deveres escolares de meu irmão Marco e me passava tarefas, paralelamente, para me manter ocupada. Também me mandava com ele para as suas aulas particulares e, quando me dei conta, sabia ler. Aos seis anos fui matriculada no Colégio Santo Agostinho e aconselhada a não deixar a freira perceber o meu nível de alfabetização. Minha irmã Clélia também aprendeu a ler assim que completou a idade para frequentar a escola e fomos presenteadas com duas coleções completas: Monteiro Lobato e História das Religiões.

Assim, após o jantar, papai se deitava e nos levava com ele para que lêssemos em voz alta para sua audição. O primeiro livro escolhido foi: As Reinações de Narizinho. Nós vibrávamos com as histórias de Lobato e viajávamos imaginando ter tomado o pó de pirlimpimpim, admirando a cultura do Visconde de Sabugosa, as traquinagens das crianças, o mundo mágico que íamos desvelando.

Regina pesquisando para tese sobre Raul Pompéia. Rio, 2004.
Nosso pai era leitor crítico. Lia muito, assinava jornais e periódicos disponíveis naquela época. Lembro-me de que ele colecionava Seleções do Reader´s Digest que mandava encadernar em volumes de couro. Uma vez, ele me disse que havia deixado toda a segunda guerra registrada, pois desde então colecionava as seleções. Nossa mãe também gostava de ler e tinha alguns volumes de novelas folhetins, também encadernados, após a sua leitura. Um deles era Pobre Mãezinha com mais de mil páginas que Clélia e eu lemos às escondidas.

Com a ida de nosso irmão Marco para o internato, em Belo Horizonte, passamos a ocupar a sala de visitas transformada em quarto para nós duas. Assim, furtávamos os livros da estante de vidro martelado de nosso pai e líamos à noite, apenas com a pouca luz que vinha do vitreaux do alpendre de nossa casa. Tudo isso foi muito importante para que cultivássemos para sempre o hábito da leitura!
Prédio do antigo Ateneu, de Raul Pompéia.
Regina na atual Fundação João Alves, 2004-5.











Após a morte de nosso pai, um dia, ao voltarmos das atividades escolares, encontramos uma fogueira no quintal. Minha mãe havia resolvido queimar alguns pertences de papai que não tinham sido doados e, entre eles, todos os seus livros!
A gente não podia mais fazer nada e permanecemos mudas, sem entender a complexidade das reações humanas! Acho que ela nunca compreendeu o que aquilo significava para nós...




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

MEU AMIGO LOBO

Meu amigo lobo - Giuseppe Turini -  em  Sampa, ano 2000.
Eu não me lembrava de que havia perguntado a meu amigo Giuseppe com qual animal ele se identificava. Imagino que foi na época em que estive muito envolvida com o xamanismo e a psicologia transpessoal, pois, nessas áreas, a identificação com o nosso animal pessoal faz parte do exercício para o autoconhecimento. Ele respondeu prontamente que se identificava com os lobos e explicou por que em seu blog: confidências ao espelho.

Acredito que o Giuseppe detenha muitas qualidades dos lobos! Afinal, o lobo é  apenas uma espécie de cachorro selvagem e grande estrategista. Soube que, ao contrário do que a gente pensa, os lobos são um exemplo de inteligência, dignidade e respeito para com os seus iguais. Além disso, os lobos deram ao ser humano o seu melhor amigo, o cão. Ao invés de exterminá-los, deve-se aprender com eles.

Regina Lúcia, em Sampa, 2001.
Aliás, muitas pessoas já se deram conta disso. Sabemos que os lobos vivem, geralmente, em alcateias, que são as suas famílias. Nesses grupos há um casal dominante chamado de alfa, outro casal, chamado beta, que fica com a liderança secundária do grupo e um lobo ômega - que ganha esse nome por ocupar a posição mais baixa na hierarquia da alcateia.

O macho alfa é quem toma as decisões na alcateia. Ele tem a força e a habilidade de caça superiores às dos outros lobos. Sua companheira, que é seu par por toda a vida, comanda as fêmeas do grupo, e é a vice-líder, isso é, na ausência do alfa é ela quem toma as decisões do grupo. A sobrevivência da alcateia depende da sabedoria e liderança do casal alfa.

Escultor  Lobo Turini em seu atelier.
Dizem que podemos aprender com os lobos sete coisas básicas: respeitar os mais velhos, ensinar os jovens, proteger a família, cooperar com o grupo, retirar da natureza apenas o necessário, seguir as próprias leis e aprender com os próprios erros...
Pelo tanto que conheço meu amigo lobo, sei que ele já domina a maioria destas práticas!

Seria ele um lobo alfa?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

QUATI EM SHAMBALLA



Regina na chácara Shamballa, nov.2010.
Eu estava no escritório preparando a minha palestra da terça-feira, quando Aleixo me chamou e pensei que ele houvesse descoberto um novo ninho de pássaros em alguma árvore. Na realidade, era um quati pequeno que tremia de medo meio enganchado em pequeno arbusto, um pé de limão ou laranja, logo à saída da porta do escritório.


Aleixo com Quati em suas mãos!
Aleixo tentava tirá-lo e ele reagia com mordidas!
A seu pedido, peguei uma luva grossa e imaginamos o susto que o bicho deve ter passado. Pagu esteve solta à noite e, como boa caçadora, deve tê-lo perseguido bastante para que ele se escondesse na arvorezinha.Resolvemos soltá-lo fora dos limites da chácara para que tivesse a chance de se salvar. Mas antes quis fotografá-lo!


Quati sendo fotografado, 15.11.2010.
Mais tarde saímos para entrevistar o senhor Edson para o Blog da Dona Didi. Estou digitando a última parte do segundo caderno de suas memórias e tenho achado bem difícil. Creio que eu não seria uma boa Ghost Writer! Fico querendo modificar os textos e, como sei que não devo fazê-lo, fico meio frustrada!
Ainda o QUATI, em Shamballa.

Uma vez vi em alguma novela e me lembro de que o personagem era vivido pelo Mário Lago. Ele queria mudar o desfecho dos clássicos literários, assim, possivelmente, Romeu e Julieta não teriam o final trágico... Tampouco as demais duplas românticas... Na época, adorei a idéia!









sábado, 13 de novembro de 2010

MENINICE E PRÉ-ADOLESCÊNCIA

Regina, no Rio, 2004-2005.
Naquela época a gente vivia mais a infância, em relação aos dias de hoje. Ainda não havia televisão nas casas, tampouco videogames. Estudávamos e brincávamos durante o dia, mas a gente era mandada para a cama, bem cedo, para evitar que a gente fizesse mais artes, como repetiam os nossos pais. No rádio da grande sala de estar, lembro-me de papai ouvindo o Repórter Esso e mamãe ouvindo a sua novela, enquanto éramos exortados a ir para a cama, sem direito de questionar a nossa preferência!

Nossa casa da Rua Seis, centro de Goiânia.
Houve uma ocasião que Clélia e eu tivemos o nosso quarto próprio. Na realidade, a pequena sala de visitas que tinha saída para o alpendre se transformou em nosso quarto durante algum tempo. E tenho boas lembranças desse período.

Uma noite, nós fomos visitados por um ladrão. Ele entrou pela porta da cozinha que foi arrombada silenciosamente, atravessou a longa copa e veio até o nosso quarto. Eu estava acordada e morrendo de medo. Não me mexi, mas pela luz do pequeno vitraux que dava para o alpendre, vi quando ele pegou o nosso uniforme dependurado ali para irmos ao colégio pela manhã. Ele visitou também os outros dois quartos, pegando alguns objetos que selecionou lá fora. Acabei dormindo depois e só deram por falta de algumas coisas na manhã seguinte. Minha mãe ficou contente que eu não houvesse gritado, porque temia que o assaltante pudesse nos machucar.
Regina em 1959.
Regina, em 1962.














O pessoal ainda não dedetizava as casas e as baratas costumavam vir voando lá de fora. Clélia tinha verdadeiro pavor delas e várias vezes ela gritava quando as percebia próximas.
Divina, amiga de infâcia e irmã espiritual.
1962.
Clélia, em 1958













Nesse quarto descobrimos a inexistência de Papai Noel. Papai e mamãe pensavam que estávamos dormindo e saíram para fazer as compras do natal. Vimos quando retornaram cheios de embrulhos natalinos. A gente costumava fazer um presépio e enfeitar uma árvore, onde eram colocados os presentes de todos! A partir de então, Clélia e eu descobrimos quem era papai Noel, mas nos mantivemos caladas, cúmplices, não relatando a verdade aos irmãos menores!

Imagem da Rainha da Luz, mestre ascensionada.
Mas a imagem mais cara dessa época foi uma visão que tive. Eu estava doente, creio que com dor de garganta e permanecia na cama, depois de ser medicada com remédios caseiros. Até hoje me lembro da imagem de uma moça linda, loura, toda de azul e luz. Não tive medo, eu apenas a observei, extasiada, aproximar-se de meu leito com um sorriso tranqüilo. A figura flutuava a certa altura de minha cama e ali permaneceu por instantes de um tempo psicológico imensurável. Quando minha mãe veio ver como eu estava, eu lhe relatei e ela acreditou em mim. Isto foi muito importante, porque nunca esquecerei a realidade daquela imagem que me trouxe sentimentos inefáveis de paz e amor!



domingo, 7 de novembro de 2010

ANIVERSÁRIO DE MINHA FILHA FÁBIA FERNANDA

Fábia, em 1989.
Hoje, é o aniversário de minha filha Fábia e convidei as minhas irmãs e cunhados para irmos almoçar com ela, em Araguari, MG. Acredito que passamos por três etapas na vida: sobrevivência, vivência e convivência, minha fase atual. Como venho tentando proceder alguma reforma íntima, de acordo com a visão espiritualista, sei que a convivência harmoniosa com todos é um dos primeiros passos que devem ser encetados!

 
Fábia no colo da Clélia, 1974.

Fábia e madrinha Clélia, 1990.
 












Celina fez a torta de maçã, hábito familiar nas celebrações da família Araújo. Levo também o doce de figo e a marmelada de Santa Luzia! Vaíte prometeu fazer o almoço e pretendemos estar lá até onze horas da manhã, para descansarmos um pouco antes de pegar a estrada de volta, após o almoço de aniversário. Afinal, são 600 quilômetros de ida e volta!
Fábia, nos EUA, 1999.
bia e Frederico, nos EUA, fev. 1999.
Fábia foi um dos bebês mais bonitos que conheci! Digo isso racionalmente, sem a conivência da mãe coruja. As pessoas nos paravam na rua para admirá-la! Minha irmã Clélia é a sua madrinha e como ainda era solteira à época, costumava sair com meus filhos pequenos, então, Fábia e Otávio. E, juntamente com o namorado Adevaldes, com quem se casaria logo, eles tiravam muitas fotos deles!

Otávio, Fábia e Clélia, 1975.
Fábia e Otávio, casa da Nova Suiça, 1975.












Celina dormiu lá em casa para sairmos cedo e chegamos a Araguari pouco depois das dez horas. Vaíte nos esperava com bolo assando no forno e a tradicional e abundante mesa mineira. Após o brunch, ficamos na sala conversando, enquanto Vaíte preparava o almoço para todos nós.
Aleixo, Regina, Fábia, Vaíte, Celina, Tavinho e Clélia, 07.11.2010.
Celina Lembrou-se de fatos relacionados à Fábia. Ela trouxe um par de sandálias dos EUA, em 2005, que Vaíte já tentou jogar fora, mas ela conseguiu resgatar do lixo e pediu à Celina para mandar arrumá-las no sapateiro de Goiânia, recentemente. 
Lembramos também de quando ela completava dois aninhos de idade. Madrinha Clélia passou lá em casa e levaram-na para escolher o presente. Antes de saírem, eu preveni. "Ela só gosta de vermelho, por favor, se vocês forem comprar roupas, qualquer cor, menos essa"! Clélia e Celina a deixaram escolher entre uma montanha de vestidos infantis! Ao final, interpelada, ela escolheu o primeiro vestido que havia visto! Vermelho, claro!

Mesa de café da  manhã.
Clélia lembrou-se do dia do nascimento da Fábia. Eu havia reservado o Hospital São Salvador para a cesariana que seria no dia oito, também nascimento de sua avó Didi. Acontece que entrei em trabalho de parto  no dia seis, à noite...E não foi possível esperar. Fábia nasceu às 1 h 15 minutos, do dia 7 de novembro, noutra maternidade, sem muitas condições de funcionamento!

Sebastião Rodovalho e Fábia, 07.11.2010.
 Eu me lembrei de que seu pai - português - não quis que suas orelhas fossem furadas, dizendo que ela não era indígena. Quando ponderei que ela poderia reclamar mais tarde, porque todas as menininhas tinham brinco, ele disse que, se ela o quisesse algum dia, ele mesmo a levaria para colocá-los! Bem, aos três anos ela foi para a escola, depois de chorar o semestre todo a cada vez que o Otávio ia para o jardim. Depois de poucos dias de aula, ela nos disse que queria brincos. O pai tentou convencê-la do contrário, dizendo que doía muito... Não adiantou! Ela se manteve firme e ele a levou à farmácia para furar as orelhas e colocar brincos! E até hoje ela gosta  de usá-los!
Almoçamos muito bem! Vaíte é excelente chef! Depois na sobremesa e do café nos preparamos para o retorno. Antes de sair da casa da Fábia, recebemos a visita de seus colegas na UNIPAC e de seu padrinho de Uberlândia, meu amigo Sebastião Rodovalho.