sábado, 30 de abril de 2011

FILOSOFIA DO COTIDIANO


"A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive, porque a vida não mede o tempo, mas o emprego que dela fazemos." 
Regina com suas orquídeas na chácara.
Viver em uma chácara em meio à natureza nos traz muitos ensinamentos à medida que desenvolvemos a  percepção do meio ambiente que nos cerca. Há sempre novidades que transformam a simplicidade de nosso cotidiano num universo de riqueza. O aparecimento de bichos frequentemente nos surpreende.
Logo que nos mudamos para cá, antes de termos os cachorros, ao chegamos fomos surpreendidos por uma grande cobra jibóia perto da churrasqueira. Aleixo a colocou dentro de um grande tambor plástico, tampando-a com o ventilador onde ela passou a noite. No outro dia ele a destampou e, enquanto fui levar milho para as galinhas, ela fugiu sem que percebêssemos.

Regina com cágado na Shamballa.
Recentemente também encontrei uma pequena cobra na cozinha. Deve ter entrado pela porta. Aleixo disse que essa não era venenosa e a tocou para o quintal. Um dia apareceu um cágado que tivemos de salvar para que os cachorros não o matassem. Já aconteceu com gambás, quatis e outros filhotes que devem vir aqui por causa das árvores e da proximidade do rio.

Anteontem as duas cachorras mais novas, amanheceram com espinhos na boca e nas patas. Certamente devem ter perseguido um ouriço-cacheiro durante a noite. Aleixo teve de tirar os espinhos com alicate e imagino a dor que elas sentiam.

Ouriço-cacheiro na Shamballa, 2011.
Inofensivo e lerdo, o ouriço-cacheiro conta com uma perigosa arma para se defender do inimigo: tem o dorso totalmente coberto por espinhos que se destacam facilmente de seu corpo, espetando-se em quem quer que tenha a ingenuidade de atacá-lo. Com farpas afiadas, como arpão, o espinho penetra lentamente no corpo da vítima, chegando cada vez mais fundo.


Quati na Shamballa.
Por isso mesmo, a maioria dos animais evita o ouriço-cacheiro, que nunca precisa lutar. Se ameaçado, simplesmente eriça os espinhos e aguarda, tornando-se praticamente inatacável. Guarda toda a sua agressividade para os da mesma espécie, com os quais briga violentamente, usando espinhos e dentes. Pagu parece que sabia disso...

Ouriço-cacheiro na Shamballa.
O ouriço-cacheiro, que vive nas florestas da América do Sul, não deve ser confundido com os porcos-espinhos europeus e americanos, que pertencem a outra família de roedores. Muito frequentes na fauna brasileira, estão adaptados para a vida nas árvores. Usam a cauda para prender-se aos galhos e mover-se entre as árvores. É à noite que o ouriço-cacheiro sai em busca de alimento: folhas e cascas de árvores. Eles moram num tronco oco ou numa toca.
Cágado que apareceu na Shamballa.
As formigas aparecem de repente e só comem as plantas preciosas. Adoram os meus jasmins, as roseiras e sofro a cada vez que elas cortam todas as folhas e flores, deixando apenas os talos! Na estação das chuvas pode-se saber se vai chover ou não dependendo da direção que as correições tomam.


Nair,  Escritor Brasigóis Felício, Sec. de Cultura -
Kléber Adorno e outros, na Shamballa.
As  abelhas fazem  casa em nosso banheiro. Havia uma casinha lá junto à banheira muito bem feita que nós tivemos dó de desmanchar. Então, apareceram outras abelhas maiores e mataram as anteriores, assumindo a sua casa que reformaram de acordo com a sua necessidade. Até os marimbondos fazem casa dentro dos tubos dos sinos do vento! Quando a gente viaja por muito tempo, ao retornar, sentimos que íamos perdendo o nosso espaço. Todos vão chegando e ficando! Oimbô era o único cachorro macho e pensávamos que ele tivesse prioridade em relação às outras por causa do sexo. Ele morreu e a mais velha – Pagu – assumiu o seu lugar. Quando ela está comendo, a Bettina tem que ceder-lhe a prioridade.
O papagaio varia o humor. Às vezes fala muito, canta, dança... Outros dias, ele amanhece de lua e não quer muita graça. 
Meu papagaio APOLO, após o banho!
Os ninhos dos pássaros me fascinam. Cada ave o constrói de acordo com seu gosto, habilidade. Imaginem que há pássaros, o godero ou pássaro preto, que têm preguiça de fazê-lo e botam ovos no ninho dos outros - tico-tico e sabiá - que criam os filhotes tão diferentes dos seus! Os cães estão sempre atentos, caiu um filhote do ninho, já era!
Dizem que os animais mamíferos, assim como os humanos, podem ter depressão. Nos animais de estimação, um dos principais sintomas é a falta de interesse pelas atividades rotineiras, como comer, passear, brincar. A origem pode ser genética ou causada por doenças, como viroses. Manter um animal isolado do carinho do dono ou preso em um ambiente pequeno e sem estímulos também pode gerar depressão. E até mesmo o estado depressivo do dono pode afetar o animal...

Pagu com sua última ninhada de filhotes!
Fez dois anos dia 9 de março, mas já teve
20 filhotes em duas ninhadas saudáveis!
Os labradores não vivem longe de seus donos! Oimbô sabia quando eu estava doente e vinha deitar-se bem próximo, de maneira solidária.

Atualmente a Bettina e o Astro são muito apegados a mim! Mas todos adoram o Aleixo que lhes dá disciplina, mas também muito carinho! Gosto muito de morar aqui! Tenho gosto de habitar este paraíso! Sinto-me privilegiada e tenho aprendido bastante neste contato próximo à natureza! Minha mãe costumava dizer que " mais vale um gosto que uma carrada de abóboras!"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

ENLACE DE ELLEN E THIAGO


Ellen e Thiago sendo fotografados
no bosque que circulava o salão.
Relatei anteriormente que no último sábado fomos ao casamento da Ellen Amaral com  Thiago Figueiredo. Eles já haviam se casado no civil, mas tiveram a bênção religiosa na hora do Ângelus, do dia 23 de abril, a exemplo da tradição de um núcleo oriundo da cultura japonesa frequentado por minha amiga Ana Amélia, mãe da noiva.

Seicho-No-Ie é um ensinamento de amor que prega que o ser humano é filho de Deus e que o mundo da matéria é projeção da mente. Também nos revela qual é a nossa verdadeira natureza. Na realidade, é uma filosofia que transcende o sectarismo religioso, pois acredita que todas as religiões são luzes de salvação que emanam de um único Deus. Foi fundada por Masaharu Taniguchi, em 1° de março de 1930, no Japão.

Bolo do casamento de Ellen e Thiago, em
23.04.2011.
A cerimônia foi simples, verdadeira e belíssima! O celebrante proferiu textos da sutra da Seicho-No-Ie, além da bênção de um enlace tradicional. Uma senhora espírita fez uma fala muito adequada a uma união de duas almas por amor. Tudo estava perfeito e ambas as famílias pareciam muito contentes por compartilhar a felicidade verdinha dos noivos.

O pai da noiva fez questão de homenageá-la tocando violão, acompanhado por um flautista. Ao final de sua performance, ele ofereceu a música dizendo: de um pai para a sua filha! Foi emocionante!

Thiago, Ellen, Regina e Aleixo, na festa.
O salão estava muito bonito, decorado com enormes vasos de miosótis além de outras flores arranjadas magistralmente no estilo da ikebana japonesa e os noivos se vestiram de acordo com o ambiente em que convivem, há alguns anos, devido ao trabalho que desenvolvem na região amazônica, atuando como mestres biólogos e pesquisadores.

O convite do casamento também foi muito bem humorado falando que um casal pretensamente perdido na floresta amazônica que teria reaparecido ao oficializar a sua união matrimonial no planalto central.

Cerimônia nupcial de acordo com a
Seicho-No- Ie.
O tema do bolo coadunou com tudo isso e trazia um casal de noivos em um barco com o símbolo do peixe que conotava semas regionais e cristãos. Quero ressaltar a elegância da mãe da noiva que vestia renda rosa seco e estava muito bem!

O coquetel da cerimônia foi muito bom, seguido de elegante jantar. À saída, os convidados eram brindados com bem casados! A energia esteve magnífica e tudo transcorreu com alegria, beleza e harmonia!

Pais da noiva, Walmir e Ana Amélia e nós.
Certamente Ellen e Thiago serão muito felizes e abençoados com herdeiros saudáveis e traquinas, como as crianças devem ser!
Aliás, Seicho-No-Ie quer dizer lar do progredir infinito enfatizando as práticas de gratidão à família e a Deus e o poder da palavra positiva que influencia na formação de um destino feliz.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ENERGIA EM SHAMBALLA

Regina na Shamballa,
em 15.04.2011.
Tudo que existe no universo é alguma forma de energia, ela está presente nas estrelas, no espaço e em todos os planetas. O sol é uma estrela que fornece energia para nós em forma de luz e calor, fazendo com que parte dessa energia vá para os alimentos. Assim, quando os seres vivos se alimentam, recebem uma parcela dessa energia para energizar os seus corpos.

Regina em Londres, 23.09.2010.
Nós, seres humanos, necessitamos de energia para sobrevivermos. E estamos o tempo todo trocando energia com o meio ambiente no nosso dia-a-dia, seja fornecendo a energia de nossos corpos, ou recebendo energia dos outros seres vivos ou de outras fontes de energia.

Grupo de Reiki em Shamballa, 2011.

         Quando viemos visitar  nossa chácara, pela primeira vez, ficamos agradavelmente surpreendidos com a boa energia do ambiente. E percebemos aqui alguns elementos que nos estimularam a adquirir este espaço que ora detemos.
No telhado pode-se observar um cata-vento estilizado ou uma espécie de biruta com galo. Este instrumento serve para medir a direção do vento. Nas torres de igreja o galo lembra ao clero para ter vigilância e ainda recorda o arrependimento de S. Pedro. Além disto, o galo, desde tempos ancestrais, é conhecido como profeta do tempo e acredita-se que seu canto afugentaria os maus espíritos e as calamidades.

Caminhando em direção ao rio, temos um pequeno ambiente suspenso de madeira de madeira, em forma de coreto aberto, ao ar livre, bem em meio às arvores. O antigo proprietário o planejou para acender fogueiras, uma vez que sua esposa carioca temia pisar o chão rústico com seus bichos e insetos. Nossa querida Maluba tocou seu tambor ali e apareceram macacos barbudos atraídos pelo som shamã.

Aleixo junto as àrvores do Flamengo,
intituladas abricots de macacos, 2011.
No banheiro principal há uma linda banheira redonda tipo ofurô com hidromassagem, rodeada de madeira e plantas.

Mais tarde, eu pedi ao Aleixo que fizesse uma pequena gruta iluminada, a leste do espaço da chácara, com a imagem de uma santinha esculpida por artesã goiana. Ela foi inaugurada com uma missa sertaneja entoada por amigos foliões de reis e é um foco de luz dentro da Shamballa!
A chácara é um bosque que procuramos manter, cortando apenas galhos que possam cair sobre a casa. Aqui a presença de todos os reinos convive em harmonia.

O piso do pátio na frente da casa é tipo português com uma mandala desenhada ao centro. Também na cerâmica vermelha da área externa podem-se perceber mandalas nos ladrilhos. A casa é construída de maneira rústica em tijolinhos aparentes, o pé direito da casa é muito alto, o forro feito em madeira. Minha coleção de quadros e objetos místicos como as dezenas de imagens de anjos se adequaram ao espaço naturalmente.
Sobrinha Renata, afilhada Luciana, cunhada
Terezinha, irmã Luiza, aqui na Shamballa.
Tudo é muito simples e a energia é ímpar. Já ouvi de parentes e amigos o depoimento de como ela é salutar à nossa saúde integral e fico grata.
Sempre que realizamos a nossa prece semanal, saudamos os elementais e os guardiões deste espaço. Sei que não residimos aqui por acaso. Acredito que o espaço foi edificado para nós muito antes de tomarmos consciência de sua existência.

Nossa chácara já foi visitada por amigos de crenças diversas e todo mundo se sente muito bem em seu ecletismo natural.

terça-feira, 26 de abril de 2011

MINI CURSO NA UNIPAC



Regina e seu neto Frederico,
 em 26.04.2011.
Aleixo foi convidado para ministrar um mini curso de Inglês Instrumental para acadêmicos de Medicina da UNIPAC e quis acompanhá-lo para visitar minha filha Fábia e meu neto Frederico, aqui em Araguari.
Viemos cedo e almoçamos todos juntos. Vaíte nos esperou com o seu tempero mineiro inigualável. Aproveitei para matar a saudade da filha e do neto,  colocando a conversa em dia.

Aleixo durante o mini curso de inglês instrumental,
 na UNIPAC, de Araguari.

Inglês instrumental serve pra quem tem pressa em aprender, para quem vai prestar algum concurso, por exemplo. Ele ensina as regras básicas, técnicas de leitura e tradução de textos. É direcionado ao uso de determinada área, neste caso, a área médica. A maior parte dos textos desta área está em inglês e este curso é o mais indicado, porque é rápido e ensina macetes de tradução.

Logo após o almoço fomos até a faculdade para checar os recursos audiovisuais disponíveis e tirar as cópias para os cem alunos inscritos. Esquecemos a câmera, mas Fred tirou algumas fotos para eu postar.  

Aleixo e seus alunos da UNIPAC.
A aula vai aconteceu à noite e correu tudo bem. Muitos fizeram inscrição no início. Assim, por lá passaram 172 alunos, mas ao final havia cerca de quarenta interessados. A maioria tinha outros compromissos, como plantões, necessidade de estudar para provas ou mesmo preferiu pegar apenas a presença para o certificado das horas de atividades necessárias. 
Houve um intervalo depois de duas horas de curso, com coffee break. Então, os alunos voltaram para a parte prática, realizada em pequenos grupos. Ao término, foi sorteado um livro de Medicina para quem participou ativamente e a contemplada foi a Nayana do quinto período. 
Aleixo voltará na próxima semana para conclusão deste módulo. Adivinhem se vou acompanhá-lo mais uma vez! Hehehe

domingo, 24 de abril de 2011

SÁBADO DA ALELUIA


Almoço em homenagem aos sessenta anos
de minha amiga Lane!
Nosso sábado foi bastante movimentado. Organizei uma festinha para a Lane que fez sessenta anos, no final de março, e convidei alguns amigos comuns para um almoço na Shamballa.
Fiz praticamente tudo sozinha, mas foi gratificante reencontrar amigos e, sobretudo, perceber a alegria da Lane por este pequeno gesto de amizade!
Além disso, ainda me orgulho de ser capaz de preparar um bom almoço e tive meu ego massageado com o sucesso do empreendimento! Às 11h30, quando os amigos começaram a chegar, estava tudo pronto e fresquinho!
Estiveram aqui: minha comadre e meu compadre Helen e Marcos, o afilhado Lucas e Dona Nair, sua avó; Rita e Edison; Rosane, Áurea, seu filho Zorlak e a namorada; Lane, o filho Pethrus e a namorada, Aleixo e eu, além da minha auxiliar Edna.

Almoço do sábado da aleluia, na Shamballa.
Preparei arroz, feijão, torta de bacalhau, lombo de porco recheado com bacon e ameixa, saladas de vegetais e a Helen trouxe uma torta de frango, preparada por nossa amiga Gilcy. Além das bebidas diversas, como sobremesa, servi gelatina colorida, salada de frutas e sorvete diet, preocupada com a diabetes de minha amiga homenageada. Todos comeram bastante e elogiaram a comida. Na despedida, ela chorava emocionada e fiquei deveras feliz!
Engraçado que meu afilhado Lucas trouxe-me um ovo de páscoa de presente e, então, preferi presenteá-lo com uma caixa de bombons. Mas ele chegou falando na música do Fantasma da Ópera e me lembrei que havíamos comprado, em Londres, o CD completo, após assistirmos à apresentação daquela peça.
Regina junto à azaléa na chácara.
Eu o presenteei com o CD e ele ficou feliz, ansioso por retornar à casa e poder curtir a seu som. Ele é apaixonado por música e aos sete anos sonha ser roqueiro! Como convive muito com adultos, seu gosto musical é variado e gosta, inclusive, de música clássica. Sei que isso tem muito a ver também com o seu espírito!

Não foi fácil ter agendado o almoço para este dia, porque eu tinha outro compromisso no final da tarde. Mas era o meu único sábado livre, uma vez que estamos fazendo um curso de voluntariado aos sábados!
Regina e 03 de seus labradores em 15.04.2011.
Paralelamente, era o dia de casamento da Ellen, filha de minha amiga Ana Amélia, com quem convivi nos últimos anos, na editora da PUC, mas que conheci das correções de vestibular da Universidade Federal, como docente convidada na PUC, quando fui diretora de departamento, mas, especialmente, como mãe do melhor amigo da adolescência de minha filha Fábia.
Foi com a Ana Amélia e o seu iluminado Leandro, seu filho amado que desencarnou em acidente automobilístico, em dezembro de 96, que aprendi o valor do culto aos antepassados, entre outras coisas da cultura budista.


Ellen e Thiago fotografados
no dia do enlace!
Foto do salão do Clube Ferreira Pacheco,
pronto para a cerimônia!
O casamento foi lindo! Aconteceu no salão junto ao bosque do Clube Ferreira Pacheco, no setor Santa Genoveva, em Goiânia.
Assim que nosso amigo fotógrafo Luiz Fernando Garibaldi disponibilizar as fotos farei uma postagem só do enlace da Ellen e do Thiago Figueiredo!

UMA QUARESMA INFANTIL

Regina, 2010.
Aos seis anos, fui matriculada em tradicional colégio católico de nossa capital. Eu era muito tímida àquela época, fruto de educação bastante estóica. As crianças, então, eram as últimas a terem qualquer direito  de expressão e eram praticadas ações que, hoje, seriam altamente condenadas.

Já falei antes da exigência das freiras agostinianas de as crianças assistirem à missa diária antes do início das aulas às 7 h da matina. Graças ao cósmico, fui dispensada depois de alguns desmaios.
Quase todo mundo em Goiânia era muito católico na década de cinqüenta. Não existiam tantos evangélicos como hoje. Mas meu pai havia se convertido ao espiritismo e chegado à conclusão de que o que importa é o que sai da boca e não o que entra. Assim, se antes não comíamos carne às quartas e sextas feiras da quaresma, eles passaram a permitir que isso acontecesse para  a alegria da garotada.

Regina e Clélia, em 1958, já no Externato
São José, das dominicanas.
O bacalhau do porto que meu pai adorava ficou cativo das sextas-feiras santas. Nos outros dias, assim como durante o ano inteiro, comíamos peixe, sim, mas porque meus pais gostavam muito e minha mãe era especialista em calderadas! No dia-a-dia, a carne predileta lá em casa eram os bifes de filé mignon! Mas carne nem era o meu alimento predileto. Eu levava lanche porque não tomava nada antes de sair de casa!

Naquele dia, como havia sobrado bife do jantar anterior, minha mãe me preparou um sanduíche de pão francês com um deles, do que eu gostava muito. No intervalo do recreio, as freiras rezavam com as crianças que eram autorizadas a abrirem as lancheiras e estenderem os guardanapos sobre a carteira. A irmã passava fiscalizando como as crianças comiam, antes de permitirem que as alunas saíssem ao pátio para as brincadeiras diárias. Nesse dia, em minha sala, estava a madre superiora que eu temia muito por ter assistido a um de seus ataques de fúria quando chutou uma das internas.

Regina em seu nono aniversário, 1957,
 em Goiânia.
Eu havia terminado de rezar com a turma: - “Abençoai, Senhor, este alimento que vamos tomar, dai-o aos pobres que não o tem. Amém”. De repente, ela parou ao meu lado e tomou, aos gritos, o sanduíche de minhas mãos. Retirou o bife que o recheava, atirando-o ao longe e proferindo impropérios em voz bastante alterada. Eu tremia de medo, mas, resignada, peguei o pão de volta, percebendo que ainda continha o molhinho da carne... E preparava para abocanhá-lo com fome, quando ela percebeu a satisfação nos meus olhos famintos e mudou de idéia, tomando também o meu pão e atirando-o ao longe!
Eu estudei lá no Colégio Santo Agostinho dos seis aos oito anos e não tenho saudade! Depois fomos para outro colégio, também de freiras católicas, mas um pouco melhor em termos educacionais. 
Regina,  com uniforme estudantil,
em 1959.
A minha convivência com as freiras daquela época contribuíram para me afastar do catolicismo por um bom tempo. Todavia, bem mais tarde trabalhei ao lado do Padre César, no Colégio Dom Orione, lá em Tocantinópolis. Admirei muito o  seu trabalho como educador convicto, atuando também junto aos índios aculturados da reserva indígena. Assim, percebi que em todas as seitas há gente de todos os tipos! Aprendi demais com a conduta cristã do querido Pe. Cesare e agradeço muito ter privado de sua convivência.

E ao retornar do Maranhão, na década de 80,  fui trabalhar numa instituição católica, a PUC de Goiàs, onde permaneci por 27 anos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

SÍMBOLOS DA PÁSCOA

Regina. lembrando os símbolos
da Páscoa
O ovo simboliza o nascimento, a vida, o ressurgimento de Cristo e é um símbolo desde a antiguidade, época em que já era costume presentear as pessoas, por ocasião da Páscoa, com ovos enfeitados e coloridos. Os ovos de Páscoa representam também o final da quaresma.
O cacau, cujo nome científico em grego é Teobroma Cacau, quer dizer: o néctar dos deuses. Seu sabor e sua força energética sempre foram reconhecidos em toda a Europa. Ao tomar o formato de um ovo, ele quis representar a força rejuvenescedora da vida. O ovo de chocolate é, portanto, o símbolo da vida.

Os coelhos surgiram como símbolos da Páscoa na época dos egípcios, pois representam a fecundidade e a reprodução constante da vida. Convém lembrar que, embora eles apareçam associados aos ovos, até hoje não se sabe por quê! Afinal, os coelhos não botam ovos, muito menos de chocolate!
 
Símbolos da páscoa cristã.
A cruz traz todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no calvário de Jesus Cristo. Desde o ano 325 d.C. é considerada como símbolo oficial do cristianismo.

Na celebração do sábado de Aleluia, véspera do domingo de Páscoa, é feita a bênção da água que será utilizada nos batismos durante o ano. Cristo é a verdadeira água, fonte de vida.
O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Novo Testamento, simboliza Cristo que é o Cordeiro de Deus sacrificado em prol da salvação de toda a humanidade, seu rebanho.
O pão e o vinho eram, na antiguidade, a comida e bebida mais comuns. Jesus Cristo se serviu desses alimentos para simbolizar sua presença constante ao instituir a Eucaristia. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus e a vida eterna.
As vestes brancas usadas na celebração pascal retomam a passagem referente à transfiguração de Cristo, na qual as vestimentas de Jesus se tornaram resplandecentes de brancura. O branco simboliza a pureza, a paz e a plenitude.

Coelhindo da Páscoa.
As velas são uma marca das celebrações religiosas pascais. Em certos países, os católicos apagam todas as luzes de suas igrejas na sexta-feira da paixão. Na véspera da Páscoa, eles fazem um novo fogo para acender o principal círio pascal e o utilizam para reacender todas as velas da igreja. Então, acendem suas próprias velas e as levam para casa a fim de utilizá-las em ocasiões especiais.  No sábado santo, a celebração católica é iniciada com a bênção do fogo, chamado de fogo novo.

O círio pascal é aquela grande vela decorada que tem a cruz como desenho central. Simboliza a luz dos povos, em Cristo. As palavras alfa e ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o princípio e o fim de tudo".
A colomba ou pomba pascal é de origem italiana e é semelhante ao panetone de Natal, mas com o formato de uma pomba, que representa a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos quando Cristo ressuscita, na visão católica. Além do que a pomba é também um símbolo da almejada paz.
Ovos de chocolate.
Gosto muito de símbolos, de mitologia, rituais, pessoalmente. Mas dentro da visão espiritualista, apenas admiro a riqueza de toda a simbologia pascal, cultivada ao longo dos séculos. Sempre me lembro de que, na minha infância, uma vizinha da rua cinco, chamada Dona Judite, passava à nossa porta com uma cruz de cinza, desenhada em sua testa, nesse dia também. Ela era extremamente católica!

Na Shamballa, mantivemos a nossa rotina, curtindo a natureza e cuidando dos afazeres do dia-a-dia. Optamos por uma oração sem muita formalidade, mas com fé, gratidão e alegria por estarmos aqui nesta caminhada terrena.
Amanhã vou oferecer um almoço à minha amiga Lane que fez aniversário no final de março e convidei alguns amigos comuns.

Cordeiro e a Cruz.
Mais tarde participaremos da bênção do casamento da Ellen Amaral, filha de nossa amiga Ana Amélia, junto ao bosque de clube goiano. E no domingo, após o almoço em restaurante goiano, voltaremos para casa para comer um pouco de chocolate, apenas pela tradição de apaixonada pelo chocolate e com uma boa desculpa para este pecadito!

terça-feira, 19 de abril de 2011

LOUCA OU ZEN!?

Regina,  2011,
 Louca ou Zen!?
Sonhar é acordar-se para dentro. Mário Quintana

Lembro que a loucura cotidiana poderia ser caracterizada de acordo com a visão de mundo e o comportamento de cada um dentro de determinada sociedade. Popularmente, em músicas, na literatura e no senso comum, louco é aquele que tem atitudes consideradas fora do padrão da sociedade, seja porque perdeu a razão, seja porque adota um comportamento diferente do que é costume.

Regina, 1952,  Branca de Neve!?
Pensando dessa maneira, aqueles que, num momento de raiva, perdem o juízo e passam a agir impulsivamente e os que, numa paixão intensa, fazem coisas sem pensar nas conseqüências poderiam ser enquadrados no perfil do louco. Uma atitude espontânea, impensada, pode ser considerada loucura. Da mesma forma, pessoas que trabalham demais, vistas por quem acredita que o trabalho não é tudo, são loucas.

Quem adota uma atitude diferente do padrão, tendo valores opostos ao da maioria, também é taxado de louco. Percebe-se assim que, dependendo do olhar com o qual a gente observa, a loucura pode estar presente em qualquer situação, da mais corriqueira a mais imprevista.

Regina em sua fase Zen, 1994.
 E, muitas vezes, desafiei os padrões e ousei! Apesar de ser meio tradicional e até romântica, aventurei-me em empreendimentos e viagens que poucas pessoas o fariam. Fui proprietária de escola aos 19 anos. Viajei sozinha por inúmeros países quando ainda precisava da autorização do juizado de menores. Casei-me poucos meses após conhecer o noivo estrangeiro. Morei em três estados brasileiros. Fui a primeira pessoa a ter coragem de se divorciar na família! E isto, aos 48 anos, com muito mais de duas décadas de casada! Realizei tantas viagens, mesmo longe de ter um poder aquisitivo mais privilegiado. E não me arrependo de nada que fiz até hoje!

Regina,  em 1993.
Não me considero nem louca, nem zen! Talvez, eu seja apenas um pouquinho aventureira! Nilton Ferreira costuma nos dizer no curso de psicologia transpessoal que muitas pessoas sentam sobre um monte de caca e se acostumam ao cheiro característico, ao calorzinho, e se acomodam ali. Sabem que, se elas saírem, poderão encontrar coisas melhores, mas também podem cair em algum buraco! E permanecem! Eu sempre prefiro arriscar, mesmo que eu quebre a cara algumas vezes!

Hoje, sei que a beleza feminina ou masculina está refletida na sua alma. A beleza de uma mulher, com o passar dos anos, deve crescer. À medida que perdemos as máscaras desnecessárias e ganhamos alguma sabedoria, a nossa beleza o denuncia! A gente se sente bem e isso se reflete em nosso semblante. Mesmo assim, gosto de mudanças!
Regina, na França, 1996.
Às vezes preciso mudar o corte ou a cor dos cabelos! Nasci branca de neve, fiquei morena clara; tive os cabelos pretos, castanhos, ruivos e loiros ao logo das décadas! Sou feliz assim e gosto de mim da maneira como sou!

E repetindo Osho, mestre zen budista: “ você não pode ser outro além de você mesmo! Então, relaxe! A existência necessita de você tal como você é!”

segunda-feira, 18 de abril de 2011

GÊMEOS A BORDO DA FAMÍLIA ARAÚJO

Tia avó dos gêmeos!
Hoje é dia de festa na família. Vovó Clélia já teve a confirmação de que os gêmeos da Patty e do Gustavo são um menino e uma menina! Os pais ainda estão discutindo o nome do garoto, mas a menininha vai chamar-se Ana Júlia. Houve grande expectativa dos familiares, mas papai Gustavo não quis antecipar a comprovação e preferiu esperar a data propícia! E a grande torcida foi vitoriosa! Um casal é a melhor pedida para a primeira gestação dos jovens pais!

Papai Gustavo e Mamãe Patricia, à espera
do casal de filhos gêmeos!
A bênção da maternidade é uma tarefa que exige dedicação contínua, pois a criança é um espírito que vem à terra, muitas vezes para resgate, provas, missão humanitária e a maternidade foi a maneira que a providência divina encontrou para ajudar no desenvolvimento de outros espíritos.

Todavia, sabemos que uma nova geração de crianças com habilidades especiais está nascendo e elas trazem uma nova era para a humanidade. Essas crianças, segundo a teoria, teriam habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade, desenvolvimento profundo de questões ético-morais e portariam personalidades peculiares que possibilitariam facilmente sua identificação em meio a outras crianças.

Vovó coruja sonhando com netos gêmeos,
possivelmente, leoninos...
Seus pais certamente devem estar à altura de orientá-los. E nós acreditamos neste casal! Gustavo sempre foi um ser especial e com certeza a Patty também o é para merecer a sua convivência.
Desejamos toda a felicidade para os envolvidos nesta história de amor cristão, abençoada por todos os familiares e amigos das duas famílias radicadas em dois estados brasileiros.

domingo, 17 de abril de 2011

CASAMENTO REAL NO SEC. XXI



Regina, em 15.04.2011.
Contos de fada existem? Quando se trata da família real britânica, tudo é possível. Até mesmo o ideal romântico das mulheres, tão celebrado na literatura: o casamento de um príncipe com uma plebeia.
No dia 29 de abril, na Abadia de Westminster, no centro de Londres, a inglesa Catherine Elizabeth Middleton, 29 anos, vai fazer história. Ela será a primeira princesa sem sangue real em 350 anos, cuja família não possui títulos de nobreza ou ligações com a realeza. Ao casar-se com o príncipe William, neto de Elizabeth II, pode tornar-se rainha da Inglaterra. Em termos políticos e econômicos, isso não quer dizer grande coisa.

Palácio de Buckingham em Londres, UK.
Há tempos a monarquia perdeu os poderes e a Grã-Bretanha é governada por um primeiro-ministro e um parlamento que não consultam o Palácio de Buckingham para quase nada. Para os 60 milhões de ingleses, a família real é um símbolo, a representação de um passado em que a nação ajudou a escrever a história do mundo ocidental.

Kate e William preparam enlace real.
Todavia, este casamento real chama a atenção do mundo todo! A coroa inglesa não é a única, mas é a que tem mais destaque. Com o casamento todos poderão ver que a monarquia ainda é uma instituição repleta de rituais e beleza. É o lugar em que os sonhos ainda se tornam realidade em toda a sua plenitude. Esse casamento dirá ao mundo que a monarquia ainda é institucionalmente bela e significativa.

Os noivos Kate e William representam a nova geração dos britânicos, que são modernos, inteligentes e antenados, mas que preservam as tradições valiosas, como o gosto pelas obras de caridade. Eles dispensaram a lista de presentes e escolheram instituições pouco conhecidas para receber doações dos convidados que desejem presenteá-los. Imaginem que as doações também podem ser feitas pelo site oficial do casamento, em seis moedas diferentes. Essa atitude pode mostrar que o reino unido é um país criativo e dinâmico, aberto às oportunidades e conectado com o mundo, pois sabe combinar história e tradição com modernidade e inovação.

Regina e Aleixo, perto do palácio de Buckingham,
em Londres, setembro de 2010.
Ao contrário das outras monarquias existentes, a inglesa desperta tanta curiosidade por revelar mais do que o protocolo dos palácios. Ao oferecer mais do que os ritos palacianos e as ocasiões formais, a realeza permite que as pessoas se identifiquem, se enxerguem. Escândalos, intimidades e lucros à parte, o casamento real projeta no imaginário coletivo uma expectativa que vai além do que se pode ler nas revistas de fofoca. Eles personificam a possibilidade de sucesso nos vínculos criados pelo casamento.
Príncipe  William e Princesa Catherine, logo
após o enlace nupcial no dia 29.04.2011.
Se os pais de William falharam, agora se renova a esperança ao vermos este casal moderno, fadado a encontrar-se e a desfrutar, juntos, a felicidade. Afinal, a livre escolha do casal, fator que não existia na união arranjada de Charles e Diana, também é um poderoso gerador de empatia. Pois, a ideia de liberdade de escolha está sempre associada a decisões acertadas e à garantia de satisfação.


Regina, noutro ângulo do palácio de Buckingham.
A imagem de uma princesa moderna, inteligente e bem resolvida também aproxima Kate das mulheres comuns, que buscam relacionamentos duradouros e sólidos, mas não estão dispostas a um casamento à moda antiga, em que os maridos tinham a palavra final.
William também encarna o novo ao escolher uma mulher sem conexões com a realeza, aparentemente pelo simples fato de amá-la. A empatia se solidifica quando os dois aparecem juntos em público, trocando sorrisos, olhares e conversas. Talvez haja mesmo afinidade entre o casal, o que torna tudo ainda mais mágico.
William e Kate na hora do sim, na Abadia de
Westminster, durante a cerimônia nupcial.
Bem, já afirmei que sou romântica! Assisti encantada  e pela TV à pompa do casamento da mãe de William, Lady Di! Lamentei o seu desfecho trágico! E agora quero assistir também ao casamento real do século torcendo para que o par seja mais bem sucedido! Afinal, a minha experiência sabe que, em vez do felizes para sempre, agora é que a história vai começar...








Chapéus exóticos usados por princesas.

Uma das melhores fotos do casamento real.

Tradicional foto do beijo dos recém casados.

Noivos, pagens e daminhas de honra