sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SEM ASSUNTO

Regina em Paseo de Ronda, Es, 22.09.11.
E a chuva ainda não veio... Mas já existem cigarras cantando na Shamballa. Esta semana peguei um resfriado ou gripe, sei lá. Isto raramente me acontece e questionei o Aleixo por quê. Ele deve ter-me contaminado, porque arranjou algo semelhante lá em Roma. Meu companheiro me disse que fomos vacinados, mas que a vacina era apenas para gripes brasileiras e não vale para as epidemias de carcamanos... Hehehe

Hoje fui à editora da PUC. Foi bom rever o professor Gil. Trouxe-lhe pequeno souvenir religioso. Engraçado voltar ao local onde trabalhei tanto tempo e não sentir grandes emoções, a não ser vontade de abraçar colegas queridos! Peguei os convites do mega lançamento coletivo, mas soube que os correios estão em greve e a saída e mandar mesmo virtualmente.

Na volta, passamos pela casa da Ângela e da Ana Amélia para entregar-lhes lembracinhas trazidas do velho mundo. Depois fomos almoçar no setor universitário para matar a saudade do restaurante Paladar onde almoçamos durante vários anos.

A piscina anda bem quentinha e ontem aproveitamos para nadar um pouco. Logo a chuva chegará com a bênção de Deus. Já sinto o cheirinho no ar...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

LEQUE ESPANHOL

Regina exibindo leque espanhol
Na Espanha o leque está sempre presente e os turistas o encontram à venda em meio a outros símbolos que representam o país. Estava um calor infernal e logo aderi à moda do leque! Mas  ainda desconhecia a sua linguagem...

Todavia, foram os portugueses que trouxeram do Japão, na época dos descobrimentos, o leque tal qual o conhecemos hoje em dia: dobrável. Os navegadores lusitanos ficaram tão maravilhados com o novo modelo que importaram para Lisboa caixas e mais caixas de leques.

A moda se espalhou pela Península Ibérica, mas conheceu o seu apogeu na Itália. Hoje, ainda é tradição espanhola! Os outros países não o usam tanto!

Baile do século XVIII, com leques na dança
Mas foi por meio da ida de Catarina de Médicis para a Corte francesa que a moda do leque invadiu o resto da Europa.

A moda dos leques foi evoluindo, ora com detalhes em ouro, em madrepérola ou com a reprodução de obras arte famosas, cenas da mitologia, letras de músicas e até mesmo propaganda política.

O auge do uso dos leques com esses fins ocorreu durante a Revolução Francesa, quando textos revolucionários eram impressos nos mais finos leques que percorriam os salões elegantes.

Regina na  arte da linguagem dos leques
Esta posição do leque é afirmativa













Soube que na Espanha tradicionalista, em determinada época, as mulheres que eram sempre tão controladas e reprimidas logo inventaram uma linguagem dos leques para poderem se comunicar com seus pretendentes e amantes.

Leque espanhol adquirido em Sevilha

Vejam exemplos da linguagem dos leques que serviam para comunicação em vez de apenas aliviar o calor em tempos sem ar condicionado!

Eu te amo - Esconder os olhos com o leque aberto.

Aproxime-se - Andar com o leque, conduzindo-o aberto na mão esquerda.

Quando nos veremos? - Leque aberto no colo.

Não me esqueça - Tocar o cabelo com o leque fechado.

Siga-me - Segurar o leque aberto sobre a bochecha direita.

Vamos marcar encontro? Sobre a bochecha esquerda.

Deixe-me tranqüila – Leque fechado sobre orelha esquerda.

Do lado esquerdo do rosto quer dizer não!
Estamos sendo vigiados – Virar o leque fechado várias vezes na mão esquerda.

Sou casada – Abanar-se lentamente.

Sou noiva – Abanar-se rapidamente.


Espere-me no local combinado – Manter o leque aberto e imóvel em frente do rosto.


Estoy libre!?
Sim - Apoiar o leque no lado direito do rosto.

Não - Apoiar o leque no lado esquerdo do rosto.

Adeus - Abrir e fechar o leque.

Como vimos, a criatividade feminina está sempre aliada à faceirice do gênero!

Por exemplo, rodar o leque acima da cabeça quer dizer: - Estoy Libre!

domingo, 25 de setembro de 2011

NASMATÊ

Regina, em Córdoba, Espanha, dia 22.09.2011. 
Acho lindo o cumprimento indiano – o Deus que existe em mim saúda o Deus que existe em você – e começo assim o texto da volta para casa! Minha colega reikiana Viki sempre nos cumprimenta assim nas mensagens... Namastê!

Foi incrível a viagem que fizemos. Ficamos extasiados ante a história, a beleza e a energia da cada lugar. Mas como é bom retornar a casa!

Ainda estamos meio confusos. As viagens ao exterior, principalmente morando em Goiânia, são bastante cansativas. São pouco mais de dez horas de avião e depois temos o vôo doméstico para a terrinha. Desta vez, passamos por uma longa espera. E, a tudo isso, soma-se a diferença do fuso horário. Enfim, passou e valeu muito à pena!

Nossa labradora chocolate perdeu os filhotes. Mas teve toda a assistência  de que precisou e foi cuidada com muito carinho, dedicação e competência pelos pais de seu namorado! Soubemos que ela teve Babesiose que é uma enfermidade provocada pelo carrapato e pode dar hemorragia interna. Bettina está bem e vamos buscá-la logo mais.

Ontem dormi quatro horas durante a tarde, além de outras quatro noturnas, porque chegamos no meio da noite. Assim, consegui fazer bem o meu plantão voluntário e já estou pronta para novas empreitadas!

Na chácara, tudo continua em harmonia. Laura cuidou para que eu encontrasse tudo limpo em casa! Tinha leite fervido na geladeira e um queijo na forma quando chegamos de madrugada. Luis regou as plantas, tratou dos animais com eficiência responsável e somos gratos a ambos!

E pela manhã fomos saudados pela euforia dos sabiás. Sempre que a gente se afasta eles tomam posse do espaço e acabaram fazendo o ninho na coluna ao alto da churrasqueira.

Agora é esperar a chuva! O clima em Goiânia está muito quente e seco como de costume nesta época. Mas o galo meteriológico que Aleixo trouxe já mudou de cor prenunciando mudança no tempo!

E ainda conseguimos muitos cajus aqui na rua e congelamos um pouco para fazer sucos! Antes de viajar colhemos toda a carambola presenteando amigos e guardando uma parte também para sucos.

O limão a gente espreme e congela em copinhos. Os maracujás vão caindo sempre, porque há água do riacho gotejando em cada pé. E como havia cachos de banana à espera do Aleixo para serem cortados... Assim, vamos variando ao longo do ano.

Meus gerânios, hibiscos, brincos de princesa, jasmins, ipês de jardim continuam lindamente floridos. E a romãzeira está cheia de pequenos frutos. O arzinho fresco na manhã me inspira poesia e aconchego amoroso! Afinal, é primavera, porque setembro chegou há muito, no Brasil!

Já lavei a roupa na máquina e Aleixo limpou a piscina, ligando o aquecimento solar! Estou feliz com o retorno ao lar e grata pelo privilégio da visita a outras culturas!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CHEGANDO AO FINAL

Regina em Granada,  Es, no dia 19.09.2011.
Ontem, estivemos novamente no Hotel Praga, em Madrid. É quase o fim desta viagem. Cedo, fomos acordados às 4h30 e, meia hora depois, alguém veio nos buscar para levar-nos ao aeroporto. Voamos de Madrid para o Porto em um pequeno avião da Embraer ERJ 145 durante uma hora.

Antes, escrevi para uma amiga que mora em Madrid, mas não foi possível nos encontrarmos desta vez, porque ela estava ocupada  com traduções à noite.

Depois, embarcamos para o Rio de Janeiro e, às 23h, finalmente, iremos para Goiânia. Passei pelo Free shop para comprar o meu vinho do Porto predileto e pela alfândega para carimbar a nota de compra de uma mala que adquirimos no El Corte Inglês, quando estivemos em Vila Nova de Gaia.

Regina, em Córdoba, Espanha,  dia 22.09.2011.
No ano passado compramos um conjunto de malas no Rio de Janeiro com três anos de garantia. Viajamos com elas pela Inglaterra, praticamente sem problemas. Mas a quantidade de viagens da excursão estragou as duas que trouxemos e precisamos comprar uma mala grande em Portugal que coubesse uma delas para depois reclamarmos no Rio.

Ontem viajamos praticamente o dia todo, parando por quatro horas em Córdoba. Durante o trajeto conversamos sobre os aspectos positivos e negativos desta experiência. Concordamos que a Europa Mundo é uma empresa de turismo bastante organizada. Cumpriram todo o contrato das viagens pelos três países visitados: traslados dos aeroportos aos hotéis, reservas em quase vinte hotéis, excursões por terra e água.

Questionamos apenas a programação na Itália. A gente ficava muitas horas esperando a condução para o hotel com a programação que eles chamam de livre. Os hotéis italianos de quatro estrelas também deixam a desejar.

Regina, ainda em Córdoba, no dia 22 de setembro
Ao comprarmos o pacote nos prometeram guias que falassem o português ou inglês e isso não aconteceu, exceto em Portugal. Viajamos o resto do tempo ouvindo espanhol e tentando nos expressar em portunhol, porque eles não entendem o português e fazem questão de não falar inglês.

Creio que os guias poderiam também usar técnicas de dinâmica de grupo de modo a promover maior entrosamento entre passageiros. Eles são eficientes, mas fazem apenas o extremamente necessário. Desconhecem o sentido das gentilezas.

De qualquer forma, a viagem foi maravilhosa e estamos felizes. Contamos as viagens já realizadas para o exterior e percebemos que são muitas. Aleixo diz que a gente fica mais brasileira quanto mais viaja para fora do país.

Aleixo e Regina, na Espanha, dia 22.09.2011
Lembramos de coisas incríveis que percebemos durante cada trajeto, cada experiência diferente e agradecemos o privilégio. Ao mesmo tempo agradecemos também a bênção de nascermos em local tão especial quanto o nosso país.

Meu sobrinho holandês - Ângelo, de sete anos, em sua recente viagem ao Brasil, chegou à conclusão de que gostaria que o Brasil fosse anexado à Holanda. Quando a sua mãe ponderou que o contrário seria mais fácil, ele argumentou que isso não seria possível porque a Holanda está emendada na Bélgica!

Antes, eu tinha sede do desconhecido. Não descansei enquanto não viajei ao exterior, na adolescência! Quantas vezes, eu viajava e queria sempre ir à frente, detestava voltar para casa! Isso acontecia mesmo quando alugávamos casas de praia no litoral nordestino.

Nos últimos anos, isso não se repetiu. Adoro viajar, mas gosto muito de voltar para casa, sobretudo, para a nossa Shamballa.

O vôo da TAP do Porto do Rio de Janeiro foi tranqüilo. Viemos conversando com um casal de portugueses que moram há muitas décadas no Rio, mas todo ano voltam à terrinha para matar a saudade!

Agora estamos no aeroporto aguardando o vôo para Goiânia. Mais de cinco horas de espera...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CÓRDOBA


Regina, hoje, em Córdoba.
Saímos de Sevilha, após o desjejum, indo em direção a Madrid, mas passando por Carmona e Córdoba onde paramos por algumas horas. A paisagem andaluza é prenhe de terras cultivadas, muitas plantações de algodão e de oliveiras. Esta região produz o melhor azeite do país. É terra fértil, produzindo muitos cereais, vinhedos,  porque o lençol freático é bastante próximo da superfície, tornando a terra muito produtiva.
Córdoba tem o clima mais quente da Espanha. Sua mesquita é tão grande e tão bela que os cristãos, ao tomarem a cidade, não tiveram coragem de destruí-la: preferiram construir em seu interior um templo católico. Esta cidade tem um traçado medieval e é fácil se perder por entre o emaranhado de ruas. Dizem que seus bairros são animadíssimos à noite. É o caso da Juderia, que é antigo bairro judeu, cheio de barzinhos e restaurantes.
Aleixo e Regina, em Córdoba, Es., 22.09.11
Nas proximidades, a cerca de oito quilômetros do centro, estão as ruínas da Medina Azahara, do século X, que infelizmente teve vida curta, tendo sido destruída pelos bérberes, poucos anos depois de ter sido erguida.
Descemos do ônibus perto da ponte do Rio Guadalquivir e rodamos a pé pelos principais pontos do centro histórico. Depois fomos às compras, almoçando, antes de retornar ao ônibus para seguir rumo a Madrid onde dormiremos esta noite.
A paisagem de volta é muito bonita. Passaremos novamente pela Serra Morena e pela região de La Mancha. É terra de bandoleiros e caçadores. Amanhã voltaremos ao Porto para embarcar para o Brasil.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FLAMENCO EM SEVILHA

Regina à porta do Hotel  Mairena, em Sevilha.
Descemos pouco depois das 18h e pegamos o ônibus que nos levou até o famoso Pátio Sevilhano para assistirmos à apresentação de Flamenco, dança espanhola.

A casa El Patio Sevilhano está situada junto à praça de touros e frente ao bairro de Triana. Ali é encontro obrigatório com o flamenco. Ela existe há 52 anos e de seus palcos saíram grandes artistas da categoria de El Farruco, Matilde Coral, Cristina Hoyos, entre outros.

O flamenco é a música e a dança espanhola cujas origens remontam às culturas cigana e mourisca, com a influência de árabes e judeus. A cultura do flamenco é associada principalmente à região da Andaluzia na Espanha e tornou-se um dos símbolos da cultura espanhola.



Apresentação à que assistimos hoje
Show de Flamenco em Sevilha hoje











Hoje existe o "novo flamenco" que é uma variação recente do flamenco. Esse sofreu influências da música moderna, como a rumba, a Salsa, o pop, o rock e o jazz.

Flamenco no El Patio Sevillano
Originalmente, o flamenco consistia apenas de canto (cante) sem acompanhamento. Depois ele começou a ser acompanhado por guitarra (toque), palmas, sapateado e dança (baile).

O "toque" e o "baile" podem também aparecer sem o "cante", embora o canto permaneça no coração da tradição do flamenco. Mais recentemente outros instrumentos como o "cajón" (ou adufe, em português, uma caixa de madeira usada como percussão) e as castanholas foram também introduzidos.

Gostamos muito do show e levaremos mais esta boa lembrança das terras espanholas!

21 de setembro em Sevilha


Aleixo e Regina em Málaga, no dia anterior.
Senti uma energia especial nesta cidade. É como se já estivesse estado aqui há muito tempo, quem sabe, noutra existência! Sevilha, capital da Andaluzia, é uma cidade fantástica. É o berço do flamenco, das touradas e de outras tradições espanholas. Fizemos um passeio pelas margens do rio Guadalquivir e vimos dois dos pontos emblemáticos da cidade: a Torre del Oro e a Ponte de Triana.

A Torre del Oro foi construída em 1221, durante a dominação árabe na região e fazia parte da muralha que até então protegia a cidade e hoje em dia está presente em quase todos os cartões postais da cidade.


Giralda, em Sevilha.
Outras duas atrações de Sevilha são a Catedral e o Real Alcázar. Estão localizado um em frente ao outro, bem no centro da cidade. Também estivemos ali pela manhã. Aleixo se esqueceu de colocar a bateria na câmera e não pudemos registrar...

Mas esta Catedral, terceira maior do mundo, é um livro de história em forma de monumento. Antes de ser a Catedral tal como se conhece hoje, o local onde está localizada foi base de um templo visigodo e depois foi reconstruído e transformado em mesquita árabe, durante a dominação moura, da qual restou como herança a famosa Giralda, alta torre e mirante que em seu dia era considerada a torre mais alta do mundo.

Imagem da Catedral.
A construção do templo como Catedral católica iniciou-se no século 11 e demorou 5 séculos para ser finalizada.O mais destacado dentro da Catedral, além dos seus detalhes arquitetônicos, são os seus magníficos vitrais e os tesouros da Catedral, que contém entre outras preciosidades, obras de Goya e outros pintores famosos.

Passamos, também pelo Real Alcázar que é um conjunto de fortificações em forma de um enorme palácio, herança da colonização moura na região. Sua provável data de edificação é o ano de 913 e sua função em princípio era de defesa contra as constantes invasões que se davam na época.

Praza de España, em Sevilha.
Seu interior é repleto de salas, pátios e galerias, que nos contam um pouco da história do local e nos mostram as heranças culturais e arquitetônicas dos povos que passaram pela região.


Fiquei impressionada com a cúpula dourada do Salão dos Embaixadores, com detalhes minimalistas em estilo árabe. Além disso, os jardins do Alcázar também merecem uma atenção especial. 


Real Alcazar, em Sevilha.
Muito próximo à Catedral e ao Real Alcázar está o Arquivo de Índias, edifício que hoje em dia hospeda um enorme acervo de documentos relacionados ao Novo Mundo e a época dos descobrimentos.

 

Depois visitamos a Plaza España, que está localizada em frente ao Parque Maria Luisa. A praça é uma impressionante construção em forma semicircular, projetada por Aníbal Gonzalez, arquiteto modernista mais importante de Sevilla.  

Bairro Santa Cruz, no centro da cidade
Foi construída para a Exposición Iberoamericana de 1929 e foi projetada para ser sede da Universidade, uma vez que a exposição acabasse, porém, nunca foi utilizada para este fim, pois não comportava toda a estrutura da universidade. Esta praça é muito bonita e o que a caracteriza são suas paredes revestidas de azulejos pintados, com desenhos e mapas que representam todas as províncias da Espanha.

Outro passeio que me encantou hoje foi o Bairro de Santa Cruz, antigo bairro judeu que está localizado próximo ao Real Alcázar. Suas ruas estreitas formam um labirinto por onde a gente descobre o encanto de suas casas brancas com jardins delicadamente ornamentados. As laranjeiras dão um charme todo especial ao local. Um exemplo das típicas praças do bairro é a praça de Santa Cruz. Almoçamos comida típica Sevilhana na cervejaria La Giralda!

 

Fachada da Plaza dos Toros.
Passamos, ainda, pela Plaza de Toros da cidade, conhecida como Plaza de La Maestranza. Esse edifício redondo, localizado na avenida às margens do Rio Guadalquivir, data do século 18 e, além de servir de palco para os espetáculos de touros, hospeda o Museu Taurino. Vimos apenas por fora devido à exigüidade do tempo. Depois pegamos o metro e voltamos para o hotel. Há apenas uma linha, mas é tudo ultramoderno, funcional, perfeito!

Outra tradição andaluza são os bailes de Flamenco. Reservamos ingressos e vamos hoje à noite. Dizem que o espetáculo é muito bom. Depois vou descrevê-lo!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

SOL DE SEVILHA



Regina, em Granada, agora, na memória, a
sintuosidade de Alhambra.
Hoje não precisamos levantar muito cedo. Já fizemos o desjejum e daqui a pouco iniciaremos a programação pela cidade de Sevilha. Foi lendo Hemingway em minha adolescência que me apaixonei pela Espanha pela primeira vez.

A vida e a obra desse escritor têm intensa relação com este país onde ele viveu por quatro anos. Uma breve passagem, mas marcante para um escritor americano que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis.

Soube que em Pamplona, meados do século XX, fascinado pelas touradas, a ponto de tornar-se um toureiro amador, transporta essa experiência para dois livros: O Sol Também Se Levanta (1926) e Por Quem os Sinos Dobram (1940).

Hemingway, ao cobrir a Guerra Civil (1937) – como jornalista do North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo. Ele também descreve mais de uma vez a cidade de Ronda onde estivemos ontem, berço das touradas espanholas!

O clima aqui é sempre agradável, ensolarado...

Mais tarde continuo o relato dos passeios...

SEVILHA

Regina em Marbella, na costa do sol espanhola
Cedo deixamos Granada, partindo rumo à Costa do Sol, passando por Málaga, Marbella e Ronda. Agora já estamos em Sevilha, no Hotel Mairena. Jantamos e viemos ao quarto para checar o correio e descansar um pouco.

Sevilha é cortada pelo rio Guadalquivir, navegável nesse trecho. A cidade é conhecida por sua arquitetura, repleta de antigos palacetes. Sevilha é a quarta maior cidade de Espanha com mais de um milhão de habitantes e quarta maior área metropolitana por número de habitantes.

Embora seja o seu patrimônio monumental o que mais atrai mais os visitantes, esta cidade foi durante muito tempo um centro cultural de grande importância. Podemos observar aqui as marcas deixadas pelos seus primeiros povoadores, os Tartéssicos que, além de possuírem uma cultura muito elevada, era um povo pacífico e culto; a sua existência chegou até nós através das crônicas gregas e dos achados arqueológicos. Eles teriam habitado esta região nos século VI AC.

Os solos férteis e o clima agradável levaram igualmente os Fenícios e Cartagineses a se instalarem nesta terra. Mais tarde chegaram os romanos que, tal como ocorreu em quase toda a Europa, romanizaram o território. Dois dos seus imperadores, Trajano e Adriano, nasceram aqui. Também Colombo saiu do porto de Palos para a descoberta do novo mundo, tal como o legendário D. Juan que saía de Sevilha para conquistar os corações femininos.

Passear em Sevilha, penetrando nos seus bairros e magníficos museus é um autêntico prazer; é fácil se apaixonar por esta cidade universal. Porque Sevilha é uma cidade viva, cheia de cor, alegre e sentida, que não pode ficar fechada em casa; diz-se que os sevilhanos vivem e convivem na rua e, de certa forma, isso é verdade.

Em qualquer época do ano é possível encontrar ocupação prazerosa aqui: passear pela cidade de mil e uma maneiras, visitar monumentos únicos, museus e exposições, ver espetáculos.

E sempre com o mesmo acolhimento amável por parte dos sevilhanos, o que a converte numa cidade cálida e acolhedora.

Alguns dos bairros de Sevilha, como Santa Cruz, são especialmente agradáveis para se passear e super animados à noite, com um bar ao lado do outro. A impressão que se tem é que os sevilhanos e os andaluzes, em geral, não fazem outra coisa senão bebericar deliciosas sangrias e hablar apaixonadamente de tudo, diante de pratinhos de tapas que são aperitivos variados e deliciosos, até o clarear do dia. Haja pique para conseguir acompanhar!

Sevilha é um destino turístico privilegiado na Andaluzia e tem igualmente monumentos antigos de rara beleza, como a enorme catedral gótica, com algumas influências renascentistas.

A torre da catedral, chamada Giralda, de quase de cem metros de altura, é um antigo minarete muçulmano. Vamos visitá-la amanhã. Sei que do alto se tem uma vista privilegiada do centro de Sevilha.

O Real Alcázar é formado por um conjunto de palácios de diferentes épocas construídos, inicialmente, por governantes mouros, depois por soberanos cristãos. Além dos edifícios, os belos jardins, com fontes e pavilhões isolados, transmitem aos visitantes uma sensação de paz.

Córdoba é outra cidade que não pode deixar de ser incluída em qualquer roteiro pela Andaluzia. Sua mesquita é tão grande e tão bela que os cristãos, ao tomarem a cidade, não tiveram coragem de destruí-la: preferiram construir em seu interior um templo católico. A cidade tem um traçado medieval, onde é muito fácil se perder e bairros animadíssimos a noite, como é o caso da Juderia (antigo bairro judeu) cheio de barzinhos e restaurantes.

Nas proximidades, a 08 quilômetros do centro, ficam as ruínas da Medina Azahara, do século X, que infelizmente teve vida curta, tendo sido destruída pelos berberes, poucos anos depois de ter sido erguida.

Estou cansada... Amanhã posto as outrs fotos...

MALAGA, MARBELLA, RONDA

Regina, em La mancha,
junto estátua de Dom Quijote.
Hoje saímos às 8h30, após a rotina diária da excursão. Vamos rodar 383 km pelo interior da Andaluzia.  Passamos por imensos bosques de eucaliptos, grandes extensões de olivais e azevinheiras, zonas industriais, povoados brancos, dominados por castelos medievais. Vamos em direção ao mar mediterrâneo.

Logo atingimos a cidade de Málaga onde tivemos tempo para passear por seu centro histórico e visitar a grande catedral. A igreja tem uma torre inacabada e é chamada de manequita (manca) pelos malaguenhos. O centro é muito limpo, ruas bem calçadas à semelhança do interior das mansões. O rio que corta a cidade é seco em parte, tendo água apenas nas proximidades do mar.

Imagem da cidade de Málaga, Espanha.
Málaga é a terra natal de Garcia Lorca. Depois seguimos pela estrada costeira desfrutando da bela paisagem marítima. O clima é agradável durante todo o ano e ultimamente os russos descobriram a costa do sol e fazem seu turismo aqui, fugindo do intenso frio de seu país no inverno.

Então, chegamos à elegante cidade Marbella. Ela está no coração da costa do sol e é cheia de vida.Tivemos tempo para um passeio e para o almoço.

Depois deixamos o mar e viajamos novamente em direção a terras andaluzas, observando pessoas bonitas pelo caminho e passando por paisagens indescritíveis.

Marbella é uma cidade belíssima, na Costa do Sol, na Espanha.
Daí, adentramos a cidade de Ronda que é uma impressionante cidade branca com ruas peculiares e o corte (penhasco) que divide a cidade. Após tempo para uma visita a cidade, saímos e viajamos em direção a Sevilha, passando por lindíssimas paisagens na colina e povoados brancos.

Jantamos em Sevilha e fomos para o hotel. Amanhã conheceremos a cidade. Dormiremos duas noites aqui, antes de voltarmos a Madrid, parando em Córdoba. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

GRANADA E ALHAMBRA

Foto da Universidade de Granada que é
muito importante na região.
Foi realmente maravilhosa  a visita ao Castelo de Alhambra esta tarde. Ficamos extasiados ante tanta beleza. Soubemos que o ex presidente Clinton e a primeira dama Michele Obama estiveram aqui e também expressaram opinião similar sobre o monumento. No verão costumam acontecer espetáculos em um dos recintos que tem acústica privilegiada.
Tudo tem um significado, a história está gravada nas paredes e aqui a arte, a história, o mistério e o esotérico convivem harmoniosamente e nos encantam. São símbolos como o quadrado conotando os quatro elementos, o circulo representando a abóboda celeste o número sete ou seus múltiplos trazendo significados vários ligados à história daqueles que aqui viveram.
Imagem da cidade de Granada à noite, set. 2011.
Indo para a Andaluzia, lembramos que muitas heranças do domínio árabe sobreviveram à Reconquista e marcam o cenário espanhol, principalmente na Andaluzia, no sudoeste do país, onde se pode sentir a magia de um conto das Mil e Uma Noites ao entrar nas fortalezas (alcazabas), residências reais (alcázares), mesquitas e jardins.

Granada, um dos mais importantes destinos turísticos da Andaluzia, foi a capital do reino muçulmano, antes de ser também conquistada, 250 anos depois, pelos reis católicos (Fernando de Aragão e Isabel de Castela).
Regina, no Castelo de Alhambra, em Granada.
A principal atração de Granada, uma das mais agradáveis da Espanha, é o famosíssimo Alhambra, uma espetacular fortaleza sobre uma colina e que engloba vários palácios torres e a jardins simplesmente espetaculares.

O Alhambra pode ser considerado a mais espetacular herança arquitetônica árabe em território europeu e talvez a mais importante atração turística de toda a Espanha. Alhambra quer dizer castelo vermelho!

Separando Granada do mar está a Sierra Nevada, concorrida estação de esportes de inverno, visíveal da cidade.
Detalhes no interior de Alhambra.
Málaga, já na costa, é uma cidade muito antiga, fundada pelos fenícios. Na época do domínio islâmico fez parte do reino de Granada e possui também uma alcazaba. Do alto das muralhas dessa fortaleza do século 11, erguida sobre uma colina, tem-se uma vista magnífica do mar.
O interessante é que essas construções mouriscas e as medinas (bairros típicos árabes) na Andaluzia estão ao lado de igrejas católicas e sinagogas; isso porque, quando os Reis Católicos reconquistaram esse território, expulsaram os árabes e judeus que ali conviviam e deram início às suntuosas construções que caracterizam esse período da história espanhola. O resultado foi uma grande mistura, não só arquitetônica, como cultural, pois as influências árabe e hebraica persistiram.

Após a visita voltamos ao Hotel para descanso antes de sairmos para uma última volta em Granada. Amanhã vamos a Sevilha...

CASTILHO DE LA MANCHA

Regina na Venta Dom Quijote, em
Castilho de La Mancha, 19.09.11
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
Fernando Pessoa
Regina na Venta Dom Quijote.
Saimos de Madrid depois de excelente desjejum no hotel Praga, do grupo Santos. Como sempre, dormi muito bem. Nosso guia agora é o Pedro e seu espanhol é bem compreensível para mim. A maioria das pessoas é de hispanos, mas há outros brasileiros no grupo.
Regina em Castillo de la Mancha, 19.09.2011
Madri está no centro do país e vamos na  direção sul, uma terra meio árida, mas com grande desenvolvimento industrial. A Espanha é o quinto produtor de automóveis no mundo e aqui há fábricas diversas como Peugeot, Citroen, Ford, Audi, entre outros.
Telefone antigo registrado pelo Aleixo
Mas apesar de a terra estar pouco verde, soube que produzem bastante trigo na região que atravessaremos.  Passamos também pelo Rio Tajo, o Tejo português, que nasce na Espanha.
Hoje podemos considerar um grande dia porque teremos o privilegio de visitar o Alambra que quer dizer castelo vermelho, maior monumento espanhol, tombado pela UNESCO como patrimônio da humanidade. As visitas são limitadas, não é fácil conseguir permissão, mas já foi confimada há pouco.
Aleixo e Regina na região de La Mancha.
Ao sair de Madri passamos por conjuntos residenciais construídos na década de sessenta e setenta. Hoje não se pode mais contruir aqui. A população de Madri não passa de três milhões de habitantes, mas há muitas cidadezinahs periféricas que formam a grande Madri e ao todo atingem 5.000.0000. O transporte em madri é bastante desenvolvido, o trânsito organizado e a cidade parece oferecer boas condiçoes de vida.
Rumamos para a provícia de Castilho de La Mancha descrita por Cervantes, com seu Dom Quixote e suas andanças junto ao Sancho Pança. A zona é famosa por seus queijos manchegos e fiquei tentada a levar um para o Brasil, mas Aleixo que carrega as malas me convenceu do contrário quando paramos em Puerto Lapice, na região de La Mancha para um café.  Então, me conformei com uma camiseta que vestirei amanhã!
Alhambra quer dizer castelo vermelho em árabe. 
Aqui os produtos derivados do azeite são abundantes, tanto alimentícios, quanto dermatológicos. Claro que há muitos vinhedos, num espaço misto de planícies e montanhas. Há cerca de 20% de energia eólica nesta região. Depois que atraversarmos a Serra Morena, chegaremos a Andaluzia.
Tiramos fotos na Venta, mistura de pousada com venda de artigos turísticos, e me senti transportada ao mundo dos sonhos quixotescos. As lembrancinhas são lindas e dá vontade de comprar tudo, mas a maioria é em louça e pesa bastante. A lenda diz que Dom Quixote enfrentou os moinhos aqui perto em Don Juan!

domingo, 18 de setembro de 2011

SOBRE A ESPANHA

Regina na cidade de Madrid, em 18.09.11.
A Espanha é o segundo maior país da Europa Ocidental depois da França. Além do território situado entre a Andorra, França e Portugal, o território espanhol também inclui Gibraltar e Ilhas Canárias, além de duas cidades autônomas no Norte da África chamadas Melila e Ceuta.

A língua oficial é o espanhol, mas há outras línguas com o estatuto de co-oficiais. São elas: o catalão, o galego, o basco, o aranês e o valenciano.

Ao chegar a Madri, junto a um aquário,
no aeroporto.
Falado na região da Galícia, o galego é uma língua muito próxima do português. Quando coloquei o nome de Presente de Meiga em um de meus livros de poesia, inspirei-me no galego. Meiga é uma bruxinha boa, uma fada, naquele idioma!

Em 1580, Portugal e Espanha passaram a ser um só país. A União Ibérica durou até 1640, quando os portugueses conseguiram a sua independência. Isso quer dizer que durante um bom tempo, todos nós fomos espanhóis.
Imagem de uma corrida de toros em Madri.
Nas cidades do interior, é comum no horário do almoço encontrar o comércio local fechado por um período médio de duas horas, é a siesta. Os nativos têm o hábito de dormir após a refeição. Eles vão para casa, vestem seus pijamas, ligam o despertador e dormem por pelo menos uma hora e então retornam as suas atividades.

O Dia de Reis, ou seja, dia 06 de janeiro, é feriado nacional e data mais importante que o Natal para as crianças espanholas. Há desfiles pelas cidades com os Reis Magos vistos por milhares de crianças que esperam ansiosas seus presentes ou simplesmente carvão, caso tenham se comportado mal. As crianças esperam que os Reis Magos levem os presentes à casa e deixam pratos com comida para os reis e água para os camelos, para que possam descansar um pouco depois da longa viagem.

Foto tirada na Praça Mayor, em Madri.
Ainda nessa data, a comida tradicional é a Rosca dos Reis Magos, preparada com frutas cristalizadas e um brinquedo escondido no meio da massa. Quando  estagiei  na França participei de uma comemoração semelhante nessa data. Era um anel que vinha dentro do pão doce e quem o tirasse teria muita sorte!

No final de fevereiro a Espanha também tem o carnaval. Em Santa Cruz do Tenerife, a festa de carnaval segue os mesmos moldes do carnaval do Rio de Janeiro.


Uma  rua tipicamente espanhola em Madri.
 Uma das mais estranhas festas espanholas é a Correfoc. Nela, algumas pessoas se fantasiam de diabos e começam a dançar segurando fogos de artifício.

A culinária varia de região para região, mas se há algo que todas tem em comum é o alto consumo de azeite (produto típico da cozinha do Mediterrâneo).

A paella mais famosa é a valenciana (de Valencia) e não é tão degustada como o feijão com arroz no Brasil. É um prato típico e comum, mas não se come todos os dias.

Na maioria das regiões espanholas é costume levar a aliança de casamento no dedo anular da mão direita.

Museu do Prado, em Madri, Espanha, 2011
Na Espanha os filmes são todos dublados. Ver os filmes com legendas é uma exceção. Os filmes são vistos dublados não só na tv, mas também no cinema e na tv a cabo. Observamos isso também na Itália.

A tradição mais polêmica de toda a cultura espanhola é a Tourada ou Corrida de Toros, como é conhecida na Espanha.

A tourada é assistida por um presidente ou outra autoridade, homem que ao final do duelo decide se o toureiro fez um bom espetáculo e se merece ganhar os troféus da disputa, que são as orelhas e a cauda do touro. Um pouco primitivo para outras culturas...

E amanhã conheceremos Granada e um pouco da cultura da Andaluzia!