sábado, 29 de setembro de 2012

TEIÚ E REIKI II


Regina com filhotes da Bettina
Aleixo pegou um lagarto grande no galinheiro. O bicho estava apavorado, mas teve sorte porque tínhamos prendido dois cachorros e a Bettina estava ocupada com seus filhotes. O teiú, também chamado tiú, teiuaçu, tejuguaçu, teju, tejo teiú-açu, tiju e tejuaçu, é um lagarto conhecido sobretudo por sua agressividade e voracidade. 
Se molestado, primeiro ele tenta fugir, mas, sendo impossível, defende-se desferindo golpes violentos com a cauda. Vivem em regiões florestadas, campos de vegetação alta e campos cultivados.  Atinge até 2 m de comprimento, o que torna o maior lagarto do Brasil. 
Alimenta-se de pequenos mamíferos, pássaros e seus ovos, répteis, anfíbios, insetos, vermes e crustáceos. Também não rejeita frutas suculentas, folhas e flores. É conhecido como ladrão de galinheiros, pois ataca as galinhas e chupa seus ovos com extrema avidez.
José Augusto, Michele, Dannea,
Amaro, Tê, Thiago, Jéssica,
Ana Maria.
Aleixo disse que ele era filhote, tinha pouco mais de um metro. Ele era muito bonito e quis fotografá-lo, mas logo nós o soltamos. Ele fugiu rapidamente pelo bosque.
Mais uma iniciação de Reiki II. Oito novos Reikianos que se propuseram a estudar os dois novos símbolos e revisar o primeiro, em meio a exercícios de meditação, vida plena, autoconhecimento, prática de cura com as mãos e troca energética. 
Sintonização com a presença dos seres de luz fazendo com que os protagonistas sintam o significado genuíno da consciência Crística em si mesmo!
Aleixo com o teiú.
Percebemos o ambiente iluminado. O espaço por si mesmo propicia um bem estar a todos os nossos corpos e a bênção da oração o torna prazeroso à nossa alma. 
As cigarras colocaram música ao fundo e a Jéssica quis ser registrada em foto com os perus. Ela nos garante que nunca tinha visto essas aves de perto!  

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

SHERAZADE


José Araújo, Didi e Marco, 1944.
Com a chegada das chuvas, as cigarras proliferam, as árvores brotam e a passarada parece mais feliz em meio à vegetação, agora toda verdinha. Hoje, apareceram alguns macacos grandes nas árvores ao fundo da chácara.  Como podamos a ingazeira, eles não ficam mais no pátio. 
Aleixo encontrou filhotes de quero-quero já grandinhos correndo pela relva e os trouxe para me mostrar sob os protestos da mamãe quero-quero. Aproveitei e fotografei o casalzinho que finge timidez, parecem quase mortos, mas, se os soltamos, fogem a toda velocidade. Depois, fomos devolvê-los ao lar campestre para aprovação da brava mãezona.
Lembrei-me de que a arte de contar histórias está sumindo, infelizmente. Mas o contador de histórias sempre ocupou um lugar muito importante em outras épocas. As famílias não têm mais a união de outrora, as conversas entre amigos se tornaram banais. 
Casa Araújo, Goiânia, 1940.
Uma vez, eu usei o pseudônimo de Sherazade. Esse é uma variante do nome da narradora da coleção de contos árabes das Mil e uma noites! É que sempre gostei das histórias. Aliás, contar histórias une as famílias, anima as conversas, torna a aula agradável, reata o diálogo entre familiares, traz sabedoria aos adultos, torna um jantar interessante, aguça a inteligência, ilustra palestras e conferências.  E há sempre uma história adequada à ocasião!
José Araújo, pioneiro
em Goiânia, 1938.
Parece que tenho novo projeto à vista. A sugestão é de minha irmã Clélia. Ela visitou meu blog e lembrou que poderíamos tentar resgatar a história de nosso genitor. Sugeriu que fôssemos à busca da saga do nosso pai, da histórica viagem que ele fez no lombo de um animal, partindo do sertão de Pernambuco até chegar à cidade de Goiás. Papai não gostava de relembrar o passado, sofreu muito naquela viagem, mas Clélia lembrou-se de alguma coisa que ele deixou escapar e pode ter compartilhado com outras pessoas também. 
Ela se lembra de ele descrever os apuros por que passou escondendo-se dos cangaceiros que vagavam pelo sertão nas primeiras décadas do século passado. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Papai nasceu em 1906 e acreditamos que veio para Goiás na década de 20. 
Clélia ouviu o depoimento do irmão de seu antigo chefe - Modestino Hermano -, que papai teria chegado a Goiás com peles raras, e que conseguiu exportá-las naquela ocasião. 
Praça Cívica em Goiânia, 1942.
Naquele tempo, não era proibido, mas ele foi o primeiro cidadão em Goiás a exportar. O senhor José Hermano, que ainda está vivo e lúcido, de acordo com suas deduções, contou-lhe essa história há alguns anos. Não sabemos de mais ninguém contemporâneo de nosso pai que ainda esteja vivo, mas é provável que a gente possa descobrir alguém. 
Papai teve um monte de empregados no antigo armazém de Goiás e também no que abriu aqui em Goiânia. Um deles se tornou um homem com bastante prestígio político e ajudou minha irmã na época em que ela foi aprovada no concurso do BASA.  
José Araújo criava  ema no quintal.
Esse senhor intercedeu para que o Banco da Amazônia lhe oferecesse a vaga em um local no qual ela pudesse dar continuidade ao seu bacharelado em Direito, recém-iniciado.  O antigo amigo de José Araújo fez questão de reiterar que a ajudou em memória de nosso pai, a quem ele devia muito. Seu nome é Múcio Teixeira, mas temos esperança de que possa haver outros ainda...
Residência de José Araújo.
Minha sobrinha Tarsila sonha em fazer um filme, futuramente, em parceria com o primo Leandro, sobre o avô e os pioneiros de Goiânia. Quem sabe a gente não começa uma pesquisa que possa ajudá-la em seu projeto?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

VOVÓ BENEDICTA


Dados da Vovó Benedicta Gimenez Moniz na visão de Tia Dolores, assistida por sua filha Fátima Nuss Macedo.
Aparecida Nuss, Regina e Aleixo,
no Tinguá,2012.
A bisavó da Tia Dolores chamava-se Joaquina, avó da Benedicta Florido Gimenez Muniz e deve ter nascido em uma das Ilhas Canárias. Ela ficou viúva cedo, com três filhos, sendo um ainda de berço.  Seus filhos chamavam-se João, Antônio e Conceição, que foi a mãe da avó Benedicta, esposa do patriarca João Nuss.
Conceição era muito linda, foi pedida em casamento por Antônio, sua mãe pensava que ela não queria, mas aceitou imediatamente e se casaram. O local em que ela vivia era difícil, com vulcão sempre fumegante, a água era de poços que ficavam distantes.  
Avós: João Nuss e Benedicta Gimenez
O novo casal resolveu vir para o Brasil com a mãe Joaquina e os irmãos da Conceição - João e Antônio - pai do Tio Bruno. Conceição estava grávida da vovó Benedicta. Eles vieram de navio, foram 10 dias e 10 noites, mas não foi possível desembarcar no Brasil, devido a uma epidemia. Tia Dolores não soube dizer se a epidemia era no Brasil ou se a deixaram na Espanha. Assim, o navio seguiu para outro país que os aceitassem, que foi a Argentina, onde a vovó Benedicta nasceu, mais precisamente, em Buenos Aires.
Pararam na Argentina e lá gostaram do clima e ficaram uns 40 dias, onde os irmãos da Conceição até arrumaram emprego, mas logo veio a permissão para irem para o Brasil e vieram todos. 
Dez dos 14 filhos do casal:
João Nuss e Benedicta. 
Foram parar nas proximidades de Italva, não se sabe se já havia algum parente lá.
Foram empregados de fazenda, alguém falou que podia colher e comer o que quisessem e aí fizeram um festejo com milho assado e outros alimentos. Daí, o patrão soube e mandou prendê-los. Então, as mulheres pegaram as crianças e disseram que iam juntos para a prisão. Chegando lá, todos os trabalhadores começaram a lavar a prisão e logo foram mandados embora. Trancaram a prisão e eles ficaram do lado de fora! Acabaram voltando para o mesmo local, mas Tia Dolores acha que foram trabalhar para outros fazendeiros.
Casal  ancestral da família Muniz.
Depois, resolveram mudar para um local chamado Pau Ferro e aí Benedicta, ainda garota, não acompanhou os pais, quis ficar com a avó Joaquina. Sua mãe mandava o marido ir buscá-la duas vezes por dia. Mas ela se escondia e o pai não conseguia levá-la. Sua mãe tampouco o conseguiu! Quando idosa Benedicta contou que se escondia no barranco de um rio...
Os irmãos Antônio e João resolveram voltar para a Espanha. Joaquina também quis acompanhá-los, daí a Benedita não quis ficar sem a avó e retornaram para a Europa. Vovó Benedicta tinha mais ou menos cinco anos nessa época.
Tio Máximo e Jacinta,
1956.
Na Espanha os tios da Benedicta casaram-se, tiveram filhos, até que chegou um período de guerra com o risco de irem para o campo de batalha de Cuba. João era o mais forte, com maior possibilidade de ser levado para a guerra, então, ele voltou para o Brasil. Segundo tia Dolores, Antônio era franzino, teve pneumonia seis vezes, era muito magro mesmo.
Joaquina, o filho Antônio e a neta Benedicta ficaram na Espanha. João arrumou uma companheira no Brasil - Dona Délia. Juntos, tiveram dois filhos, um chamava-se também João (conhecido como João 2º), depois resolveu deixar Dona Délia e voltou à Espanha, casou-se e teve mais dois filhos lá.
Mais tarde, resolveram todos voltar para o Brasil, quando Benedicta estava com 18 anos. A avó Joaquina que na ida para a Espanha passou muito mal, nesta volta passou bem.
Pedro Nuss, no enlace de
Antônio João e Mª Sandra. 
Dona Délia deixou os filhos conhecerem a avó, mas ela nunca procurou o João. Logo Benedicta, ainda aos 18 anos, conheceu João Nuss, com 32 anos.
O Tio João era casado com Maria Robaina (costureira). Benedicta teve irmãs: Joaquina (casada com Pedro Robaina - irmão da Maria Robaina); Conceição (casada com Domingos Florido). Tia Dolores ficou confusa, se o nome era Domingos mesmo, e Francisca, que noivou com João Florido, primo do Domingos, mas não chegaram a casar, pois a Francisca adoeceu e faleceu. Havia também um irmão Francisco (casou com Antônia da família Mérida, que morreu cedo, tendo deixado uns quatro filhos).
Tia Dolores, uma das
filhas de Benedicta, 2012.
Conceição: mãe da Chiquita (casou com Hilário irmão do nosso Tio Bruno-marido da Tia Maria-filha da vovó Benedicta).
Joaquina teve três filhos: Florípes, Eulália (Lalá) e Sirlei (a caçula).
Pedro Nuss – pai do vovô João, nasceu em Nova Friburgo, quando rapaz saiu da cidade sozinho, foi passando de fazenda em fazenda, ele fazia bengalas com desenho no cabo (desenho de passarinho) e também fazia serviço de alfaiate (ternos), chegou a São João do Paraíso, lá encontrou com Maria Rita e se casaram, tiveram 3 filhos: Pedro, Madalena e por último João Nuss. O irmão Pedro Nuss faleceu, quando o vovô João tinha três anos, que em adulto falava que tinha lembrança só do avô e não do pai. Este avô deve ser por parte de mãe, pois a família ficava em Friburgo. Sabe-se que sua família também tinha ascendência europeia. Teriam vindo da Alemanha e se radicado em Friburgo.
Tia Mercedes, jovem.

Pedro casou-se com Juliana. Madalena casou-se com um rapaz da família Bauer, conhecido como Zeca. Como se sabe, o sobrenome Bauer é de família alemã. Este nome ainda permanece aliado à família Nuss, assim como tantos outros: Teixeira, Macedo, Oliveira, Alves, Ferreira, Ornelas, Muniz, Correia, Gonçalves...

João Nuss casou-se com Benedicta Florido Gimenes Moniz dando origem à nossa família.

domingo, 23 de setembro de 2012

TIO ALFREDO


Aleixo e Regina em Londres, 2010.
Aleixo conta que, na sua infância, buscava a companhia dos primos para brincar. Sua irmã Lourdes tentava acompanhá-lo  nas traquinagens em casa, mas era menina e mais nova. Silvia e Felipe chegaram depois e havia boa diferença de idade entre eles. Assim,  seus maiores amigos eram o Joãozinho do Tio Pedro e o  Gonzaga. Mas gostava muito de estar com os filhos de tio Alfredo Ornelas e tia Mercedes também. Todavia,  esses primos e primas se ocupavam bastante com  a Venda do pai  e não tinham muito tempo livre para brincadeiras. Porém, todos os primos e primas recebiam suas visitas frequentes, ele não esperava que o procurassem.   Isto acontece até hoje!
Antônio Ornelas, esposa, Aleixo
e Dalva, 07.03.12.
Conta que Joãozinho e ele aprontavam muito, disputavam a supremacia física com lutas sem violência, apenas disputa de força. Caçavam nas florestas e pescavam nos córregos que lá eram chamados de valão. Muitas eram as brincadeiras. Naquela época as crianças adoravam explorar os arredores, criando o seu próprio entretenimento junto à natureza. E os meninos brincavam separados das meninas.
Quando fomos visitar o tio Antônio, há algum tempo, Tia Norelina  me contou que ele costumava aparecer para comer um bom prato de canjica. Até hoje Aleixo é um exemplo de magro guloso!
Aleixo e Tia Lourdes, 2012.
Tio Alfredo era um homem muito empreendedor. Cuidava do seu sítio, tinha a venda que administrava com o auxílio da esposa e dos filhos, tinha uma fabriqueta de ferramentas (forja) e foi responsável pela criação da primeira escola da região, na qual os  seus familiares e a comunidade local estudavam. 
Aleixo respeitava e admirava todos os seus tios e tias, mas tinha predileção pelo Tio Máximo e pela tia Lourdes!  E sei que todos  que eu tive o prazer de encontrar em vida, junto com o Aleixo, demonstram verdadeiro afeto por meu marido. Eu sinto isso a cada vez que vamos visitá-los!
Regina, Rodrigo, Marília,
Rafael e Aleixo 
Talvez as últimas gerações não consigam compreender o valor que teve o embasamento familiar iniciado pelo casal João Nuss e Benedita Ximenes. Possivelmente essa energia se cristalizou beneficamente e até hoje pode ser percebida na descendência e nos laços de afeto que ligam essa imensa família, independente de tempo e espaço.

sábado, 22 de setembro de 2012

É PRIMAVERA...


Regina,22.09.
Lembro que durante uma de nossas viagens ao exterior sentíamos falta dos pássaros brasileiros e até me lembrei do escritor romântico Gonçalves Dias que cantou nossas aves e palmeiras. Hoje acordamos com os pássaros que cantam neste bosque da Shamballa, não apenas celebrando a vida, mas também demarcando seu território. São muitos, em bando, em grupos familiares ou isolados e de diversos tipos. 
Praça Cívica em Goiânia.
Minha miopia não me permite identificá-los com precisão ao longe. Percebo mais a cor, o movimento e seu canto alegre. Os sabiás são os que mais marcam com sua presença constante, comem a ração do papagaio e até dos cachorros. As juritis, as rolinhas e os pombos reais também não dão sossego, estão sempre compartilhando a ração das galinhas e dos perus. Passam bandos de periquitos, araras, tucanos, entre outros.
Agora é primavera e as primeiras chuvas trouxeram maior encantamento lúbrico à natureza que manifesta a sua exuberância colorida!
O Coreto da Praça Cívica!
Bettina continua cuidando bem de seus filhotes. Vou vendê-los daqui a dois meses. Todavia, uma das crianças que vai ganhar o seu primeiro animalzinho deve vir aqui hoje para escolher. Eu disse que é muito cedo, só vou entregá-lo após a primeira vacina, mas a impaciência infantil com a expectativa feliz do presente não aguenta esperar. Celina o trouxe aqui. Veio com sua amiga Lúcia, seus filhos, a Vivi e o Rafa.
Agora acontece a feira anual da Holambra em Goiânia! O palco é a Praça Cívica que me traz tão boas lembranças da minha infância. Essa praça é o marco central da cidade de Goiânia. É dali que partem as principais avenidas - Goiás, Tocantins, Araguaia, 83, 84, 85 e 90. 
Monumento às Três Raças.
Nessa praça está localizado o verde Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governador de Goiás, o Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o centro administrativo, o Museu Zoroastro Artiaga e o Monumento às Três Raças. 
A Praça Cívica abriga a cada ano as festividades de aniversário de Goiânia, comemorado em 24 de Outubro, com a presença de cantores e cantoras nacionais de todos os estilos musicais. 
Palácio das Esmeraldas - GYN.
Nossa praça também é palco para apresentações culturais e religiosas como a cantata de Natal e as festividades de Ano Novo, protestos contra políticos, além das comemorações de Corpus Christi, sempre realizada no início do mês de junho.
E logo mais visitaremos a feira de plantas que abre hoje na Praça Cívica...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

JILÓ RE- CON- FI- GU- RA- DO


Lei e Re, no aeroporto do Rio.
Ontem nós assistíamos à programação televisiva à noitinha quando comecei a ouvir ruídos semelhantes a miados. Questionei o Aleixo se ele prendera os cachorros e ele me respondeu que apenas a Kei-Ra estava no canil. Lei abaixou o som da TV e foi dar uma volta atrás do som que também ouviu. Voltou minutos depois com o primeiro filhote da Bettina nas mãos. Ela havia entrado em trabalho de parto. Depois foram chegando os outros e assistimos a todo o processo, maravilhados com a perfeição da natureza. 
Bettina amamentando filhotes após o parto. 
Tem uma placenta para cada filhote. Bettina foi parindo um de cada vez, ela mesma cortou o cordão umbilical e fez a higiene necessária com a boca. Lambe cada um deles para que se alimentem ou evacuem no momento certo. Hoje cedo havia seis filhotes. Saímos por algum tempo e ao retornar havia chegado um retardatário. Ela parece estar bem e os filhotes estão mamando normalmente. 
Gosto muito de jiló. E ofereci doce de jiló ao Aleixo. Ele provou e aprovou, mas logo me disse que eu havia  re- con-fi-gu -ra-do - o jiló! Rimos muito de sua criatividade. É que o doce de jiló tem gosto de doce de figo e quem lho ofereceu foi a Re! Aliás, se eu não soubesse de que era feito, juraria que era mesmo de figo, que adoro! 
Jilós emagrecem e purificam o hálito. 
A chuva veio no momento do parto da Bettina. Hoje o clima amanheceu maravilhoso. E já percebemos o início da estação das cigarras neste ano de 2012!  Sabemos que as cigarras são insetos que possuem um longo período de transformação que chamamos de metamorfose. A metamorfose nos insetos é comum, mas as cigarras são os únicos insetos que produzem o som alto e estridente que conhecemos. 
As fêmeas adultas de cigarra são fecundadas pelo macho no período de intensa agitação. É a época em que os machos cantam mais. Depois de fecundadas, as fêmeas põem seus ovos em ramos e folhas de vegetais, e morrem logo após. Quando os ovos das cigarras eclodem, saem ninfas, os insetos jovens, que descem das plantas e se enterram no chão, alimentando-se da seiva das raízes. 
Cigarra na primavera da Shamballa.
Dependendo da espécie de cigarra, a fase em que ela fica enterrada no solo pode durar de quatro a dezessete anos. Depois de passar por esse período ela abandona o solo e sobe nas árvores. Uma vez nas árvores, a cigarra sofre uma transformação, tornando-se adulta e apresentando-se pronta para o acasalamento. 
Nesta época da primavera brasileira, as cigarras ficam em intensa movimentação. Os machos que possuem aparelho estridulatório em seu abdome emitem sons para atrair as fêmeas ou afastar os predadores.  Cada espécie de cigarra tem um canto diferente, sendo que as maiores fazem mais barulho, principalmente nos dias mais quentes. 
Astro, Bettina e Kei-Ra no sítio.
O barulho feito pelas cigarras é alto, por isso tanto os machos quanto as fêmeas possuem um par de membranas que funciona como orelhas, para que o som estridente não provoque danos ao inseto.
Os machos de cigarras cantam não só para atrair as fêmeas, mas também para manter seus predadores bem longe, principalmente as aves. Ao cantar, o som alto e estridente das cigarras machuca o ouvido sensível das aves, além de atrapalhar na comunicação do grupo. 
As cigarras têm importância positiva e negativa no ecossistema. A importância positiva é servir de alimento para predadores, e a negativa é a de ser praga para algumas culturas. Quando as ninfas das cigarras estão no subsolo, sugam a seiva das plantas pelas raízes, provocando ferimentos que servem de porta de entrada para fungos e bactérias causadores de doenças.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PERALTICES DE ALEIXO MENINO


Aleixo, no Arpoador, Rio, 66.
Aleixo lembra que todos os familiares o consideravam extremamente levado na infância. Sua avó Benedita algumas vezes queria pegá-lo para aplicar-lhe um corretivo, costume educacional da época! Ele, então, se escondia debaixo das mesas e imitava o latido e o rosnar dos cachorros para escapar do castigo. Meu marido acha que devia ter uns três anos  nessas ocasiões e ouviu esse relato de suas tias! 
Lei reconhece que não era uma criança fácil de ser educada. Sua mãe costumava fazer uns camisolões para que ele vestisse na primeira infância, mas ele queria calças. Então, ele arranjava um jeito de eles rasgarem ao subir nas árvores! Acontece que Dona Joaquina resolvia costurá-los... 
Daí, ele descobriu um jeito de ficar livre daquelas indumentárias... Percebeu que sua mãe colocava as roupas infestadas de carrapatos próximas ao fogão para serem sapecadas. 

Seu avô João Nuss e netos: Márcia e
Francisco José.
Passou a imitá-la, colocando seus camisolões também, mas fazia com que eles fossem queimados mesmo. Dona Joaquina acabou capitulando e passou a costurar-lhe calções que Aleixo julgava mais masculinos!
Ao perguntar à mãe Joaquina como chegavam os bebês, ela lhe respondeu que as cegonhas os traziam. Ele perguntou então sobre os filhotes dos diversos animais. Ela lhe disse que havia cegonhas para todo tipo de bicho e ele a desmentiu na hora, afirmando ter visto como os animais eram encomendados e depois paridos.
Ele lembra que quando começou a frequentar a escola rural já detinha algum conhecimento assimilado em casa. Conhecia o alfabeto, parte da tabuada e o B+A = BA.

Tia Francisca, irmã de sua mãe.
Sua escola  ficava a 3 ou 4 quilômetros de distância de sua moradia. Os meninos iam a pé, descalços em sua maioria e cruzavam riachos,  passando por trilhas, trechos de floresta que eles chamavam de capão. Era verdadeira aventura. 
A sala de aula era constituída de crianças de todas as idades e níveis, quase todos primos!  Sua primeira experiência escolar foi em sala improvisada na casa do Tio Pedro e ele se lembra do primeiro mestre – Benedito Cipó. Esse era um negro alto, magro, calmo e andava se contorcendo devido a algum problema físico. 

Aleixo e Regina. Farol da
Pousada do Brasigóis, RN.
Quando fui a Itaperuna, quis conhecer o local da antiga escola de sua infância, na região da Capivara, onde Aleixo nasceu e viveu até os 13 anos de idade. Ele me contou que essa sede foi construída pelo Tio Alfredo e me mostrou uma árvore plantada por sua irmã Lourdes na década de cinquenta.

Minha imaginação de escritora fluiu pensando na riqueza das histórias vividas pela família Nuss e as outras famílias às quais eles entrelaçaram suas vidas...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

SABIÁ NARCISO


Um ano atrás estivemos em Nazaré, Pt.
O sabiá narciso desistiu da janela fechada por semanas desde nossa última viagem. Então, ele resolveu mirar-se no vidro do carro. Todo dia tanto o vidro frontal quanto o traseiro ficavam sujos de caca. Aleixo decidiu cobri-los com plástico preto... Ontem, ao sairmos, percebemos que eram os espelhos retrovisores que estavam sujos... E foi preciso cobri-los também! 
Um casal de sabiás fez um ninho na coluna da varanda. É gratificante ouvir os sons que emitem quando alimentam os filhotes. Para não fugir à regra, os pássaros pretos deixaram lá um ovo e eles alimentam também o filho adotivo. Aleixo comentou que até entre os bichos há os exploradores que aproveitam da boa vontade ou ignorância do próximo... Coisas da natureza divina!
Cigarra na árvore do bosque da Shamballa.
As cigarras ainda não chegaram este ano. O calor continua intenso. Mas a chuva parece próxima. Soube notícia de algumas chuvas em bairros goianos e aguardamos a nossa cota! Dizem que quando os ipês amarelos 
florescem completamente, é prenúncio de chuva! Essas árvores nunca estiveram tão exuberantes como agora!
Aconteceu mais uma sintonização de Reiki no fim de semana. Nem preciso repetir a especialidade da energia que compartilhamos agradecidos. Mais tarde seria a festinha de aniversário das netas de minha irmã Celina, mas dormi e perdi a hora. No dia seguinte, fomos levar os presentes da Melissa e da Carolina! 
Ipé florido perto da  PUC - Goiás!
No domingo cedo fizemos um passeio pela Feira do Cerrado que adoro. Lá encontramos os sobrinhos Lívia e Thiago. Ela está exibindo a barriguinha com o herdeiro que já foi encomendado e é esperado ansiosamente pelos familiares. Soube que minha sobrinha Aline também espera bebê e fiquei muito feliz! Sei que a irmãzinha Amanda e o papai Fábio devem estar comemorando! Mais crianças na família!
Bettina está prestes a ter filhotes e nós queremos estar presentes desta vez. Só depois pretendemos visitar os netos brasilienses! 
Afilhado Lucas e minha comadre Helen!
Sei que a musicoterapia é salutar à nossa harmonia física, mental, emocional e espiritual! E como nosso espaço é propício, eu procuro entrar em contato com os sons da natureza, como o barulho da água e do vento, o canto dos pássaros ao natural.  Evito sempre que possível frequentar lugares em que prevaleçam os sons de motores e buzinas. Se isso não for possível, apenas fico em silêncio e costumo ouvir o universo tocando a mais linda música da qual a gente faz parte e, talvez, tenha esquecido o arranjo: a melodia da nossa própria essência divina!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FERROVIA GOIANA


Juliana equipada para o sol goiano
Nosso final de semana prolongado foi bastante alegre com a presença de filhos e netos. Em algum momento, conversávamos sobre a falta de ferrovias no país e eu me lembrei da estação ferroviária de Goiânia e de sua importância na minha meninice.
Quando eu era criança, minha mãe costumava passear com seus filhos pela Avenida Goiás, bem no centro de Goiânia e próxima à nossa casa. Geralmente, íamos ao Coreto da Praça Cívica. Outras, visitávamos o escritório do papai na avenida Anhanguera com direito de parar na sorveteria do senhor Alberto Costa - A Fonte Expressa!.
Matheus na Shamballa. Acima
retrato pintado por Ione Araujo
Mas, algumas vezes,  mamãe nos conduziu até a estação ferroviária e acompanhávamos o movimento de chegada e saída do trem que ela chamava de Maria Fumaça. Minha memória registra que pode ter sido logo depois de uma inauguração oficial da estação, em meado da década de 50.
Só mais tarde viajei naquele trem. Primeiramente, um pequeno trecho em excursão promovida pela escola. Mais tarde, talvez em 67, em companhia da minha amiga Gilzelda  Gregorim, de seus irmãos Filhinha e Nenê, mais outros dois  amigos. Viajamos felizes até Pires do Rio para visitar conhecidos. O trajeto era de 220 km e levamos cerca de sete horas para chegarmos ao nosso destino! Mas minha cunhada Ione viajou de trem com meu irmão Marco e os filhos para Ribeirão Preto na década de oitenta! Ela tinha medo de viagens de carro ou avião na época! Agora, apenas um  dos vagões jaz exposto no prédio da estação para contemplação turística.
Estação Ferroviária de Goiânia, 1957.
Esta estação tem uma história de décadas de construção. Havia certa disputa entre os goianos e os habitantes do Triângulo Mineiro que outrora também foram goianos...
Depois de mais de uma década desde o início da instalação dos trilhos, em janeiro de 1920, o governo federal assumiu a administração da Estrada de Ferro Goiás, que foi autorizada a explorar o transporte ferroviário na região do Triângulo Mineiro e em Goiás. 
Então, a linha Araguari-Roncador, com 234 quilômetros de extensão, foi incorporada à nova Estrada de Ferro Goiás. Nos primeiros anos da década de cinquenta do século XX, a Estrada de Ferro Goiás já percorria todos os seus 480 quilômetros de extensão.
Outra imagem de nossa estação.
A chegada dos trilhos da ferrovia, em solo goiano, teve uma importância fundamental para o desenvolvimento da economia da região, dominada, até então, por comerciantes das cidades do Triângulo.
Desde a construção, em 1907, do ramal ferroviário que ligava a cidade mineira de Araguari à cidade goiana de Catalão, a cidade de Goiandira era o ponto de encontro das estradas e os comerciantes mineiros vinham sofrendo prejuízos em seus negócios.  Pois, a partir de 1915, as cidades do sudeste de Goiás acabaram assumindo o controle do comércio regional, antes dominado pelas cidades do Triângulo Mineiro.
Foto mais atual do prédio da  estação.
A cidade mineira de Araguari, no entanto, continuou tendo significativa participação no comércio de Goiás, servindo de ponto de integração com as regiões sul e sudeste do País.
A disputa entre mineiros e goianos na região servida pela Estrada de Ferro Goiás acabou comprometendo o futuro da Companhia. A empresa entrou em séria crise financeira e administrativa, o que dificultou e impediu a aplicação dos programas de reaparelhamento de suas linhas. A construção da nova capital federal provocou a expansão das rodovias e consequentemente as ferrovias passaram a ter um papel de menor importância na época.
Perus separados por brigarem pela perua
Mas em 1957,  todas as empresas ferroviárias federais foram englobadas em uma sociedade por ações, inclusive a nossa  Estrada de Ferro Goiás.
Atualmente, o território goiano é servido por 685 quilômetros de trilhos, pertencentes à Ferrovia Centro Atlântica, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce e sucessora da antiga Estrada de Ferro Goiás e da Rede Ferroviária Federal. Essa empresa ferroviária percorre com seus trilhos a região sudeste do Estado, passando por Catalão, Ipameri, Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador Canedo e indo até a capital federal. Por enquanto, a Centro-Atlântica promove o escoamento de boa parte da produção econômica goiana, embora tenha sua capacidade de transporte limitada à sua pouca extensão.
Matheus, Luciana, Otávio e Juju, 08..09.12
Essa Centro-Atlântica transporta produtos industrializados e insumos, tais como: derivados de petróleo, contêineres, fertilizantes, produtos agrícolas, minérios, produtos siderúrgicos, cimento, produtos químicos, entre outros.
A origem da FCA está no processo que privatizou a Rede Ferroviária Federal S.A. Isto levou a leilão a Malha Centro - Leste em 14 de junho de 1996, integrando o Programa Nacional de Desestatização. O início da operação se deu em 1º de setembro do mesmo ano. 
Na estação de Goiânia há uma placa com a data de 11 de novembro de 1952 marcando a chegada do primeiro trem noturno ali.  Suas instalações exibem o estilo art-déco. O edifício possui na área interna principal alguns murais de frei Nazareno Confaloni, introdutor do modernismo em Goiás, pintados em 1953. 
Nossa Avenida Goiás, neste 06 de setembro.
Durante mais de vinte anos serviu como estação ferroviária de Goiânia sendo desativada na década de 1970. Com a extinção da Estrada de Ferro de Goiás, a locomotiva n.º 11, símbolo da estação, mais conhecida como Maria Fumaça, foi colocada como exposição na parte externa da antiga Estação. 
O prédio passou por várias reformas; em 1985, por exemplo, foi adaptado para atender às necessidades do Restaurante do Centro de Cultura e Tradições Goianas, hoje extinto. Em 1987, foi criado o Centro Estadual de Artesanato de Goiás, que passou a funcionar desde então, no prédio da estação. O edifício abriga hoje a cooperativa dos artesões de Goiás e a Banda Marcial da Prefeitura de Goiânia - Projeto Musicalidade. A última reforma aconteceu em 1999. 
Ainda  a nossa Avenida Goiás.
O prédio é tombado pelo Governo do Estado desde 1998. Por volta de 1984 foi noticiado que a RFFSA e a prefeitura de Goiânia haviam fechado um acordo, em que a prefeitura ficaria com o terreno do pátio ferroviário, de localização central, no qual foi construída uma nova estação rodoviária; e em troca a ferrovia receberia um terreno bem maior, fora da cidade, para instalar um pátio maior e mais espaçoso. 
O pátio, realmente, foi transferido para a estação de Senador Canedo, a cerca de 20 km da cidade de Goiânia e a oito quilômetros de nossa Shamballa. Trens de passageiros não chegam ao prédio de Goiânia desde os anos 1980. Agora a nossa Presidenta Dilma Roussef anuncia grande investimento nas Ferrovias Brasileiras... Vamos torcer para que isso aconteça mesmo!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PARAÍSO PARTICULAR


Aleixo, Regina, Patty e os gêmeos:
Breno Gustavo e Ana Júlia.
Como eu gosto de viver neste espaço que ocupamos – a chácara Shamballa! Sou grata ao cósmico pelo privilégio! É interessante acompanhar as estações junto à natureza... Não são aquelas estações que estudamos na geografia escolar... Algo mais peculiar, subjetivo. Por exemplo: acompanhar o caminhar do sol durante o ano... A época da seca e das chuvas... Do calor e do frio... Época do vento e das folhas secas... Dos caramujos, das cigarras... Dos pássaros buscando sua nutrição nas frutinhas, nos insetos, nas sementes das árvores e até na comida do papagaio ou dos cachorros... 
É muito gostoso caminhar pelo sítio acompanhada dos labradores, observando todo o verde ao redor, sentindo as folhinhas de angico caindo em meus cabelos como há pouco me acontecia... 
Foto de nossa casa, 25.07.2011.
Colher cachos de banana, mamão, laranja, limões, mexerica, pitanga, jabuticaba, carambola... Catar frutos do jatobá no chão e parti-los para os cachorros... Nosso amigo Ricardo Abrahão esteve aqui em visita e me disse que eu chamo Lei o dia inteiro, mas temos dois sinos, um é a campainha que anuncia as visitas, o outro é aqui dentro para eu chamar meu marido que some o dia inteiro da vista de meu zelo carinhoso... rsrsrs
Adoro ler na rede enquanto os mosquitos não chegam. Mas houve época em que desejei ser mulçumana e obrigada a  usar uma burca que só tem buraquinhos para os olhos, tão incomodada fico com o ataque dos pernilongos e maruins, sobretudo no verão... 
Aleixo está sempre consertando algo
Nem sabia que era alérgica às picadas dos insetos, talvez, isso seja mesmo uma característica da idade do condor... 
Mas aprendi a conviver com cada situação e não trocaria nosso espaço por nenhum outro. Claro que isso tem a ver com a minha opção pela simplicidade voluntária, por estar livre dos compromissos acadêmicos de outrora e por determos a possibilidade de estar junto ao mar algumas vezes ao ano... 
Neste espaço já recebi visitas diversas... Aqui ocorreram eventos especiais... E tem sido o ponto de encontro de amigos e familiares tantas vezes... Aprendemos muito nessa interação diária com a natureza!
Teteu e Juju na Shamballa...
A gente trabalha muito, prazerosamente. Nossos ajudantes são apenas diaristas que vêm uma ou duas vezes na semana e o espaço é grande para nós cuidarmos. Adoro plantas e criação de animais! Seu zelo e contemplação tomam grande parte de nosso tempo... Aleixo está sempre consertando alguma coisa e quando estamos no Rio, por muito tempo, logo ele sente falta dessa ocupação!
Agora ando envolvida com a leitura das Cartas de Cristo... Sou estudante Rosacruz, tenho minhas práticas reikianas, minha oração diária de que me alimento... Agradeço à saúde física, mental, emocional e espiritual que já detenho! Sou feliz!
Lucas, Gil, Helen e Nair, na Shamballa.


Mas como sou cidadã do mundo, posso morar em qualquer lugar sem maiores problemas de adaptação. 
Tenho consciência de que muita gente não gostaria de viver no campo por muito tempo, mas também sei que os seres humanos são ímpares, há gosto para tudo e cada um tem seu próprio degrau evolutivo...