domingo, 28 de abril de 2013

RETORNO E GRATIDÃO


Luciana com turbante fashion!
A gratidão traz saúde emocional e bem-estar. Esta é uma virtude que precisa ser cultivada e desenvolvida continuamente, tornando-a um hábito diário em nossa vida. É que muitas vezes não nos lembramos de agradecer e apenas reclamamos. Mas o sentimento de gratidão nos liberta da preocupação e nos acalma. Ao agradecer nosso coração descansa, nossa mente se aquieta, relaxamos mais, dormimos melhor e ficamos livres de tantas tensões da vida moderna.
A gratidão cura muitas doenças psicossomáticas e crônicas. Cura as dores da alma, como a depressão, a tristeza, a
Juju e Teteu com uniforme da escola.
solidão, melancolia, a baixa-estima, insônia e ansiedade. Devemos nos lembrar de demonstrar sincera gratidão a todos que nos ajudam, pois expressar gratidão é uma força poderosa e é um atributo natural da mente voltada para a prosperidade.
Ao desenvolver esse hábito de agradecer, a gente aciona a energia curativa do universo e muda as circunstâncias e o ambiente ao seu redor.
Cultivando a gratidão, a gente se torna mais sensível às belezas da natureza, despertando a percepção para
Aleixo com os meigos labradores.
observar a beleza do mar, das montanhas, da vegetação, das flores, dos frutos e das árvores, dos rios e  das cachoeiras. 
Quando nos despertamos interiormente para o sentimento tão nobre da gratidão, somos gratos por tudo, pelo ar que respiramos, por estarmos andando, vendo, ouvindo, falando e pelo simples fato de estarmos vivos.
Em vez de só reclamar e se focar nos defeitos e faltas, podemos ver o lado positivo de tudo que nos cerca. Quando não somos gratos, não somos capazes de sentir
Maluba autografando seu livro.
felicidade, porque ficamos focados no que não tivemos, no que não temos e achamos que nunca temos o suficiente. Todavia, por meio da gratidão, a gente se sintoniza com mais bênçãos divinas e atrai a boa sorte. 
Como é bom retornar ao lar! E desta vez nós o fizemos com muita felicidade! Minha nora Luciana se recupera muito bem e praticamente não teve efeitos colaterais depois da nona sessão de quimio! Foi à Mastologista com os exames e essa a parabenizou pela resposta ao tratamento, agendando a data de sua cirurgia ao término desse protocolo de quimio. E somos gratos ao Cósmico por sua cura!
Arhur Nuss e suas Aninhas.
Mas ao chegar não conseguimos achar o segundo papagaio. Depois percebemos penas verdes ao chão e imaginamos que tenha sido comido. Prefiro pensar que seja um gavião ou outro predador, mas nossos meigos labradores podem ser os autores... 
Tuco era tão mansinho. Foi criado se alimentando na mão de meu sobrinho André e, certamente, não reagiria a um ataque. Sei que faz parte da cadeia de alimentação da natureza, mas fiquei bastante sentida...
Planejei participar da iniciação de três sobrinhos reikianos no domingo. Eu repassaria as técnicas de quelação a todos, mas eles anteciparam para o sábado e não pude estar presente desta vez!
Minha neta Juliana, em BSB.
Ontem fiz contato com a nossa querida Maluba e soube que ela pretende vir a Goiás visitar a mãe, em Morrinhos, e deve passar alguns dias em Goiânia, possivelmente nos visitando também na Shamballa! Prometeu, ainda, esforçar-se para prestigiar a festa de formatura da Fábia, em Uberlândia, no final do mês de julho.
O clima esfriou e os mosquitos sumiram... Apesar de fazer sol, pela manhã e à noite precisamos de agasalho. E como é bom o sono com esse friozinho! Sou sonhadora e ando inspirada neste momento! Sonhos e mais sonhos!
Soube que os livros da Coletânea Goiânia em Prosa e Verso estão prontos e amanhã quero ir à Editora Kelps visualizar meu novo filho – CONFIDÊNCIAS DE UMA BLOGUEIRA

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ATRAINDO BOA SORTE



Aleixo e Regina, em 2002!
Dizem que vale a pena espalhar estrategicamente pela casa alguns amuletos poderosos. Na década de noventa, esse tipo de esoterismo imperou! Muita gente usou um símbolo que era considerado favorável para atrair prosperidade - o sapo. Havia outras ideias: os cristais que são bastante energizantes e devem ser dispostos no sudoeste ou no centro da casa; o elefante que simboliza a sabedoria e é sempre bom ter um por perto; peixes, girassóis, obras de arte e moedas antigas também são boas pedidas, capazes de levantar o astral de qualquer espaço. Mas tudo depende de nossas crenças internas, é claro. O importante é o bom senso em qualquer situação!
Filha Fábia e eu em Araguari, 2013.
Feng Shui é uma técnica chinesa que estuda, equilibra e harmoniza a circulação da energia Chi nos ambientes, bem como os energiza. Sei que a limpeza e organização fazem parte desse processo e sentia necessidade da higienização na que estamos realizando.
E há alguns dias começamos uma faxina em casa e já terminamos a etapa programada. Doamos centenas de livros usados para uma biblioteca pública e arrobas de papeis acadêmicos, apostilas, entre outros, foram para a reciclagem de papel de uma editora goiana.  Sinto-me mais leve e logo faremos a segunda etapa.
Aleixo podando o angico na chácara.
As pessoas andam sentindo as mudanças bruscas e aleatórias na natureza. Apesar de a mudança para melhor ser um desejo comum, ela acarreta outros fatores, como se desapegar de várias coisas e principalmente de sentimentos. Tive que selecionar livros, fotos e outros objetos e cada coisa tinha um significado, uma história... É como passar a vida a limpo, abrindo mão de rascunhos,  fases e projetos superados... 
A ação da natureza se faz presente na vida das pessoas,
Juju pensativa.
dando muitas vezes sinais da necessidade de harmonia e equilíbrio. É um pedido de socorro global que deve ser ouvido e principalmente entendido para que possamos agir. Justamente esse equilíbrio é o que está sendo cobrado e vem sendo resgatado gradativamente. A reforma geral vem acontecendo no planeta como se uma casa velha e quebrada estivesse sendo demolida para se construir outra, no mesmo lugar, com bases mais sólidas e reais.
Se o nosso mundinho dentro de casa e de nossa vida não estiver equilibrado, o que poderemos dizer de nossa sintonia com o universo? Ouvimos dizer que uma folha só cai se essa é a vontade do cósmico! Devemos mudar também dentro de casa, perceber como tudo funciona, as
Matheus montando o Lego.
pessoas, coisas, funções, assim como na natureza, tudo interagindo harmonicamente. Se isso não acontece, está na hora de detectar onde está o ponto de desarmonia e desequilíbrio, para poder resolvê-lo e fazer tudo entrar nos eixos como um relógio. 
O que você precisa para mudar? O que necessita para aceitar, seguir em frente e fazer a diferença na sua vida e na de todos à sua volta? É preciso rever conceitos, integrar-se com o que está acontecendo à nossa volta e no mundo, assumir a responsabilidade que nos cabe. 
Simbolo do FENG SHUI.
É muito fácil esperar mudanças desejando que alguém resolva os problemas de forma mágica, para que não tenhamos de fazer escolhas ou sermos responsáveis por elas. Compreender que a nossa vida funciona em consonância com as nossas próprias escolhas.
Pensar no que se deseja é uma das melhores formas de começar as mudanças! Quais são os caminhos para alcançá-los? Na sua conquista, o que vai implicar em termos de mudanças na sua vida? E na da sua família e amigos? E no seu trabalho? 
Então, se livre da necessidade a agradar o mundo e opte por ser quem você é,  respeitando a sua essência e sua alma. Conquiste o seu espaço no mundo e faça a diferença mudando a si mesmo! Isto certamente vai atrair-lhe boa sorte!

sábado, 20 de abril de 2013

FAZENDA BERNADINO EM NOVA IGUAÇU - R J


Com Cida Nuss, na antiga sede da
Fazenda Bernadino, 2012.
Sempre que vamos de carro ao Rio, visitamos a Tia Dolores Nuss Macedo que atualmente se encontra no sítio da filha Aparecida Nuss, em Nova Iguaçu. Ali sempre somos muito bem recebidos e, na última vez que lá estivemos, pudemos encontrar também seus irmãos Fátima que mora em Brasília e Alexandre que reside no Canadá.
Cida Nuss e Geraldo moram na região desde que se casaram há cerca de quinze anos. Além do sítio no qual residem, possuem também o Sítio Floresta Encantada que alugam para eventos religiosos. 
O local é deveras agradável e todo o espaço ao redor traz a
Aleixo, Tia Dolores, Cida, Giuliana,
Regina, Fátima e Alexandre, 2013.
energia da história do Império no Brasil. Há vários pontos turísticos que podem ser visitados e mereciam maior cuidado e investimento do governo. Os moradores tentam suprir essa falha e Cida Nuss participa de um desses grupos. 
Ali se encontra a Fazenda São Bernardino que teve sua fundação no século XVIII. Ela se localiza na estrada São Bernardino, em Nova Iguaçu, RJ, nas localidades de Vila de Cava e Tinguá, próxima à Reserva Biológica Federal do Tinguá.
Situa-se em um outeiro, em cuja parte baixa do terreno havia construções como, cavalariças, garagem para
Regina, Fátima e sobrinha Giuliana.
carruagens, estribaria, senzala, habitações para escravos domésticos e engenhos de cana e de mandioca. Sua construção terminou em 1875 e foi feita em estilo neoclássico. Seu primeiro proprietário foi o português Bernardino José de Souza e Melo. A fazenda produziu café, açúcar, aguardente, farinha de mandioca, extraiu muita madeira e exportou carvão. 
Foi tombada pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1951, no Livro de Belas Artes. Apesar de ser tombado pelo IPHAN, hoje ela está em ruínas, pois foi vítima de um incêndio criminoso na década de 1980. 
Tivemos o prazer de receber a Cida, Tia Dolores e a Giuliana, há algum tempo, aqui na Shamballa. Elas estavam em Brasília visitando a prima Fátima e nos deram a honra dessa visita.
Sítio Floresta Encantada.

Ruínas da antiga Igreja, 1875.





sexta-feira, 19 de abril de 2013

LÓGICA INFANTIL



Matheus e Juliana, 18.11.2012.
Peguei carona com meu filho Otávio para ir à Brasília. Ele tem pé pesado e percebemos que corria mais do que devia. Lu e eu o alertamos educadamente. E a Juliana interveio com seus três aninhos: 
-Papai, você não sabe que não deve correr? Assim vai dar assadura no asfalto... Ele não respondeu, mas diminuiu a velocidade bem humoradamente!  
Um dia, Otávio lhe perguntava por seu celular e a Juju lhe disse que, se o celular era seu, ele é quem deveria saber onde esse se encontrava, porque cada um deve cuidar do que é seu! 
Otavio, Lu, Mat e Juju.
Um dos meus grandes motivos de orgulho com meus netos é o uso do idioma português de acordo com a norma que eles demonstram. Sou suspeita como professora de língua e literatura, por décadas... Além disso, a mãe deles também é professora na área!
Sei que os tempos mudaram a partir da influência do cinema e da televisão, mas sinto meu ego massageado quando eles empregam a nossa língua com propriedade em algumas situações. Todavia, o que me faz rir muitas vezes é a questão da lógica infantil.
Regina e netos na escola em BSB.
Tenho estado em Brasília com frequência dando apoio à minha nora que trata um CA de mama. Isto tem me proporcionado um convívio maior com as crianças e sou grata. Uma noite,  eu disse à Juju que estava na hora de ela escovar os dentes e ela foi correndo para o banheiro. Quando cheguei lá, ela me disse: 
- Cheguei primeiro! Você chegou por última!
E eu falei de forma correta, mas sem dizer que ela estava errada:
- Ah, Juliana, que pena, eu cheguei por último!
Juju com óculos e chapéu para passeio.
Ela logo replicou:
- Você não é menino. Você é menina, vovó! Você chegou por ÚLTIMA!
Fiquei boquiaberta e na hora não soube como lhe explicar... E é claro que não tive coragem de corrigi-la. Avó não é mãe de açúcar? Pelo contrário, falei que ela era muito esperta e a parabenizei. Ela ficou toda convencida! Aliás, aos dois anos, em visita à  Shamballa, ela nos mostrou um pé de aranha... Olhamos e vimos teias de aranha ligando duas árvores!
Mat e Juju na Shamballa.
Na escovação do banheiro, daí a pouco, ela me chamou novamente a atenção. Deixei a torneira aberta enquanto colocava pasta em sua escova e ela me repreendeu, questionando se eu não queria salvar o planeta! Explicou-me que eu estava desperdiçando água e achei melhor eu me desculpar pelo esquecimento!
Esta semana, Matheus chegou da escola com o braço machucado. Luciana lhe perguntou se ele havia brigado e ele afirmou que não. Depois de alguma relutância, Mat contou que uma coleguinha havia mordido seu braço.
Lu ficou brava e lhe perguntou por que ele não a havia
Juliana e coleguinha  Duah, no parque.
empurrado. Ele foi categórico ao responder:
 -Mamãe, você não sabe da lei Maria da Peia? Rimos demais enquanto a Lu lhe pedia que nos explicasse. Ele retrucou com clareza. 
- Os meninos não podem bater nas meninas, porque existe essa lei que proíbe e peia quer dizer surra...

AGORA FALA FÁTIMA NUSS



Regina e Fátima Nuss na casa da Cida.
Hoje, recebi o relato da prima Fátima, descrevendo os irmãos e avós Nuss e quis logo  compartilhar! Fátima diz que seu contato maior foi com a Tia Francisca, porque ela morava próximo. A outra maior convivência foi com o Tio Francisco, tendo em vista ter sido o tio que ficou com seus avós, assim, quando iam a Itaperuna, dividiam o tempo entre a casa do vovô João Nuss (avós maternos) e a casa dos seus avós paternos.
Joaquina era a primeira filha, creio que após o João Emídio. Famosa como muito ativa e, por seu a mais velha da prole feminina, foi a que mais trabalhou enquanto solteira. Eu e meus irmãos nas idas à sua casa, saíamos comentando sobre o quanto era bom estar com ela, saíamos sentindo saudades de sua energia amorosa. Era pessoa de conversa agradável.
João Nuss e Benedita Gimenez Moniz.
Leonor se apresentou sempre introspectiva, porém com uma conversa cativante, que transmite bondade e simpatia, sempre muito envolvida com os trabalhos domésticos. Pessoa muito querida.
Lourdes, uma tia agradável e bonita, sempre me pareceu ser uma excelente dona de casa, nas vezes em que estive na casa dela, ela esteve à frente na cozinha, e que comida saborosa!
Dolores, minha mãe, ouvi várias pessoas citarem que minha mãe tem uma conversa agradável, acho que por ouvir com interesse o que todos têm a dizer.
Maria era a rainha da simpatia, trabalhadeira, costurava bem.
Alexandre, Cida, Fátima e André, filhos
da tia  Dolores Nuss.
Conceição com quem tive pouco contato, ouvi dizer que sempre foi brincalhona e meio implicante.
Mercedes era muito simpática, rosto bonito, covinha no rosto quando sorria! Falecida há tantos anos, é o que me vem em mente. Ela foi muito cuidadosa quando fiquei doente em sua casa.  Aconteceu que em uma ida à Itaperuna, acho que eu tinha uns 14 anos, peguei paratifo por banho em lagoa com a família (irmãos, primos e meu pai), quando estava na casa do avô paterno. Logo, indo para o Tio Francisco, fui acometida por dor de cabeça e, quando fomos da casa do Tio Francisco para Italva, eu passei muito mal, fui parar no hospital. Então, foi constado paratifo em exame de sangue. Fiquei
Tia Dolores, maio de 2012.
hospitalizada por quatro dias e a família ficou aguardando na casa da Tia Mercedes. Depois, fiquei ainda uns dias lá para me recuperar um pouco mais, antes de viajar de volta para casa. Tia Mercedes era casada com Alfredo (irmão da minha avó materna – fato semelhante à história do pai da prima Sônia, que tinha uma Tia que era cunhada, o meu pai teve um concunhado, que era também o seu tio).
Francisca era sorridente, espirituosa, muito simpática, era muito agradável estar com ela, acho que era um tanto parecida com a tia Mercedes, um rosto bonito que formava uma covinha ao sorrir. Extrovertida, porém, passou por alguns períodos de depressão.
Máximo era muito religioso (católico), fazia questão de visitar a todos, visitas rápidas.
Pedro Nuss, Cecília, Antonio João, Maria
e casal Peçanha.
Pedro – tive poucas oportunidades de estar com ele, mas era um tio ultra simpático!
Antônio era portador de olhos azuis, parecia galã de cinema, falava pouco e em baixa tonalidade.
Francisco – também tinha estampa de galã, brincalhão, atencioso com os sobrinhos, preocupado com as irmãs distantes, prestativo, um coração maravilhoso! 
Pedro Nuss, Máximo, Jacinta, Eliane e
Peçanhas.
João Emídio – a imagem que me vem à memória de sua pessoa talvez seja resultante do que ouvi falarem, mas não me lembro de ter estado com ele. Soube que ele era
moreno, bondoso e que ficou doente no Exército, de onde voltou com problemas psicológicos. Minha mãe Dolores conta da indisposição dele para se cuidar e que ela tinha um jeito especial para obter a sua aceitação nos cuidados pessoais (cabelo, barba e unhas). 


Irmãos Nuss reunidos em 08.08.1991.
Vovó Benedita falava meio enrolado, com sotaque e palavras em espanhol, quando eu era criança, com uns sete anos, a vovó já possuía bastante idade! Mas pelo que lembro, ela ralhava com as crianças choronas. Lembro-me de ela ter me presenteado e também tecido elogios por eu estar sempre ajudando nos trabalhos da casa.
Vovô João Nuss - sempre ouvi minha mãe contar, que o vovô era famoso na região onde morava, como uma pessoa boa, muito honesta; era só falar o nome dele, que se ouvia alguém citar a admiração que tinha por ele devido à sua honestidade, à sua sabedoria e ao seu humanitarismo cristão.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

FALA SONIA NUSS


Sonia Nuss, 2013.
Recentemente, a prima Maria Nuss nos enviou fotos antigas para compartilhar com a família e as lembranças de meu marido afloraram. Daí, ele quis compartilhar as recordações da prima Sonia Nuss sobre seu pai, o senhor Silvio Oliveira e seu avô João Nuss.
Sonia citou o violão, que, às vezes, Seu Silvio dedilhava, quando ela ia visitá-los... Acrescentou que ela era muito curiosa na infância e ele tocava para agradá-la. 
Prima Sonia reafirmou que o seu Silvio era um mestre no entretenimento e conhecedor de muitas artes, apesar da pouca escolaridade. A alegria fazia parte da vida dele, pois até como palhaço de circo ele havia trabalhado. Era um músico de ouvido e
Maria Nuss e esposo Luciano.
tocava qualquer instrumento que pegasse. Dançava muito bem, cantava, jogava futebol e não tinha tempo ruim quando se tratava de inventos práticos para as necessidades domésticas. Cozinhava, lavava e a tristeza nunca chegava perto dele. 
Sonia Nuss também citou os avós queridos!  Afirmou que admirava muito o vovô João!  Pois, ele era sábio, inteligente, filósofo. Disse que as suas maiores qualidades eram a franqueza, a sinceridade, sem ser mal educado. Aliás, era educadíssimo e agia com honestidade e respeito para com todos! Inclusive, ele não admitia preconceito! 
A prima se lembra de que ainda pequena, com seis ou sete anos de
Avô João Nuss, 1967.
idade, ela chamou um rapaz que trabalhava lá de negro... Então, vovô João Nuss lhe disse que não fizesse aquilo, porque somos todos iguais! Ela nunca se esqueceu desse ensinamento. Sem contar que ele era um homem muito culto para a sua época, pois lia jornais diariamente. É claro que esses chegavam atrasados, mas ele assinava "O Correio da Manhã" e ela perguntou ao primo Aleixo se ele ainda se lembrava disso...
Sonia, ainda, se remetendo às memórias familiares, diz lembrar-se de que ela gostava muito de ouvir as conversas do vovô João Nuss com os adultos! Descreve que costumava se enfiar embaixo de uma mesa grandona que havia na casa da família Nuss. Relatou que ele falava de política, das duas grandes guerras mundiais, da proclamação da república, da abolição dos escravos entre outras tantas coisas vivenciadas ou observadas por ele! Sonia ficava encantada, talvez, porque gostasse tanto de história...
Maria José e Matildes.
Uma vez ela lhe perguntou se ele havia tido escravos. E ele respondeu de forma muito prática que sua própria vida havia sido de escravo, só não havia ido para o tronco como os escravos negros, mas, no mais, havia passado por todo o tipo de sofrimento, como imigrante, acrescentando que os outros escravos ao menos sabiam o que iriam comer...  Só bem mais tarde, ao estudar a história da imigração no Brasil, ela entendeu o que ele lhe disse, então... 
Hoje, a prima Sonia Nuss faz questão de repassar todas essas histórias para seus filhos e netas...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

LEMBRANÇAS DE ALEIXO E DIRLENE NUSS



Eunice Gama e Tia Dirlene.
“Há em mim doença de lagarta, predisposição para casulo, pretensão para eterno. Voar é o meu destino”.  Francisco Perna Filho 
Parte da minha infância foi no interior, na roça. Vivia em contato com a natureza, com os animais, mesa farta, ar puro, pescando, brincando com os cachorros, gatos e outros bichos, caçando, cuidando dos  porcos, cabritos e cavalos, observando e aprendendo. Fiz de tudo o que me foi permitido fazer. 
Isto contribuiu para a minha formação como cidadão. Hoje tenho saudades.  Eu respeito as pessoas que vivem na roça, pois sei da dificuldade que é viver no interior das regiões deste país. Tenho maior carinho pela natureza e sempre procuro cuidar de sua preservação com alegria e reverência. 
Aleixo, Regina, Antônio João e Maria.
Atualmente, vivemos em um sítio que chamamos de Shamballa.  Escolhemos viver mais perto da natureza e temos um bosque e um riacho nesta opção de simplicidade voluntária. Professor aposentado, ainda trabalho como tradutor. Talvez, por um destino da vida, viajamos bastante indo ao encontro de familiares, amigos, filhos, netos e também curtindo a praia carioca. Mas continuamos a ter uma relação com o interior, com a roça, alternadamente com visitas periódicas à cidade maravilhosa. 
Dalva Nuss Ornelas e Aleixo.
Hoje, Regina me perguntou mais uma vez sobre a família Nuss. Continuamos a organizar as informações para escrever a história de nossos antepassados e tentei descrever cada um dos irmãos Nuss, contanto com a ajuda da prima Dirlene que prometeu envolver outros primos e, possivelmente, a tia Leonor.
Minha mãe Joaquina era super tranquila, muito religiosa, a mais velha das irmãs Nuss. Casada com meu pai Silvio Ribeiro de Oliveira, conhecido com Silvio Florio, por
Joaquina Nuss, netinho e Tio Máximo.
causa do nome do avô paterno.  Joaquina, por ser mais velha, ajudou a cuidar dos irmãos mais novos, inclusive, a prima Dirlene contou que sua mãe Lourdes sempre foi muito grata a ela, pois quando Lourdes era pequena, Joaquina era quem cuidava dela nas crises de bronquite. Assim, Joaquina perdia noites de sono com a irmã caçula. 
Não tiveram tempo para diversão. Apesar de toda essa gratidão e admiração entre as irmãs, Dirlene só veio conhecer a  tia Joaquina com uns oito ou nove anos. Sua mãe Lourdes lhe disse que elas ficaram sem ver
Tia Lourdes e Aleixo, 2012.
uma à outra por 16 anos e moravam a uma distância de mais ou menos oito quilômetros! Imaginem! As coitadas só viviam para o trabalho doméstico, o marido e os filhos!
Tia Lourdes também sempre foi muito católica, alegre, amorosa, bonita. Casada com Bernardino Alves Teixeira, tio Diná. Lourdes teve sete filhos, mas perdeu um. Era do tipo Amélia, esposa de marido autoritário, obediente que só! Seu único passeio era  a ida à igrejinha da fazenda -Capela de São Roque -, na porta de casa, pela qual ela era a responsável.
Aleixo, Joãozinho e Zezé, 2012.
Recebia em casa para refeição e hospedagem, os padres que assistiam a comunidade e os Padres Capuchinhos que permaneciam na região por um bom tempo. Durante o ano, Tia Lourdes acolhia em sua casa as professoras da escolinha - Escola Estadual de Flexeiras - hoje, Escola Municipal Bernardino Alves Teixeira, pois, Tio Diná fazia questão da educação não só para os filhos, assim como, para os filhos dos colonos e alfabetização de adultos.   
Dirlene relata que a tia Lourdes recebia em média três professoras e cozinhava pra elas, assim como para os camaradas que trabalhavam na roça. Dirlene se lembra de uma pilha de marmitas que ela mandava para a roça, eram os seus irmãos mais velhos que levava a  
Tia Mercedes e Tio Alfredo
comida e ela ia atrás, como companhia, brincando pela estrada a fora.  Lourdes, como as outras donas de casa daquela época tinha muito trabalho: filhos, marido, professoras, camaradas...
Dirlene afirmou que a Tia Mercedes, mesmo com a pressão 22, não faltava ao casamento dos sobrinhos. Isso era uma peculiaridade também de outros tios: Francisco (Chico), Lourdes, Leonor, Antônio, Pedro e Máximo.
Tio Máximo era também muito católico e  amigável.   Dirlene diz que o via como rígido e justo!Acrescenta que ele era muito educado, inteligente e bastante político, sempre de
Novíssima geração Nuss - Sophia,
neta da Sônia.
esquerda, mas de temperamento ponderado. Tia Cecília, mulher de tio Pedro, em sua opinião, era tremendamente explosiva.  Prima Dirlene, acrescenta uma curiosidade: tio Pedro era irmão de sua mãe Lourdes e tia Cecília era também tia de seu  pai -  Tio Diná.
Dirlene opina que o bom mesmo é ouvir o relato de cada um dos familiares,  com suas diferentes formas de visão.  Sabemos que a Tia Leonor ainda pode fazer um bom relato e contamos com a ajuda da prima Maria nesse sentindo!  Dirlene pretende fazer contato com  outros  primos para que  todos possam  participar do resgate da história Nuss!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

MEMÓRIA E MELHOR IDADE


Geraldo, Regina, Lei, Cida Nuss,
Giuliana e Tia Dolores, maio, 2012.
Com o passar do tempo a gente começa a se esquecer das coisas. Tive uma memória excepcional, mas agora, de repente, ela falha e esqueço o nome de algo durante a conversação. Isso me angustiou na prática docente nos últimos tempos. Passei a levar tudo impresso para evitar constrangimento. 
As pessoas idosas lamentam esquecer fatos ocorridos uma semana antes, mas podem se lembrar de episódios ocorridos em suas infâncias, o que pode ser explicado pela carga emocional diferente em cada acontecimento: possivelmente a pessoa se lembrará com mais facilidade de fatos com forte apelo emocional. 
Regina e nora Luciana, BSB.
Outra queixa da melhor idade se refere à repetição da história para a mesma pessoa em diferentes ocasiões, o que pode ser justificado pelo comprometimento da memória contextual: o fato é lembrado, mas não onde foi contado ou ouvido. Triste para quem pratica e mais ainda para o ouvinte!
Como citei inicialmente, a memória de evocação apresenta declínio e isto se relaciona com a frequente reclamação de lembrar recados ou trechos de conversa. Minha memória ainda funciona muito bem nesses casos! Talvez, porque outras áreas da memória ainda estejam preservadas, como o vocabulário, manejo de aparelhos e definição de conceitos, por serem são áreas mais sedimentadas.
Numa faixa etária mais elevada, em possível consulta ao geriatra, a história do paciente pode ajudar no detalhamento da queixa de perda de memória e indicar se ocorre isoladamente ou em conjunto com outras alterações cognitivas. 
Minha filha Fábia.
Portanto, o médico deve questionar o paciente sobre as atividades do dia a dia, como dificuldade em controlar o próprio dinheiro, em localizar-se em ambientes diferentes de sua casa, viagens, visitas, em encontrar palavras corriqueiras, em manter passatempos prévios como leituras e jogos, em realizar pequenos consertos em casa e em manusear aparelhos eletrodomésticos. 
Quando se verifica alteração em muitos desses itens, faz-se necessária a avaliação mais objetiva desses déficits, por meio de consulta a profissional da área. O profissional buscará, pela história, pelo exame físico, pelos exames subsidiários, de sangue
Regina, em Évora, Portugal, set.2011.
e de imagem e ainda pelo teste neuropsicológico, subsídios para o diagnóstico correto desse idoso que se queixa de perda de memória. É necessário prevenir futuras síndromes demenciais como Alzheimer, Parkson, vascular, entre outros.
Entre os diagnósticos possíveis, pode-se concluir que essa pessoa esteja com alteração de memória devido à dificuldade de atenção, decorrente de uso de medicação. Outra possibilidade  é haver alteração de afeto, em particular a depressão em suas diversas formas. 
Em relação a uma população sem queixa, algumas pesquisas concluem que o diagnóstico de declínio cognitivo leve pode significar um quadro inicial de demência, ou indicar o aumento, em cerca de oito vezes, da possibilidade de desenvolvê-la. Já outros estudos afirmam que a alteração cognitiva não é fator de risco, o que mostra, portanto, não haver um consenso nessa literatura específica. 
Prazer da melhor idade: netos!
A principal causa de demência é a doença de Alzheimer (DA) na qual, em cerca de 50-60%, ocorre inicialmente o comprometimento progressivo da memória para fatos recentes, em geral, seguida de alteração de linguagem, ou seja, anomia e afasia. 
Outras causas de demência podem ser diagnosticadas evidenciando o hipotireoidismo, a deficiência de vitamina B12, ácido fólico ou causas infecciosas como a sífilis terciária. Nosso querido  médico  - Doutor Imar  - que é naturalista, nos receita fórmulas semestrais que previnem essas ocorrências!
Aleixo e primo João Nuss Muniz.
O tratamento das síndromes demenciais, com a grande variação de sintomas que os pacientes apresentam, exige cada vez mais uma abordagem multidisciplinar com médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, voltados no sentido de dar ao paciente, e à sua família, uma melhor condição e qualidade de vida  para enfrentar essas doenças.
Na melhor idade, quem tem queixa de memória deve estar atento para esse problema e procurar auxílio profissional, não apenas atribuindo o esquecimento ao chavão popular: isso é coisa da idade. Cheguei à conclusão que as melhores coisas desta faixa etária é poder administrar o tempo no seu ritmo, curtir os netos e viajar!