quinta-feira, 25 de julho de 2013

FRIO, PAPA E LITERATURA


Regina, julho 2013
A onda de frio que visita o país tem marcado presença também na Shamballa. Hoje deixei a cama às 7 h para preparar o desjejum de nosso diarista que cuida semanalmente da limpeza externa do sítio junto ao Aleixo. O termômetro do carro marca oito graus! Percebi que ele vinha sem casaco e Aleixo logo lhe doou um dos seus! Luís César o experimentou, mas o retirou em seguida, dizendo que o trabalho
Papa Francisco no Brasil.
esquenta bastante, e que, mais tarde, o vestirá para agradar à namorada!
Tenho acompanhado com alegria a visita do papa Francisco ao Brasil. Quando Bento esteve em Londres estávamos na capital inglesa, mas ele tinha um estilo diferente em contexto diverso e não conseguiu empolgar o povo como o atual pastor católico.
Preparo um almoço para reunião da família neste domingo. Otavio, Luciana e Juju devem vir de Brasília. Matheus passou a última semana de férias na casa dos padrinhos em Goiânia e seus pais virão buscá-lo! Lá existem dois meninos - Ícaro e
Escultura na areia carioca
Dante- com os quais ele adora brincar.
Fábia, Vaíte e Fred continuam em Minas. Ela assumiu com sucesso uma vaga em um PSF em que atuou como interna antes e está feliz com seu trabalho intenso. É uma médica apaixonada! Na próxima semana iremos novamente a Uberlândia prestigiar as festividades de sua formatura.
Hoje é dia do escritor e agradeço aos seguidores de meus blogs. O que seria da literatura sem o leitor receptor?
Saúdo também os professores e todos aqueles que
Vanilda Pereira incentiva a leitura
trabalham no incentivo à leitura! Agradeço a meus pais por isso! Ambos eram leitores assíduos e nos premiavam com livros de histórias desde pequenos... 
Mas hoje faço uma homenagem a Vanilda de Jesus Pereira, ex empregada doméstica que ajudou a formar mais de uma dúzia de bibliotecas comunitárias,  tirou crianças das ruas que criou junto com seus filhos biológicos. Ela trabalha como cuidadora de idosos atualmente e nos fins de semana costuma distribuir comida a pessoas carentes. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

CANTO DA PASSARADA


Carol, Victoria e Regina, na Shamballa
Os udus continuam nos agraciando com sua presença... Durante as minhas orações matinais, na grutinha sob as árvores, alguns pássaros descem e voam ao redor e, mentalmente, evoco a energia da São Francisco na Shamballa... 
Quem visita as flores do hibisco é o beija flor! Alguns são bem pequenos. Apresentam a cor azul, verde escura ou preta. Eles gostam de ficar nas árvores que estão perto de casa, ficam parados às vezes com suas asas numa
Udu da Coroa Azul
velocidade incrível para mantê-lo no ar, saboreando o néctar fornecido pelas flores. Esse é outro pássaro que não se incomoda com quem esteja próximo apreciando sua beleza e cumpre seu ritual indiferente ao contexto. 
E os sabiás continuam procriando em nosso espaço sagrado...Também o João- de- barro que não dispensa a ração dos cães...
Ao entardecer percebemos o coro da época... Tem a época do coro das cigarras... Época do coro dos sapos... Mas, agora, o coro é dos grilos e dos pássaros noturnos... Durante o dia, os galos alternam seu coro com o do peru e dos pássaros diurnos...
Soube que o udu-de-coroa-azul é um pássaro que reside e procria nas selvas tropicais do México, da América Central, da América do
Beija-flor no hibisco
Sul e nas ilhas de Trinidad e Tobago. São muitos aqui na Shamballa! De vez em quando os cachorros caçam algum e lamentamos.
O udu é uma grande ave tropical com parentesco ligando-a a outras famílias coloridas. Eles fazem ninhos em túneis em bancos de areia, colocando três ou quatro ovos brancos.
O udu-de-coroa-azul mede em torno de 40 cm e Aleixo calculou que pesa cerca  de 150 gramas. A cauda é muito
Sou apaixonada pelos Beija-flores
longa com uma ponta exposta em forma de raquete. As partes superiores da ave são verdes, tornando-se azuis na cauda inferior, e as partes de baixo são verdes ou possuem coloração ferruginosa, dependendo da subespécie.
A cabeça possui uma coroa negra, circundada por uma faixa roxa e azul. Há uma máscara negra e sua nuca é castanha. O seu chamado assemelha-se ao som de uma coruja e demorei a perceber de onde vinha aquele som.
Esses pássaros com frequência permanecem quietos e
Udu nas mãos do Aleixo
passam despercebidos em seu habitat florestal, apesar de seu tamanho. No entanto, não temem o homem e por vezes pousam em varais de roupas ou itens semelhantes em casas próximas às matas como a nossa. Aqui eles pousam no poleiro do papagaio, nas janelas ou até no recipiente da ração dos labradores.
Eles se alimentam de insetos e lagartas, mas comem frutas com frequência, furtando nossos morangos, pitangas, jabuticabas, as frutas do Apolo ou a comida dos cães.
Quando ele beliscou seu dedo, Aleixo percebeu que ele tem o bico com serrinha de modo a prender o inseto...


Sabiá na Shamballa
Victoria e Carol com Apolo.


sábado, 13 de julho de 2013

PEQUENAS ALEGRIAS



Fábia, Regina e Aleixo, 09.07.2013.
Só há um caminho para a felicidade - não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade! Aliás, devemos nos alegrar com as pequenas coisas. Não esperar que aconteçam grandes coisas para estarmos alegres. Nossa alegria deve despontar a partir da simplicidade da vida. O olhar, o sorriso, a mudança agradável de temperatura, a chuva que cai, o vento julino, a fidelidade de nosso cães, o cumprimento amigo, o encontro com as pessoas conhecidas ou afins devem ser o suficiente para nossa satisfação. 
Médica Fábia, Vaíte e mãe coruja.
Quanto mais a gente exercita a alegria nas pequenas coisas, mais se capacita a senti-las naquelas consideradas maiores! Pois é preciso saber aproveitar as coisas simples da vida no momento em que elas acontecem: um pôr de sol, um vento no rosto, o cheiro de terra depois da chuva, o barulho do mar ou das folhas das árvores, o canto dos pássaros no bosque da Shamballa, o frescor da chuva depois de um dia abafado, o abraço cúmplice, o beijo de quem tanto amamos, a companhia dos que são importantes para nós, independentemente do local em que estejamos...
Gilberto, Vaíte, Lei, Nair, eu. Divina,
Fábia, Clélia e Paulinha.
Quem vive as coisas simples da vida compreende que é preciso realmente muito pouco para nos fazer felizes, embora teimemos em complicar as coisas. Mas Aleixo e eu, ao nos aposentarmos, fizemos esta opção pela simplicidade voluntária e temos aprendido muito com este contato com a natureza!
Ontem um pássaro azul invadiu a casa e veio às mãos do Aleixo. Eu quis fotografá-lo, antes que o libertássemos. Acabei de saber pela Ellen Amaral que ele se chama Udu da Coroa Azul! São coisas simples, mas que iluminam o nosso dia a dia...
Ao entardecer, observamos com admiração a batalha pelo
Udu da Coroa Azul em nossa sala
lugar de pouso dos galináceos mais jovens...Mas, antes, assistimos ao banho do papagaio Apolo na jabuticabeira...
Ao retornarmos das compras, encontramos muitas penas ao chão... A ração dos labradores estava intacta, porque andaram caçando... E como é bom dormir com este friozinho de julho... 
Enquanto isso, a população brasileira clama contra os abusos de nossos governantes, entre tantos outros apelos. Participei, um pouco, sobretudo pela rede, mas concordo com alguém que disse estar na hora de enfrentar o espelho, espantar esta hipocrisia de que o povo brasileiro
Convidados da Fábia no restaurante
é bom, honesto, trabalhador e mera vítima dos malvados governantes. Isto é um folclore que deve ser demolido com a simples verdade de que não somos nenhuma maravilha e de que os governantes são o reflexo de nossa realidade. O diagnóstico tem de ser realizado e enfrentado. Não há cura sem definição de qual é a doença. O povo brasileiro é a doença e seus políticos o sintoma; e não o inverso.
Quem sabe a gente não aprende a votar melhor, a exigir educação genuína para todos e a reivindicar os nossos direitos no cotidiano, em casa situação específica?
Regina, Ledice, Fábia, Wilson.
Esta semana houve um acontecimento maior! Nós fomos à formatura de minha filha, em Araguari. Ela graduou-se em Medicina. Foi muito bom contar com a presença de familiares e amigos queridos em momento tão significativo. Estou muito feliz com mais esta conquista da Fábia.  Ela já assumiu um trabalho em PSF perto de seu domicílio, em Minas, e se prepara para a residência no final do ano. E no início de agosto haverá o restante das festividades. Aconteceu apenas a colação de grau oficial para que os jovens médicos pudessem pegar o seu CRM...


domingo, 7 de julho de 2013

IMAGINÁRIO INFANTIL


Juju, Matheus e vovó Regina
Juliana tem quatro anos e basta eu chegar à sua casa para levar-me para brincar com ela. Às vezes, ela pede que eu lhe leia histórias, outras vezes brincamos com as bonecas – nossas filhas! Também desenhamos juntas ou montamos castelos unindo peças do Lego. Invariavelmente eu a acompanho ao parquinho e a  observo enquanto brinca com as outras crianças. A televisão em seu quarto é controlada pelo pai e programada para determinados desenhos e o timer funciona para não ultrapassar o tempo adequado.
No imaginário infantil, alguns palitos de sorvete fincados na areia se
Ana Júlia e Breno.
transformam num castelo, onde vive uma princesa. Um retalho de tecido vira a máscara de um super-herói. Um papel colorido se converte em um foguete espacial. O lençol apoiado sobre cadeiras forma uma cabana na floresta, entre outros exemplos.
O mundo infantil é recheado de encantamento e imaginação. Em suas brincadeiras, a criança transforma o mundo e a realidade. Ela faz uso dos objetos e brinquedos de acordo com seus desejos e necessidades de expressão. No seu lazer, a criança expressa o seu mundo imaginário e elabora assim os seus sentimentos e as suas experiências.
Quando brinca, joga, desenha ou faz uma colagem, a criança está criando. Sua imaginação lhe permite sonhar e divagar, traduzindo o mundo real numa visão pessoal. Para isso, ela recorre às fantasias presentes em sua mente, que começaram a se formar desde o início de sua vida.
Ana Helena, neta do Aleixo
A mente humana é como uma máquina que produz pensamentos, sendo que uma dessas ações denomina-se imaginação. A importância da imaginação, na fase infantil, está ligada à criatividade que a criança poderá desenvolver durante todas as outras fases da vida. As crianças são criativas e elas inventam universos nos quais transformam no que querem ser. Fazem isso com objetos também. Meus sobrinhos ou netos sempre me surpreendem! Curto muito a espontaneidade criativa do mundo infantil!
Por meio da imaginação, a criança também pode fantasiar que tem um amigo imaginário, que é um personagem com o qual a criança brinca e até briga. Isso é normal e faz parte de seu desenvolvimento. Os pais, às vezes, não entendem que isso é normal e se preocupam, mas eles devem prestar atenção na criança que não tem amigos reais e só imaginários, pois isso já é um problema de relação interpessoal que pode fazer mal à criança.
Lucas Almeida, 1 aninho!
A cada fase da vida, a imaginação evolui e os pais precisam acompanhar e incentivar as crianças. Até os três anos, elas estão na fase da experimentação, portanto os objetos ganham vida e a criança acredita realmente nisso. Dos três aos cinco anos, os pais até já são convidados a participar das brincadeiras e as histórias ganham mais sentido. Dos seis aos oito anos, as histórias são lógicas e possuem uma finalidade; trazem temas como raiva, medo, amor e guerra e é também a fase que a criança acredita no herói. Depois dos oito anos, já unem a imaginação com aventuras reais e os amigos imaginários já não existem mais. Matheus está com nove anos e observa com condescendência as viagens da imaginação da irmã cinco anos mais nova. Ele se interessa pelos animais e jogos de montagem e é estimulado a brincar ao ar livre, evitando o excesso de jogos virtuais ou TV.
Aurora, sobrinha neta.
Normalmente a imaginação contribui para o desenvolvimento da criança. Entretanto, ela pode ser perigosa quando a criança já não percebe que certas brincadeiras envolvem situações perigosas ou quando, na escola, ela se dispersa e não tem atenção na aula. Nessa situação, a criança precisa de atenção, compreensão e diálogo.
Como educadora, percebi que algumas crianças têm dificuldades na elaboração de textos por não usarem a imaginação. As crianças com imaginação pouco desenvolvida são pouco criativas. Por isso, é preciso muita brincadeira e jogos de regras para estimular a imaginação, pois  esse exercício saudável contribui para formação intelectual e criativa da criança, além de diminuir a frustração e ajudar no desenvolvimento da linguagem.