domingo, 31 de agosto de 2014

ESTUDANTE ROSACRUZ



Regina e Aleixo, 2014.
O homem busca por toda parte, esperando encontrar do lado de fora, respostas que deveriam vir pela voz silenciosa que vem de dentro dele mesmo. H. Spencer Lewis

Acordei, mais uma vez, feliz com o canto diversificado dos pássaros no bosque de nossa Shamballa. Eram bem-te-vis, sabiás, guaches, udus, canarinhos, periquitos, coleiros, pombos... Tantos que nem sei nomear... Depois Aleixo me presentou com moranguinhos colhidos na hora. Mais tarde demos uma volta nos arredores, pois estou treinando dirigir veículo automático pela primeira vez. E ao voltar, colhi
Sabiá na mão do Aleixo
berinjelas, tomatinhos e serralha para incrementar o nosso almoço... Vida simples!

Sou estudante Rosacruz e grata por ter acesso a esses ensinamentos há cerca de duas décadas. Meus pais também seguiram esse caminho e sempre os admirei por isso. De um modo geral, os rosacrucianos defendem a fraternidade universal entre todos os homens. Para os rosacrucianos, os homens podem desenvolver suas potencialidades para se tornarem melhores, mais sadios integralmente e felizes.

O rosacrucianismo não é religião e essa ordem congrega estudantes de todos os credos. A Ordem Rosacruz tem por objetivo primordial levar o homem ao autoconhecimento e à
Meus filhos: Fábia e Otávio, 15.08.14
manifestação de sua real natureza espiritual, a fim de contribuir para a evolução de toda a humanidade.

Estes objetivos, segundo os rosacrucianos, podem ser atingidos por meio de uma mudança pessoal, de hábitos, pensamentos e sentimentos. Acreditamos que isto só é possível ao dissipar o véu de ignorância que cobre os olhos dos homens.

A recompensa daqueles que atingem este objetivo, que é de natureza espiritual, é uma paz profunda consigo próprio.  Este estado de harmonia interior irradia do indivíduo e atinge aqueles que estão à sua volta,
Udu da Coroa Azul na sala
produzindo em todos um reflexo positivo.

O Emblema Rosacruz, embora com variações, apresenta-se sempre como uma cruz envolvida por uma coroa de rosas, ou com uma rosa ao centro. A rosa representa a espiritualidade, enquanto a cruz representa a matéria...

terça-feira, 19 de agosto de 2014

CLÓVIS ALESSANDRI



Pianista Clóvis Alessandri
Dizem que a infância é melhor fase da vida, pois é aquela em que não temos grandes preocupações e tudo à nossa volta parece conspirar para que sejamos felizes e alegres. Talvez porque o que nos fazia felizes àquela época eram coisas extremamente simples, como banho de chuva, chocolate, passeios com a família e brincadeiras com outras crianças. Depois que nos tornamos adultos mudamos os nossos critérios de felicidade e costumamos relacioná-la a pessoas ou situações inatingíveis, esquecendo-nos daquilo que nos trazia alegria na infância. Por isso, é sempre muito bom recordar os tempos passados, percebendo o poder da infância em nossas almas e o quanto recordar os primeiros anos dourados faz bem aos nossos corações.

Conheci o Clóvis Alessandri na pré-adolescência. Nossos pais eram amigos
Regina Lúcia, Saquarema, 2002.
e compartilhamos passeios familiares e muitas aulas, pois éramos sonhadores, curiosos e tínhamos muita afinidade. Fomos colegas no conservatório, no curso de inglês por uns quatro anos, um ano no curso de alemão e bastante tempo na professora de Francês, madame Andrée, depois que o diretor da Aliança Francesa e nosso professor de língua e civilização francesa suicidou...Lembro-me ainda da minha primeira viagem de avião. Nossas mães nos levaram para conhecer o Chico Xavier em Uberaba. O aviãozinho tipo teco-teco sacudia muito pelas montanhas mineiras e eu enjoei o tempo todo. Parando em Uberlândia, pedi à mamãe que me deixasse ali mesmo no aeroporto. Podia me buscar na volta! Ela não permitiu e para me agradar comprou-me uma caixa de bombons. 
Regina e seu piano, 1964.
Claro que comi tudo no caminho e chegando a Uberaba nem pude ver o Chico a não ser de longe. Eu não saía do banheirinho situado no jardim daquela casa de oração. Clóvis estava sempre por perto e me apoiou com extrema discrição. Eu era tão tímida! Ao retornar, passamos por Monte Alegre de Minas onde vi pela primeira vez um pé de carambolas, na casa de Dona Izoleta Alessandri, avó de meu amiguinho Clóvis.

A convite de seus pais, nossa família costumava ir ao Clube dos Vinte, onde a gente almoçava  e nadava... Era um clube fechado, bem familiar e apreciado como lazer em tempos de opções limitadas. Helga Brockes era minha vizinha, foi nossa professora de inglês e gostava muito do Clóvis. Ele já se destacava na aprendizagem de idiomas e na música.

Dona Maria Antonieta, sua mãe, foi minha madrinha de casamento e presenteou-me com um faqueiro do qual ainda guardo algumas peças. Clóvis foi visitar-me à véspera do enlace, pois eu moraria em Sampa. Dona
Clélia, Nilton Ferreira e Gracinha, 67.
Antonieta foi uma grande mulher. Filha de Izoleta e Vittorio Alessandri, foi casada com o cardiologista Clóvis Figueiredo com quem teve quatro filhos.

Ela era graduada em pedagogia pela Universidade Federal de Goiás e em filosofia pela Universidade de São Paulo. Com o esposo Clóvis Figueiredo, a irmã Sílvia Alessandri e um grupo de trabalhadores voluntários, incluindo meus pais – José e Geraldina Araújo -, fundaram inúmeras obras filantrópicas, em Goiânia, sob a orientação de Chico Xavier as quais assistem, diariamente, a mais de 8000 pessoas carentes. Hoje, essas obras integram o Centro
Antonieta na Tenda do Caminho, 1958.
Espírita Irradiação Espírita,  na capital goiana, uma das maiores instituições espíritas do Brasil. Eu me encanta­va com sua oratória emérita. Proferiu milhares de palestras espíritas em todo o Brasil.

Bem, Clóvis Alessandri tornou-se grande músico e radicou-se na Alemanha há mais de três décadas. Veio participar da tradicional homenagem à Nhanhá do Couto nesta data e quis prestigiá-lo! Voltei encantadíssima com seu talento musical. Poderia ouvi-lo tocar o resto dos meus dias. Difícil explicar a emoção que ele desperta no público ouvinte...Foi aplaudido de pé reiteradas vezes...Lembro-me  de quando ele iniciava sua caminhada e desde então foi meio século de extrema dedicação à música, mas esse resultado incrível deve-se à sua sensibilidade artística aguçada somada ao  talento nato! 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

RIO DEPOIS DA COPA



Alda, Gil Barreto e eu.
Viemos ao Rio por alguns dias e mais uma vez sinto-me grata pela oportunidade de me refazer junto à energia marinha. Além do reencontro com amigos para um  almoço, tive a oportunidade de presenciar pintura mediúnica no Lar Paulo de Tarso aqui ao lado e também visitamos o Instituto Benjamim Constant. Ali colaboramos conduzindo  uma aluna cega até a entrada do Pavão Pavãozinho, na Sá Ferreira. Temos feito inúmeras caminhadas pelo calçadão ou até Ipanema... Curtido um cineminha e aproveitado para as pequenas compras.

Terminada a Copa do Mundo, o maior evento futebolístico do
Posto sete.
planeta, com a vitória da Alemanha sobre a Argentina, no Maracanã, nesta Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, é hora de propormos uma oportuna reflexão. Em outras palavras, que o grande evento esportivo possa ter sido para cada brasileiro uma estrela a apontar um futuro duradouro de luminosidade e não apenas um cometa que passou e só alguns se beneficiaram em vê-lo, enquanto a grande maioria continuou como estava, excluída dos benefícios sociais necessários para o seu dia a dia. Que o evento seja muito mais que o circo na vida do brasileiro...

Forte de Copacabana
Nosso país anseia, como se tem dito popularmente, pelo padrão FIFA, na saúde, na moradia, na educação, na segurança, nos transportes públicos, na defesa da vida – especialmente aquela mais fragilizada no ventre materno ou no ocaso de seus dias –, da família, célula mãe da sociedade, da democracia verdadeira que tutela a liberdade de expressão sem ferir o direito do próximo, no respeito aos valores religiosos e culturais do povo brasileiro. Esse é um dos grandes legados esperados no campo social e político.

Nesse sentido,  que a palavra do Papa Francisco recordando que ninguém vence sozinho, nem no estádio, nem na vida, nos una na paz de um tempo novo para nossa sociedade!

Estivemos também no Forte de Copacabana, aqui no Posto Seis. O
Domingo de inverno carioca
Forte de Copacabana começou a ser construído tardiamente, apenas em 1908. Sua construção durou seis anos. Antes da construção, ali ficava a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana e o local era chamado de Igrejinha. Em 1914, o Forte estava pronto para seu pleno funcionamento como a maior fortificação da América do Sul à época.

Seu objetivo era proteger a cidade do Rio de Janeiro de possíveis ataques de navios inimigos, mas o forte entrou
Aleixo e eu no metrô.
para a história da cidade e do país em várias ocasiões. A Revolta do Forte de Copacabana, também conhecida como Revolta dos 18 do Forte, foi a primeira do Movimento Tenentista durante a República Velha. Na década de 30, o forte serviu de prisão para o presidente deposto Washington Luís durante a Revolução de 30. Em 1964, foi ponto de reunião para o Comando Revolucionário que deu início ao Regime Militar no Brasil. Em 1987, o forte foi oficialmente transformado no Museu Histórico do Exército e sua missão agora é preservar e incentivar a memória do Exército
Indo para Ipanema.
brasileiro. Existe uma programação cultural mantida regularmente neste local e cada vez que estamos no Rio, a gente pega o programa e desfruta de exibições musicais, exposições de pintura, workshops interessantes.

Desta vez optamos também por fazer um passeio de barco. A beleza  da paisagem desta cidade maravilhosa fascina!  É o que vem à cabeça quando se olha para a vista de dentro do barco da excursão Rio By Boat, enquanto ele se afasta da Marina da Glória. Depois de um passeio pela Baía de Guanabara, costeando a orla do Rio e de Niterói, é a vez do
Parque Garota de Ipanema
mar aberto e das melhores vistas: o mar é o único lugar de onde é possível ver o Pão e Açúcar e o Cristo Redentor na mesma imagem.

O barco segue até a Praia de Copacabana e volta até a Praia Vermelha. Ali há uma parada para mergulho. Durante a parada, é servido um lanche e  as bebidas ficam disponíveis durante todo o percurso em um cooler. Estas três horas de viagem passam rapidamente ao som de uma playlist animada. O barco de casco insubmergivel tem capacidade para 24 pessoas, além dos dois tripulantes e em toda
50 anos da Monica
viagem há uma inspeção da Marinha Brasileira conferindo os coletes salva-vidas. Fica a critério de cada grupo o horário do passeio e o acompanhamento por um guia turístico, que pode ser próprio ou recomendado pelo  Rio By Boat.  Soube que os cariocas também podem reservar o barco para realizar festas ou praticar esportes aquáticos...Vale a pena o passeio!