segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ALEIXO, EU E O LIVRO DE PESO


Aleixo e eu na Florida, 2017.
Benedita Bené faz aniversário em novembro, exatamente no dia de finados e recentemente fomos fazer-lhe uma visita em seu apartamento em Goiânia. Eles têm residência também em Caldas e passam lá a maior parte do  tempo. 
Nós lhe levamos duas lembrancinhas e fomos surpreendidos também com um presente de peso. Livros. Trilogia Millennium. Cada volume tem cerca de setecentas páginas... Olhei admirada para o presente e Bené me disse que seu filho havia gostado muito da série televisiva e
Gilberto Oliveira e Marcos Loyola
resolveu comprar os livros e dar-lhe de presente. Ela tinha lido e não se lembrou de mais ninguém que gostaria de ler livros tão grossos... Como eu havia começado a ler um outro livro, Aleixo, que terminava o dele, pegou o primeiro volume... 
E nunca mais fomos um casal... Antes éramos nós dois, agora, Aleixo, eu e o livro de peso... Agradeço que ele esteja no terceiro tomo... Quando ele terminar, eu devo terminar o meu e daí espero gostar e me entreter tanto quanto ele...
Há doze anos moramos em um pequeno sítio a cerca de 15 km de Goiânia.  Nunca nos arrependemos de desfrutar da tranquilidade do campo , sobretudo por estarmos próximos à capital goianiense. 
Raimundo, Bené, Clélia, eu e Lei, 2016
Nossa vida é bem simples, mas desfrutamos dos recursos da tecnologia, temos telas nas portas e janelas e até ar condicionado que eu costumava abominar no passado, mas ao qual acabei aderindo com o calor crescente dos últimos anos. Nossa casa fica junto a um bosque que chamamos de Shamballa e costumamos acordar com o canto dos pássaros e nos recolhermos muitas vezes com o coaxar dos sapos ou coral das cigarras dependendo da estação. Os filhos e netos moram longe e além de nossos anjos invisíveis contamos com a presença dos labradores e de meu papagaio Apolo que vive solto e até ensaia caminhar ao lados das galinhas que pastam diariamente. 
E adoramos viajar. Recentemente estivemos em Belo
Em BH com Maluba e sua nora.
Horizonte visitando uma amiga querida. Depois fomos ao Lago das Brisas ao encontro do casal amigo - Nair e Gilberto Oliveira, em Corumbaíba.  Quando a saudade bate, vamos a Minas, Brasília ou Natal a fim de rever filhos e netos! E de vez em quando nos presenteamos com uma viagem mais longa... 


domingo, 25 de fevereiro de 2018

LEMBRANÇAS


Aleixo e eu, Natal, 2017.
No último natal, levei minha neta ao Shopping para vermos a decoração natalina e lembranças de minha infância afloraram. Juju me disse que não tem mais idade para fotos com o Papai Noel e a encarei assustada com sua percepção matura aos oito anos...
Lembrei-me. do .padrinho de minha irmã Clélia...Gilberto Araújo era uma espécie de herói lá em casa. Era casado com nossa prima Eclair e residiam em Belo Horizonte. Ele era piloto e apaixonado por sua profissão. Viajava muito e sempre que vinha visitar os familiares em Goiânia, trazia algo para Clélia e nos brindava com suas histórias emocionantes. 
Meu irmão Marco Antônio estudou também como interno no Colégio Batista Mineiro de BH e meu pai ia visitá-lo algumas vezes.  Uma vez a afilhada Clélia foi encontrar os padrinhos. Era a sua primeira viagem de avião!
Netas: Juju e Leninha, 2017.
Os dois presentes que Gilberto trouxe para ela e que mamãe recitava orgulhosamente serem da América do Norte eram uma caixinha de música com uma bailarina e uma boneca  de borracha macia e rosada, semelhante à pele dos bebês. 
Eu tinha uma boneca enorme com vestido de plástico xadrez, mas as bonecas brasileiras, naquela época anterior à globalização, eram de louça.E fiquei fascinada pela modernidade, pela delicadeza da boneca americana de minha irmã Clélia. Quanto à caixinha de música, esta permanece na minha lembrança e já comprei algumas para mim na juventude, além de haver  comprado outras tantas para presentear pessoas queridas!
Aleixo, eu e Clélia Araujo, no Rio.
Convivi pouco com a prima Eclair, mas mamãe a adorava e admirava muito. Creio que meus pais também eram seus padrinhos! Lembro-me  de que tocava piano muito bem, assim como sua irmã , Nizinha que também foi minha professora  de piano  quando eu tinha apenas seis  ou sete anos. Minha mãe dizia que Eclair desejara muito ser médica, coisa pouco comum para as moças na década de cinquenta. Casou-se cedo, teve cinco filhos e veio a óbito prematuramente após ter contraído doença auto-imune e pouco conhecida em seu tempo.  As duas filhas mais velhas vieram morar com a avó materna - minha tia Maria- e pude conviver bastante com Letícia e Cleuza. Um dos irmãos   -
Otávio, Mary e eu, 2017.
Leonardo- tive a oportunidade também de conhecer durante um trabalho voluntário que desenvolvia tempos atrás, mas esse também voltou à pátria espiritual ainda bem jovem.

Agora,com a facilidade das mídias sociais, aos poucos vamos resgatando contatos preciosos com familiares. Curto as postagens de  primos que admiro muito, mas que, nas voltas que a vida dá, perdemos muitas chances de convivência mais próxima...