domingo, 29 de novembro de 2015

GOIÂNIA - MINHA CIDADE NATAL



Tio Venerando Freitas Borges
Meus pais, pioneiros em Goiânia, comentavam sobre a poeira vermelha, símbolo da cidade, à época de sua construção. O Palácio das Esmeraldas, o Grande Hotel, a Secretaria Geral, em estilo art-déco foram as primeiras construções... Apenas as três avenidas do centro eram calçadas inicialmente. Todas elas levavam à famosa Praça Cívica, tão cara às lembranças de minha infância goianiense.   Aliás, eu me lembro de assistir ao asfaltamento das ruas seis e cinco, de cima do muro de nosso jardim, na zona central da cidade, em meado da década de cinquenta. A cidade de Goiânia, atual capital do estado de Goiás, foi formada a partir das transformações políticas que marcaram a história do nosso país na década de 1930. Contudo,
Primeira Missa em Goiânia
o projeto de mudança da capital goiana já era discutido anteriormente. Isso porque a Cidade de Goiás, primeira capital goiana, criada no século XVIII, havia sido fundada em razão da atividade aurífera naquela época. Após o período do ouro, essa justificativa não mais valia e as cidades envolvidas com a criação de gado e o desenvolvimento da agricultura, mais alocadas ao sul, passaram a ter maior importância para Goiás.

Com a fundação do regime republicano, temos registradas
Cidade de Goiás
as primeiras discussões oficiais que consideravam a transferência da capital de Goiás. Mas, a primeira constituição republicana, de 1891, junto às duas reformas subsequentes, de 1898 e 1918, manteve a capital na antiga região aurífera.

Em 1930, a revolução liderada por Getúlio Vargas impôs uma renovação das lideranças políticas nacionais e regionais. Nesse período, o regime varguista estabeleceu aliança com outras figuras políticas goianas.

Dr. Pedro e Dª.Gercina
Foi daí que o médico Pedro Ludovico Teixeira foi nomeado como interventor do estado de Goiás e, estabelecendo um sentido de renovação, buscou colocar em prática o projeto de mudança da capital. No ano de 1932 foi organizada uma comissão que deveria realizar a escolha da melhor região para a qual a nova capital seria edificada. A escolha acabou sendo realizada em função de cidades que já existiam. E, entre as opções existentes, a nova capital foi definida nas proximidades da cidade de Campinas, hoje o mais antigo bairro de Goiânia.

Estação Ferroviária - Goiânia
Mesmo com a resistência dos antigos grupos oligárquicos que dominavam a vida política goiana, o grupo de Pedro Ludovico acabou confirmando o projeto da mudança no ano de 1933. Na data de 24 de outubro daquele mesmo ano foi lançada a pedra fundamental que daria início aos trabalhos de construção da cidade de Goiânia. A escolha do nome aconteceu por meio de um concurso, vencido pelo professor Alfredo de Castro. O nome GOIÂNIA começou a ser utilizado no ano de 1935 nesta capital.

Cine Teatro Goiânia
município começou a ter suas atividades executadas em novembro de 1935 e, no mês seguinte, o interventor Pedro Ludovico enviou o decreto que estabeleceu a transferência da Casa Militar, da Secretaria Geral e da Secretaria do Governo para a cidade de Goiânia. Nos meses posteriores, outras secretarias foram transferidas e essas ações reafirmavam ainda mais a mudança da capital. No dia 23 de março de 1937, o decreto de número 1816 oficializava definitivamente a transferência da capital da Cidade de Goiás para Goiânia.

Parque Vaca Brava - Goiânia
O evento oficial que sacramentou a transferência da capital aconteceu somente no dia 5 de julho de 1942. Realizou-se no Cine Teatro Goiânia, um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos gerados com a construção da nova capital. Ministros, autoridades e representantes da presidência da República marcaram presença no evento. Feita sob um planejamento anterior à transferência, Goiânia é uma das mais belas e modernas capitais do território brasileiro. Meus pais - Geraldina (Didi) e José Araújo - se transferiram para
Nossa Casa - Rua 6 esq. Rua 5
cá desde o início de sua construção e meu Tio Venerando Freitas Borges foi o primeiro prefeito da nova capital! Soube que naquela época a antiga Cidade de Goiás sediava os revolucionários de 30. Pedro Ludovico Teixeira governava do Palácio dos Arcos Oficial. E o jovem Venerando, recém chegado à cidade, meteu-se no jornalismo e começou a escrever artigos favoráveis à mudança da capital nas páginas do Correio Oficial, usando pseudônimos diversos. O governador quis saber quem era o autor e o chamou para um diálogo. Este foi rápido e ríspido, à maneira dos homens sérios da época.

Didi e José Araújo 1940
- Quer ser Prefeito da Nova capital, Venerando?

- Depende.

- Depende do quê?

- Não aceito cabresto!

Diante de tal atrevimento, Pedro Ludovico disse ao secretário do governo que se tornaria mais tarde o Desembargador Jorge de Moraes Jardim que lavrasse o decreto, porque o moço servia! Trabalharam juntos e se tornaram grandes amigos. Ambos morreram pobres, vivendo apenas dos proventos até o final de suas vidas dignas. 

sábado, 21 de novembro de 2015

LUCAS E SUA EUCARISTIA

Lucas antes de sua primeira eucaristia
Dia da Primeira Comunhão de meu afilhado Lucas Amorim Loyola! Eucaristia é uma palavra grega que significa “dar graças” ou “agradecer”. Este signo ganhou um significado novo e profundo quando os cristãos passaram a chamar de “Eucaristia” a Última Ceia celebrada por Jesus. Isto aconteceu porque nessa ceia Jesus “deu graças a Deus” e se entregou total e gratuitamente por amor à humanidade.
Na Ceia Eucarística Jesus transformou o pão e o vinho em
Lucas Amorim de Loyola
seu corpo e seu sangue dizendo: “Isto é o meu corpo… Isto é o meu sangue.” Além disso, ele deu aos apóstolos o poder de perpetuarem este milagre dizendo: “Fazei isto em memória de mim.” Por isso, a Eucaristia tornou-se “sacramento”, isto é, um meio pelo qual Deus se faz real e eficazmente presente para os católicos. 
O sacramento do Corpo e Sangue de Cristo nos dá a vida em plenitude. Esta vida consiste, primeiramente, em comungarmos o corpo e o sangue de Jesus e tê-lo dentro de nós. Quem experimenta sabe o que é comungar o corpo e o sangue do Senhor. Mas, além disso, esta vida de Deus dentro de nós preenche os
Símbolos da Eucaristia
anseios transcendentais mais profundos do nosso coração, dando-nos um novo sentido para a vida: o gosto do amor e da comunhão com Deus.
Quem participa da mesa da comunhão torna-se um com Jesus e colaborador no projeto de Deus, defendendo, protegendo e promovendo a vida.
Por isso a Eucaristia é o Sacramento dos Sacramentos, pois coloca Jesus Cristo no centro da vida cristã e motiva o amor solidário entre as pessoas, famílias, comunidades e Igreja. A Eucaristia ensina que o amor ultrapassa o individualismo e a acomodação.
Os judeus celebravam na Páscoa a libertação da escravidão no Egito para a liberdade na Terra Prometida. Jesus dá um novo significado à Páscoa hebraica: Seu corpo entregue e Seu sangue derramado são
Lucas e Matheus na Shamballa
a libertação do pecado, a passagem da morte para a vida. Este é o fundamento da Nova Aliança que Jesus nos trouxe através da Eucaristia.
A Eucaristia é o Banquete, o alimento, o sacrifício que reconstrói a unidade que Jesus almeja para o Seu povo. Quem vive realmente este sacramento torna-se capaz de doar a vida para que a comunhão plena do Povo de Deus se realize.
Gosto muitos dos rituais de iniciação e desejo ao Lucas tudo de bom nesta fase que inicia agora em seu décimo segundo ano de vida!