terça-feira, 15 de setembro de 2015

ESCOLHAS E ENCANTOS


Aleixo. Regina, Pedra do Arpoador, 2012.
Gosto muito de viver junto à natureza. Foi uma escolha feita há pouco mais de uma década  e não me arrependi.  Pelo contrário, a cada dia agradeço esta bênção. Sei os riscos que corremos diariamente em relação à segurança, mas confio na proteção divina e cuidamos da parte que nos cabe. Nesta época faz muito calor e retornar à Shamballa após as idas e vindas à calorenta Goiânia nos refresca e anima. Todavia, gosto imensamente da orla marítima. Aliás, costumava dizer que minha cidade natal seria perfeita se fosse à beira-mar... O mar me acalma, refaz a minha
Regina e Aleixo, 2002.
energia. Caminhar pela praia descalça, sentir a areia branca e fina nos meus pés ou aquela brisa suave e perfumada no meu rosto me encanta. Adoro perceber o som das ondas a baterem na praia e nos rochedos mais próximos... Vislumbrar a luz ofuscante do sol a bater nas águas revoltas, desintegrando-se em minúsculos feixes brilhantes. Existe algo de selvagem, de primitivo, no constante rebentar das ondas contra a areia... Mesmo quando o mar está acinzentado, as emoções que ele transmite atraem-me, o seu poder de movimento traz alegria, luz e renovação à minha alma... E à noite, com a lua a elevar-se sobre o mar, vogando entre as estrelas e dando à paisagem
Mari, Otavio, Lei, eu e kids, 2015
um brilho místico, intimista... Tudo isso me faz muito bem! O mar é meu confidente, conselheiro, conspirador... Sou grata pela possibilidade de ter contatos periódicos com o mar e viver junto ao bosque da Shamballa com um córrego ao fundo.

Depois de alguns dias na cidade maravilhosa, percebo que, de certa forma, a Copa do Mundo contribuiu para um redescobrimento da América Latina pelos vizinhos hispanos, e o Brasil, como palco bem-sucedido de um evento mundial sem incidentes graves, acabou ganhando algo de positivo. Para o Rio afluíram multidões de argentinos, chilenos, colombianos,
Enlace Otávio e Mari.
peruanos e uruguaios... Alguns deles decidiram ficar e tentar a sorte por aqui... Percebemos isso passeando pelo calçadão de Copa, por exemplo. É outra oportunidade a ser considerada, mesmo antes das Olimpíadas de 2016. Respeitados os trâmites de imigração, pois um cidadão estrangeiro com visto de turista não pode exercer quaisquer atividades remuneradas, creio que é bom que gringos fiquem aqui e criem raízes. O Rio sempre foi um destino cobiçado internacionalmente e muitos visitantes prolongaram a estada. No pós-Copa, o chamariz da Cidade Maravilhosa, que sempre acolheu muito bem quem veio de fora, está mais vívido do que nunca, sobretudo para os países vizinhos. As grandes metrópoles têm em comum a multiplicidade de nações em convívio. Lembro-me dos casos mais notáveis como Nova York e Londres... Agora, o Rio, protagonista desta década, nada terá a perder se miscigenar-se com o mundo...