Aleixo. Regina, Pedra do Arpoador, 2012. |
Gosto muito de viver junto à
natureza. Foi uma escolha feita há pouco mais de uma década e não me arrependi. Pelo contrário, a cada dia agradeço esta
bênção. Sei os riscos que corremos diariamente em relação à segurança, mas
confio na proteção divina e cuidamos da parte que nos cabe. Nesta época faz
muito calor e retornar à Shamballa após as idas e vindas à calorenta Goiânia
nos refresca e anima. Todavia, gosto imensamente da orla marítima. Aliás,
costumava dizer que minha cidade natal seria perfeita se fosse à beira-mar... O
mar me acalma, refaz a minha
energia. Caminhar pela praia descalça, sentir a
areia branca e fina nos meus pés ou aquela brisa suave e perfumada no meu rosto
me encanta. Adoro perceber o som das ondas a baterem na praia e nos rochedos
mais próximos... Vislumbrar a luz ofuscante do sol a bater nas águas revoltas,
desintegrando-se em minúsculos feixes brilhantes. Existe algo de selvagem, de
primitivo, no constante rebentar das ondas contra a areia... Mesmo quando o mar
está acinzentado, as emoções que ele transmite atraem-me, o seu poder de
movimento traz alegria, luz e renovação à minha alma... E à noite, com a lua a
elevar-se sobre o mar, vogando entre as estrelas e dando à paisagem
um brilho
místico, intimista... Tudo isso me faz muito bem! O mar é meu confidente,
conselheiro, conspirador... Sou grata pela possibilidade de ter contatos
periódicos com o mar e viver junto ao bosque da Shamballa com um córrego ao
fundo.
Regina e Aleixo, 2002. |
Mari, Otavio, Lei, eu e kids, 2015 |
Depois de alguns dias na cidade maravilhosa,
percebo que, de certa forma, a Copa do Mundo contribuiu para um redescobrimento
da América Latina pelos vizinhos hispanos, e o Brasil, como palco bem-sucedido
de um evento mundial sem incidentes graves, acabou ganhando algo de positivo.
Para o Rio afluíram multidões de argentinos, chilenos, colombianos,
peruanos e
uruguaios... Alguns deles decidiram ficar e tentar a sorte por aqui...
Percebemos isso passeando pelo calçadão de Copa, por exemplo. É outra
oportunidade a ser considerada, mesmo antes das Olimpíadas de 2016. Respeitados
os trâmites de imigração, pois um cidadão estrangeiro com visto de turista não
pode exercer quaisquer atividades remuneradas, creio que é bom que gringos
fiquem aqui e criem raízes. O Rio sempre foi um destino cobiçado
internacionalmente e muitos visitantes prolongaram a estada. No pós-Copa, o
chamariz da Cidade Maravilhosa, que sempre acolheu muito bem quem veio de fora,
está mais vívido do que nunca, sobretudo para os países vizinhos. As grandes
metrópoles têm em comum a multiplicidade de nações em convívio. Lembro-me dos casos
mais notáveis como Nova York e Londres... Agora, o Rio, protagonista desta
década, nada terá a perder se miscigenar-se com o mundo...
Enlace Otávio e Mari. |
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