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Regina e Aleixo, maio 2016. |
Desde a infância senti atração pelas viagens. Elas começaram
nos livros. Lia sempre e viajava nas histórias, incrementando meus textos
oníricos de acordo com as diferenciadas faixas etárias que ia vivenciando
... Ainda na adolescência, comecei a
viajar também na vida real e nunca mais parei...
Àquela época eu nem queria voltar e só o fazia devido às
necessidades do cotidiano, quase sempre
meio contrariada... Se eu pudesse, iria sempre à frente...
Hoje gosto de voltar e acredito ser um pouco mais matura
emocionalmente! Agora sempre concluo que o melhor lugar é onde vivo atualmente,
mas com opções de múltiplas viagens de
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No Algarve, 2011. |
quando em vez ... Ao retornar, fico
muito feliz, mas também agradecida pela viagem realizada!
Creio que esta viagem a Portugal teve um fundo terapêutico.
Quando me casei pela primeira vez eu sonhava morar na Europa de onde vinha o meu primeiro marido e pai de meus filhos!
Contudo, isto jamais se concretizou e fiquei com dois sonhos interrompidos. Ao
me casar, desisti de estudar na Inglaterra, onde havia conseguido uma bolsa
para a graduação em Letras que eu iniciava então. Meu falecido ex marido era
Português, assim eu, inconscientemente,
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Cabo da Roca, Cascais |
apostava que moraria em Portugal, conformando-me com esta segunda opção depois
de a paixão me fazer preterir a experiência no Reino Unido.
A vida me premiou com novo
companheiro portador de espírito tão aventureiro quanto o meu! Já viajamos
muito juntos e ainda não cansamos! Quando a gente retorna, sente-se agradecida,
mas passado algum tempo, começamos a planejar novos voos... Alma cigana,
talvez!
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Baixa Lisboeta |
Sentimos em Portugal parte de nossas origens...Gosto muito de
história e literatura e me envolvo com essa atmosfera desta terrinha simpática...
E planejei revisitar o território lusitano neste período das festas juninas que
tanto amo.....
Alias, os Santos Populares – Santo Antônio, São João e São
Pedro - inspiram as festas desta época, cultura também presente no nordeste brasileiro,
dentre outras regiões. A programação das Festas de Lisboa que duram todo o mês
de junho inclui concertos, exposições, performances de rua e muitos
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Porto |
bailaricos,
como dizem. Come-se sardinha assada e se bebe vinho, além disso, o manjerico é tão
indispensável como a boa disposição! Na cidade do Porto, na grande noite de São
João é comum sair com o martelinho plástico,
que desde os anos 70 substitui os alhos- porrós ( símbolo da fertilidade
masculina) e dos ramos de cidreira (feminina) e bater com eles na cabeça de
outros festeiros. Saltar a fogueira é outro ritual comum, aliado aos fogos de
artifício. São Pedro ao final do mês também é
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Em Lisboa. |
homenageado com arraiais de rua,
manjerico, bailes, marchas e muita sardinha assada. Afurada(Gaia), Sintra e
Ericeira são cidades que priorizam essa data.
O Parque dos Monges, em Alcobaça oferece atividades culturais
e ambientais que podem agradar crianças e adultos com espírito aventureiro...
Lisboa é uma cidade encantadora. Sinto a Literatura no ar,
visitando as praças com bustos de nomes ilustres como Camões, Fernando Pessoa, Chiado,
dentre ontros. A presença do Tejo encontrando o mar me fascina. O Porto me
atrai muito. Mais uma vez adiei o cruzeiro pelo Douro, mas tenho uma desculpa para
voltar lá... O pessoal ali é mais comunicativo que o lisboeta e a gastronomia
imperdível, com tantas
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Perto Castelo de S. Jorge |
gordices... Sintra e Cascais exibem paisagens fascinantes
e ali vi algumas mansões caríssimas, além do ponto mais ocidental em Portugal – O Cabo da
Roca. A cidade do Faro também seduz com suas ruelas antigas e a arquitetura
ímpar...
Antiga sede da Ordem dos Templários, Tomar é uma cidade de
grande encanto, pela sua riqueza artística e cultural. O expoente máximo está
no Convento de Cristo, um das mais importantes obras do Renascimento em
Portugal.
A biblioteca Joanina de Coimbra é uma obra prima do rococó e
faz parte da universidade, sendo uma das mais belas do mundo. Foi construída no
século XVIII, época de D. João V. Apresenta material exótico, colunas jônicas,
pintura com folha de ouro no teto e paredes. Tem 40 mil volumes catalogados,
incluindo a primeira edição de Os Lusíadas.
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Lisboa. Luis de Camões |
A biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é um magnífico
exemplar do Barroco, também construída no século XVIII, por D. João V. Seu
acervo é de 36 mil volumes, muitas
raridades como uma coleção de incunábulos, a primeira enciclopédia e várias
bíblias.
A Biblioteca da Ajuda em Lisboa tem em seu acervo 150 mil
volumes. Ali estão algumas
das mais importantes obras de Portugal, como o Cancioneiro da Ajuda, do século
XIII. Alexandre Herculano e Ramalho Ortigão foram bibliotecários ali.