terça-feira, 19 de novembro de 2013

MUDANÇAS



Aleixo e Regina, 2002.
A vida terrena é como a passagem de um dia: do nascer do sol, ao cair da tarde, então, a doçura e tranquilidade da noite. E assim vai acontecendo, dia após dia, ciclo após ciclo... Envelhecer é um processo natural do nosso corpo, mas nem por isso nossa alma precisa ficar velha. Por enquanto, ainda podemos correr, pular, sorrir, cantar, viajar... Podemos vibrar, chorar, amar, sentir saudade e outras emoções... Não é a idade que define o quanto somos jovens ou velhos. É a nossa capacidade de sentir a vida em sua plenitude e beleza. Por isso é importante manter o espírito sempre cheio de energia e vitalidade. Obstáculos existem e são muitos, às vezes, grandes desafios. Mas a nossa vontade de
Aleixo e Regina, 2013.
viver é muito maior... O desejo de aproveitar as várias oportunidades que ainda vão surgir é muito mais verdadeiro.

As mudanças que enfrentamos ao longo da vida em seus variados segmentos, ou seja, na família, no trabalho, nas amizades, tanto podem nos trazer angústias, ansiedades, frustrações, desalento, dúvidas, medo, desconforto, como otimismo, coragem, compreensão, tolerância e outros mais. A vida está sempre mudando e levando-nos, cada vez mais, ao aperfeiçoamento de nosso ser. Por meio das reencarnações vamos adquirindo mais conhecimento e tendo maior compreensão da necessidade do aperfeiçoamento moral e espiritual para nossa evolução. 
Minha filha Fábia com Loki ao colo
Assim como mudamos de casa na vida física, precisamos também modificar a nossa casa mental para incorporarmos novos pensamentos e atitudes mais sadias e conscientes. É de suma importância essa mudança de paradigmas para nosso crescimento, pois precisamos reavaliar conceitos, tendo em vista a luta que devemos travar contra nossas imperfeições para evoluirmos, de acordo com a lei de amor, aquela que une todos os seres. A melhor forma de nos modificarmos para melhor é pela reforma de nossos próprios atos, e não esperar que as circunstâncias ao nosso redor se modifiquem para nos atender. Precisamos combater o egoísmo e o orgulho, duas chagas que constituem os maiores obstáculos ao progresso do ser humano. Tenhamos a certeza que qualquer mudança
Com meu afilhado Lucas
significativa vai exigir-nos muito esforço, tenacidade, paciência, compreensão e principalmente coragem para iniciá-la. É necessário que nossa casa mental esteja preparada com a doçura do amor, da humildade, caridade, fraternidade e fé.

Nossa percepção, hoje, nos esclarece sobre os fatos do ontem, talvez sobre acontecimentos da semana passada ou, possivelmente, sobre eventos quase esquecidos de
Aleixo e Regina, no Rio, 2013.
tempos pretéritos. Tudo ocorre dentro de um perfeito sincronismo tempo/aprendizado, pois, se alguém não está conseguindo caminhar convenientemente agora, é porque lhe falta algo a fazer, ou mesmo, coisas a aprender. No universo, tudo obedece a um ritmo natural; as raízes de nossa evolução corporal/espiritual estão arraigadas nas íntimas relações com a natureza. Em nível mais profundo, somos parte da natureza. Vivenciamos conscientemente, em todos os instantes, os ciclos da natureza com nossas emoções e sentimentos. Experimentamos desânimo e
Aleixo com pardal na sala da Fábia.
abatimento no transcurso de um longo período de estiagem; porém, quando a chuva cai, a nossa sensação é de alegria e prazer; ou, durante as tempestades, nossas impressões oscilam desde a apreensão até o medo. Sentimos a alma leve e feliz com o surgimento do sol, nos dias calmos e iluminados. Há um tempo para tudo. Em verdade, os ritmos que nos governam são inerentes à vida. Nós identificamos nossos ritmos internos por meio das sensações da dor e do prazer que experimentamos, a fim de avaliarmos o nível de acerto de nossos atos e decisões.
Quadro pintado por meu neto Fred.
Dia e noite, primavera e inverno, amanhecer e entardecer são fases da natureza, atuando diretamente nos ritmos de nossas ocupações e procedimentos do cotidiano. Em verdade, a nossa identificação com a vida se plenifica, quando harmonizarmos nossos ritmos internos com os ritmos externos da natureza. Há pessoas que, diante das adversidades, crescem e aproveitam para se transformar em pessoas melhores. E há outras que simplesmente se deixam destruir. O que determina a diferença entre esses dois tipos de pessoas sempre me intrigou, mas sei que tudo está certo, mesmo que ainda não possa compreender.

Níver do Otávio, na Shamballa, 2012
Todos somos usinas de energia vital, essa força que vira trabalho, que se transforma em ação, que provoca mudança. O mérito está em mobilizar essa energia, pois diante das dificuldades, podemos ficar paralisados, pasmos com a injustiça de a vida não ser exatamente como a gente queria que fosse.  E corremos o risco de nos acomodar na esperança de que a solução venha de fora. É que a força interior existe, mas é virtual. Não pode ser percebida a não ser quando é solicitada de verdade. E isso pode acontecer por dois motivos: por exigência do destino ou por ingerência da vontade. Ou por ambos. "Ferramenta tens, não procures em vão", disse Fernando Pessoa em um de seus belos poemas que nos colocam em contato com a nossa essência. "Tenha o coração sensível e use a força da mente", termina seu verso. Sim, temos a ferramenta em nós, só precisamos usá-la!

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