domingo, 25 de fevereiro de 2018

LEMBRANÇAS


Aleixo e eu, Natal, 2017.
No último natal, levei minha neta ao Shopping para vermos a decoração natalina e lembranças de minha infância afloraram. Juju me disse que não tem mais idade para fotos com o Papai Noel e a encarei assustada com sua percepção matura aos oito anos...
Lembrei-me. do .padrinho de minha irmã Clélia...Gilberto Araújo era uma espécie de herói lá em casa. Era casado com nossa prima Eclair e residiam em Belo Horizonte. Ele era piloto e apaixonado por sua profissão. Viajava muito e sempre que vinha visitar os familiares em Goiânia, trazia algo para Clélia e nos brindava com suas histórias emocionantes. 
Meu irmão Marco Antônio estudou também como interno no Colégio Batista Mineiro de BH e meu pai ia visitá-lo algumas vezes.  Uma vez a afilhada Clélia foi encontrar os padrinhos. Era a sua primeira viagem de avião!
Netas: Juju e Leninha, 2017.
Os dois presentes que Gilberto trouxe para ela e que mamãe recitava orgulhosamente serem da América do Norte eram uma caixinha de música com uma bailarina e uma boneca  de borracha macia e rosada, semelhante à pele dos bebês. 
Eu tinha uma boneca enorme com vestido de plástico xadrez, mas as bonecas brasileiras, naquela época anterior à globalização, eram de louça.E fiquei fascinada pela modernidade, pela delicadeza da boneca americana de minha irmã Clélia. Quanto à caixinha de música, esta permanece na minha lembrança e já comprei algumas para mim na juventude, além de haver  comprado outras tantas para presentear pessoas queridas!
Aleixo, eu e Clélia Araujo, no Rio.
Convivi pouco com a prima Eclair, mas mamãe a adorava e admirava muito. Creio que meus pais também eram seus padrinhos! Lembro-me  de que tocava piano muito bem, assim como sua irmã , Nizinha que também foi minha professora  de piano  quando eu tinha apenas seis  ou sete anos. Minha mãe dizia que Eclair desejara muito ser médica, coisa pouco comum para as moças na década de cinquenta. Casou-se cedo, teve cinco filhos e veio a óbito prematuramente após ter contraído doença auto-imune e pouco conhecida em seu tempo.  As duas filhas mais velhas vieram morar com a avó materna - minha tia Maria- e pude conviver bastante com Letícia e Cleuza. Um dos irmãos   -
Otávio, Mary e eu, 2017.
Leonardo- tive a oportunidade também de conhecer durante um trabalho voluntário que desenvolvia tempos atrás, mas esse também voltou à pátria espiritual ainda bem jovem.

Agora,com a facilidade das mídias sociais, aos poucos vamos resgatando contatos preciosos com familiares. Curto as postagens de  primos que admiro muito, mas que, nas voltas que a vida dá, perdemos muitas chances de convivência mais próxima...

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