quinta-feira, 16 de maio de 2013

FAMÍLIAS E O CINÉFILO ALEIXO



Aleixo e Regina em S. Miguel do Gostoso.
Ontem se comemorou o dia da família, data instituída pela ONU, e juntos refletimos a respeito da mudança de valores. Antigamente a família podia ser definida como o conjunto de pessoas que possuíam grau de parentesco entre si e viviam na mesma casa, formando um lar. Essa família tradicional geralmente era constituída pelo pai e a mãe, unidos por matrimônio ou união de fato, e por um ou mais filhos, compondo uma família nuclear ou elementar.  Sabemos que a família é considerada uma instituição responsável por promover a educação dos filhos e influenciar o comportamento desses rebentos no meio social. 
Aleixo e sua filha Bel, meu filho e nora.
E ninguém duvida que o papel da família no desenvolvimento de cada indivíduo é de fundamental importância. É no seio familiar que são transmitidos os valores morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização da criança, bem como as tradições e os costumes perpetuados ao longo das gerações. O ambiente familiar é um local em que deve existir harmonia, afetos, proteção e todo o tipo de apoio necessário na resolução de conflitos ou problemas de algum dos membros.  
Dona Joaquina, Arthur e Bel.
E as relações de confiança, segurança, conforto e bem-estar proporcionam a unidade familiar.
Além da tradicional estrutura familiar, denominada nuclear, as transformações sociais e culturais proporcionaram a existência de diferentes estruturas familiares como: a família monoparental: composta por apenas um dos progenitores: pai ou mãe. Os motivos que possibilitam essa estrutura são diversos. Englobam causas circunstanciais como a morte, o abandono ou divórcio ou, ainda, a decisão (na maior parte dos casos, uma decisão da mulher) de ter um filho de forma independente.  E existem as famílias comunitárias. Nessa estrutura, todos os membros adultos que constituem o agregado familiar são responsáveis pela educação da criança. Tem sido um recurso usado na criação de órfãos ou pais
Filha Fábia e suas colegas da UNIPAC
incapazes. Ouvi falar na chamada família arco-íris, ou seja, constituída por um casal homossexual (ou pessoa sozinha homossexual) que tenha uma ou mais crianças ao seu cargo.  E a família mosaico tem proliferado. É que com as separações, as crianças passam a conviver com filhos do padrasto ou da madrasta e surgem novas modalidades familiares. Alguns casais também têm optado por criar animais em vez de seres humanos, tratando-os como filhos genuínos!
Família Araújo no enlace da Lívia, 2012.
Uma característica relevante na família contemporânea é a inversão dos papéis do homem e da mulher na estrutura familiar, passando a ser a mulher a chefe de família. Abrange, ainda, a família monoparental, constituída por mãe solteira ou divorciada. Aliás, a família atual se afastou do modelo talhado em séculos passados. Antes, os laços familiares eram formados apenas por critérios patrimoniais e biológicos. Hoje, o elemento unificador da família é o afeto. As famílias se formam por meio dos vínculos do amor e da afeição. Estes, sim, são os verdadeiros elementos solidificadores da unidade familiar. 
Aleixo, Regina e nora Lucina, dez. 2012.
E a família homoafetiva é uma dentre as várias formas de família. Ela parte da união, por vínculo de afeto, entre pessoas de mesmo sexo. Desde 2011, a União Homoafetiva foi legalmente reconhecida como entidade familiar, conferindo-lhe todos os efeitos jurídicos previstos para União Estável e agora os cartórios têm de fazer também o casamento de pessoas do mesmo sexo. Como uma das principais funções da família é criar e educar outros seres, a partir de agora haverá filhos educados por casais homossexuais como heterossexuais. A dialética da vida 
Lourdes Nuss Santos.
está sempre em movimento e o importante é o ser humano se adaptar às novas situações apresentadas, contribuindo para a compreensão de quem, independente de sua forma, a família continue existindo, dando boa educação, equilíbrio e amor aos menores educandos. 
Aleixo e eu nos lembramos de nossas respectivas famílias e ele me contou como se tornou um cinéfilo! Sua primeira sessão de cinema aconteceu em um salão perto da fábrica de cimento em Italva, RJ. Seu pai o levou até lá e o filme era um dos costumeiros bang-bang da década de cinquenta. Eles fizeram o caminho de ida e volta a pé. Ao retornarem, Aleixo disse ao seu Silvio que ele jamais gostaria de ser artista porque eles precisavam morrer... Então, Seu Silvio lhe explicou que aquilo era apenas encenação, como no circo, não era de verdade... Aleixo lembrou
Aleixo, Regina, Lu e Otávio.
que a sua mãe - Dona Joaquina - nunca foi ao cinema, mas que ela gostava muito de TV e assistia às novelas com interesse nos últimos anos de sua existência na casa de sua irmã Silvia. 
Aleixo gostou de cinema desde a sua primeira experiência infantil. Na adolescência, quando ele foi morar no Rio para trabalhar e estudar, teve oportunidade de assistir a todos os filmes do Roxy! Fez amizade com o gerente do cinema que lhe dava uns trocados para que ele o ajudasse na limpeza do  salão antes e depois das sessões. 
Família de meu genro Vaíte Gonçalves Lima.
E ele também tinha passe livre para assistir a todas as fitas que exibiam!  Ficava extremamente feliz com isso e até hoje é um cinéfilo inveterado! Juntos costumamos lembrar as grandes produções cinematográficas da época e os antigos matinês que mostravam os filmes de Grande Otelo, Oscarito, Eliana, Cyll Farney, Mazzaropi e outros das antigas companhias brasileiras, Atlântida e Vera Cruz!

Um comentário:

  1. Quanta estrada já trilhei desde aquela época, simples, inocente e feliz com o pouco ou quase nada que se tinha além de uma família maravilhosa. Tempos em que os valores humanos primavam pela honestidade, respeito ao próximo, aos pais, aos mais velhos, aos professores. Quando se ia ao cinema, os filmes mostravam a luta ferrenha do bem contra o mal, a audiência inteira aplaudia a vitória do bem, o que mostrava o cunho moralizante dos filmes, fazendo com que saíssemos com aquele sentimento: que bom que eu sou do bem e para o bem...

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