terça-feira, 27 de agosto de 2013

INTROSPECÇÃO


Aleixo e Regina, no Rio, 27.08.2013.
Estamos no Rio há alguns dias e o tempo chuvoso desta terça-feira levou-me a algumas reflexões. Confesso que sei abrir mão, quando quero, do que não me faz bem e isso se chama coragem. Já o comprovei algumas vezes na vida. Procuro ser simplesmente eu mesma, evito imitar, não finjo e cuido de não representar! 
Sinto-me forte na maioria das ocasiões, mas também sou frágil em outros momentos e, então, prendo os pés ao meu chão, fico quietinha e, até me refazer, opto pela racionalidade. Geralmente, junto à natureza!
Sou simples, espontânea, sou clara, consciente do que
Aleixo e Regina, no metrô.
preciso e persigo meus sonhos com firmeza. Dizem que isso é um sinal de personalidade forte e eu até concordo, mas não sou prepotente ou arrogante. O tempo foi diminuindo aquela segurança adolescente dos donos da verdade. 
Houve momentos em que temi quebrar-me como um cristal muito fino. Mas, sobrevivi, pois não permaneci inerte. Apressei-me em juntar os cacos, como um quebra-cabeça de muitas peças e, mesmo sentindo muita dor, consegui colar todos os pedaços e prosseguir renovada. 
Acredito que tudo que se parte tem conserto, inclusive o coração, tenho uma sensibilidade incrível, mas nem todos compreendem isso. 
Batuity, Lei, eu, Tarsila, Clélia, Fátima
e Collins, no níver da mana.
Creio que dificilmente alguém já chorou por mim. Assim, aprendi a usar o mecanismo de defesa e sobreviver chorando por mim, sorrindo por mim e sendo feliz comigo mesma, mesmo tendo contado com o apoio e compreensão de uns poucos amigos ante alguns desafios da existência.
Aconteceu ocasionalmente de as pessoas que me rodeavam não perceberem que eu também sentia frio, medo, insegurança, que chorava por ter perdido um amor apenas por não ter sido compreendida ou julgada sem ter sido analisada. Sou um pouco tímida, embora demonstre o contrário, sinto  dores de perdas irreparáveis e essas dores me deixaram feridas talvez ainda não cicatrizadas...
Clélia e Regina em temporada anterior.
Tenho a força de poder seguir em frente, deixando as mágoas para trás porque o tempo é mesmo a maior distância entre dois lugares. Se eu fiz mal ou feri alguém, com certeza não foi de forma premeditada, afirmo até que tenha sido de forma impensada ou mesmo inconsequente, pois como humana ainda detenho limitações.
Há histórias de erro e de acerto na minha existência. E apesar dos janeiros, ainda sou uma mistura de menina e mulher, ora frágil como uma flor, ora forte como uma rocha. Aliás, fui obrigada a ser forte, senão teria sido engolida pelos múltiplos e diversos desafios da caminhada terrena. Detenho uma fé digna de nota e, nos percalços, minha sensibilidade acusou mãos divinas compartilhando o carregar da cruz.
Mas depois de tantas quedas e decepções, de erros por omissão ou comissão, sento-me mais tranquila para viver os últimos anos ainda neste orbe. Sei agora o rumo que irei tomar. Avistei um caminho que me leva a um lugar muito distante, ou melhor, um caminho infinito... 

2 comentários:

  1. Nestes proporcionalmente poucos anos de minha vida vividos com você e para você, Regina, posso afirmar que muito admiro a sua capacidade de enfrentar a vida tal como ela tem sido. Principalmente as decepções e sua capacidade de se refazer. Sinto-me uma pessoa privilegiada em poder estar ao seu lado. Que o Deus todo poderoso do Universo possa lhe dar mais e mais força para todo o sempre.

    ResponderExcluir
  2. É Isso aí, mana! A sua capacidade de superar com galhardia os obstáculos do caminho é invejável. Além da força pessoal, um pouco deve vir da herança genética, da mistura da fortaleza nordestina com a persistência mineira. Bola pra frente, que ainda vem muitas coisas boas na sua vida, permeadas com as dificuldades que vc bem conhece. Uma coisa eu tenho certeza, não vai lhe faltar nunca coragem pra enfrentar as dificuldades nem alegria para receber as novidades. Espero estar por perto em todas as ocasiões. Beijo grande!
    clélia

    ResponderExcluir