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Regina e Aleixo, 15.02.2014. |
Gosto muito de ler e também de
falar... Com os janeiros, venho aprendendo a cultivar algum silêncio no turismo
contemplativo do bosque de nossa Shamballa. Mas adoro escrever. Agora, aposentada da vida acadêmica, não preciso
me submeter aos horários rígidos e posso fazê-lo sempre que me inspiro...
Ontem cedo fomos a Brasília. Era a
comemoração do aniversário dos netos brasilienses. Digo isso para simplificar,
porque Juliana nasceu há cinco anos em
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Sabiá do campo na Shamballa |
Montreal, no Canadá, quatro dias após o
quinto aniversário do Matheus. Ela queria muito essa festa. No ano anterior, a
festividade foi cancelada em razão do tratamento de saúde de minha nora.
Juju quis vestir-se de Tinkerbell
e colocou a sua fantasia toda orgulhosa na hora do clássico parabéns. Teteu,
aos dez anos, já se acha rapaz para este tipo de festa, mas suportou o ritual
com resignação ao interromper a brincadeira com os amigos por instantes.
A festa foi linda e muito bem organizada
em espaço
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Adicionar legenda |
próprio. Retornamos felizes à Shamballa ao final da tarde. Choveu
toda a noite e neste domingo percebemos os pássaros cantando com maior alegria
nas árvores. Resolvemos fazer uma caminhada pelos arredores e fomos até o toco da
corujinha. Ela está sempre ali durante o dia, de olho em sua toca que guarda ovos
ou filhotes. Além de bem- te- vis, udus- da- coroa- azul, canários, rolinhas, periquitos, da
nossa corujinha, vimos muitos sabiás do campo, não apenas em nosso sítio, mas
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Sabiá do campo no chão |
também pelo caminho. E como eles cantam!
O Sabiá-do-campo mede uns 25 cm.
Possui uma coloração cinzenta no dorso, alto da cabeça, asas e cauda. O peito e
o ventre são de um branco amarelado ou arroxeado pela terra, íris às vezes
amarela. O sabiá do campo pode ser identificado pela sobrancelha branca
proeminente e a cauda comprida com as pontas de cor branca. Às vezes esta ave
aparece inteiramente marrom, com as partes inferiores mais claras, possui uma
faixa marrom-escura atravessando os olhos e uma sobrancelha branca. A ponta da cauda
também é branca. É comum vê-la levantando a cauda durante os segundos
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Corujinha do Aleixo |
após seu
pouso sobre galhos finos, antenas e cabos da rede elétrica.
Sei que são campestres, vivendo
em regiões semiáridas e em geral prefere habitar campos abertos com árvores
esparsas e vegetação arbustiva. É comum nas capoeiras, no cerrado ralo e nos
campos de pastagens das fazendas. Pode ser observado também nas montanhas e nos
buritizais. Mas podem também se adaptam às cidades maiores, desde que estejam
disponíveis água e áreas
verdes onde eles possam pousar, caçar e fazer ninhos.
É comum vê-los em pequenos
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Juju vestida como Tinkerbell e seus pais |
bandos de 3 a 7 indivíduos são bastante dóceis e não
temem a presença humana, ao contrário dos pardais e bem-te-vis que são muito
ariscos.
Movimentam-se em largos saltos ou
correm pelo chão. Pode pousar na ramagem apoiando-se em dois galhos vizinhos,
demonstrando agilidade incomum. Destaca-se o modo dessas aves de se aprumarem e
esticarem o pescoço, avaliando os arredores, enquanto se escondem
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Aleixo e Juju antes do aniversário |
deixando
exposta apenas a cabeça. Voam muito bem. A cauda indica qualquer emoção, sendo
fortemente arrebitada, daí conhecido também com o nome de
"arrebita-rabo".
Onívoros, comem tanto insetos e
aranhas como frutinhas e sementes. Colhem o alimento de preferência no solo. Dizem
que ocasionalmente eles predam ninhos com ovos de outros pássaros. Alimenta-se
principalmente de invertebrados e frutos, bem como de filhotes de outras
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Luciana e Regina, 15.02.2014 |
aves
retirados dos ninhos. Dentre os invertebrados, os insetos como formigas,
cupins, besouros constituem a maior parte das presas. Os frutos podem ser
silvestres, neste caso, de pequeno tamanho, engolidos inteiros ou cultivados,
como banana, mamão, laranja e abacate. As sementes não são digeridas e
atravessam intactas o seu tubo digestivo.
A ave atua, assim, como
dispersora das sementes dos frutos que ingere. A maior parte do alimento é
obtida
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Regina e seu filho Otávio |
enquanto a ave caminha pelo solo. Outros métodos de alimentação com
presas animais são menos frequentes, como a captura de insetos em voo a partir
de poleiros elevados ou com saltos a partir do solo. Os frutos são coletados
pela ave empoleirada, mas os frutos de grande tamanho, como o mamão e a banana
de nossa chácara, podem ter parte de sua polpa consumida após caírem ao solo ou
emprestados do poleiro do papagaio.
O ninho é em forma de uma tigela,
confeccionada na copa de uma árvore no campo, sendo visível de longe; o centro
do ninho é forrado com material macio. Costumam
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Luciana e Aleixo |
também usar cumeeiras e
pilastras das casas para fazer seus ninhos. Os ovos são esverdeados com manchas
cor de ferrugem. A fêmea põe de 3 a 4 ovos. Os filhotes saem do ovo após 12 ou
14 dias, abandonando o ninho com 11 a 14 dias. O interior da boca dos filhotes
é amarelo laranja. O sabiá é explorado pelo pássaro preto ou godero que põe
seus ovos em seu ninho e deixa que ele crie seus filhotes.
A vocalização desta espécie é
notável pela maestria com
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Personagem Tinkerbell |
que imitam os cantos e chamados de outras aves, mas
sem grande perfeição. Voz: agudo e penetrante "tschrip",
"tschik" que é a chamada característica da espécie;
"scha-scha-scha", "krrrra" bufando, tipo advertência ou zanga. O
sabiá-do-campo é uma ave famosa por seu vasto repertório de cantos, que incluem
imitações de outras espécies. Também pode ser chamada de tejo-do-campo,
sabiapoca ou calhandra. O casal é auxiliado por um terceiro ou quarto indivíduo
do bando, que talvez sejam crias de anos anteriores. Repelem os outros pássaros
das proximidades do ninho.
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Sanhaço azul e Sabiá com fruta |
Enquanto caminha pelo solo, de
tanto em tanto, o pássaro abre ambas as asas numa exibição denominada
"lampejo de asas", cuja finalidade não é entendida e que é observada
em outras espécies do gênero. O lampejo pode ser executado também quando a ave
se depara com uma ameaça em potencial, humanos próximos demais ou serpentes.
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