Regina,2013. |
Aleixo me disse que na família
Nuss ninguém se destacou nas Letras, artes ou esportes. A Educação da época era
mais estoica com prioridade para o trabalho rural. Seu pai, o senhor Silvio
Oliveira, tinha pendores artísticos, mas isso constituía ocupação para as horas
vagas, porque, segundo os valores da época, a lida no campo era a única forma
de vida reconhecida no interior. Mas, agora, a prima Sonia vem desenvolvendo a
arte literária e compartilhou um de seus poemas em que o ser de enunciação
canta a infância em seu convívio com os avós e a natureza. Sônia graduou-se em Serviço Social, é professora e atua na biblioteca de uma escola pública, em Itaperuna, RJ.
Minha infância trago sempre
Na memória enternecida
Brincando em um imenso pomar
Na casa dos meus avós
Velhinhos, tão queridos...
Que nos davam liberdade
Para correr entre as árvores
Subindo nos pés de goiaba
Brincando de esconder
No velho engenho
Onde encontrávamos
Até uma ninhada de gatinhos
Lembro-me do Louro
Que gritava com força e vontade
Ô Juan ou então: Juanitooo...!
Da vovó não podíamos nos aproximar
Se o Louro por perto estava
Ele vinha nos bicar, com se quisesse falar:
“Não aproxime da vovó, pois, ela,
Só eu posso amar”
Com uma sombra confortável
Onde as aves se refrescavam
O enorme tanque onde brincávamos
De guerra de água
Os cachos de banana
As cestas de pinhas
Que vovó guardava
Pra quando os netos chegassem
Além das mangas docinhas
Ah, que delícia!
O famoso pé de carambolas
Doces e cheirosas
Bem na frente da janela da cozinha
Onde um dia, não me esqueço,
Um primo muito querido
Quase perdeu o dedo...
Quantas lembranças lindas
E emocionantes
Trago sempre comigo
De agradecimento a Deus
Por tanta dedicação!
Sonia Nuss, outubro, 2013.
Queridos Regina e Aleixo, estou mandando pra vocês mais uma contribuição para o livro, não sei se pode ser aproveitado, caso sirva, podem fazer as devidas correções.
ResponderExcluirEsse outro poema é referente ao papai, não sei se serve para o objetivo, que é o livro... Beijos
CHUVA
Toda vez que a chuva cai
Lembrança me traz
De um tempo
Em que ainda tinha meu pai
Um homem simples e sábio
Pois sabia agradecer
Em forma de oração
Pelo dom que Deus
Deu de presente
Que enriquece a natureza...
Com um gesto simples
De tirar o chapéu
E dizer emocionado
“Louvado seja Deus”
Oração de agradecimento
Que nos deixou de herança
Além de outros valores:
Verdade, honestidade,
Responsabilidade.
Isso tudo
Passamos aos nossos filhos
Que por certo passarão aos seus
E assim sucessivamente... Sonia Nuss
Aleixo Nuss de Oliveira
ResponderExcluirHumhum... bom ver que temos uma poeta na família... Sonia Nuss. Apesar do grande número de parentes, mais de 300, calculo, desconheço os que se dedicam às artes profissionalmente. Vá em frente Sonia, a prática lhe fará uma poetisa...O primo sou eu que, a pedido de minha avó, fui cortar Erva de Passarinho nas grimpas do pé de carambolas com meu canivetinho Corneta bem afiado e dei um tremendo corte na munheca em cima da articulação do polegar esquerdo. A Sonia estava por perto, se bem me lembro.