segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

ANO NOVO NO ANTIGO EGITO




Aleixo e Regina, Rio, 31.12.2013.
Hoje é Dia de Reis e o encerramento oficial das festividades de fim de ano. Chegamos ao Rio para a passagem do ano. E tenho refletido sobre esse costume ancestral de comemorarmos as mudanças de ciclo. Sei que diversas civilizações e culturas que possuem calendários anuais comemoram a passagem de um ano para outro. Até Drummond exalta o fato de alguém ter dividido o tempo em fatias... É quando acontece este evento em que se celebra o fim de um ano em proveito do próximo, inaugurando um novo ciclo. Como estudante rosacruz, sei que para os antigos egípcios não foi diferente. Há mais de cinco mil
Fogos em Copacabana
anos,  eles já festejavam, a seu modo, o Ano Novo.

A crença no deus Rá - divindade solar - orientava a vida dos antigos habitantes da terra dos faraós e, embora a jornada diária desta divindade representasse a sucessão dos dias e das noites, a contagem do tempo estava definida pelos ciclos anuais do Rio Nilo.

O conhecimento da natureza levou-os a formularem um calendário anual de três estações: quando o rio começava dar os primeiros indícios das inundações, inaugurava-se a estação
Imagem da Cidade Maravilhosa
chamada akhet. Terminada esta fase, as águas retrocediam e as terras reapareciam, ocorrendo a semeadura conhecida como peret. Por fim, na estação shemu ocorriam as colheitas, logo após as espigas amarelarem. Deste modo, o ano era medido pelo tempo necessário da duração total de uma colheita.

Contudo, por mais regular que fosse o evento anual da inundação do Nilo, era difícil os egípcios marcarem com exatidão, sempre na mesma data, o fim de uma e o início de outra estação. Para isso, os criadores dos calendários na
No Cristo Redentor.
antiguidade se guiavam pela observação astronômica. A estrela Sirius anunciava o início de um novo ano, aparecendo no leste alguns instantes antes de o sol nascer. Como o aparecimento desse astro coincidia com o início das inundações do Rio Nilo, foi associada às lágrimas da deusa Isis que no mito religioso egípcio chorava pela morte de seu marido Osiris.

A presença da estrela Sirius, juntamente com os sinais das cheias do Nilo eram símbolos que marcavam o primeiro dia
Três Reis Magos
do Novo Ano, e deveria ser comemorado, pois ali se iniciava o período de uma nova colheita. Além disso, devido à relação da estrela com a deusa Isis, essas comemorações também eram dedicadas à divindade.

Nesta festividade, todos os egípcios deveriam levar oferendas para agradar os diversos deuses. Em especial, esta era uma missão dos sacerdotes, que arrecadavam provisões e presentes para dedicar nos templos. Além das comemorações à deusa Isis, também celebravam o deus Rá, pois após o desaparecimento da estrela Sirius, era o sol que anunciava o primeiro dia do Ano Novo para os antigos egípcios. De acordo com as inscrições antigas que trazem a mensagem de Ano Novo pode ser lido: Ra upet nefer renepet. k, isto é, É Rá que abre este belo dia de ano Novo pra ti.

Curtindo praia no Dia de Reis
Em nosso país, predominantemente cristão, as festas de fim de ano iniciam no Natal e vão até seis de janeiro, Dia de Reis. Esse é um festejo de origem portuguesa, ligado às comemorações do culto católico do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, mas que ainda se mantém vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país.  O evento apresenta um caráter profano religioso, fazendo parte do ciclo natalino, quando se realizam as comemorações do nascimento de Jesus com várias festividades ou festejos populares como: Congados, Folia de Reis, Império do Divino,
Aleixo e Regina, no Arpoador
Reinado do Rosário e  as Pastorinhas. Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado pelos reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três Reis Magos, denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII. Todavia, sobretudo nas metrópoles, o sentido destas festividades religiosas vem sendo distorcido e bastante explorado comercialmente...

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