terça-feira, 7 de janeiro de 2014

CONVERSAS DE PRAIA




Aleixo e Regina, em Ipanema.
Adoro conversar, dizem que é característica feminina... Falar com outra pessoa pode ser um prazer incrível, talvez uma boa conversa seja uma de minhas atividades preferidas. Boas conversas surgem nos lugares e horas mais inesperados. Conversas simples e puramente boas nascem das rodas de conversa, na lanchonete em meio ao cafezinho. Brotam das longas partilhas com queridas pessoas, dos mergulhos profundos e constantes nos livros, na praia...
Das boas conversas surgem boas ideias, descobertas, surpresas. Das conversas descobrimos mundos dentro de nós. Projetos, sonhos, desejos. Boas conversas nos dão
No Calçadão de Copa
alegria porque nos envolvem no mistério fantástico e encantador da nossa história de vida. Mas nem sempre conversar foi algo natural para o ser humano, desde a época mais primitiva temos algumas dificuldades para realizar esta tarefa que é base de todo o relacionamento.
Realmente não é fácil ser um bom conversador, exige esforço e dedicação ao próximo. Muitas vezes, podemos achar que somos bons conversadores, por sabermos falar bem ou por falar muito, todavia, isto é um ledo engano. A boa conversa não está na fala exclusiva ou primordial de uma pessoa, mas, sim, na interação entre duas ou mais pessoas.
Sofia, Matheus, Juju e Lucas.
Indo além, a arte da boa conversa não está em focar em si próprio, mas sim no outro. Tenho tentado aprimorar esta característica em meus atendimentos voluntários...
Ontem, no Arpoador, conversamos muito com um casal. Ele é do Pará, mas morou em Brasília nos últimos quarenta anos, onde  se destacou como médico pediatra. Há algum tempo, compraram um apartamento na Avenida Atlântica no qual residem desde a aposentadoria, apesar de viajarem bastante por todo o mundo. Ele afirmou que não existe melhor local para viver que o Rio de Janeiro! Difícil encontrar alguém
 Pousada do Farol, com Brasigóis.
com tão bom humor...  Conversa inteligentemente bem humorada! Imaginem que ele apresenta a sua esposa como a Barbie sênior!
Hoje fiz amizade com uma senhora portuguesa. Contou-nos que mudou para o Rio há sessenta anos.  Recorda os bons tempos, quando se podia sair com joias à rua, mesmo dependendo de condução no antigo bonde...  Muito religiosa, Almerinda acredita que tem estado protegida dos assaltos contemporâneos devido à sua fé em São Judas Tadeu. Mas relatou que logo que chegou ao Brasil, trabalhou como costureira na Rua Rui Barbosa.  Era bem jovenzinha, inexperiente, porque vinha de minúscula vila portuguesa...
Irmãs Araújo e Dona Didi, 1998.
Um dia, esperava o bonde no ponto quando uma moça a abordou pedindo-lhe que segurasse uma criança e sua bolsa para que ela fosse ao banheiro. Ela concordou, mas a mãe nunca voltou para pegar o bebê. Ela não sabia o que fazer, nunca havia entrado numa delegacia! E foi ajudada por um senhor que chamou a radio patrulha, contou a sua história e pediu aos guardas que levassem o bebê às autoridades. No dia seguinte ela pode ler a história nos jornais...
Hoje a praia estava maravilhosa. Água limpinha e de temperatura agradável. A energia desta cidade me faz bem!
Marcos e Aleixo.
Apesar do calor do verão, não sinto vontade alguma de retornar a Goiás... Estamos programando um passeio a Angra ou talvez a Visconde de Mauá... Aleixo quer ainda passar uns dois dias em Itaperuna... Mas viemos de avião desta vez e com este calor a gente não fica animada para enfrentar cinco horas de ônibus...

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