sexta-feira, 15 de junho de 2012

LEMBRANÇAS DA FAZENDA NUSS


Casa da Família Nuss,  em 1960
A primeira infância do Aleixo transcorreu na fazenda de seu avô materno, no município de Itaperuna, bem perto de São João do Paraíso, na região noroeste do Rio de Janeiro.  As mais antigas lembranças do menino Aleixo estão ligadas à vida na fazenda de João Nuss.
Ao redor da residência, numa área de uns 15 mil metros quadrados, havia toda espécie de facilidades necessária ao bom funcionamento da vida no campo. Fruteiras, secador de café, arroz etc. Três tulhas grandes para depósito de grãos e guarda de equipamentos, montarias, entre outros utensílios.
Avós do Lexin - Benedecta e João Nuss
Ele lembra-se da varanda na casa grande de onde ele via diariamente os terreiros de café cercados pelo muro de taipa. A casa era bem grande, em torno de oito dormitórios, três grandes salões, banheiro e cozinha enormes.
A residência era cercada de flores de todos os tipos, cada uma floria em determinada época. Assim, sempre havia flores rodeando o casarão e, de longe, todos sentiam o perfume das rosas e muitas outras flores.
Além do ribeirão, começava um morro coberto de escura e misteriosa mata virgem que, na sua imaginação, constituía um fantástico ninho de onças e índios.

Imagem de São João do Paraíso, R. J.
Lexin - apelido de infância - era um menino inquieto, arteiro, de alma aventureira. Estava sempre inventando alguma coisa, descobrindo os arredores sem temor. Sua irmã Lourdes o acompanhava em muitas brincadeiras. Ela me disse que Aleixo não a poupava, mas ela estava sempre junto, apesar das judiações sofridas.
Era um hábito, naquele tempo, as crianças brincarem com sabugos de milho que se transformavam em bonecos; chuchus com pernas de palitos eram cavalos e porquinhos, finca; faziam bodoques, atiradeiras ou estilingues, arco e flecha; brincavam com bolas de gude que tinham que acertar nos buracos feitos na terra.
 Tias: Maria, Lourdes, Francisca, Joaquina,
 Conceição, Leonor, Dolores.
Tios: Chico, Máximo, Antônio.


A caça era muita praticada. Muitos bichos, como tatu, lagarto e outros serviam de alimento. Pescava-se também, geralmente de anzol e tarrafa, mas no riacho mergulhava-se para pegar peixes nas tocas.
Era certo encontrá-lo explorando o terreiro de café, a mata próxima, vê-lo no pomar comendo frutas de todos os tipos ou pescando com peneira, no ribeirão próximo.  
Descreveu-me a elegância de suas tias. Usavam vestidos clássicos, cuidadosamente enfeitados com rendas, bordados, casinhas de abelhas, nervuras, ajour, botões cobertos de tecido por elas, prendadas costureiras. Ele acredita que elas copiavam os modelos de revistas européias, mas elas mesmas o confeccionavam.
Tias do Aleixo:  Leonor,
 Dolores e Francisca.
João Nuss dividiu as três fazendas em vida, evitando despesas com futuro inventário. Na época contratou um agrimensor e procedeu a divisão com justiça e sabedoria entre os 13 filhos.  Seu pai – Silvio – recebeu dois pedaços distintos, uma vez que não era possível tirar toda a gleba junta. Portanto, ele ficou com uma parte próxima da escola e outra lá embaixo.
Emociona-me participar do relato da memória de fatos acontecidos cerca de seis décadas atrás! Segundo os cálculos do Aleixo, isto teve lugar no período de 1945 a 1952! 

Um comentário:

  1. Comentário da prima do Aleixo no FB
    Olá, Regina Lúcia,
    Dirlene Nuss comentou sua publicação no mural.
    Dirlene escreveu: "Esta é a única foto de nossos avós que temos,graças ao Aleixo!Só ele tinha maquina fotográfica.Neto,sobrinho e filho atencioso nunca tivemos outro igual.Jamais deixou de visitar-nos e dar atenção,mesmo quando estava no exterio.Nós perdemos todo mundo de vista menos,Aleixo,vira e mexe ele aparece visitando a todos.Isto é amor a suas raízes!Obrigado,meu primo, por ser tão abnegado,mamãe sempre teve um carinho especial por vce e transmitiu isto a nós."

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