quarta-feira, 17 de abril de 2013

LEMBRANÇAS DE ALEIXO E DIRLENE NUSS



Eunice Gama e Tia Dirlene.
“Há em mim doença de lagarta, predisposição para casulo, pretensão para eterno. Voar é o meu destino”.  Francisco Perna Filho 
Parte da minha infância foi no interior, na roça. Vivia em contato com a natureza, com os animais, mesa farta, ar puro, pescando, brincando com os cachorros, gatos e outros bichos, caçando, cuidando dos  porcos, cabritos e cavalos, observando e aprendendo. Fiz de tudo o que me foi permitido fazer. 
Isto contribuiu para a minha formação como cidadão. Hoje tenho saudades.  Eu respeito as pessoas que vivem na roça, pois sei da dificuldade que é viver no interior das regiões deste país. Tenho maior carinho pela natureza e sempre procuro cuidar de sua preservação com alegria e reverência. 
Aleixo, Regina, Antônio João e Maria.
Atualmente, vivemos em um sítio que chamamos de Shamballa.  Escolhemos viver mais perto da natureza e temos um bosque e um riacho nesta opção de simplicidade voluntária. Professor aposentado, ainda trabalho como tradutor. Talvez, por um destino da vida, viajamos bastante indo ao encontro de familiares, amigos, filhos, netos e também curtindo a praia carioca. Mas continuamos a ter uma relação com o interior, com a roça, alternadamente com visitas periódicas à cidade maravilhosa. 
Dalva Nuss Ornelas e Aleixo.
Hoje, Regina me perguntou mais uma vez sobre a família Nuss. Continuamos a organizar as informações para escrever a história de nossos antepassados e tentei descrever cada um dos irmãos Nuss, contanto com a ajuda da prima Dirlene que prometeu envolver outros primos e, possivelmente, a tia Leonor.
Minha mãe Joaquina era super tranquila, muito religiosa, a mais velha das irmãs Nuss. Casada com meu pai Silvio Ribeiro de Oliveira, conhecido com Silvio Florio, por
Joaquina Nuss, netinho e Tio Máximo.
causa do nome do avô paterno.  Joaquina, por ser mais velha, ajudou a cuidar dos irmãos mais novos, inclusive, a prima Dirlene contou que sua mãe Lourdes sempre foi muito grata a ela, pois quando Lourdes era pequena, Joaquina era quem cuidava dela nas crises de bronquite. Assim, Joaquina perdia noites de sono com a irmã caçula. 
Não tiveram tempo para diversão. Apesar de toda essa gratidão e admiração entre as irmãs, Dirlene só veio conhecer a  tia Joaquina com uns oito ou nove anos. Sua mãe Lourdes lhe disse que elas ficaram sem ver
Tia Lourdes e Aleixo, 2012.
uma à outra por 16 anos e moravam a uma distância de mais ou menos oito quilômetros! Imaginem! As coitadas só viviam para o trabalho doméstico, o marido e os filhos!
Tia Lourdes também sempre foi muito católica, alegre, amorosa, bonita. Casada com Bernardino Alves Teixeira, tio Diná. Lourdes teve sete filhos, mas perdeu um. Era do tipo Amélia, esposa de marido autoritário, obediente que só! Seu único passeio era  a ida à igrejinha da fazenda -Capela de São Roque -, na porta de casa, pela qual ela era a responsável.
Aleixo, Joãozinho e Zezé, 2012.
Recebia em casa para refeição e hospedagem, os padres que assistiam a comunidade e os Padres Capuchinhos que permaneciam na região por um bom tempo. Durante o ano, Tia Lourdes acolhia em sua casa as professoras da escolinha - Escola Estadual de Flexeiras - hoje, Escola Municipal Bernardino Alves Teixeira, pois, Tio Diná fazia questão da educação não só para os filhos, assim como, para os filhos dos colonos e alfabetização de adultos.   
Dirlene relata que a tia Lourdes recebia em média três professoras e cozinhava pra elas, assim como para os camaradas que trabalhavam na roça. Dirlene se lembra de uma pilha de marmitas que ela mandava para a roça, eram os seus irmãos mais velhos que levava a  
Tia Mercedes e Tio Alfredo
comida e ela ia atrás, como companhia, brincando pela estrada a fora.  Lourdes, como as outras donas de casa daquela época tinha muito trabalho: filhos, marido, professoras, camaradas...
Dirlene afirmou que a Tia Mercedes, mesmo com a pressão 22, não faltava ao casamento dos sobrinhos. Isso era uma peculiaridade também de outros tios: Francisco (Chico), Lourdes, Leonor, Antônio, Pedro e Máximo.
Tio Máximo era também muito católico e  amigável.   Dirlene diz que o via como rígido e justo!Acrescenta que ele era muito educado, inteligente e bastante político, sempre de
Novíssima geração Nuss - Sophia,
neta da Sônia.
esquerda, mas de temperamento ponderado. Tia Cecília, mulher de tio Pedro, em sua opinião, era tremendamente explosiva.  Prima Dirlene, acrescenta uma curiosidade: tio Pedro era irmão de sua mãe Lourdes e tia Cecília era também tia de seu  pai -  Tio Diná.
Dirlene opina que o bom mesmo é ouvir o relato de cada um dos familiares,  com suas diferentes formas de visão.  Sabemos que a Tia Leonor ainda pode fazer um bom relato e contamos com a ajuda da prima Maria nesse sentindo!  Dirlene pretende fazer contato com  outros  primos para que  todos possam  participar do resgate da história Nuss!

Um comentário:

  1. PARA QUE SE POSSA FAZER UM RESGATE MAIS APROXIMADO DA HISTÓRIA DE CADA FAMÍLIA DA RAIZ: JOÃO NUSS E BENEDITA GIMENEZ, BOM SERIA QUE CADA UM DESSES TANTOS DESCENDENTES (PRIMOS E PRIMAS DE 1º GRAU) TAMBÉM PARTICIPASSEM COM SEUS RELATOS, DE FORMA QUE CHEGUEMOS A UM CONSOLIDADO QUE FAÇA JUS À VERDADE. MEUS PARABÉNS, REGINA, OBRIGADO POR NOS INCENTIVAR COM ESSA TAREFA.

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