Regina lembra-se com saudade do Val |
Estou contente com as boas notícias de meu amigo terapeuta Luís Alfredo! Eu simplesmente o adoro!
Adevaldes, Clélia e seus filhos, 1988. |
Ele compartilhou que está reinventando a sua vida em uma cidadezinha do sul, escolhida com cuidado. Luís continuará com o consultório de psicologia, os cursos, o estudo constante, os grupos de sonhadores, em maioria, em meio a muito afeto e chocolate. Voltas românticas que a vida dá!
Minha sobrinha Tarsila postou uma foto no facebook e lembrei-me com carinho de seu pai – Adevaldes Pereira.
Eu o conheci em 73 quando minha filha Fábia nasceu e fiquei alguns dias na casa de minha mãe porque já era mãe de outro bebê de 13 meses – Otávio. O pai deles havia viajado para visitar uma fazenda no Maranhão que comprara só por meio de informações.
Clélia com Otávio e Fábia, 1975. |
Fábia chorava muito e Val costumava visitar a minha irmã Clélia com quem estava namorando.
Eram colegas de trabalho, companheiros de futebol e de outras formas de lazer. Ele era simpático, responsável, bonito e logo ganhou a simpatia irrestrita de toda a família. Val não falava muito, mas aos poucos fomos conhecendo-o e admirando as suas qualidades!
Difícil encontrar alguém com seu caráter tão íntegro e cristão. Estava sempre disposto a ajudar o próximo sem alarde. Ele e Clélia costumavam levar meus filhos pequenos para passeio aos domingos. Ele era excelente fotógrafo e até hoje guardo as inúmeras fotos que ele tirou das crianças.
Logo eu o convidei para batizar a Fábia junto com Clélia e dois anos mais tarde eles se casaram. Esta união foi abençoada com a chegada de três filhos maravilhosos: Gustavo, Priscila e Tarsila.
Adevaldes, Sônia, Didi e Ziquinho, 93. |
Nós convivemos muito em família por duas décadas. Estávamos sempre juntos nos finais de semana e fizemos algumas viagens de férias em sua companhia. A gente costumava alugar uma casa na praia e dividíamos as despesas. Ele cuidava da contabilidade de maneira que tudo acontecesse de maneira justa e organizada.
Lembro-me de eu gostava de cuidar da administração da casa e fazíamos as compras de supermercado, juntos. Val foi esposo, filho, irmão, cunhado, genro, amigo perfeito. Era o mais velho dos irmãos do sexo masculino e cuidou de sua mãe e irmãos responsabilizando-se pela educação de todos. Quando seu pai adoeceu, ele também o acolheu e costumava cuidar pessoalmente de seu banho diário! Gostava de viajar e era um ótimo companheiro nestas ocasiões. Clélia e ele viajaram bastante. Nunca o vi de mau humor! Ele se destacava por sua bondade onde quer que atuasse!
Renata, Leandro, Regina, Fábia e Tarsila, na praia, 1986. |
Meu marido estava sempre fora e, algumas vezes, Val me levou ao hospital com suspeita de crise de angina. Muito tempo depois, descobriu-se que era apenas uma grande pedra na vesícula e fui operada, com a intersecção de minha amiga Helga, no Hospital das Clínicas.
Lembro-me de que ele foi me visitar e me presenteou com uma maravilhosa corbeille de flores silvestres, as minhas favoritas. No meio da cesta, havia antúrios brancos, famosos na época devido a uma novela global, cuja personagem - Jorge Tadeu -, vivida por Fábio Júnior, pretensamente fazia brotar em uma árvore de fictícia cidadezinha! Isto alegrou a pobreza do hospital público à beira de uma greve e alvoraçou as enfermeiras. Tive que presentear algumas delas com os antúrios e mais uma vez o Val contribuiu para a harmonia do ambiente!
Nosso pássaro Bacurau da Shamballa. |
Adevaldes lutou bravamente contra um câncer durante três anos, mas os seres como ele não precisam ficar muito na terra e nosso tenista partiu aos 44 anos. Eu poderia escrever muito mais sobre o Val... Difícil descrever como me emociona a lembrança de sua convivência querida. Mas acredito que ele deva estar muito bem onde se encontra e, na certa, intervém por seus amigos e por sua descendência. Sinto que ele faz parte de minha família espiritual e sou grata por este privilégio!