Fátima, Geraldo, Aleixo e Alexandre. |
Fátima leu a última postagem
sobre o avô João Nuss e quis dar a sua contribuição. Diz que se lembrou durante
a semana e até comentou com sua irmã Cida. É que tia Dolores contou que, apesar
de valorizar a educação, seu avô João Nuss só permitia que suas filhas estudassem
até certo ponto. De acordo com a época
extremamente machista, ele priorizava o comportamento recatado para elas e só
permitia que frequentassem a escola da roça que ia até a terceira série!
Sua mãe, a Tia Dolores, lembra-se
de que ficou desolada ao chegar à 3ª série e não poder prosseguir os estudos.
Confessa que sentiu certo trauma, impotente ante os valores de sua geração, mas
ele não permitia que as filhas saíssem da fazenda para estudar
e todos acatavam
as decisões do patriarca da família!
Aleixo, Dolores, Fátima, Cida, Alexandre |
Fátima acredita que essa
proibição não se aplicava aos filhos. Eles não eram muito incentivados, mas, talvez,
não quiseram sair porque não sentiram vontade ou não era exigência da época.
João Nuss, tampouco, permitia que
as filhas frequentassem os bailes. Mas os filhos o faziam e se apresentavam com
ternos muito bem engomados pelas irmãs, que passavam os trajes com ferro à
brasa.
Irmãos Nuss, em 1991, |
Fátima lembrou com saudades das
lamparinas, do cheiro do querosene, do fogão à lenha, do moinho de café, dos
grãos de café no terreiro e das pessoas trabalhando para depois torrarem os
grãos. Contou, ainda, que nas manhãs do dia de São João, as pessoas se levantavam
cedo e tomavam banho frio, parece que no terreiro da fazenda... Alguém se
lembraria desse detalhe para explicá-lo melhor?
E quanto ao engenho de moer cana,
do melado, da rapadura, do açúcar mascavo e outros derivados, Aleixo se lembra
de ajudar a tocar os bois antes de o sol nascer. Diz que também faziam farinha...
Lourdes e Leonor Nuss, recentemente. |
Prima Fátima lembra-se bem do
café no terreiro, pois quanto ao açúcar e à farinha, ela apenas ouviu os
relatos de sua mãe.
Acrescenta que, na infância, ela
e seus irmãos passavam as férias na fazenda... Chegavam durante o dia e, relata
como era maravilhoso, no dia seguinte, amanhecer e ouvir o mugir vindo do
curral, o som dos pássaros, das galinhas, da lida dos trabalhadores, isto é, os
familiares e um empregado chamado Miltinho que manuseava o balde em que tiravam
leite. Mais tarde, ouvia-se o barulho da camionete que
vinha buscar os galões de leite... Durante o dia todo, um doce ranger...Era o som do carro de boi
trabalhando na fazenda Nuss...
Aleixo, eu, Cida Nuss e Fernando |
Fátima descreve seus
queridíssimos tios, Marli e Francisco... Ele era bem humorado, voz forte,
implicava com um e com outro, com um timbre de voz forte, mas de difícil
entendimento, a tia sempre trabalhando muito, parecia que a lida era muito
fácil para ela, pois demonstrava agilidade e tranquilidade, saía de um serviço
para outro, sempre com um meio sorriso estampado no rosto e com um jeito um
tanto calado, mas muito simpática.
Recordou, ainda, que a mãe do
Miltinho, a Maria, lavava roupa para a família. Eles moravam atrás de um pomar,
Fátima e seus irmãos gostavam de atravessar o pomar e ver de longe a casa deles
e, por vezes, iam até a casa conversar com a trabalhadeira D. Maria...
Nossa...., que rapidez, já vi a publicação no Blog. Gostei de como organizou, alguns ajustes, mas transmitiu perfeitamente a ideia e, até mesmo o meu jeito, manteve praticamente tudo q escrevi. Bacana!
ResponderExcluirQuanto ao trecho do carro de boi, eu não consegui transmitir a realidade e ficou parecendo que o leite era buscado por um carro de boi e acabou indo assim na publicação. O carro que buscava o leite, não era carro de boi, mas uma caminhonete (pelo menos na época q está em minha memória, não sei, mas possivelmente, antes era usado carro de boi); a caminhonete devia ser de alguma cooperativa, isto ocorria pela manhã. Na parte da tarde, o carro de boi passava atendendo a outros trabalhos q não lembro quais, um provavelmente, fosse carregamento de lenha....
Abraços,
Fátima
Sim, Fátima, eu procuro respeitar o estilo de quem realmente é o autor do relato...Mas já corrigi, prima, e creio que agora ficou mais claro! Confira, por favor! Abreijos luminosos com o sol domingueiro da Shamballa!
ResponderExcluirRegina