domingo, 22 de setembro de 2013

RELATO DA PRIMA FÁTIMA NUSS




Fátima,  Geraldo, Aleixo e Alexandre.
Fátima leu a última postagem sobre o avô João Nuss e quis dar a sua contribuição. Diz que se lembrou durante a semana e até comentou com sua irmã Cida. É que tia Dolores contou que, apesar de valorizar a educação, seu avô João Nuss só permitia que suas filhas estudassem até certo ponto.  De acordo com a época extremamente machista, ele priorizava o comportamento recatado para elas e só permitia que frequentassem a escola da roça que ia até a terceira série!

Sua mãe, a Tia Dolores, lembra-se de que ficou desolada ao chegar à 3ª série e não poder prosseguir os estudos. Confessa que sentiu certo trauma, impotente ante os valores de sua geração, mas ele não permitia que as filhas saíssem da fazenda para estudar

Aleixo, Dolores, Fátima, Cida, Alexandre


e todos acatavam as decisões do patriarca da família!

Fátima acredita que essa proibição não se aplicava aos filhos. Eles não eram muito incentivados, mas, talvez, não quiseram sair porque não sentiram vontade ou não era exigência da época. 

João Nuss, tampouco, permitia que as filhas frequentassem os bailes. Mas os filhos o faziam e se apresentavam com ternos muito bem engomados pelas irmãs, que passavam os trajes com ferro à brasa.

Irmãos Nuss, em 1991,
Fátima lembrou com saudades das lamparinas, do cheiro do querosene, do fogão à lenha, do moinho de café, dos grãos de café no terreiro e das pessoas trabalhando para depois torrarem os grãos. Contou, ainda, que nas manhãs do dia de São João, as pessoas se levantavam cedo e tomavam banho frio, parece que no terreiro da fazenda... Alguém se lembraria desse detalhe para explicá-lo melhor?

E quanto ao engenho de moer cana, do melado, da rapadura, do açúcar mascavo e outros derivados, Aleixo se lembra de ajudar a tocar os bois antes de o sol nascer.  Diz que também faziam farinha...

Lourdes e Leonor Nuss, recentemente.
Prima Fátima lembra-se bem do café no terreiro, pois quanto ao açúcar e à farinha, ela apenas ouviu os relatos de sua mãe.

Acrescenta que, na infância, ela e seus irmãos passavam as férias na fazenda... Chegavam durante o dia e, relata como era maravilhoso, no dia seguinte, amanhecer e ouvir o mugir vindo do curral, o som dos pássaros, das galinhas, da lida dos trabalhadores, isto é, os familiares e um empregado chamado Miltinho que manuseava o balde em que tiravam leite.  Mais tarde, ouvia-se o barulho da camionete que vinha buscar os galões de leite... Durante o dia todo, um doce ranger...Era o som do carro de boi trabalhando na fazenda Nuss...

Aleixo, eu, Cida Nuss e Fernando
Fátima descreve seus queridíssimos tios, Marli e Francisco... Ele era bem humorado, voz forte, implicava com um e com outro, com um timbre de voz forte, mas de difícil entendimento, a tia sempre trabalhando muito, parecia que a lida era muito fácil para ela, pois demonstrava agilidade e tranquilidade, saía de um serviço para outro, sempre com um meio sorriso estampado no rosto e com um jeito um tanto calado, mas muito simpática.

Recordou, ainda, que a mãe do Miltinho, a Maria, lavava roupa para a família. Eles moravam atrás de um pomar, Fátima e seus irmãos gostavam de atravessar o pomar e ver de longe a casa deles e, por vezes, iam até a casa conversar com a trabalhadeira D. Maria...

2 comentários:

  1. Nossa...., que rapidez, já vi a publicação no Blog. Gostei de como organizou, alguns ajustes, mas transmitiu perfeitamente a ideia e, até mesmo o meu jeito, manteve praticamente tudo q escrevi. Bacana!
    Quanto ao trecho do carro de boi, eu não consegui transmitir a realidade e ficou parecendo que o leite era buscado por um carro de boi e acabou indo assim na publicação. O carro que buscava o leite, não era carro de boi, mas uma caminhonete (pelo menos na época q está em minha memória, não sei, mas possivelmente, antes era usado carro de boi); a caminhonete devia ser de alguma cooperativa, isto ocorria pela manhã. Na parte da tarde, o carro de boi passava atendendo a outros trabalhos q não lembro quais, um provavelmente, fosse carregamento de lenha....

    Abraços,
    Fátima

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  2. Sim, Fátima, eu procuro respeitar o estilo de quem realmente é o autor do relato...Mas já corrigi, prima, e creio que agora ficou mais claro! Confira, por favor! Abreijos luminosos com o sol domingueiro da Shamballa!
    Regina

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