quinta-feira, 20 de setembro de 2012

JILÓ RE- CON- FI- GU- RA- DO


Lei e Re, no aeroporto do Rio.
Ontem nós assistíamos à programação televisiva à noitinha quando comecei a ouvir ruídos semelhantes a miados. Questionei o Aleixo se ele prendera os cachorros e ele me respondeu que apenas a Kei-Ra estava no canil. Lei abaixou o som da TV e foi dar uma volta atrás do som que também ouviu. Voltou minutos depois com o primeiro filhote da Bettina nas mãos. Ela havia entrado em trabalho de parto. Depois foram chegando os outros e assistimos a todo o processo, maravilhados com a perfeição da natureza. 
Bettina amamentando filhotes após o parto. 
Tem uma placenta para cada filhote. Bettina foi parindo um de cada vez, ela mesma cortou o cordão umbilical e fez a higiene necessária com a boca. Lambe cada um deles para que se alimentem ou evacuem no momento certo. Hoje cedo havia seis filhotes. Saímos por algum tempo e ao retornar havia chegado um retardatário. Ela parece estar bem e os filhotes estão mamando normalmente. 
Gosto muito de jiló. E ofereci doce de jiló ao Aleixo. Ele provou e aprovou, mas logo me disse que eu havia  re- con-fi-gu -ra-do - o jiló! Rimos muito de sua criatividade. É que o doce de jiló tem gosto de doce de figo e quem lho ofereceu foi a Re! Aliás, se eu não soubesse de que era feito, juraria que era mesmo de figo, que adoro! 
Jilós emagrecem e purificam o hálito. 
A chuva veio no momento do parto da Bettina. Hoje o clima amanheceu maravilhoso. E já percebemos o início da estação das cigarras neste ano de 2012!  Sabemos que as cigarras são insetos que possuem um longo período de transformação que chamamos de metamorfose. A metamorfose nos insetos é comum, mas as cigarras são os únicos insetos que produzem o som alto e estridente que conhecemos. 
As fêmeas adultas de cigarra são fecundadas pelo macho no período de intensa agitação. É a época em que os machos cantam mais. Depois de fecundadas, as fêmeas põem seus ovos em ramos e folhas de vegetais, e morrem logo após. Quando os ovos das cigarras eclodem, saem ninfas, os insetos jovens, que descem das plantas e se enterram no chão, alimentando-se da seiva das raízes. 
Cigarra na primavera da Shamballa.
Dependendo da espécie de cigarra, a fase em que ela fica enterrada no solo pode durar de quatro a dezessete anos. Depois de passar por esse período ela abandona o solo e sobe nas árvores. Uma vez nas árvores, a cigarra sofre uma transformação, tornando-se adulta e apresentando-se pronta para o acasalamento. 
Nesta época da primavera brasileira, as cigarras ficam em intensa movimentação. Os machos que possuem aparelho estridulatório em seu abdome emitem sons para atrair as fêmeas ou afastar os predadores.  Cada espécie de cigarra tem um canto diferente, sendo que as maiores fazem mais barulho, principalmente nos dias mais quentes. 
Astro, Bettina e Kei-Ra no sítio.
O barulho feito pelas cigarras é alto, por isso tanto os machos quanto as fêmeas possuem um par de membranas que funciona como orelhas, para que o som estridente não provoque danos ao inseto.
Os machos de cigarras cantam não só para atrair as fêmeas, mas também para manter seus predadores bem longe, principalmente as aves. Ao cantar, o som alto e estridente das cigarras machuca o ouvido sensível das aves, além de atrapalhar na comunicação do grupo. 
As cigarras têm importância positiva e negativa no ecossistema. A importância positiva é servir de alimento para predadores, e a negativa é a de ser praga para algumas culturas. Quando as ninfas das cigarras estão no subsolo, sugam a seiva das plantas pelas raízes, provocando ferimentos que servem de porta de entrada para fungos e bactérias causadores de doenças.

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