quarta-feira, 29 de junho de 2011

PRESENTE

Regina, 2011.
Pensei no presente
ao presente
encerrando passado e futuro.
Não seria qualquer presente,
expressaria
todas as linguagens,
especialmente percebido
por você.

Silenciaria outras intenções
e diria de sua emoção
(in)contida.

O presente vive em mim.
Maior que a imaginação,
vem se purificando
a cada existência...
Só pode ser seu,
essência de amor,
de mim
para você.

Regina Lúcia de Araújo. In.: Presente de Meiga, Ed. PUC Goiás, 1996.
 

terça-feira, 28 de junho de 2011

PAZ E BEM NO BUCOLISMO


Filhote Astro, Regina e Aleixo junto ao altar
 na grutinha rústica de pedras do local.
Quando meu amigo José Alcides viu fotos de nossa Shamballa, pela primeira vez, ele exaltou a beleza bucólica deste espaço.

É que cada um percebe as coisas de acordo com o seu próprio universo, e nós, os amantes da literatura, percebemos tudo por este prisma.

Bucolismo é o termo utilizado para designar uma espécie de poesia pastoral, que descreve a qualidade ou o caráter dos costumes rurais, exaltando as belezas da vida campestre e da natureza, que foram consideradas como característica do arcadismo.

Regina com perus e galinhas na Shamballa.
Foram os árcades que exploraram o bucolismo. O nome arcadismo é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil o ano marco é 1768 e alguns de desu membros eram ligados tabém à Inconfidência Mineira, dentre eles, Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa.

Como sabemos, a principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.

Imagem alusiva à Inconfidência Mineira, no século XVIII.
Naquela época, a base material do progresso começava a consubstanciar-se nas cidades. Mudava o mundo, modernizavam-se as cidades e, consequentemente, redobravam os problemas dos conglomerados urbanos, hoje em situação cada vez mais caótica. 

A natureza acenava com a ordem nos prados e nos campos, os indivíduos resgatavam sentimentos corroídos pelo progresso. Os árcades buscavam uma vida simples, bucólica, longe do burburinho citadino.
Atualmente tem acontecido algo semelhante. Muitas pessoas buscam o contato com a natureza numa tentativa de resgatar melhor qualidade de vida, longe da azáfama, do barulho, da poluição que se tornou lugar comum nas cidades.

Regina com o  seu papagaio Apolo.
Nós saímos muitas vezes por semana e sempre que a gente volta para casa, agradecemos o privilégio de viver na Shamballa.

Desfrutar deste bucolismo nós deixa livres dos transtornos dos grandes centros urbanos!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

TULIPAS DA MEIGA

Tulipas abertas antes de dormirem na geladeira.
Acordei durante a noite com a luz azul do modem olhando para mim... Lá fora, o vento frio suspirava por chuva e logo o pássaro do relógio Dalgas cantou três horas da madrugada na sala! Ele reproduz o canto da perdiz vermelha nessa hora.

Lembrei-me do vaso de tulipas dentro da geladeira! Levantei-me e saí para espiá-las na cozinha. Elas tinham quase amanhecido com seus olhos de pétalas vermelhas completamente fechados! As tulipas são um presente da Meiga!

Tenho uma caneta dourada que fica à mão em meu criadinho mudo. É que, às vezes, acordo à noite e preciso escrever. Buscar o net book na sala dá trabalho, então, anoto as idéias manuscritas para digitá-las no dia seguinte.
A Meiga com suas tulipas na Shamballa.
Ontem foi um dia especial. Além das visitas diurnas de pessoas queridas, à noite, recebi dois telefonemas que me tocaram profundamente o coração. Sempre serei grata pela riqueza da amizade que ilumina a minha vida!

Pagu dormia solta e latiu percebendo a luz acesa do abat-jour no quarto. Ela permance atenta a qualquer visão, ruído ou cheiro diferente. Esta fiel cadela foi doada duas vezes, mas sempre volta. Assim, resolvemos manter os quatro cachorros aqui.

Então, quis dormir novamente para depois desfrutar de nova segunda-feira de aposentada...

Fomos para a academia e a seguir fazer uns exames rotineiros de saúde. Almoçamos e fui à editora da PUC levar o arquivo de meu livro Presente de Meiga que será reeditado na próxima coletânea em parceria com a Prefeitura de Goiânia.

A Perdiz vermelha  é a ave das 3 h do relógio Dalgas
Ao voltar para casa encontramos três pintinhos recém chocados por uma galinha. Ontem Matheus queria saber como eles nascem e quase conseguiu àssistir à quebra dos ovos...

Esteve frio o dia todo! Aleixo diz que não se lembra desta temperatura em Goiânia e o bosque da chácara esfria ainda mais o ambiente. Será delicioso o nosso sono esta noite!

domingo, 26 de junho de 2011

AVÓS E NETOS

Regina, filho Otávio e netos Matheus e Juliana,
em 26.06.2011, na Shamballa. 
Hoje recebemos a visita de meus netos - Matheus e Juliana - e fiquei muito feliz! A relação entre netos e avó é algo indescritível. O papel dos avós na relação familiar é, muitas vezes, o de cúmplice e amigo dos netos, o que é muito saudável e benéfico para o desenvolvimento da criança. Dizem que as avós só estragam a criança e pode até ser, porque permitimos aos netos muitas coisas que não deixávamos os nossos filhos fazerem!

Pedro Henrique, Tavinho, Clélia, Otávio, Matheus e
Juliana no colo do pai.
Todavia, apesar das aparências, a relação permissiva entre avós e netos não tem nada de prejudicial, pelo contrário, pode e deve ser aproveitada pelas crianças. De acordo com psicólogos, os papéis de pais e avós são muito distintos e, se isso ficar muito claro na família, a criança saberá discernir o que pode e o que não pode.

Até hoje me lembro de minha avó Madalena que guardava cocadas para mim ou me presenteava com bolas de renda que ela mesma tecia! Com que carinho e admiração ela pronunciava o meu nome composto e me elogiava a beleza!

Vovó Regina e neta Juliana, no bosque de
Shamballa neste domingo de junho.
Afinal, o papel dos avós é o de curtir a criança, de permitir que se coma aquele pedaço de bolo na hora do almoço ou dar-lhe chocolates ou outras guloseimas. O passeio à casa da avó deve ser uma festa para o neto. A relação de afeto, cumplicidade e carinho entre avós e netos marca a vida da criança, com lembranças positivas da infância.

A avó é aquela que conta histórias da família, de quando a mãe ou o pai era criança, de como era a vida em outros tempos. É uma referência importante para o pequeno, que se não for exercida pelos avós, provavelmente, será por uma outra pessoa da família ou um amigo muito próximo.

Aleixo, Regina e os netos Juliana e Matheus, na chácara.
Outra função da liberdade permitida pelos avós é aliviar a carga de tensão que existe no processo educacional. O pequeno não pode conviver exclusivamente com pai e mãe, onde tudo é proibido e as regras são, na maioria dos casos, as mais rígidas. Assim, a presença da avó serve para relaxar pais e filhos.

Quando a relação de avós e netos é regida por essa amizade incondicional, a criança verá essa pessoa como um porto-seguro, uma referência de serenidade, experiência. A avó amiga não julga as atitudes da criança, e sim dá colo, dá conselho.

As tulipas se abriram durante a visita recebida hoje!
Já na adolescência, os jovens, muitas vezes, buscam o apoio dos avós em questões delicadas desse período da vida e contam segredos que nem sempre contam para os pais. Já pude comprovar isso com meu primeiro neto – Frederico!

As crianças que têm avós do tipo Dona Benta podem e devem aproveitar dessa companhia agradável e de toda a experiência que essa pessoa pode lhe repassar. Pois, a presença da avó é importante em todos os momentos da vida da criança!

LABRADORES DA SHAMBALLA

Regina,  na Shamballa, em 26 de junho de 2011.
Sempre quis ter um cachorro labrador e, assim que compramos a Shamballa, foi uma das primeiras providências. Comprei o Oimbô e logo depois a Kei-Ra para fazer-lhe companhia e criar filhotes!
Adoro brincar com eles quando nascem, pena que não podemos permitir que se reproduzam muito, pois, geralmente, nascem dez filhotes e é difícil achar donos para todos eles!

Labrador retriever (resgatador) é uma raça de cães cujo local de reconhecimento foi dado à Grã-Bretanha. Considerada a raça mais popular no Reino Unido e na América do Norte, este canino teria chegado a Newfoundland, no Canadá, levado ou pelos portugueses ou pelos bascos, ou ainda pelos exploradores escandinavos. Lá, a raça desenvolveu-se sob o nome de pequeno cão de St. John.

Regina com seus cães labradores neste domingo.
Levados à Inglaterra, foram vendidos aos ricos proprietários de terras, tendo então seu nome modificado para labrador, graças ao conde de Malmesbury, o primeiro a chamá-los desta forma.


Esta raça, em 1950, ainda era usada como trabalhador rural, quando passou a ser considerada excelente para companhia, graças à sua personalidade juvenil, sua tolerância e sua necessidade de brincar. Em tempos mais modernos, passou ainda a ser utilizada como raça de busca e resgate em montanhas, e como guia de cegos, além de ser uma das mais utilizadas em terapias.
Aleixo e sua turma de adoradores - Astro, Bettina,
Kei- ra e Pagu.
Fisicamente pode atingir os 62 cm e pesar 36 kg. Sua pelagem é grossa e impermeável, e sua cauda o ajuda a nadar. Variando entre as cores amarela e chocolate, há relatos de que os exemplares de cor mais escura tendem a ser mais amáveis, mas não vemos diferença. E a nossa chácara ficaria sem graça sem a presença deles!
Nós temos quatro, atualmente, três fêmeas e um macho, nas três cores. A certidão da Bettina, a chocolate com pedigree, tem muito mais nomes do que a de qualquer ser humano de nossas relações!

sábado, 25 de junho de 2011

RIO - PORTO, PAISAGEM, ORLA


Aleixo e Regina, no Rio, em 21 de maio de 2011.
Passamos pelo Porto do Rio quando fizemos um cruzeiro no final do ano passado. Em princípios do século XX, os serviços de expedição de mercadorias para o exterior e para os estados brasileiros por via marítima e do recebimento das provindas de fora, por mar, eram efetuadas geralmente por meio de saveiros que atracavam em pontes quase todas de madeiras, piers ou cais de pequeno calado d’água; apenas algumas dessas construções acostavam vapores de pequena cabotagem.


Imagem do antigo Porto do Rio de Janeiro.
O Porto do Rio de Janeiro atende aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e sudoeste de Goiás, entre outros. Hoje o novo porto é um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados. Em 2010 foi inaugurado seu novo acesso, depois de várias mudanças na região.

Antigo Morro do Inhangá, cortado no século
passado.
O arquipélago das Cagarras está a 3 milhas da praia do Arpoador. Mas a orla mudou muito no século passado devido ao crescimento da cidade. O que resta do morro do Inhangá, cortado pela metade, no século XX, pode ser visto próximo à estação Cardeal Arcoverde do Metrô. Inhangá quer dizer diabo em tupi guarani.

Originalmente, era esse morro que separava as praias do Leme e Copacabana propriamente dita e ele, em princípio, chegava até o mar. Foi dinamitado em grande parte em 1933/34 para o Copacabana Palace fazer sua piscina e o que sobrou dele foi ainda mais cortado em 1950/51 para subir em seu lugar os edifícios Chopin, Balada e Prelúdio.

Hotel Copacabana Palace e morro do Inhangá,
na primeira metade do século XX.
 No promontório de Copacabana dá para perceber o paredão inconcluso do 1º forte de Copacabana, erguido a partir de 1776 e nunca terminado, bem como o perfil da igrejinha que data dos primórdios do século XVIII e foi reconstruída em 1742, 1782 e 1859. 
Essa igreja foi demolida em 1918/19 por ficar na linha de tiro dos canhões do novo Forte de Copacabana, que com ela ali, não poderia atirar para trás. Em seu lugar hoje existe o Campo de Marte, um ex-campo de manobras do Exército e pátio de exposições ao ar livre, além de estacionamento.

Edifício Chopin, próximo ao Copacabana Palace.
Quem quiser ver a imagem da Santa que se encontrava no altar mor tem de ir até a moderna igreja da Ressurreição, na Rua Francisco Otaviano, onde está exposta num nicho suspenso na parede interna de entrada da nave. O desenho pertence hoje ao acervo do Instituto Moreira Salles, na Gávea.

Existe uma foto, obtida por volta de 1920, do alto do Morro do Cantagalo, em que vê bem a nítida separação que as elevações do Inhangá provocava no extenso areal que ia do Morro do Leme às pedras onde ficava a igrejinha com a imagem de Nossa Senhora de Copacabana.

Muro de pedra na Ladeira do Leme.
Por esta razão, a ladeira, primeiro dos acessos às praias ao sul da cidade, foi chamada de Ladeira do Leme, nome que ainda conserva, embora a área hoje chamada de Leme seja bem menor, entre a Av. Princesa Isabel ao Morro do Vigia.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

MEDITAÇÃO SOBRE AS ABELHAS

Aleixo e Regina na Shamballa, em 12.06.2011.
Hoje fomos à academia cedo, almoçamos na cidade e retornamos para casa logo. Então, Aleixo me chamou para ver uma enorme casa de abelhas irapuã. Há um ano, elas fizeram casa na nossa caixa d água e deu bastante trabalho para tirá-las de lá. Daí, elas se mudaram para um barracão em ruínas na chácara vizinha à nossa.
A abelha cachorra ou irapuã não possui ferrão, nem dá picadas, mas se enrosca agressivamente nos pelos e nos cabelos das pessoas. Isso acontece porque o seu corpo está normalmente coberto por  resinas de árvores como pinus ou eucalipto.

Colméia de Abelhas Cachorra que observamos.
Quando se sentem ameaçadas essas abelhas podem penetrar orifícios de percebidos inimigos, como nas orelhas e nas narinas de animais mamíferos, inclusive de serem humanos. Mede cerca 7 mm de comprimento, com pernas ocreadas e asas quase negras na metade basal e mais claras na metade apical. O ninho globoso, com meio metro de diâmetro e coloração marrom, é construído entre os galhos das árvores, nas paredes ou cercas, mas este  que vimos aqui é ovalado e tem aproximadamente um metro de largura por dois metros de altura!  
Quis fotografá-las e logo me arrependi, porque elas se enroscaram no meu cabelo, nos  meus braços e na minha roupa. A colméia é basicamente construida de resina e excremento de animais. Por isso o mel que produzem não é utilizado. Achei, inclusive,  a cor semelhante à ração de nossos cachorros!
Aleixo e Regina na meditação diária na rede.
Aleixo e eu costumamos ficar na mesma rede observando a natureza ou conversando sobre o que vemos aqui. Chamamos a isto de meditação e é muito agradávell! Ontem assistimos à queda de um grande galho de árvore de nosso bosque.
Hoje, Aleixo comentou sobre a organização das colméias e como elas produzem os favos de mel. Cada favo é prenchido com pólen de flores variadas que algum tempo depois se transforma em mel puro. Observando a sua evolução, percebemos que cada grupo de abelhas cumpre a sua função específica, mas trabalham em conjunto harmonioso!  

terça-feira, 21 de junho de 2011

SOLSTÍCIO NA SHAMBALLA

Regina, em Stonehenge, UK, 09.2010.
Hoje é o primeiro dia do inverno brasileiro oficialmente, mas temos sentido um friozinho há bastante tempo. Em outras regiões do país os ponteiros do termômetro têm estado deveras baixo! Aliás, o tempo anda diferente no mundo inteiro e o ser humano é o maior culpado por esta situação.

Levantamos cedo com a chegada de nosso auxiliar que vem aqui uma vez por semana ajudar na manutenção do espaço. Nesta terça-feira, Aleixo e ele darão um reforço na cerca de divisa do lado esquerdo para que os cachorros não fujam. No sábado, enquanto fomos mostrar o riacho para nossas amigas Telma e Taís, a Bettina e o Astro escaparam por lá, voltando depois de nadarem pelas redondezas...

Chalé dos hóspedes no bosque de Shamballa.
No domingo, Pagu foi doada para um de nossos vizinhos e vamos ver se ela se acostuma por lá! Como o casal tem uma criança pequena, isto é bem possível!

Há pouco vi com saudade algumas fotos de Stonehenge em que o povo comemora naquele lugar sagrado a entrada do solstício. Estivemos lá em setembro último!

A palavra Solstício, deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que significa parado, imobilizado e está associada à idéia de que o sol estaria como que estacionário. Marca a época do ano em que o sol, no seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador.

Multidão comemorando a entrada do Solstício
em Stonehenge, 21.06.2011.
É considerado Solstício de Verão (22/06) no hemisfério norte e de inverno no hemisfério sul, quando o Sol ingressa a 0º do Signo de Câncer e alcança sua máxima declinação norte, 23º27'. Neste momento, o Sol parece imobilizar seu movimento gradual para o sentido sul e passa a dirigir-se na direção do pólo norte. Solstício opõe-se a equinócio.

Antes do almoço a Bettina veio até a porta da cozinha e pensei que eles estivessem sem ração no canil, acompanhando-a até lá. Eu estava enganada! Ela nem entrou no canil e ficou na cerca, tentando morder o arame. Fui ver de perto, julgando que ela quisesse arrombar o alambrado... Então, vi a Pagu, do lado de fora! Nossa cachorra voltou para casa novamente!

Sabiá que invadiu a nossa sala pela manhã!
Sabíá nas mãos de meu marido machista.
Pouco depois, eu preparava ainda o almoço quando um sabiá entrou na sala e não conseguiu mais encontrar a saída. Aleixo veio e pegou o pássaro nas mãos antes de soltá-lo! Resolvi fotografá-lo e lhe perguntei se seria macho ou fêmea... Aleixo nem hesitou e respondeu que era fêmea, porque nunca havia visto um pássaro tão desorientado, sem achar a direção de nada... Fiquei indignada! Achei muito machista a sua colocação! Pode!?

Hoje à tarde farei uma palestra no CEIC e preciso preparar agora o material que selecionei ontem.

domingo, 19 de junho de 2011

MINHA AMIGA TELMA


Regina, 2011.
Telma é goianiense como eu. Graduou-se em Direito pela PUC Goiás e é especialista em Educação pela Santa Úrsula e pela Fundação Getúlio Vargas no Rio. Ela trabalhou quinze anos no Ministério da Educação e Cultura, pesquisando arte popular, folclores e artesanato, além de larga contribuição ao antigo Mobral, tendo atuado em Rondônia e no antigo Bico de Papagaio, Tocantinópolis, Tocantínia, Porto Franco, entre outros.

Em 2000, ela mudou-se com a filha pequena -Taís - para os EUA, onde permaneceu por mais de uma década. Em 2004, começou a publicar livros infantis, sempre desenvolvendo trabalhos criativos junto às crianças e também adultos. Por último lançou também o livro Os Pés de Prátima, agora em sua segunda edição. A narrativa é meio autobiográfica e ela afirma que a escreveu com o objetivo de mostrar à sua filha as belezas do cerrado goiano. O nome Pratima vem do sânscrito e significa ídolo, ícone, estátua e, na obra, representa a própria autora.

Entrevista de Telma no Jornal O Popular,
Goiânia, 07 de abril de 2011. 
Regina, Taís, Telma e labradores.










Minha amiga escritora tem outros textos prontos ainda inéditos e a participação em antologias. Telma também é artesã e esculpe figuras angelicais, nunca repetindo uma escultura. Ela tem um blog onde podemos encontrar seus principais trabalhos de escultura, receitas da culinária brasileira e outras informações - http://www.treebarkangels.blogspot.com/
Escaniei o poema que escrevi em seu caderno em sete de junho de 1967. Nós não sabíamos, então, mas meu pai José Araújo mudaria de plano uma semana após aquela data e a filha de Telma nasceria no mesmo dia 07 de junho, apenas vinte e quatro anos mais tarde!


Livro da Telma.
Poema escrito em 7.6.67.


sábado, 18 de junho de 2011

TELMA MORAIS E TAÍS

Regina e seu afilhado Lucas, 17.06.2011.
Cedo fomos prestigiar o afilhado Lucas que dançou quadrilha em sua escola. Ele estava vibrante como sempre e foi ótimo reencontrar também seus pais e avó.

Então, voltamos para casa, depois de pegar nossa amiga Telma e sua filha Taís que voltaram recentemente dos EUA, onde residiram por mais de dez anos. Já relatei que fomos colegas no IEG e nossa amizade é antiga, tendo superado tempo cronológico  e o espaço geográfico. Telma contou que eu escrevia poesias em seu material escolar e trouxe um caderno bem amarelado para mostrar para o Aleixo. Afirmou que, um dia, depois de ela dizer algo que me fez ficar muito indignada com sua burrice, escrevi eufemisticamente em seu caderno que ela era “uma rocha irremovível da ignorância humana”! Rimos muito de minha antiga pretensão!

Telma e Regina trocando figurinhas!
Costumávamos deitar nos pneus do papa fila, no pátio do IEG, entre o refeitório e as salas de aulas. Olhávamos para a lua e recitávamos poesias, enquanto as outras colegas Áurea, Rita e Abadia riam de nós duas.
Regina, Taís e Telma.
Lembrou-me de que a gente descia a Avenida Anhangüera cantando até pegar o ônibus noturno para voltar para casa ao término das aulas.

Também que fizemos juntas decapê nos móveis de meu quarto... Que fizemos curso de bordado Varicor! Que meu linheiro era muito organizado, grande, com separações plastificadas, ficando cada meada em seu próprio compartimento! Ainda, que trabalhamos com pátina, usando tinta alemã fosforescente, em imagens de santos e no charão, um grande garrafão que vinha com ácido e que pintávamos para enfeitar salas e alpendres das casas.
Lucas e Laila, dançando quadrilha na escola.
Passeamos pela chácara falando de nossas lembranças, trocando livros e promessas de muito outros encontros. Ela prometeu esculpir-me um anjo com madeira da nossa Shamballa!
Sua filha Taís nem parece ter morado tanto tempo no exterior. É bem brasileira, apaixonada pela natureza e pelos animais que fotografou o tempo todo enviando imagens para colegas algures.
Foi um sábado de reencontro,comprovando que a amizade genuína independe de tempo/ espaço!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

MIOPIA DA REGINA

Regina, 2011.
O oftalmologista diz que miopia é a condição em que os olhos podem ver objetos que estão perto, mas são incapazes de enxergar claramente os objetos que estão longe. Já a etimologia esclarece que a palavra vem do grego e significa "olho fechado", porque há a necessidade de se “apertar” os olhos para ver melhor à distância.


Regina na Shamballa, dia 12 de junho de 2011.
Eu só descobri que era míope aos 18 anos quando fui reprovada no exame de vista do DETRAN. Então, meu pai me levou até o seu amigo oftalmologista – Dr. Wilson Coutinho – que tinha um consultório em prédio antigo da Avenida Anhanguera.

Lembro-me de que eu o olhava com curiosidade, porque ele havia estado em Monte Cassino, durante a segunda guerra, que nós só acompanhamos posteriormente por meio da leitura das revistas do Reader’s Digest, encadernadas em couro por nosso pai.


Irmã Sonia, mãe Didi, Mana Clélia e esta blogueira,
em 1998.
Após me examinar, ele me emprestou um par de óculos e me pediu que olhasse pela janela do prédio. Fiquei extasiada! Nunca tinha visto tantas cores e precisão de detalhes! Quanto de beleza perdi durante a infância e a adolescência! Quantas quedas poderiam ter sido evitadas... Até hoje não consigo distinguir os pássaros, porque não os via com nitidez.


Mãe Didi e irmão Júnior, em 1998.
É que a vaidade não me permitiu que os usasse, a não ser para dirigir ou ir ao cinema! Bem mais tarde, usei lentes, por alguns anos, mas acabei desistindo e optei por óculos escuros com grau quando saio durante o dia.
Então, encontrei a explicação para algo que não entendia até então. Aos onze anos, fiz uma redação no Colégio para saber se podia pular o exame de admissão, necessário àquela época para ingressar no ginásio que hoje seria a sexta série. Era uma descrição. Eu escrevia bem e sempre conseguia notas boas nas redações, mas fui reprovada. Claro, certamente não enxerguei os detalhes do quadro exposto...


Abadia de Monte Cassino,  em morro do
mesmo nome, na Itália.
Minha colega de ginásio, no Lyceu, a Ledice, também quase perdeu a visão completa de um dos olhos. Ela usava óculos, mas apenas uma das lentes tinha grau. Quando estava cursando Medicina resolveu fazer nova consulta e descobriu que seu olho tinha se atrofiado por não ter colocado lente como deveria desde a infância e precisou correr atrás do prejuízo.
Ledice e eu adorávamos ir ao cinema e costumávamos combinar de matar as aulas vespertinas para ir à matinê. Éramos boas alunas e parece que boas artistas também. Eu procurava o Professor França, responsável pelo turno, e lhe dizia que estava com cólica menstrual.

Daí a cinco minutos, Ledice fazia o mesmo e nos encontrávamos lá fora, na esquina da Rua 18 com a 21, ao lado da casa da Dona Rosinha do Senhor Alberto Costa.
Saíamos bem sérias, com cara de cólica mesmo... Mas, ao virar a esquina, lembrávamos-nos de nosso objetivo e ríamos enquanto nos encaminhávamos para o Cinema escolhido.

terça-feira, 14 de junho de 2011

PRINCESINHA AURORA

Papai Leandro, mamãe Monique, Tia avó Regina
com a Princesinha Aurora, ao colo, 14.06.2011.
Aurora chegou à família no final de maio. Apressadinha, veio um mês antes do tempo previsto, mas chegou saudável. Apenas preferiu engordar fora do ventre materno. O pai é dos mais babões e está dividindo com competência amorosa a tarefa de cuidar da recém-nascida!

Nós estávamos no Rio quando Aurora nasceu. Detesto perturbar os casais, sobretudo, os marinheiros de primeira viagem nestes momentos ímpares, em que aprendem a cuidar de um bebezinho. Assim, deixamos passar alguns dias antes de visitá-los para conhecê-la pessoalmente.

Leandro, Monique grávida de Aurora, Regina, avó Sônia, 2010.
Hoje, agendamos a visita para o final da tarde e foi emocionante pegar a Aurora nos braços. Ela é linda, tranqüila, cabeludinha e bem pequena ainda!

Antes da viagem ao Rio estivemos aqui no lar dos sobrinhos Leandro e Monique e vimos o carinho com que montavam o quartinho da princesinha. Viemos trazer a banheira da Aurora e, na época, o pai coruja nos disse que haveria muito tempo, pois ela nasceria na segunda quinzena de junho! Ledo engano! As crianças Indigo e Cristal não apenas se comportam e pensam de forma diferente que seus predecessores, como são diferentes espiritualmente.

Aurora em ninho rosa de princesa!
Seus corpos sutis estão mais desenvolvidos e elas estão conectadas de forma diferente. Por representarem o próximo passo na evolução humana, carregam dentro de suas auras a semente de uma nova e importante energia que está nascendo em nosso planeta. Que responsabilidade dos pais destes bebês! Mas, certamente, eles também foram preparados espiritualmente para receber esses filhos!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

PARAÍSO TERRESTRE

Regina Lúcia, 2011.
Ontem, preferimos não sair da Shamballa. Apenas caminhamos um pouco pelos arredores ao final da tarde. Deitados na rede, observando a paisagem, concluímos que aqui temos tudo, por isso a gente não tem necessidade de buscar nada lá fora.

Aleixo e Regina, em seu paraíso terrestre.
Há sensações incríveis! Ver as árvores que nos cercam, com folhas douradas de sol, no fundo azul do céu... Algumas dessas árvores tem muito mais de vinte metros de altura! Também, ouvir o silêncio ou o canto dos pássaros no bosque de Shamballa é algo indescritível... Nesta época não temos mosquitos, o clima é agradável...
Além de meus anjos, temos a companhia dos cachorros, do papagaio, do gluglu insistente do peru sempre se exibindo, do galo que canta, das galinhas que anunciam mais ovos... E a beleza das flores, a visita dos beija-flores, de pássaros vários, dos insetos e animais diversos...
É tão bom pisar as folhas secas... Sentir o sol se abrindo pela manhã e se pondo majestosamente ao entardecer! O ar puro em meio ao bosque! Para quem, como nós,  gosta da natureza com sua harmoniosa exuberância encontra neste espaço sagrado tudo de que precisa!
Regina e seus cachorros na porta da chácara.
Hoje cedo fomos à academia e depois passamos no prédio onde minha amiga Telma mora atualmente e fica bem próximo da Flectir. Ela fez contato recentemente, depois de voltar de longo período nos EUA. Quis apenas abraçá-la e entregar-lhe meus livros. Combinamos de nos encontrar em data próxima e apresentei-lhe o Aleixo. Ela o cumprimentou e lhe agradeceu por fazer a sua amiga feliz!
Depois fui ver o escaneamento das figuras de meu livro Presente de Meiga que será reeditado pela Coletânea Goiânia em Prosa e Verso. Ainda, uma bicicleta dupla com que pretendemos nos presentear pela data de ontem. 
Então, resolvemos voltar para almoçar em casa e poder curtir o nosso paraíso terrestre!