quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DJANGO LIVRE



Aleixo e Regina, em 17.01.2013.
Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto cujo passado brutal com seus antigos proprietários leva-o ao encontro do caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está em busca dos irmãos assassinos Brittle, e somente Django pode levá-lo a eles. O pouco ortodoxo Schultz compra Django com a promessa de libertá-lo quando tiver capturado os irmãos Brittle, vivos ou mortos.
Django, no filme.
Ao realizar seu plano, Schultz libera Django, embora os dois homens decidam continuar juntos. Desta vez, Schultz busca os criminosos mais perigosos do sul dos Estados Unidos com a ajuda de Django. Dotado de um notável talento de caçador, Django tem como objetivo principal encontrar e resgatar Broomhilde (Kerry Washington), sua esposa, que ele não vê desde que ela foi adquirida por outros proprietários, há muitos anos.
Django e o alemão Schultz no filme.
A busca de Django e Schultz leva-os a Calvin Candie (Leonardo Di Caprio), o dono da fazenda Candyland, uma plantação famosa pelo treinador Ace Woody, que treina os escravos locais para a luta. Ao explorarem o local com identidades falsas, Django e Schultz chamam a atenção de Stephen (Samuel L. Jackson), o escravo de confiança de Candie. Os movimentos dos dois começam a ser traçados e logo uma perigosa organização fecha o cerco em torno de ambos. Para Django e Schultz conseguirem escapar com Broomhilde, eles terão que escolher entre independência e solidariedade, sacrifício e sobrevivência. O filme é um remake do antigo Django e tem quase três horas de duração. 
Regina no cinema Roxy, Copacabana.
Parafraseando minha querida colega das Letras - Luana Lutermann - “fazer festa para Tarantino realmente não é besteira.  Essa doutoranda cinéfila afirma que valeu a pena ver Django livre, porque ela adorou as ironias, a violência às vezes banalizada, às vezes séria e nada gratuita. Realmente, é preciso ter fôlego para resgatar uma negra que fala alemão! A mitologia nórdica tornou muito real a ficção de Siegfried Django. Brunhilde mereceu mesmo ser salva. Ainda bem que o filme tipo obra aberta sempre possui lacunas a serem preenchidas pelo receptor. Em sua opinião, Django poderá se arrepender amargamente, um dia, por ter resgatado um mito de carne e osso! Finais românticos têm mesmo uma beleza esplêndida”!
Aleixo adorou o estilo cowboy. Todavia, as inúmeras cenas sangrentas ferem a minha sensibilidade. Prefiro os Matrix da vida, cuja verossimilhança é mais sutil! 

COMUNIDADE ROCINHA



Regina na Rocinha, 31.01.2013.
Desde ontem o sol convida à praia. Estivemos mais uma vez no Humaitá. Fomos levar o mel que chegou de Goiânia, produzido no apiário de nosso amigo psicólogo José Maria de Almeida. Esse mel é realmente especial e quem o prova torna-se freguês! Christian confirma a informação!
Aleixo e Regina na comunidade hoje.
Nesta tarde visitamos a Rocinha. Aleixo me contou que quando era criança seu pai resolveu montar um pequeno negócio nesse local. Naquela época ainda não era uma favela, mas um assentamento no morro. Era um comércio de secos e molhados e toda sua família - seu Silvio, dona Joaquina, Aleixo, Lourdes, Silvia e Felipe - compartilhou a experiência. O negócio não estava dando certo e seu tio Chico veio visitá-los e aconselhou o seu pai a retornar à fazenda onde sua casa permanecia, prevendo que, futuramente, o local poderia aumentar a bandidagem e não era próprio para a criação de seus filhos. Hoje ele me mostrou o lugar em que ficava a birosca de seu pai! Tudo está bem diferente, mas ele localizou o espaço próximo à igreja.
Ainda na Rocinha.
A favela da Rocinha é a maior favela da América Latina e uma das maiores do mundo. A região é considerada um bairro da cidade do Rio de Janeiro. Possui cerca de 100.000 habitantes.
A Rocinha apresenta expressões culturais e artísticas e também problemas de saneamento básico, instalações elétricas, coleta de lixo, além de construções adequadas para moradia e vias de transporte. Foi uma das comunidades que, nas últimas décadas, esteve marcada pelo tráfico de drogas.
Florinda e Regina.
Nos anos de 1930, a região foi adquirida por imigrantes espanhóis e portugueses. Anteriormente a essa data, a área era a Fazenda Quebra-Cangalha, em que havia plantio de café. A favela se formou entre o morro Dois Irmãos, cartão-postal da cidade, e que divide os bairros de São Conrado e da Gávea. Há muitos indícios da ocupação anterior ao início da formação da favela, como casarões e prédios. No passado havia corrida de carros que circulavam pelas Avenidas Niemayer, Leblon, Gávea e Rua Marques de São Vicente.
Aleixo e Regina na praça de esportes.
Além da plantação de café, no decorrer da primeira metade do século XX, havia plantações de legumes e verduras que eram vendidas pelos próprios moradores, daí a origem do nome Rocinha.
Na cidade do Rio de Janeiro, é uma das favelas mais urbanizadas, possui vegetação de mata fechada, comércio próprio, inclusive bancos, central de correspondências para se receber e enviar cartas de moradores que não possuem CEP, Lan houses, bibliotecas, escolas, bailes funks e rádios comunitárias.
Vista aérea da comunidade.
Os moradores da Rocinha vivem próximos da classe A e B dos bairros vizinhos, ou seja, Gávea e São Conrado. Aliás, de um casebre da favela é possível descortinar prédios luxuosos ao redor do morro, um símbolo do contraste social da cidade do Rio de Janeiro.
A Rocinha possui um serviço de Tour especial para turistas estrangeiros que sobem a comunidade de jipe com a ajuda de um guia da própria comunidade que domina de um a dois idiomas estrangeiros. Na comunidade, há o Largo do Boiadeiro onde é sediada a feira dominical que expõe artesanato, arte e comida nordestina. 
Imagem da comunidade Rocinha.
Preferimos  uma visita menos turística, apesar de  acompanhados por guia local especializada. Fomos de Van, descemos na rampa e visitamos tudo a pé. Foi uma leitura excelente neste país de contrastes... 
Atualmente, os bancos lá existentes emprestam quantias em dinheiro de até 1.000 reais em média para os moradores e pequenos empreendedores da favela que lá mantém um comércio próprio. Na comunidade há uma baixa taxa de inadimplência.

Aleixo e Regina em beco da Rocinha.
Na área de transportes, a Rocinha é provida de cinco linhas fixas de ônibus, pontos de vans, táxis e moto-táxis, que é o meio de transporte mais barato e popular na comunidade.  Soube que, na relação social, os moradores da Rocinha são receptivos, solidários, e se ajudam com os problemas cotidianos. A Florinda nos explicou que na Rocinha não existe furto ou roubo. Apesar da pacificação este ato ainda é punido pelos moradores que  tratam muito bem o turista.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O ENGENHO DA FAMÍLIA NUSS



Aleixo e Regina no sítio da prima Cida Nuss.
Fomos ao Museu de Artes e Ofícios, na Estação Central do Brasil e vimos que o trabalho está representado ali pelas ferramentas e equipamentos utilizados pelos trabalhadores brasileiros em séculos anteriores. 
Achei deveras interessante toda essa trajetória e em quase todos os objetos pude focalizar um pouco a história da família dos trabalhadores que buscavam nas necessidades humanas a sua sobrevivência: o sapateiro, o padeiro e o leiteiro, quando esses últimos passavam em nossa porta. 
Casa da família Nuss, 1960.
Lembrei-me do engenho conhecido em minha infância. Aqueles grandes tachos, a concha para mexer o caldo de cana que não podia empelotar, a mesa e os enormes recipientes de madeira, esperando receber o melado para moldar a rapadura na fazenda de seu Henrique e Dona Itamar que papai nos levava para visitar. 
Aleixo lembrou que o engenho de cana da família Nuss era tocado por uma junta de bois e ele tinha que acordar às 5h da manhã para tocar os bois. Relatou que, ele, muito espertinho, enganchava-se na maromba onde ficava presa a corrente dos bois para não precisar ficar andando o tempo todo atrás dos bois. Meu marido conviveu bastante com os avós e tios devido à doença de sua mãe Dona Joaquina quando era bem pequeno.
Casinha de Dona Joaquina Nuss.
O engenho era mais para quem produzia em maior quantidade para ter açúcar mascavo, melado e rapadura para o ano inteiro e também suprir necessidades de terceiros, como colonos, filhos e outros. No caso dos avós do Aleixo, produziam muito e ele se lembra de ter visto a produção durar de um ano para o outro, quando eles davam um fim ao produto velho para desocupar lugar para uma nova safra ou pulavam um ano de moagem. 
Igreja de São Pedro do Paraíso, RJ.
Havia, também, as engenhocas, que eram manuais e produziam apenas o caldo de cana para uso no dia a dia, faziam apenas o melado para adoçar o que fosse necessário, era coisa simples de fazer, bastavam alguns pedaços de madeira de boa qualidade e muita gente tinha, pois a cana era plantada em pequenas moitas aqui e ali e mesmo os colonos podiam ter sem qualquer interferência, coisa que mudou com as novas leis, como usucapião... Então, os proprietários começaram a tomar novas medidas para não perder parte de suas terras. Aleixo, quando criança, se achava um menino pobre, mas depois de adulto, pôde avaliar a imensa riqueza em que viveu com sua família, num sentido amplo. 
Avô João Nuss e netos.
Sentimos uma espécie de melancolia saudosista ao assistir ao vídeo de um trabalhador mexendo o caldo de cana que já estava no ponto. Aleixo se lembrou da fazenda de seu avô na infância. Viu o seu Silvio muitas vezes fazendo isso, mexendo o caldo até o ponto da rapadura, sem parar, naquela enorme tacha de cobre. Posso ver a cena enquanto ele a descreve pela lembrança! Seu Silvio, pai do Aleixo, era um homem com mil habilidades e duro na queda. Trabalhava do nascer do dia até o anoitecer, quando ainda restavam muitas outras atividades com: descascar milho, catar feijão, entre outros. 
Irmãos Nuss, 1991.
Pensamos em como o tempo passa. Aleixo me disse que sua avó mandava seus inúmeros netas e netos que a visitavam debulhar espigas de milho na mão e doía muito, mas, para eles era só festa, experiência de criança. Eu também debulhei muito milho e feijão a pedido de mamãe que procurava sempre nos manter ocupados!
José Araújo e sua ema.
Aleixo me disse que na fazenda aquilo era o trabalho diário: debulhar milho, socar café, fabricar o fubá no moinho. Aquela broa de fubá mais grosso, aquele café moído na hora e perfumando o ambiente! Não tinha nada melhor.  Sua avó, mãe e tias eram danadas na cozinha, seus quitutes eram de fazer inveja!
Ilustração de engenho.
Na minha infância, a gente costumava ir pra roça e íamos cantando as cantigas daquele tempo... Minha mãe era mineira e a gente entoava: "Quem parte leva saudades de alguém... Oh! Minas Gerais, oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais... Estrela D'alva, no céu desponta... Como pode um peixe vivo, viver fora d'água..." Sereno, eu caio, eu caio... Até chegar lá era só animação e expectativas das artes que podiam acontecer! 
Engenho de moer cana.
Lei ainda me lembrou de que naquela época, nas reuniões, a própria família preparava todos os quitutes: eram mais de 30 tipos de doces diferentes, queijos, broas de fubá, a gente se fartava e depois os adultos iam ao arrasta pé e a criançada também se animava, isso tudo com luz de lamparina de azeite ou querosene.
Outro engenho antigo.
Esse museu despertou-nos tantas emoções. Foi inspiração da chuvinha que não nos motivou a ida à praia cedo. Engraçado que a gente não liga muito para os museus da nossa cidade e perdemos muito. Quando a gente viaja para o exterior costuma visitar os museus e às vezes negligencia aqueles que estão ao nosso alcance. Quero continuar as visitas aos outros museus tanto de Goiânia como do Rio! 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

LINCOLN E A VIAGEM



Regina, no Cine Roxy, Copacabana.
Nesse fim de semana tivemos oportunidade de acompanhar a apresentação de alguns blocos carnavalescos aqui da zona sul. No domingo as exibições perderam parte da alegria. Ninguém conseguia esquecer as vítimas da tragédia de Santa Maria e participamos de alguns momentos de silêncio e oração em favor dos envolvidos. 
Bem, já havíamos assistido a dois filmes nesta nova temporada carioca. Mas aproveitando a proximidade do Cine Roxy, nós tivemos o privilégio de ver mais filmes agora. 
Aleixo e Regina, na praia.
O filme Lincoln é dirigido por Steven Spielberg. Esse longa-metragem se passa nos Estados Unidos na época da abolição da escravidão e traça um perfil do 16º presidente do país - Abraham Lincoln, interpretado pelo ator britânico Daniel Day-Lewis. O filme é muito bom e mostra a história americana relativa à construção de sua democracia!  
O presidente Lincoln teve bastantes falhas na política devido a certas concessões políticas, mas que têm pouca importância quando comparadas aos seus grandes méritos. 
Matheus e Juliana, meus netos.
Sua maior qualidade residia na capacidade de compreender os problemas mais graves. No início da Guerra de Secessão, Lincoln percebeu a necessidade de preservar a unidade política do país que caso não tivesse existido os EUA ter-se-iam dividido em duas nações. Lincoln influenciou o curso da história mundial ao assumir a liderança do Norte durante a Guerra de Secessão.
Outra grande qualidade de Lincoln era a habilidade que possuía para expressar suas convicções de uma maneira tão clara e vigorosa que milhões de compatriotas seus acabaram por aderir às mesmas. 
Aleixo/Regina, em Copa.
Soube que a vida nos EUA, durante o governo de Lincoln, girou quase que exclusivamente em torno da Guerra de Secessão. Os pioneiros afluíam às fronteiras do oeste e as cidades mineiras surgiam de um dia para outro. O governo concedeu fazendas aos colonos e reservou terras para escolas que mais tarde tornaram-se universidades estatuais. 
O filme aborda muito a luta pela abolição da escravatura nos EUA que influenciou muito a nossa abolição que aconteceu gradativamente. Aliás, o  Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura. O último país do mundo a abolir a escravidão foi a Mauritânia, somente em 9 de novembro de 1981,
Com amigos cariocas, assistindo vídeos
das inúmeras viagens de Lívio/Eunice.
Em, A Viagem, várias histórias em épocas diferentes, passado, presente e futuro, estão conectados, mostrando como um simples ato pode atravessar séculos e inspirar uma revolução. Os diretores da trilogia Matrix e o diretor de Corra, Lola, Corra dirigem uma épica estória através dos séculos. O elenco é composto por Tom Hanks, Susan Sarandon, Jim Sturgess, Halle Berry, Hugh Grant. E a direção é de Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski. Gostei muito do filme que nos leva a grandes reflexões. E quero rever este filme assim que estiver disponível nas locadoras...
Rafael Araujo Marins Peixoto.
Sobrinha neta, Maria Victoria.











Temos tido sorte com o clima nesta temporada. Apesar das previsões de muita chuva, isto não aconteceu. A temperatura tem estado agradável, exceto por uns poucos chuviscos que contribuíram para amenizar o calor de janeiro do qual já reclamamos outras vezes. Temos ido à praia e feito longas caminhadas. Ontem estivemos na Lagoa e hoje andamos bastante por Copacabana. Amanhã iremos ver Django...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

JARDIM DA INFÂNCIA



Aleixo e Regina, no Arpoador, Rio.
Ao voltar de nosso banho de mar matinal, paramos no supermercado para pequenas compras. Aleixo ficou de fora com as cadeiras de praia, enquanto eu entrava para adquirir vegetais orgânicos a fim de completar nosso almoço. 
O carioca de Copacabana costuma fazer as compras diariamente. São famílias pequenas, compostas de idosos, em sua maioria. O Zona Sul estava muito cheio e parei para destacar o saco plástico antes de escolher a verdura. 
Voltando do banho de mar diário.
Não pude deixar de perceber uma senhora bem velhinha assaltando um pratinho de uvas... Ela havia furado o plástico e atacava as frutas gulosamente, sem disfarce! Eu a observava com discrição, mas ria interiormente de sua arte infantil praticada na melhor idade.
Na saída comentei com o Aleixo e rimos juntos. Lembrei-me de que meu neto Matheus me confessou que não quer mais festa de aniversário este ano. Vai completar nove anos e nos dois últimos aniversários teve a festinha compartilhada com a irmã Juliana, cinco anos mais nova, que completa anos quatro dias depois. Acontece que Juju o deixou envergonhado no ano passado.Ela se escondeu atrás de uma mesa com doces e comeu todo um andar de docinhos marshmellows deixando sua mesa desfalcada! 
Familiares na Shamballa.
Alguns anos antes de mamãe mudar de andar, eu morava em Sampa e vim a Goiânia de passagem para visitar minha filha nos EUA. Então, propus levá-la a Caldas Novas que ela apreciava tanto. Fiz as reservas no SESC e viajamos as duas. 
Bem, percebi que Dona Didi estava furtando biscoitos e escondendo-os no bolso do roupão. Logo depois ela me estimulava a sair para dar uma volta, dizendo querer ficar sozinha. Descobri que ela aproveitava para saborear as quitandas furtadas! 
Aurora vai à escola...
Eu não lhe disse nada, apenas pisquei cúmplice para o atendente do restaurante, no dia seguinte. Soube, depois, que ele devia estar acostumado a esses incidentes inocentes... Alguns idosos parecem voltar ao jardim da infância por razões diversas! 
Mas, hoje, ao retornar, recebi um texto lindo de meu sobrinho Leandro que compartilhei no Blog de Dona Didi. Sua filhinha Aurora, com um ano e oito meses, foi à escola pela primeira vez e imaginei como ele estava se sentindo. É a primeira lição do amor desapego que os pais precisam aprender... O texto era de Robert Fulghum e se chama: "tudo que eu devia saber na vida aprendi no Jardim-de-Infância". Eu já o conhecia, mas vale a pena revê-lo!

Netos: Juliana(03) e Matheus(08).
Aleixo e Regina, no Rio.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

RIO ANTIGO



Regina, na Praça XV, hoje.
Fomos à praia cedo e depois resolvemos explorar a parte central da cidade. Amo o centro do Rio, o cheirinho da praia, os museus e as galerias, as ruas do Saara que é o comércio popular no Rio, o passeio de barca, caminhar como se não houvesse amanhã... Comer pizza na Lapa, andar de chinelo por todo lugar, visitar as feirinhas de antiguidade, observar os grupos de danças folclóricas que se encontram em cada esquina... 
Confeitaria Colombo, Rio,  23.01.2013.
Os turistas quando chegam ao Rio visitam as praias e os pontos turísticos mais comuns como o Cristo e Pão de Açúcar. Eu também já fiz isso e o repito sempre que alguém vem nos visitar nesta cidade! Mas, para mim, o charme da cidade predomina na rica arquitetura do centro e a história das ruas que abrigam casas comerciais desde o século XVII!
Aliás, sinto amor genuíno pelo Rio Vintage! Sabemos que o Rio de Janeiro foi a capital do Brasil durante um longo período, mas seu crescimento e urbanização realmente começaram com a instalação da família real portuguesa na cidade. Aleixo anda empolgado com a leitura de um livro sobre este tema que acabei compartilhando, aliado ao ambiente da novela de época das 18 h, na Globo.
Interior da Igreja Candelária, no Rio.
A vinda de Dom João VI ao Brasil, em 1908,  foi responsável pelo calçamento das ruas cariocas, pelo saneamento básico, pela construção da Biblioteca Nacional e da primeira universidade do país (UFRJ), assim como do Jardim Botânico e do Banco do Brasil. 
A corte também influenciou a sociedade carioca com os novos padrões de higiene e moda. Mas chamo a atenção para o Rio de Janeiro que ainda preserva charme e beleza por suas ruas. Eu amo as confeitarias! E no centro desta cidade as minhas prediletas são: Cavé e Colombo!
Lanche na Casa Cavé, hoje, no Rio.
A Casa Cavé, fundada em 1860, fica na esquina entre a Rua Uruguaiana e Sete de Setembro e é a mais antiga da cidade. O ponto forte são os doces portugueses e petits fours, eu adoro a tortelete de morango e Aleixo o travesseiro de amêndoas! Tudo é uma delícia! A decoração ainda preserva características do século XIX, pois o mobiliário é uma graça! 
A Confeitaria Colombo, desde a sua inauguração, em 1894, até os dias de hoje, é vista como a mais charmosa e clássica da cidade. É considerada uma das mais importantes obras de arquitetura e decoração da belle époque carioca. Da claraboia ao piso, tudo é arte e beleza!
Ainda na Candelária, 23.01.2013.
Os gigantescos espelhos belgas, os mármores italianos e o mobiliário em jacarandá testemunharam mais de um século de história e trazem aos dias de hoje ares e aromas do século XIX.
Os balcões são uma tentação à parte! Os doces cintilantes e coloridos... Eu fico um tempão olhando indecisa, mas sempre escolho a mesma coisa: tortinha de frutas! Não curto muito doce com chocolate! 
Também há opções de salgados, saladas, café, sucos de frutas tropicais, bolos e pães! Se quiser uma dica prove o salgado de camarões gigantes... Imbatível!
Foto do Paço Imperial.
A Candelária é um dos redutos que mais gosto de visitar no Rio! É uma das áreas mais antigas da Cidade e é cortada pela Rua Primeiro de Março, antes chamada de Rua da Direita, a mais antiga do Rio na realidade a cidade se desenvolveu a partir dela.
Essa região engloba a Igreja da Candelária o atual Centro Cultural Banco do Brasil e a Casa França Brasil. É uma área bem legal, pois a gente pode visitar tudo a pé e sentir a brisa que vem do litoral!
Aleixo, Rafa, Regi, Vic, Renata, Christian
e cadela Chérie, no Humaitá, ontem.
O prédio da Casa França-Brasil foi inaugurado também por D. João VI para a instalação da primeira Praça do Comércio da cidade e foi inaugurado, em 1820, porém por sua proximidade com a Baía de Guanabara anos depois o prédio passou a sede da Alfândega. Desde os anos 1990 tornou-se um espaço de cultura abrigando exposições, Sala de Leitura e espaço gastronômico.
A Igreja da Candelária é parte do movimento neo-renascentista italiano no Rio de Janeiro, conta-se que foi construída no fim do século XVII por um casal português em agradecimento pela boa viagem que fizeram para o Brasil. Estivemos nesta Igreja hoje e mais uma vez ficamos deslumbrados com a arte e riqueza de sua decoração. Quanta energia se encerra ali! 
Minha filha Fábia vai participar de
Congresso médico no Rio.
O Centro Cultural Banco do Brasil ocupa o histórico número 66 da Rua Primeiro de Março, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios. No final da década de 80, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e ainda retrabalhou a cúpula sobre a rotunda. Maravilhoso!
Mas estivemos também no Paço Imperial observando o local onde viveu a família real por algum tempo antes de se transferir para a Quinta da Boa Vista. Este espaço se tornou Praça XV e desde a república exibe a estátua do General Osório, líder da guerra com o Paraguai. 
Livreiro Alberto Abreu, Rio.
Andamos pela Rua do Ouvidor, Candelária, Primeiro de Março, Rodrigues Alves, Sete de Setembro, Uruguaiana, Carioca, Miguel Couto...  Nesta última quis parar para cumprimentar o grande livreiro – Alberto Abreu. Ele estava lá a postos na sua Livraria Padrão e mais uma vez admirei a sua força que vence o tempo e as intempéries da vida! 
O seu Alberto é livreiro há 73 anos, começou na Livraria Acadêmica, na Rua São José, em 1938. Mas, em 1973,  fundou a Livraria Padrão, na Rua Miguel Couto. Com 90 anos. ele trabalha diariamente das 09 às 18 h e não sabe quando vai se aposentar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DOMINGO DE SÃO SEBASTIÃO



Aleixo e Regina, Rio, 17.01.2013.
Ontem, Clélia me avisou cedo do nascimento do Pedro, filho da Lívia e do Thiago. Imaginei a euforia dos avós Air e Sônia e demais envolvidos!  A vida é sempre bem vinda! O mais novo aquariano da família chegou nesse domingo de São Sebastião! E logo chegará a Estela, segunda filha do Leandro e da Monique!
Amanheceu ensolarado e fomos à praia. Ao voltar, assistimos parte do jogo de futebol dos juniores do Goiás que ganhou do São Paulo nos pênaltis. 
Neto Frederico, Rio, 2009.
Depois, pegamos o metrô para o Largo do Machado.  Almoçamos a nossa pescadinha, com arroz e brócolis, no Portugália, acompanhado do chope preto de que somos fregueses. 
Após o almoço, atravessamos o Largo rumo ao Cine São Luís. Resolvemos assistir ao filme As Aventuras de Pi. Na ficção, um menino perde a família em um naufrágio e passa 227 dias à deriva em um bote salva-vidas na companhia de um tigre-de-bengala. O garoto sobrevive e hoje é casado e pai de família. Filme lindo em que Piscine Patel, o Pi, é a personagem principal da película, cujo cenário  é predominantemente um zoológico na Índia e o mar.
Juju nasceu no Canadá, 2009.
Retornamos mais uma vez e após algum descanso saímos de novo a pé pelo calçadão de Copa. Nesse domingo era dia do ensaio de algumas bandas e assistimos à parte da exibição, perto da Rua Miguel Lemos. Soube que a Sapucaí esteve também lotada devido aos ensaios das escolas de samba...
Quando adquirimos nosso apê de Copa poderíamos ter comprado um muito maior e mais novo, na Barra. Mas eu adoro este Rio antigo. Aprecio ter tudo perto, banco, farmácia, restaurantes, bares, lojas, panificadora, mercados, praia à vista com seu calçadão... Tudo acontece aqui próximo. E temos feirinhas, desfiles, amolador de facas, sapateiro à mão! Tanta coisa que lembra as cidades do interior... Tudo de fácil acesso! Ressalto a pastelaria Aboim, na nossa rua, e, na hora do almoço, a fala convidativa do jovem negro que passa gritando musicalmente:" o moço da quentinhaaaaa!" Ainda não experimentei, mas juro que sinto o cheiro apetitoso quando estou com fome!
Matheus com Juliana, no Canadá, 2009.
Hoje voltei feliz com a minha carteirinha de sênior. Preenchi os dados na internet e fui ao posto do Parque Garota de Ipanema tirar a foto... Simples assim! 
Logo quero ir à Central fazer a carteirinha do metrô! Ser idoso tem algumas vantagens e em Copacabana a gente se sente bem, porque a maioria da população está nessa melhor idade...

Pedro, neto do Air e de mana Sônia.
Papai Thiago,  mamãe Lívia e Pedro.