domingo, 6 de janeiro de 2013

MEU IRMÃO MARCO ANTÔNIO



Regina e Marco Antônio, 1952.
Meu irmão Marco nasceu quatro anos antes de mim! Sempre se orgulhou de ser o primogênito da família e teve muita importância na minha infância! 
Aprendi a ler antes de ser matriculada na escola, acompanhando-o às aulas particulares! Ele tinha uma professora que assustava a infância goianiense na década de 50! 
Marco e Regina, 17.01.1949.
Eu apenas o ouvia contar as histórias da palmatória de Dona Maria Camargo! Ela costumava usar esse estímulo quando seus alunos erravam a tabuada ou cometiam outros deslizes nas lições diárias. 
Marco e Regina, 1955.
Marco era muito criativo! Estava sempre inventando alguma coisa. Na época, os meninos construíam os seus próprios brinquedos e me lembro de ele fazer a sua carrocinha de madeira e me carregar nela até o bosque da Araguaia onde depois construíram o Parque Mutirama. 
Marco fazia raias incríveis e eu o ajudava, às vezes. Ele era meticuloso e fazia tudo com extremo capricho, perfeição mesmo. Passou pela fase do aeromodelismo também. Uma vez resolveu fabricar um avião e criou um artefato de madeira e metal que realmente conseguiu levantar voo. 
Regina Lúcia e Marco Antônio, 1951.
Infelizmente, ele colocou um ferro em sua ponta e o aviãozinho depois de voar fez uma meia volta no ar e retornou atingindo a mão do Marco que precisou sofrer pequena intervenção cirúrgica.
Meu primo Luiz Roberto era um ano mais velho que ele e brincava em nossa casa quase diariamente. Com eles eu aprendi muitas travessuras infantis, a maioria imprópria para as meninas da época. 
Marco, 1949.
Imaginem que eles resolveram cavar um túnel por baixo do muro do vizinho para pegarmos os abacates da enorme árvore, muito alta e completamente carregada, naquele ano. Esse trabalho levou algum tempo. A cada dia o buraco era coberto com uma tampa de madeira forrada com terra e vegetação para que nossos pais não descobrissem a arte. 
Marco, 1952.
Ao término, creio que vendemos alguma torneira no ferro velho para adquirirmos uma lamparina e poder enxergar durante a travessia no túnel escuro. Todavia, o americano evangélico, dono do imóvel com o pé de abacate, acabou descobrindo o túnel e reclamou ao papai! Claro que isso rendia castigos, nem sempre amenos! Papai era a favor da correção física, educação normal naquele período. Era doloroso assistir àquelas cenas. Com o tempo, meu irmão aprendeu a fugir na hora dos castigos e ficávamos felizes com isso.
Quinto aniversário do Marco.
Mais tarde o Marco fez um curso de rádio por correspondência. Ele acabou construindo um aparelho que realmente funcionou. Meu irmão sempre teve um ouvido musical privilegiado e tocava qualquer instrumento desconhecido. Estudamos piano juntos por algum tempo e se eu tivesse o seu talento jamais teria deixado de tocar. Ele ainda toca de ouvido qualquer música que escuta! 
Marco e seu neto Heitor, 2010.
As melhores lembranças que guardo de meu irmão Marco estão relacionadas às festinhas que ele organizava em nossa residência. Como éramos puros, inocentes. Nosso prazer era realmente a dança de salão ao som de velha eletrola de meu pai. Marco tinha uma coleção de Long Plays e curtíamos Ray Charles e cantores da época. Nossa educação era bastante estoica e esses eventos tiveram importância fundamental nos nossos sonhos de adolescentes!


Aleixo, Regina, Ione, Clélia, Júnior e
Marco, jun.2012. 
Junior, Clélia, Regina e Aleixo,
após visita ao irmão Marco.



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