quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

RIO ANTIGO



Regina, na Praça XV, hoje.
Fomos à praia cedo e depois resolvemos explorar a parte central da cidade. Amo o centro do Rio, o cheirinho da praia, os museus e as galerias, as ruas do Saara que é o comércio popular no Rio, o passeio de barca, caminhar como se não houvesse amanhã... Comer pizza na Lapa, andar de chinelo por todo lugar, visitar as feirinhas de antiguidade, observar os grupos de danças folclóricas que se encontram em cada esquina... 
Confeitaria Colombo, Rio,  23.01.2013.
Os turistas quando chegam ao Rio visitam as praias e os pontos turísticos mais comuns como o Cristo e Pão de Açúcar. Eu também já fiz isso e o repito sempre que alguém vem nos visitar nesta cidade! Mas, para mim, o charme da cidade predomina na rica arquitetura do centro e a história das ruas que abrigam casas comerciais desde o século XVII!
Aliás, sinto amor genuíno pelo Rio Vintage! Sabemos que o Rio de Janeiro foi a capital do Brasil durante um longo período, mas seu crescimento e urbanização realmente começaram com a instalação da família real portuguesa na cidade. Aleixo anda empolgado com a leitura de um livro sobre este tema que acabei compartilhando, aliado ao ambiente da novela de época das 18 h, na Globo.
Interior da Igreja Candelária, no Rio.
A vinda de Dom João VI ao Brasil, em 1908,  foi responsável pelo calçamento das ruas cariocas, pelo saneamento básico, pela construção da Biblioteca Nacional e da primeira universidade do país (UFRJ), assim como do Jardim Botânico e do Banco do Brasil. 
A corte também influenciou a sociedade carioca com os novos padrões de higiene e moda. Mas chamo a atenção para o Rio de Janeiro que ainda preserva charme e beleza por suas ruas. Eu amo as confeitarias! E no centro desta cidade as minhas prediletas são: Cavé e Colombo!
Lanche na Casa Cavé, hoje, no Rio.
A Casa Cavé, fundada em 1860, fica na esquina entre a Rua Uruguaiana e Sete de Setembro e é a mais antiga da cidade. O ponto forte são os doces portugueses e petits fours, eu adoro a tortelete de morango e Aleixo o travesseiro de amêndoas! Tudo é uma delícia! A decoração ainda preserva características do século XIX, pois o mobiliário é uma graça! 
A Confeitaria Colombo, desde a sua inauguração, em 1894, até os dias de hoje, é vista como a mais charmosa e clássica da cidade. É considerada uma das mais importantes obras de arquitetura e decoração da belle époque carioca. Da claraboia ao piso, tudo é arte e beleza!
Ainda na Candelária, 23.01.2013.
Os gigantescos espelhos belgas, os mármores italianos e o mobiliário em jacarandá testemunharam mais de um século de história e trazem aos dias de hoje ares e aromas do século XIX.
Os balcões são uma tentação à parte! Os doces cintilantes e coloridos... Eu fico um tempão olhando indecisa, mas sempre escolho a mesma coisa: tortinha de frutas! Não curto muito doce com chocolate! 
Também há opções de salgados, saladas, café, sucos de frutas tropicais, bolos e pães! Se quiser uma dica prove o salgado de camarões gigantes... Imbatível!
Foto do Paço Imperial.
A Candelária é um dos redutos que mais gosto de visitar no Rio! É uma das áreas mais antigas da Cidade e é cortada pela Rua Primeiro de Março, antes chamada de Rua da Direita, a mais antiga do Rio na realidade a cidade se desenvolveu a partir dela.
Essa região engloba a Igreja da Candelária o atual Centro Cultural Banco do Brasil e a Casa França Brasil. É uma área bem legal, pois a gente pode visitar tudo a pé e sentir a brisa que vem do litoral!
Aleixo, Rafa, Regi, Vic, Renata, Christian
e cadela Chérie, no Humaitá, ontem.
O prédio da Casa França-Brasil foi inaugurado também por D. João VI para a instalação da primeira Praça do Comércio da cidade e foi inaugurado, em 1820, porém por sua proximidade com a Baía de Guanabara anos depois o prédio passou a sede da Alfândega. Desde os anos 1990 tornou-se um espaço de cultura abrigando exposições, Sala de Leitura e espaço gastronômico.
A Igreja da Candelária é parte do movimento neo-renascentista italiano no Rio de Janeiro, conta-se que foi construída no fim do século XVII por um casal português em agradecimento pela boa viagem que fizeram para o Brasil. Estivemos nesta Igreja hoje e mais uma vez ficamos deslumbrados com a arte e riqueza de sua decoração. Quanta energia se encerra ali! 
Minha filha Fábia vai participar de
Congresso médico no Rio.
O Centro Cultural Banco do Brasil ocupa o histórico número 66 da Rua Primeiro de Março, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios. No final da década de 80, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e ainda retrabalhou a cúpula sobre a rotunda. Maravilhoso!
Mas estivemos também no Paço Imperial observando o local onde viveu a família real por algum tempo antes de se transferir para a Quinta da Boa Vista. Este espaço se tornou Praça XV e desde a república exibe a estátua do General Osório, líder da guerra com o Paraguai. 
Livreiro Alberto Abreu, Rio.
Andamos pela Rua do Ouvidor, Candelária, Primeiro de Março, Rodrigues Alves, Sete de Setembro, Uruguaiana, Carioca, Miguel Couto...  Nesta última quis parar para cumprimentar o grande livreiro – Alberto Abreu. Ele estava lá a postos na sua Livraria Padrão e mais uma vez admirei a sua força que vence o tempo e as intempéries da vida! 
O seu Alberto é livreiro há 73 anos, começou na Livraria Acadêmica, na Rua São José, em 1938. Mas, em 1973,  fundou a Livraria Padrão, na Rua Miguel Couto. Com 90 anos. ele trabalha diariamente das 09 às 18 h e não sabe quando vai se aposentar.

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