terça-feira, 11 de outubro de 2011

LACORDAIRE VIEIRA

Regina lembrando
Larcordaire...
A morte (do latim mors), o óbito (do latim obitu)], falecimento (falecer+mento) ou passamento (passar+mento), ou ainda desencarne (deixar a carne) são termos que podem referir-se tanto ao cessamento permanente das atividades biológicas necessárias à manutenção da vida de um organismo, como ao estado desse organismo depois do evento. As alegorias comuns da morte são o anjo da morte, a cor negra, ou o famoso túnel, com luminosidade ao fundo.

Lacordaire  Vieira autografando seu livro ao
lado da filha Marissol, 05.10.2011.
A morte é o fenômeno natural que mais se tem discutido tanto em religião, ciência, opiniões diversas. O homem, desde o princípio dos tempos, tem caracterizado esta mudança com misticismo, magia, mistério, segredo. Para os céticos, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades.

Lacordaire Vieira ao lado de sua filha - Marissol -  em 05.10.2011.
Para mim,  significa apenas a mudança de plano espiritual e isto acaba de acontecer com meu ex colega e amigo Lacordaire Vieira que desencarnou esta manhã no ambulatório da PUC - Goiás.

Ele concordaria comigo, porque também é espírita convicto.

Nós nos conhecemos no mestrado da Federal. Participamos do mesmo grupo de estudos e ele me deu várias caronas. Conversávamos muito e descobrimos muitas afinidades.
Gabriela durante o lançamento da Coletânea.
Mais tarde nos reencontramos na PUC, fomos aprovados no mesmo concurso  para docentes, em 06 de agosto de 1985. Ele teve de enveredar pelo caminho da Linguística, atendendo ao pedido do departamento e eu terminei minha dissertação em Literatura mesmo, como desejava.

Aprendi muito com sua convivência. Ele levava tudo a sério. Colega em quem sempre confiei! Juntos planejamos a oficina literária quando assumi a direção do departamento de Letras e nos prometemos que criaríamos coragem e publicaríamos o que havíamos escrito desde muito tempo.

Lacy Garaciaba e Eris também no lançamento.
Isto aconteceu. Ele fez a orelha de meu primeiro livro de poesia e eu apresentei o seu livro de contos na mesma época. Ele ganhou inúmeros prémios literários e presenteei muita gente com suas obras de que gosto tanto.


Aleixo foi seu aluno e o admira muito. Durante o lançamento da última Coletânea - Goiânia em Prosa e Verso - conversamos bastante com ele, Soninha e sua filha Marissol.

Aleixo o fotografou autografando seu livro. Ele me disse que, depois de encontrar-me tão bem aposentada, pretendia seguir meu exemplo e ter tempo para curtir mais a vida!

Hoje ele ia levar a esposa Soninha à rodoviária e sentiu-se mal no caminho. Não quis ir ao hospital, julgando ser coisa passageira. Preferiu parar no ambulatório da PUC. Lá teve duas paradas cardíacas e acabo de saber que já mudou de andar...

Apesar de minha compreensão, estou triste pela separação provisória de um amigo querido, excelente escritor, esposo, pai, avô... Mas tenho certeza de que ele está sendo muito bem recebido na verdadeira morada.

2 comentários:

  1. Regina, belíssimo seu texto. Muito sensível. Recebi com grande pesar a notícia do falecimento do nosso querido Lacordaire. Por sorte minha, ainda em vida eu agradeci várias vezes a importância dele na minha formação. Mesmo assim, estou chocada com a morte, esta sempre previsível fatalidade nunca esperada, que sempre nos deixa atônitos. Beijo carinhoso para você, querida Regina!

    ResponderExcluir
  2. Lacordaire era goiano de Guapó, onde nasceu no dia 25 de maio de 1946, casado, uma filha, era mestre em Letras e Lingüística pela Universidade Federal de Goiás, por onde se graduou em Letras Vernáculas em 1972.

    Profissional das redes de ensino particular e oficial do estado, prestou serviço em estabelecimentos de ensino da capital e do interior, e dirigiu o Lyceu de Goiânia, a Escola de 1º Grau das Obras de São Simão e a Escola Estadual de 1º Grau de São Simão. Foi professor do Colégio Objetivo, Ginásio Cultural, ‘Gonçalves Ledo’ e Colégio Universitário.

    Sempre se dedicou ao magistério e à literatura. Como escritor só publicou sua primeira obra, “Detalhes em preto e branco”, em 1995, e era membro da União Brasileira de Escritores, Seção Goiás. Vencedor de vários concursos literários, dentre eles a Bolsa de Publicações “Hugo de Carvalho Ramos” – 1996 e “Cora Coralina”, Categoria Geral – 2004. Detentor do troféu Goyazes: Conto-Bernardo Élis, concedido pela Academia Goiana de Letras – 2008, ano em que tem sua obra “O corpo”, indicada para os vestibulares da UEG, UCG, UniEvangélica e Fesurv.. Publicou textos veiculados na imprensa local e participação em antologias.



    Obras

    Suas obras: “Detalhes em preto e branco”, contos (Goiânia, UCG, l995); “A voz dos vivos”, prêmio Bolsa de Publicações “Hugo de Carvalho Ramos”, 1996 - contos (Goiânia, Gazeta, 1997); “O conto sociológico urbano” - Teoria da Literatura (Goiânia, UCG, l999); “Os níveis de análise lingüística” - obra didática (Goiânia, UCG, 2003); “Os riscos da língua” - obra didática (Goiânia, UCG, 2003); e “O corpo”, Prêmio Bolsa de Publicações “Cora Coralina” - contos, 2003 (Goiânia, Agepel, 2004; 2ª Ed. Goiânia: Kelps/UCG, 2008).

    ResponderExcluir