terça-feira, 5 de abril de 2011

DESMAIOS DA REGINA


Regina, em 2003.
As personagens do romantismo literário costumavam desmaiar, sendo esta uma das características do período romântico. Nasci no modernismo, mas trouxe muita influência daquela época! Gosto de tanta coisa romântica! E ainda costumo desmaiar com facilidade!
Já relatei antes que as freiras me dispensaram das missas obrigatórias, antes do início das aulas às 7 h da manhã, porque chegaram à conclusão que eu devia ser alérgica a multidões... Meus desmaios atrapalhavam as suas solenidades!   

Quando ainda era pequena,  desmaiei no meio da matinha da Av. Araguaia, em Goiânia, acompanhando mamãe à Vila Nova, onde morava nossa lavadeira. Mamãe quase morreu de preocupação e medo ao ver-me desacordada naquele local pouco frequentado. Naquela época havia o boato de um tarado que atacava por aquelas bandas, onde, hoje, é o Parque Mutirama.

 Clélia (dama) e Regina ( noiva),
em seu casamento, 24.07.1969.
Quando me casei em 69, morei em São Paulo. Eu estava grávida de meu primeiro filho Alexandre, saí a pé e sozinha. Desmaiei em rua do centro. Levaram-me para um escritório em prédio próximo. Quando acordei e consegui levantar, não reparei bem e desci pelo elevador que dava saída por outra rua. Andei perdida por horas até conseguir voltar ao Edifício México, no Largo do Arouche, onde morava em 69.

Helga frequentava o grupo da neo teosofia, dirigido por Dona Thalyzia Esselin, na Rua 29, do centro de Goiânia e gostava muito quando eu ia lá. Era um grupo sério, estudioso do evangelho de João, psicografado por um alemão - Jakob Lorber. Eu gostava tanto dela e admirava muito a fé bem intencionada dos participantes do núcleo. Mas vivia às voltas com a luta pela sobrevivência, trabalhando em dois ou três estabelecimentos de ensino para prover a educação dos filhos e não dispunha de tempo ou paciência para seguir qualquer facção doutrinária.

Clélia e Regina, no Externato São José, 1958.
Mas uma vez, imbuída das melhores intenções, resolvi visitá-los. Em meio às leituras dialogadas, cantos e palestras, comecei a sentir a minha vista escurecendo. Apenas deu tempo de apertar a mão da Helga que estava ao meu lado. Acordei em outro recinto, alguns minutos depois, cercada por todo o grupo. Imaginem a minha vergonha de ter atrapalhado os seus trabalhos! Muitas anos mais tarde consegui repetir a façanha no mesmo local!

Nunca soube por que isso me acontecia com freqüência. Na minha primeira gravidez descobri que tinha pressão alta. Minha mãe costumava me dar Coramina quando eu desmaiava na infância ou adolescência e acho que esse medicamento faz subir a pressão, mas tampouco saberei se ela já era alta naquele tempo...

Bem, nem conseguirei mencionar todas as vezes que desmaiei! É uma sensação incrível de impotência! Sinto a respiração meio alterada e minha visão vai se fechando aos poucos até eu cair! Aconteceu em eventos inúmeros, na feira Hippie, durante caminhadas, na academia, saunas, no coral da escola, nas idas aos supermercados!

Regina e Aleixo, na Pousada dos Pirineus,em 2002.
Hoje já sei controlar melhor e, assim que  o percebo, eu me afasto, respiro melhor e me acomodo, evitando quedas. Ocorreu no centro mais de uma vez e constato que, geralmente, é quando existem muitas pessoas no ambiente ou o clima está mais quente... E Aleixo cuida direitinho de mim, quando necessário!


Uma vez a minha mãe me levou a um trabalho de agradecimento junto à natureza... Havia muitas velas acesas e todos rezavam. Eu ia cair, quando me retiraram e me deitaram junto à relva até que me refizesse! Isso se repetiu nos workshops de psicologia transpessoal, em Paraúna. O Nilton  Ferreira também me colocou deitada sobre a grama e me refiz em poucos minutos!

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