sábado, 30 de abril de 2011

FILOSOFIA DO COTIDIANO


"A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive, porque a vida não mede o tempo, mas o emprego que dela fazemos." 
Regina com suas orquídeas na chácara.
Viver em uma chácara em meio à natureza nos traz muitos ensinamentos à medida que desenvolvemos a  percepção do meio ambiente que nos cerca. Há sempre novidades que transformam a simplicidade de nosso cotidiano num universo de riqueza. O aparecimento de bichos frequentemente nos surpreende.
Logo que nos mudamos para cá, antes de termos os cachorros, ao chegamos fomos surpreendidos por uma grande cobra jibóia perto da churrasqueira. Aleixo a colocou dentro de um grande tambor plástico, tampando-a com o ventilador onde ela passou a noite. No outro dia ele a destampou e, enquanto fui levar milho para as galinhas, ela fugiu sem que percebêssemos.

Regina com cágado na Shamballa.
Recentemente também encontrei uma pequena cobra na cozinha. Deve ter entrado pela porta. Aleixo disse que essa não era venenosa e a tocou para o quintal. Um dia apareceu um cágado que tivemos de salvar para que os cachorros não o matassem. Já aconteceu com gambás, quatis e outros filhotes que devem vir aqui por causa das árvores e da proximidade do rio.

Anteontem as duas cachorras mais novas, amanheceram com espinhos na boca e nas patas. Certamente devem ter perseguido um ouriço-cacheiro durante a noite. Aleixo teve de tirar os espinhos com alicate e imagino a dor que elas sentiam.

Ouriço-cacheiro na Shamballa, 2011.
Inofensivo e lerdo, o ouriço-cacheiro conta com uma perigosa arma para se defender do inimigo: tem o dorso totalmente coberto por espinhos que se destacam facilmente de seu corpo, espetando-se em quem quer que tenha a ingenuidade de atacá-lo. Com farpas afiadas, como arpão, o espinho penetra lentamente no corpo da vítima, chegando cada vez mais fundo.


Quati na Shamballa.
Por isso mesmo, a maioria dos animais evita o ouriço-cacheiro, que nunca precisa lutar. Se ameaçado, simplesmente eriça os espinhos e aguarda, tornando-se praticamente inatacável. Guarda toda a sua agressividade para os da mesma espécie, com os quais briga violentamente, usando espinhos e dentes. Pagu parece que sabia disso...

Ouriço-cacheiro na Shamballa.
O ouriço-cacheiro, que vive nas florestas da América do Sul, não deve ser confundido com os porcos-espinhos europeus e americanos, que pertencem a outra família de roedores. Muito frequentes na fauna brasileira, estão adaptados para a vida nas árvores. Usam a cauda para prender-se aos galhos e mover-se entre as árvores. É à noite que o ouriço-cacheiro sai em busca de alimento: folhas e cascas de árvores. Eles moram num tronco oco ou numa toca.
Cágado que apareceu na Shamballa.
As formigas aparecem de repente e só comem as plantas preciosas. Adoram os meus jasmins, as roseiras e sofro a cada vez que elas cortam todas as folhas e flores, deixando apenas os talos! Na estação das chuvas pode-se saber se vai chover ou não dependendo da direção que as correições tomam.


Nair,  Escritor Brasigóis Felício, Sec. de Cultura -
Kléber Adorno e outros, na Shamballa.
As  abelhas fazem  casa em nosso banheiro. Havia uma casinha lá junto à banheira muito bem feita que nós tivemos dó de desmanchar. Então, apareceram outras abelhas maiores e mataram as anteriores, assumindo a sua casa que reformaram de acordo com a sua necessidade. Até os marimbondos fazem casa dentro dos tubos dos sinos do vento! Quando a gente viaja por muito tempo, ao retornar, sentimos que íamos perdendo o nosso espaço. Todos vão chegando e ficando! Oimbô era o único cachorro macho e pensávamos que ele tivesse prioridade em relação às outras por causa do sexo. Ele morreu e a mais velha – Pagu – assumiu o seu lugar. Quando ela está comendo, a Bettina tem que ceder-lhe a prioridade.
O papagaio varia o humor. Às vezes fala muito, canta, dança... Outros dias, ele amanhece de lua e não quer muita graça. 
Meu papagaio APOLO, após o banho!
Os ninhos dos pássaros me fascinam. Cada ave o constrói de acordo com seu gosto, habilidade. Imaginem que há pássaros, o godero ou pássaro preto, que têm preguiça de fazê-lo e botam ovos no ninho dos outros - tico-tico e sabiá - que criam os filhotes tão diferentes dos seus! Os cães estão sempre atentos, caiu um filhote do ninho, já era!
Dizem que os animais mamíferos, assim como os humanos, podem ter depressão. Nos animais de estimação, um dos principais sintomas é a falta de interesse pelas atividades rotineiras, como comer, passear, brincar. A origem pode ser genética ou causada por doenças, como viroses. Manter um animal isolado do carinho do dono ou preso em um ambiente pequeno e sem estímulos também pode gerar depressão. E até mesmo o estado depressivo do dono pode afetar o animal...

Pagu com sua última ninhada de filhotes!
Fez dois anos dia 9 de março, mas já teve
20 filhotes em duas ninhadas saudáveis!
Os labradores não vivem longe de seus donos! Oimbô sabia quando eu estava doente e vinha deitar-se bem próximo, de maneira solidária.

Atualmente a Bettina e o Astro são muito apegados a mim! Mas todos adoram o Aleixo que lhes dá disciplina, mas também muito carinho! Gosto muito de morar aqui! Tenho gosto de habitar este paraíso! Sinto-me privilegiada e tenho aprendido bastante neste contato próximo à natureza! Minha mãe costumava dizer que " mais vale um gosto que uma carrada de abóboras!"

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