terça-feira, 5 de abril de 2011

QUEDAS HISTÓRICAS DA REGINA

Regina, em  julho de 1969.
Eu fui campeã das quedas gloriosas desde a minha infância! Lembro-me de que brincando com os meus irmãos no quintal da casa de minha avó no setor Coimbra, tropecei no cano da tampa da cisterna e bati a cabeça, ficando meio desacordada por momentos, além da dor forte e do galo conseqüente. Caí muitas vezes do nada, indo ou voltando da escola, sempre em situações hilárias em que todos riam e eu disfarçava meu constrangimento.

Em 67, após a morte de papai, mudamos da casa da Rua Seis e resolvi com duas sócias montar uma escolinha maternal no espaço. No dia que iniciamos a matrícula, minha sócia e eu estávamos brincando  de correr uma atrás da outra, quando chegou alguém interessado em conhecer o projeto da escola. Eu me assustei por ser pega tão informalmente e caí na frente do casal! Tinha 19 anos à época...

Regina na Escola Maternal Larissa, 1968.
Helga morava em um sobradinho na Rua 23 do centro. Havia duas rampinhas de ladrilhos encerados no jardinzinho de sua casa. A primeira vez que fui visitá-la, escorreguei e caí longe. Ela contava isso para todo mundo e ria a valer!

Um dia, havia uma festa na casa da Tia Agda e me pediram para ajudar transportando a comida preparada em cozinha ao ar livre. Imaginem que caí com as bandejas dos frangos assados! Tia Hilda me xingou demais, enquanto eu me amargava de vergonha.

Mas o pior foi durante uma entrevista na TV Anhanguera. Junto com mais quatro garotas, eu era candidata a Miss Simpatia e fui entrevistada por um filho de amiga da minha mãe, chamada de Dona Margarida. Ele era o Júlio César, louro, de olhos azuis, lindo de morrer, com quem eu sonhava platonicamente há algum tempo. Minha timidez atrapalhou a espontaneidade de minhas respostas. E, ao sair, escorreguei na escada dos bastidores televisivos, na frente do repórter!

Regina, Clelia e Júnior, em 1960.
Em junho de 67, logo após o desencarne de meu pai, eu lecionava no Brasil Estados Unidos e ganhei um curso de especialização para professores de inglês na Casa Thomas Jefferson, em Brasília. Era tudo pago pela Embaixada Americana e selecionaram cinco professores de Goiânia. Eu estava entre eles. Ficamos lá cerca de quinze dias com hotel pago e mais uma ajuda de custo em dólares para despesas com condução e alimentação. Fiquei hospedada em hotel do setor hoteleiro sul e dividi o apartamento com uma professora mais antiga do curso.
Ao final do primeiro dia de curso, quando voltamos ao hotel para tomar banho e dormir, ela me chamou e me disse que naquele momento eu conheceria o seu grande segredo. Eu era muito inexperiente e naqueles segundinhos cronológicos que tiveram um tempo psicológico imensurável, senti medo. Não tinha idéia do que poderia ser. Quase caí, tropeçando para me afastar um pouco mais de Dona Nely no espaço limitado do quarto do hotel brasiliense! Então, ela tirou a peruca da cabeça, expondo a cabeça real, coberta por fios ralos, curtos e grisalhos. Apesar do susto, senti aquele alívio! Hoje, rio a cada vez que recordo o clima de suspense!

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