domingo, 10 de abril de 2011

MEMÓRIAS E CATARSE

Regina Lúcia, 2010.
Escrever é pensar digitando e constitui um processo técnico com conotações emocionais. Acredito que escrever me ajuda a pensar e também a reconhecer as minhas emoções. As palavras também contribuem para a compreensão de nossos sentimentos, pois representam a nossa linguagem emocional. Ao relatar algum fato, podemos entender a motivação que nos leva a escrevê-lo. Assim, o nosso modo de expressar, ou seja, a maneira como tratamos determinada história revela muito sobre nós mesmos e nos traz descobertas às vezes surpreendentes.

Hoje, muitas pessoas se dedicam às formas literárias, especialmente ao blog, que é uma maneira de autoexpressão bastante difundida, graças à internet. Com o meio eletrônico, a palavra escrita ganhou maior difusão, força e importância como jamais teve na história da humanidade.

Regina e a filha Fábia, 27.09.2003.
Ao postar, sentimos a necessidade da expressão e da exploração das nossas próprias idéias e sentimentos. E isso pode ser visitado por outras pessoas que, eventualmente, podem ter os mesmos sentimentos, angústias e preocupações. Escrever faz bem à alma, portanto funciona como catarse. Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama, em meu caso a exposição por meio da linguagem.

Uma vez eu escrevi e publiquei em Presente de Meiga (1996):

Aleixo e Regina, no Rio de Janeiro, em 27.09.2010.
De tanto amar o mar / aguado, salgado,/ pisar a areia,/voar em sua brisa mansa,/ brincar com as conchas à beira,/ escolhi uma,/ desta concha fiz a minha morada./
Meu ser só sai da concha/ quando, na expressão da linguagem,/ ele quer ser!

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