segunda-feira, 9 de abril de 2012

NILZA VIEIRA BARROS

Regina.09.04.2012.
Tenho muita saudade de minha amiga Nilza. Ela mudou de andar no dia 09 de abril de 87, exatamente há 25 anos, vítima de aneurisma cerebral. Era virginiana e completara 44 anos, em 09 de setembro do ano anterior.

Nilza Vieira Barros e Regina, 83.
Soube que, em julho de 86, ela viajou com amigas e compartilharam belos momentos em uma viagem de trinta dias a Nova York, Toronto, Montreal, Ottawa, Québec, Vancouver (Expo 86), San Francisco, Anna Heim (Disneyland), cidade do México, Acapulco, Miami. Ela curtiu ainda um dia na Disney World, junto com Terezinha, Magda, Derlinda, Sueli e suas sobrinhas - Carminha e Paulina.


Ela costumava contagiar a todos com sua serenidade, delicadeza e alegria. Era muito romântica, adorava os boleros e as guarânias de nossa época. Sua amiga Tê possui cópia de seu último caderno de poemas que pretendemos reler.
Aleixo e Regina, Londres, 04.09.2010.
Nilza gostava de curtir os finais de tarde no alpendre da casa da Terezinha e do Renato, à Rua 222, geralmente com sua amiga Magda, ao som de Werner Müller e sua orquestra, em Gipsy, que elas adoravam.

Viajei com a Nilza para Paris, no natal de 82. A língua francesa havia sido reimplantada na rede estadual e fomos contempladas com bolsa de estudo para atualização no centro de línguas de Bezançon, na França. Combinamos de dividir o alojamento durante nosso curso para professores de francês. Esse começaria em janeiro e fomos antes para aproveitar a viagem, permanecendo dez dias na cidade luz. Após o curso, fomos à Grécia juntamente com outras quatro colegas.

Regina, London 26th, 2010.
Foi muito bom ter a Nilza como companheira de viagem. Ela era a gentileza em pessoa, extremamente educada e generosa. Eu passava por uma fase difícil e ela teve muita paciência comigo durante nossa convivência. Sentia-se mal com o cheiro forte dos perfumes franceses que eu adoro. Então, pediu-me que não os usasse no quarto, presenteando-me com um vidro de minha escolha para eu fazer uso quando voltasse ao Brasil. Fomos, ainda, à Itália. Logo que chegamos lá, alguém tentou tomar-lhe a bolsa. Nilza não a soltou, mas foi derrubada no chão, ferindo o braço!

Eu morria de inveja das missivas em italiano que ela recebia quase todos os dias no Foyer. Eram cartas apaixonadas do marido poeta que ela lia para mim, emocionada. Infelizmente, ao chegar, ela teve tremenda decepção! Ela me contou que se casou no Brasil, mas havia morado, inicialmente, na Itália, onde o marido Emilio fazia pós-graduação na época.

Nilza e Terezinha, em Toronto, Canada, 86.
Nilza tinha crises acentuadas de enxaqueca e prevenida levara injeções de Buscopan intravenosa. Quando passou mal no FIAP, tiramos par ou ímpar, entre as suas quatro acompanhantes de quarto: Maria de Lourdes, Hilda de Melo, Derlinda e eu. Felizmente, a Lourdes foi sorteada e cumpriu sua missão, aplicando-lhe a injeção para alívio da dor de nossa amiga querida.

Lembro-me de dois sonhos com a Nilza duas vezes. A primeira foi logo quando ela mudou de plano. Já não me recordo dos detalhes, mas tinha algo a ver com duas roseiras que ela me mostrava. Outra vez foi quando prestei um concurso. Eu via o resultado exibido por ela que intercedia em meu favor! E fui mesmo aprovada!

Nilza, Magda, Sueli, sobrinhas, Tê e Derlinda,
nas Cataratas do Niágara, 1986.
Nós havíamos pedido auxílio de custo para nossa viagem ao exterior, no nome das cinco colegas que ministravam aulas na rede estadual – Hilda, Nilza, Ivone, Wilna e eu. Mas não saiu antes de nossa viagem e cada uma pagou a sua. Na mudança de governo, descobrimos que alguém recebera o montante das cinco passagens em nosso nome. Nunca saberemos quem nos lesou! NIlza e eu - que tínhamos ido até a um comício para solicitar essa verba - ficamos muito chateadas, descrentes, mesmo! Ela era tão honesta e tinha dificuldade para entender esse tipo de  comportamento corrupto!


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