quarta-feira, 14 de março de 2012

COTIDIANO E LEMBRANÇAS DO ALEIXO

Aleixo e Regina, no sítio da prima
Aparecida Nuss, em Nova Iguacu, RJ.
Temos tentado permanecer mais tempo em casa para acabar de colocar as coisas no lugar. Preparando o almoço ontem, lembrei-me de como é boa a comida feita na hora e com muito amor!

Bettina continua cuidando de seus dois filhotes. Liguei para minha sobrinha veterinária - Lívia - para agradecer-lhe a assistência que ela deu à labradora, em nossa ausência. Ela nos aconselhou a esterilizá-la daqui a alguns meses.

Pedro Nuss, Máximo Nuss, Jacinta e
Gracinha Peçanha.
Ante-ontem malhei bastante, estendendo e recolhendo roupas com as constantes ameaças de chuva. Mas secou quase tudo, antes que o toró chegasse e a Laura já pôde passá-la.

Sempre que a gente se ausenta por mais tempo, alguma coisa estraga. Desta vez, foi a bomba d’ água do riacho que tivemos que levar para conserto. A mangueira da cisterna estava vazando e foi preciso Aleixo consertá-la. A cortadora de grama também apareceu estragada, assim como a vela do filtro de barro que adoro... 

Dona Joaquina -mãe do Aleixo - e sua tia
Maria.
Vi uma taturana laranja no chão e Aleixo foi procurar a árvore em que elas estavam aninhadas. Assim que identificou, preparou uma vara com pano embebido em querosene para exterminá-las e aproveitei para registrar o fato.

Bettina quis ir nadar no riacho e Astro a acompanhou. Mas logo os filhotes reclamaram e ela voltou para atendê-los. As galinhas aprenderam a pular a cerca do galinheiro para botarem no mato e não temos tido ovos, porque os cachorros comem-nos antes que a gente ache o ninho. Todavia, esta noite elas terão suas asas aparadas!

Avô - João Nuss - e  um dos 63 netos.
Quando descansamos na rede da varanda, Aleixo sempre comenta comigo as lembranças de sua infância na roça. Fala com saudades de seu tempo de criança, dizendo que eles costumavam colher o milho verde na hora e comê-lo, depois de assado na brasa.

Ele acrescenta que seus banhos no córrego Capivara serão sempre uma doce lembrança!

Acordava cedinho e comia inhame, banana, batata doce ou broa de milho com leite de cabra e café.

Nos fins de semana, sua mãe preparava carinhosamente macarronada com frango caipira, no fogão à lenha. E a água potável ficava fresquinha na talha de barro!

Tias do Aleixo: Leonor,  Dolores
e Francisca, há mais de meio século.
Aleixo ajudava a trazer o gado para o curral e aquilo constituía um ritual alegre com o entoar dos sons para guiar o gado.

Diz que gostava muito de ir à casa de farinha para comer beiju. De subir na goiabeira, mangueira, ingazeira, pegar os frutos para depois comê-los na sombra das árvores.

Dormia na esteira de taboa ou no colchão de capim...

Na sua casa a iluminação era feita primeiramente acendendo as lamparinas. Depois, com o lampião a querosene ou gás. Mais tarde veio a luz elétrica...

Tio Antônio, Lei, Cláudia Fernandes e
mana Lourdes, em 1986.
Ele diz, ainda, ter saudades de alimentar os porcos e admirá-los no chiqueiro. De ouvir o canto do galo como um despertador que não atrasa. De pôr milho para as galinhas e, no final do dia, observá-las no poleiro.

Ver a fogueira de lenha verde queimando até de madrugada... E, ao amanhecer do dia, notar que a brasa não estava apagada.

Todo esse tempo que jamais volta e que não se compra com dinheiro!

Aleixo queimando as taturanas de fogo.
Sua ida à escola era a pé... Os passeios aconteciam na casa de parentes ou na igreja...

Seu primeiro professor foi o Benedito Cipó... Negro, magro e manco, o bom professor!

Sua tia predileta era tia Lourdes que o protegia das outras tias que gostavam de castigá-lo por suas traquinagens...


Família  Nuss Muniz.
Gostava muito do avô materno – João Nuss – porque ele falava pouco, mas comandava, com firmeza tranquila, a família inteira. Nunca o ouviu brigando com ninguém!

Sua mãe trabalhava muito e era muito devota, estava sempre rezando, nunca falou um palavrão e, tampouco, ingeria álcool. Ela era muito ligada ao filho caçula, seu irmão Felipe, que morreu aos 33 anos deixando dois filhos pequenos!

Um comentário:

  1. From: Maria de Fátima Nuss Macedo
    To: Regina e Aleixo
    Sent: Wednesday, March 14, 2012 9:46 PM
    Subject: RE: acessem o blog!

    Primos,
    Curti muito ver as informações e fotos dos mais recentes passeios de vocês, devo ter ficado aproximadamente umas 2 h no blog. Com a leitura e fotos de tios e primos q há muitos anos não vejo, me transportei, que saudade! E a parte que cita a comida feita aos domingos na casa do Aleixo, no fogão à lenha, quase senti o aroma e sabor.....

    Rever a Lenir de Fátima, o Totõe, Dalva...., fiquei pensando em levar minha mãe a Itaperuna em julho, não sei se ela se anima c/a saúde q tem hj e nem sei se devo tentar fazer isto, se pode ser ruim à saúde dela, a viagem e ver o irmão tão doente!?....

    quantas informações q eu não conhecia, das cidades onde viveram os avós, pais, primos e nas quais estive algumas vezes....

    Amei as informações de N. Iguaçú. Neste final de semana falei c/a Cida muito rapidamente, logo perguntei pelo(s) dia(s) da visita de vcs, mas no mesmo instante começou um temporal, com trovões fortíssimos, que resolvi desligar p/falarmos mais tarde e, não pude retornar. Eu não sabia q vcs tinham ficado de um dia p/outro e no "Chalé" de Geíza e Alexandre. Eu nem tinha lembrado desta possibilidade, a Cida tb não lembrou de imediato qdo vcs falaram q iriam lá, pois ela chegou a comentar do sítio novo q estaria ocupado, não foi !?

    Abraços,
    Fátima

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