domingo, 4 de março de 2012

MINHA TERRA TEM PALMEIRAS


Lei e Regina no quarto do apê de Copa.
Passeamos pela Europa nos dois últimos anos e sentimos falta das aves. Lá, lembramos do poeta romântico que dizia: “minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá e as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”! Gonçalves Dias tinha razão!
Temos a sorte de viver junto à natureza goiana e ainda poder desfrutar da beleza marinha, algumas vezes ao ano. Especialistas dizem que o estado do Rio como um todo é privilegiado. Apesar do pequeno tamanho, o Rio abriga 730 das mais de 1.825 espécies registradas no Brasil. Nosso país é o segundo em avifauna, atrás apenas da Colômbia. 

 Avezinha nas mãos do Aleixo, na Lagoa.
E pode-se afirmar que a cidade do Rio de Janeiro é muito provavelmente a cidade do mundo com o maior número de espécies de aves: são 511. À primeira vista, a cifra é surpreendente, haja vista a grande concentração de pessoas, poluição e o asfalto - fatores pouco condizentes com biodiversidade. 

O segredo dessa riqueza ornitológica é a existência de habitats variados, algo em que poucas cidades no mundo podem competir com o Rio: florestas, restingas, praias, montanhas, ilhas, manguezais e até mesmo áreas urbanas. 
Das 511 espécies, 40 são consideradas urbanas, ou seja, podem ser encontradas em ruas e praças mais movimentadas. Observar essa passarada é  um grande programa na cidade. 
 
Biguá na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Garças na Lagoa, gaivotas e fragatas nas praias e bem-te-vis por todo lado já se incorporaram à paisagem. A saíra-sete-cores    que é  considerada o mais belo pássaro do Brasil -,  os tucanos e sabiás também encontram um lugar no Rio.

Algumas espécies, como os maçaricos, tipo de biguá, são migratórias, moradoras temporárias. Outras, como as fragatas e os biguás buscam refúgios nas ilhas próximas à costa. No Jardim Botânico, há tucanos e sabiás-laranjeira. Saíras são companheiros para os que passeiam pelas florestas da Tijuca e do maciço da Pedra Branca. 

A questão da preservação também é crítica. A destruição de hábitats e a caça predatória são um desafio à sobrevivência de muitas espécies. O estado do Rio concentra o maior número de espécies ameaçadas do continente sul-americano: 82. 

Pombo aprendendo a me acertar na rua!
Há diversos lugares na cidade recomendados para observação das aves. Com suas matas e montanhas, a Floresta da Tijuca é a favorita dos pesquisadores e observadores de aves em geral. Muitas aves que vivem na floresta, entretanto, fazem incursões e podem ser observadas no Jardim Botânico, podendo esticar o passeio até a Lagoa Rodrigo de Freitas. Outros bons locais são o Parque do Cantagalo,relativamente pouco frequentado, apesar da bela vista da Lagoa e o Forte do Leme, em que os visitantes podem explorar uma pequena floresta à beira-mar. 

Cada habitat tem suas peculiaridades para a observação. Em áreas abertas, como a Lagoa, o ideal é caminhar pela orla e ficar atento: por lá aparecem biguás, frangos d'água, garças de várias espécies, inclusive a maior de todas, a moura, martins-pescadores, gaviões, corujas, lavadeiras-mascaradas, fragatas ou tesourões, entre outros.
 
As aves são muitas nesta cidade.
Já nas florestas, mesmo nas do Jardim Botânico, é preciso ter paciência. Sentar e esperar. Aves de ambientes florestais são naturalmente mais arredias e mais difíceis de serem observadas do que as que vivem em áreas abertas. Mesmo assim, podem ser avistados o tucano-de-bico-preto, beija-flor-de-fronte-violeta, a saracura,  os sabiás e sanhaçus. 

Em florestas mais densas, como as da Tijuca e da Pedra Branca, vivem os belíssimos saíra-azul, de tons exuberantes, gaturamo-verdadeiro - é amarelo e azul, uma preciosidade - e a saíra-sete-cores,um pássaro da cor do arco-íris. Mas, com sorte, até no Jardim Botânico é possível se deparar com elas. 

Calor intenso lota as praias do Rio.
Essencialmente urbanos são o bem-te-vi, o pardal, o joão-de-barro, as rolinhas e os urubus. O pombo comum é considerado uma verdadeira praga, um invasor oportunista, que transmite doenças e infesta as cidades de todo o mundo. Sou privilegiada! Imaginem que tanto em Paris como no Rio já fui alvo do excremento de pombos!
Mesmo em plena cidade é possível observar aves de rapina, como espécies de gaviões e a coruja-da-igreja. Esses caçadores ficam à espreita de outras aves e roedores nos telhados de prédios e galhos mais altos de árvores. 

Ontem a atriz Sabrina Sato curtia a praia
de Ipanema.
Os melhores momentos para observar aves são sempre ao amanhecer e no anoitecer. As aves se alimentam no início da manhã e no fim da tarde. São esses os horários em que estão mais ativas.

Neste domingo,  após o banho de mar matutino, pegaremos o carro com direção ao Sítio Floresta encantada, onde familiares nos aguardam. Soube que lá não tem sinal para internet e, possivelmente, eu tenha que adiar a próxima postagem. Aqui o calor continua intenso e as praias estão lotadas...

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