segunda-feira, 12 de março de 2012

RAÍZES FLUMINENSES

Aleixo Nuss, em Ubatuba, SP., 1967.
Aleixo abriu os olhos numa localidade chamada Capivara, no norte fluminense, há pouco mais de seis décadas. Fica a cerca de seis quilômetros de São Pedro do Paraíso, onde havia um grande movimento, quando a Usina de Açúcar São Pedro do Paraíso, hoje sucateada, existiu e funcionou a todo vapor, espalhando pelas redondezas um cheiro gostoso de açúcar em processo.

O pequeno povoado é constituído de casas sem fundações, colunas, vigas ou construções regularizadas. Em sua grande maioria, elas são construídas em locais de risco intensificado de enchentes e de enxurradas, coisa que não existia em sua infância.
Tio Máximo e sua esposa Jacinta,
em 1956.
A única construção sólida é o palacete do então proprietário, já falecido, Renê Luis Ribeiro, que apresenta ainda toda uma pompa imperialista da época dos grandes usineiros brasileiros ou senhores de engenho.

Hoje, praticamente não existem casas que estejam fora da área sujeita à inundação fluvial, inclusive, a casa de pessoas importantes na região pode ser atingida por enchente. Portanto, toda esta localidade rural é vulnerável às enchentes. Atualmente, moram nessa localidade, aproximadamente 150 pessoas e cerca de 80% dos moradores não possuem emprego fixo, vivem de biscates e necessitam de auxílio do poder público.

Ancestrais do  Aleixo,
semelhantes ao Carlito!
Antigamente essa população ou algum familiar tinha o seu sustento no trabalho do cultivo, da colheita e na moagem de cana para produção de açúcar e, por último, a fabricação de cachaça, até que a usina fechasse.

Planejamos nos hospedar em um hotel nessa cidade ou na vizinha São João do Paraíso, mas não existe nenhum e acabamos ficando em Italva.

Contudo, seu primo Oneildo (Dedê) reside em casa próxima ao mesmo rio Muriaé, em Italva, numa parte da grande fazenda chamada Florida. Sua residência foi construída com toda a estrutura necessária e bem alta.

A fazenda do Tio Homero é cortada pelo rio Muriaé, na altura de São Pedro do Paraíso, mas sem riscos de invasão pelas enchentes.

Tia Leonor Nuss e marido Homero.
A escola fundada em terreno doado por seu pai foi abandonada pela prefeitura e sua cunhada viúva de Felipe - Marília Bauer - está movendo processo de reintegração de posse do imóvel que fica dentro de seu sítio.

Gosto muito de visitar aquelas paragens e ouvir as histórias, prenhes de sentimento, da convivência de Aleixo com seus pais, avós e seus 63 primos de primeiro grau! Até hoje, a maioria mantém os laços de amizade apesar de existir gente espalhada pela Brasil e exterior!


Cunhada Marília Bauer e filhos:
Rodrigo e Rafael
Já aconteceram algumas Cavalgadas da Família Nuss e, uma vez em que estivemos presentes, lembro-me de que conseguiram reunir mais de quatrocentos parentes!

Nessa última visita, foi muito bom compartilhar as recordações familiares, à medida que vasculhávamos fotos antigas!



Um comentário:

  1. Esqueci de contar que algumas pessoas se mantêm preparadas para possíveis enchentes. O primo Totonho Ornelas nos mostrou, na parede de sua sala, a marca da altura da água do Rio Muriaé semanas atrás. Disse, ainda, que eles têm cavaletes para suspender os móveis e, quando a enchente ameaça, todos sobem para o terraço da residência e aguardam seu final.

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