domingo, 9 de janeiro de 2011

HISTÓRIA E LITERATURA


Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro”. Dom Pedro II

Regina, 2011. 
Fui sempre apaixonada por história e, se não tivesse escolhido o caminho das Letras, seria historiadora. Talvez, porque desde muito já acreditava que a ficção antecipa a história, muitas vezes. Mais tarde descobri a minha paixão pelo Jornalismo e acabei fazendo um doutoramento ligando ficção e imprensa. Um dos vultos que sempre atraiu a minha atenção, no Brasil, foi o nosso imperador, antes da república. 
D. Pedro II nasceu no Palácio de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, a 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, a 5 de dezembro de 1891. Filho de D. Pedro I e sua mulher, a Imperatriz Leopoldina, recebeu na pia batismal o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Salvador Bebiano Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Gonzaga.

Dom Pedro II, 1825- 1891.
Foi aclamado a 7 de abril de 1831, no dia da abdicação de seu pai, tendo como tutor José Bonifácio de Andrada e Silva. Proclamado maior a 23 de julho de 1840, foi coroado a 18 de julho do ano seguinte.

O reinado de D. Pedro II teve início, portanto no dia da proclamação de sua maioridade e terminou com a sua deposição a 15 de novembro de 1889, com o advento do regime republicano.

Em 1833, José Bonifácio foi destituído da tutoria, sendo designado pela Assembléia-Geral do Império para substituí-lo Manoel Inácio de Andrade Souto Maior, Marquês de Itanhaém.

Teve como mestres os nomes mais conspícuos de professores de sua época, que o instruíram e, principalmente, o formaram, sob a orientação do preceptor, o carmelita Frei Pedro de Santa Mariana, mais tarde bispo de Crisópolis, que Ihe ensinou a doutrina católica, latim e matemática.

Casou-se em 1842, com a Princesa Teresa Cristina Maria, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias, e de sua mulher Maria Isabel de Bourbon. Desse casamento nasceram quatro filhos: Afonso (1845-1847), Isabel, chamada a Redentora (1846 -1921), Leopoldina (1847 - 1871 ) e Pedro (1848 - 1850) . A morte dos dois varões foi um rude golpe para o Imperador.

Pedro II deu ao Brasil 49 anos de paz interna, prosperidade e progresso. Durante o seu reinado foi aberta a primeira estrada de rodagem, a União e Indústria; correu a primeira locomotiva a vapor; foi instalado o cabo submarino; inaugurado o telefone e instituído o selo postal. Pedro II governou de 1840, quando foi antecipada sua maioridade, até 1889 ano em que foi deposto com a proclamação da república brasileira. Além dos registros históricos e jornalísticos da época, Pedro II deixou à posteridade 5.500 páginas de seu diário registradas a lápis em 43 cadernos, além de correspondências, que nos possibilitam conhecer um pouco mais do seu perfil e pensamento.

Ele é, ainda hoje, um dos personagens mais admirados do cenário nacional, e é lembrado pela defesa à integridade da nação, ao incentivo à educação e cultura, pela defesa à abolição da escravidão e pela diplomacia e relações com personalidades internacionais, sendo considerado um príncipe filósofo por Lamartine, um neto de Marco Aurélio por Victor Hugo e um homem de ciência por Louis Pasteur e ganhando a admiração de pensadores como Charles Darwin, Richard Wagner, Henry Wadsworth Longfellow e Friedrich Nietzsche.

Durante toda a sua administração como imperador, o Brasil viveu um período de estabilidade e desenvolvimento econômico e grande valorização da cultura, além de utilizar o patriotismo como força de defesa à integridade nacional. Apesar de, muitas vezes, demonstrar certo desgosto pelas intensas atividades políticas, o último imperador do Brasil construiu em torno de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros.
Esse imperador considerado magnânimo e mecenas, depois de proveitoso reinado, recebe a República como um movimento natural da evolução brasileira, deixando a pátria estremecida, formulando ardentes votos por sua grandeza e prosperidade. Quando li a crônica do Raul Pompéia descrevendo o dia do banimento da família real, fiquei deveras tocada.

Morto no exílio, em Paris, aos 66 anos, a França lhe deu funerais régios, fazendo depositar o seu corpo no Panteão dos Bragança, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Por fim, revogada a Lei do Banimento, foram seus restos mortais transladados para o Brasil e repousam na Catedral de Petrópolis,  cuja construção teve início sob seu generoso patrocínio.

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