“O essencial faz a vida valer à pena. Basta o essencial! Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo”. Rubem Alves
Regina em 2010. |
Como havia pouca diversão naquele período em Goiânia, qualquer aniversário, casamento ou batizado era um acontecimento muito esperado. Marco, Clélia e eu ainda pegamos a festa de carnaval da ANAG. Minha mãe dificilmente podia ir porque ela estava freqüentemente grávida ou com filho pequeno e papai costumava comprar confete, serpentina e lança-perfume e nos levar fantasiados às matinês carnavalescas.
Em 1950, ele comprou um carro importado, um NASH vermelho conversível e levava os dois filhos mais velhos pela cidade. Engraçado que nunca soubemos que o lança-perfume de metal vindo da Argentina servisse para outra coisa a não ser esguichar nos olhos dos outros... Pode?!
Regina em 1950. |
Tio Venerando costumava nos visitar diariamente e estava sempre alegre, idealista, então. Sempre me rodava e tentava me ensinar a dançar tango. Com o tempo afastou-se do tudo, infeliz com a morte precoce de quase todos os filhos. Depois da morte de papai ele nunca mais foi à nossa casa e um dia me explicou que não suportaria as lembranças do local. Seu filho Hírcio gostava de briga de galos e vivia envolvido com brigas. Andava de lambreta e nós, as crianças, o olhávamos com admiração censurada. Nos finais de semana papai e mamãe nos levavam de carro até à Praça Cívica. Todos nós adorávamos brincar de pique, comer pipoca e algodão doce.
Clélia, Sônia, Zezinho, Regina e Marco, 1957. |
Marco e Regina, em seu batizado. |
Antes de aprender a ler, minha mãe me colocou na aula de piano com Dona Mafalda, por meio do método colorido. Depois estudei com a Nizinha, minha prima, também filha do tio Venerando. Lembro-me de que no dia da queda do Getúlio Vargas fiquei muito feliz, porque não houve aula no Colégio Santo Agostinho, nem de piano!
Lembrança de aniversário do Marco, 1949. |
Lembrança de aniversário da Regina, 1957. |
Mais tarde tive aulas de piano com a Dª Diana Spencière e, por último, com a sua irmã, Dª Hebe, tia da Annunziata. Quando entrei para o Conservatório de Música, lembro-me de que fui examinada pela Belkis Spenciére que era muito amiga de minha mãe. Portanto, não foi por falta de bons professores, e sim de talento musical que me tornei apenas apreciadora da boa música.
Divina de Paula era minha colega de classe no Externato São José desde os nove anos de idade, além de vizinha. Joaninha Macedo tornou-se minha amiga no ano de 57, quando freqüentamos o Colégio Maria Auxiliadora. Helga Brockes foi minha professora de inglês já na adolescência e Bené passou a fazer parte de minha vida, em 62. O reencontro de afins propicia a amizade reconstruída ao longo dos anos e é para sempre, transcendendo até mesmo as mudanças de plano espiritual...
Comentário do querido amigo Abrahão, de Sampa/ Sta. Rita do Sapucaí., em 25.10.2010
ResponderExcluirQue recordações maravilhosas!
Regina, tudo isso merece um livro todo encadernado!!!!
Ricardo Abrahão