sábado, 23 de outubro de 2010

A DESPEDIDA DE OIMBÔ



“Não fique triste nas despedidas, pois encontrar-se de novo, depois de momentos ou de vidas, é certo para aqueles que são afins” Richard Bach

Oimbô no jardim de Shamballa com Regina e Bettina, 2008.
Acredito na frase do Bach, mas não sei se isso vale também para os animais, apesar de já ter visto este tipo de reencontro expresso em livros de cunho espiritualista ou em filmes... Oimbô foi embora ontem e vou agradecer muito se puder reencontrá-lo um dia!
Nossa convivência foi de mais de cinco anos. Logo que compramos a chácara, eu quis um cachorro e tinha que ser Labrador. Vi o seu anúncio no jornal, liguei, troquei E-mails com a proprietária e fomos buscá-lo no local e na data combinados. Ele nasceu em três de maio de 2005, em Anápolis. No carro, ele veio no meu colo e tinha dois meses e meio. Gostei dele instantaneamente e fui correspondida!

Ele era um cachorro especial, muito diferente do Marley do filme. Inteligente, bonito, calado, observador... Olhava as brincadeiras das cachorras com certo ar de superioridade. Parecia entender tudo o que a gente queria que ele fizesse.

Ele se machucou quando a gente estava viajando e apesar do cuidado que ele recebeu nas últimas semanas, ele não superou.

Quando eu era bem pequena, também tivemos um cachorro policial - TUPI  - que um dia partiu. Eu me lembro de ter sentido muito a sua falta. Era um policial maior do que eu, na época, que me derrubava e com quem eu rolava na grama.

Prefiro cachorros grandes, não gosto de animais em minha cama ou sofás. Oimbô sempre respeitou os limites, mas vinha deitar-se próximo da parede do quarto onde eu estava. Ia receber-nos a cada vez que voltávamos para casa...

Oimbô quer dizer homem branco.
Aleixo cuidava muito mais dele do que eu, mas ele me escolheu como sua dona e o demonstrava sempre! Cada vez que eu adoecia, ele ficava próximo e me olhava com aquele olhar carinhoso do Mister Magoo!

Antes de ele partir, quando retornei da cidade ontem, ainda lhe dei um pedaço de mamão, pão francês e sorvete! Ele gostava de maçã e de cenoura também. Não comia qualquer ração, nem tomava água suja. Olhava com nojo quando as cachorras entravam no bebedouro e sujavam a água. Ia lá longe beber água limpa! Aleixo criou um sistema de eles terem sempre água corrente pingando em vasilha que elas não conseguem sujar.

Ele fugiu umas duas ou três vezes, mas retornava e cedinho nos esperava junto ao portão. Na última vez, mais de um ano atrás, ficou desaparecido uns três dias, porque o prenderam.

Frederico e eu fizemos o ritual de emergência ao arcanjo Uriel para que ele voltasse. Lembro-me de que o Fred, sem muita convicção, me ajudou a rezar por seu retorno. Mas, quando ele foi encontrado, ele passou a compartilhar a minha fé no arcanjo.

Desta vez senti que não devia repetir o pedido e aguardei o desfecho.

A partida do Oimbô ainda está doendo muito, mas sempre serei grata por ter tido o privilégio de sua convivência!

4 comentários:

  1. Oi, Regina.
    Entendo seu sentimento de perda. Também temos cães que são extremamente ligados a mim e à Marcia.
    Eu também já tive um cão que se chamava Mug e morreu há muito tempo. Foi difícil a adaptação.
    Curioso é que parece ser mais pesarosa a separação de um animal de que de certas pessoas (já pensou nisso?).

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  2. Sim, Barros, concordo com você! Será que os animais também fazem parte de nossa família espiritual? Há alguns amigos que têm uma relevância bem superior a de membros de nossa família biológica. Mas nada sei a respeito dos bichos de estimação neste sentido...

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  3. Nossa cachorra Maringá, olhos de mel, mestiça de pastor alemão, vinha me receber quando eu voltava do trabalho, já bem depois das 22h.
    Ela tinha um ritual para fazê-lo. Às vezes, eu ficava brava pois estava cansada, mas muitas vezes era um momento puro e simples de felicidade autêntica. Eu sorria mais naquela época pois ela era uma criança grande.
    Até hoje, vejo-a no portão, aguardando por mim.
    Ah, saudade de você, Maringá. Maringá, Maringá, desde que tu partiste, tudo ficou triste.

    Aurea

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  4. Oi, Regina!!

    Acho que consigo entender você. Eu, quando criança, tive apego a alguns animais: gato, cachorro, cavalo e até aves. Mas o tempo passou e fiquei mais realista, passei a entender que nesta vida tudo é por um certo tempo, que devemos aceitar as coisas como são, pois até mesmo nossos próprios semelhantes que, de uma forma ou de outra, entram em nossas se vão ou se distanciam. Assim é a vida de tudo e de todos.
    Com todo meu carinho, Aleixo//

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