Regina, em 2010. |
Meu pai gostava de levar a família para passeios no campo nos fins de semana. Minha mãe preparava o almoço, tipo uma panelada de arroz com carne e ervilha e íamos à beira do córrego Santo Antônio para tomar banho e almoçar. Uma vez esqueceram os pratos e tivemos de improvisar com folhas grandes! Outra vez, ela esqueceu que não sabia nadar e que sempre teve pavor de água, começou a cantar uma música usada como ponto no centro, pulou no córrego e saiu nadando sem medo. A gente não entendeu a princípio. Depois meu pai esclareceu que ela havia incorporado com um caboclo evocado com o hino.
Nós éramos apenas cinco crianças nesta época. As gêmeas chegaram bem mais tarde. Nós aprontávamos bastante durante os passeios. Uma vez ele nos levou a uma fazenda de um casal amigo que morava na rua vinte. Acho que o nome da senhora era Dona Itamar. Em sua fazenda havia engenho de cana de açúcar.
Regina, em 1952. |
Nós éramos criados muito presos e quando havia chance a gente se esbaldava. Assim que chegávamos ao local, a gente saía para explorá-lo e cada um fazia questão de deixar a sua marca!
Uma vez, o Júnior, caçula na época, entrou no chiqueiro dos porcos para persegui-los e conseguiu lama até o meio das pernas. Imaginem o mau cheiro! Minha mãe teve de lavá-lo e trocá-lo, porque era insuportável a sua proximidade.
Nesse dia fiquei encantada com os enormes compartimentos de madeira cheios de melado. Descobri que bastava levantar a tampa, enfiar a mão e comer tudo que podia. Enchi o bolso da jardineira e vocês podem calcular o efeito do melado em minha roupa e a dor de barriga que tive mais tarde.
Júnior fez algo diferente. Achou um ovo de indez em algum ninho e o colocou no bolso. No caminho de volta para casa, ninguém suportava o mau cheiro dentro do veículo. Meu pai parou o carro e fiscalizou cada um. Encontraram o ovo podre quebrado no bolso de meu irmão caçula! Como não havia jeito de lavar tudo ali, tivemos que suportar o fedor até a casa, sob protestos e broncas de nossos pais que ameaçavam não nos levar mais a qualquer lugar!
oi regi,
ResponderExcluirfui tentar de novo colocar a minha foto no painel de seguidores e o que consegui foi entrar de novo...então estou seguindo seu blog como clelinha e como balila, mas depois vou tirar uma delas...o que eu queria mesmo era postar um comentário na condição de seguidora. Incrível como dois anos e meio fazem diferença quando a gente é criança. Não me lembro de quase nada da primeira infância, a única coisa que ficou gravada na minha memória foi aquele dia quase trágico em que por pouco fui atropelada. Lembro-me que vc decidiu que nós iríamos comprar bonequinhas em vez das balinhas e, na volta, ao atravessarmos a rua, o carro quase me pegou.Um dia vc me disse que eu tinha apenas dois anos naquela época. Fiquei com esse trauma anos a fio, só atravessava as ruas pendurada no braço da mamãe e de olhos fechados. Hoje, isso daria causa a tratamento psicológico, mas naquele tempo a gente se curava sem ajuda. Um belo dia, não sei quando, perdi o medo. Fora isso, tenho pouquíssimas lembranças do período anterior aos seis anos, quando entrei na escola. Por isso, estou achando uma delícia ler suas lembranças, que tem tudo a ver comigo. Beijo fraterno.
clélia
Oi, Clélia, não tem importância a foto do seguidor... Pode deixar como está! E obrigada por acompanhar o blog...Eu sempre precisei escrever e sonhar, este foi sempre o meu processo terapêutico! Vou continuar relatando as minhas lembranças e na maior parte das vezes vc faz parte delas!
ResponderExcluirEstá fazendo bem para mim também! Abreijos