sexta-feira, 15 de outubro de 2010

TÃOZINHO

Marco e Regina, 1953.
Quando eu era pequena já detinha vocação para a maternidade. Esse fato era também bastante estimulado pela minha mãe. Ela sempre nos incentivava a gostar de crianças e aprender a cuidar delas. Clélia e eu como filhas mais velhas ajudamos com a criação das gêmeas. Mamãe estipulou que a Luiza era minha e a Celina, da Clélia. Dona Didi costumava dizer que quando casássemos, nós duas poderíamos levar as irmãs conosco. E isso foi colocado em prática quando morei em Santos. Luiza ficou um semestre comigo, mas mamãe quase morreu de saudade e acabou indo buscá-la de volta.

Bem, na minha infância, eu tinha um carinho especial por um boneco que se chamava Tãozinho. Quando ele estragava, papai me comprava outro igual que o substituía. Um dia, eu o esqueci no jardim e ele foi furtado. A cidade era pequena, naquela época. Logo deduziram que quem o tinha levado era uma doida apelidada de Revirinha. Era uma moça que andava mendigando pelas ruas e nunca tomava banho. Gostava de saias rodadas e cada roupa nova que ela ganhava, colocava sobre as outras. Quando os homens pediam, ela costumava plantar bananeira no meio da rua... Então, todos constatavam que ela era avessa ao uso de calcinhas...

Regina e boneco Tãozinho, 1954.
Eu sofria inconsolável com o sumiço de meu Tãozinho. Era diferente quando eu acompanhava o seu desgaste e ele tinha que ser substituído. Uma de nossas empregadas soube notícias da Revirinha que agora andava com um boneco no colo. Mas acharam que  ele não serviria mais para mim...

Eu não quis outro e mais tarde fui brincar com bonecas de verdade, ajudando a tomar conta de minhas irmãs que chegaram quando eu tinha uns doze anos...

2 comentários:

  1. Comentário do José Alcides Ribeiro, de São Paulo, em 15.10.2010.

    Verifiquei aqui que os textos que tenho de parágrafos para contracapa são dos livros anteriores. Tenho dois parágrafos meus para cada livro e aquela orelha do Osvaldo para o Correio. Poderia colocar no Jornal do Commercio também. Ele disse que não tem problema. A vantagem é que já está pronto. Mandarei amanhã. E melhor eu pegar a orelha que você vai fazer e colocar numa antologia que tenho aqui de textos do Correio e do Jornal do Commercio. Essa antologia vou ver se publico aqui em São Paulo no próximo ano. Daí tem mais tempo.Mando tudo amanhã, a antologia também para você ter a visão sobre.
    O blog está legal.Gostei muito! Bem histórico.
    Tchau,
    Zeca.

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  2. Comentário do José Alcides

    Dizem que choveu muito forte aí em Goiânia. E verdade. Aqui está chovendo. Visitei todo o seu blog, mas não consegui postar comentários...
    Tchau,
    zeca.

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