domingo, 26 de dezembro de 2010

ATERRO DO FLAMENGO NO RIO


Domingo pós Natal no Rio de Janeiro 
Regina, no Flamengo, 26.10.2010.
Após o desjejum, saímos para uma caminhada no Aterro do Flamengo. O sol brilha apesar da previsão de chuva para este fim de semana. Na volta, tiramos algumas fotos, na Praia do Flamengo, hoje apenas uma avenida de duas pistas com trânsito entre as zonas norte e sul. Visitamos, ainda, um enorme presépio perto da casa de Cultura Julieta Serpa.

Aleixo se lembrou saudoso da época anterior à construção do aterro, quando o mar vinha próximo aos prédios, por onde passavam bondes e lotações (ônibus de 24 lugares), no início da década de sessenta. O mar, quando agitado, costumava jogar água por cima da mureta que ainda existe em parte, e molhar os passageiros dentro dos bondes; o motorneiro e condutor, que usavam terno preto e bonés do tipo oficial militar, gritavam “cuidado com o choque, não encostem na ferragem”, todos se encolhiam nos bancos de madeira envernizada! Bons tempos! Muitos eram conhecidos pelo nome, diziam bom dia, como vai...? Bem em frente ao Hotel Novo Mundo, na Praia do Flamengo, havia um píer de madeira e um trampolim onde muita gente se divertia dando seus mergulhos, inclusive o Aleixo quando molecava por aqui.
Aleixo próximo ao monumento a Estácio de Sá, 
no Aterro do Flamengo.
O Parque do Flamengo, oficialmente chamado Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido popularmente como Aterro do Flamengo ou simplesmente O Aterro, é um complexo de lazer no Rio de Janeiro, construído sobre aterros sucessivos ao longo da Baía da Guanabara.
O parque se estende desde o Aeroporto Santos-Dumont, no centro da cidade, onde havia então o restaurante popular Calabouço, ao início da Praia de Botafogo, na zona sul, tendo sua maior parte ao longo da Praia do Flamengo. Entre os elementos do complexo se destacam o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos Pracinhas, a Marina da Glória, o Monumento a Estácio de Sá, uma via expressa, áreas para prática de esportes, o restaurante Porcão e uma faixa de areia, hoje a verdadeira Praia do Flamengo. Em sua configuração atual, o parque foi inaugurado em 1965, com 1.200.000 metros quadrados.
Vista da praia e aterro do Flamengo. 

O processo do aterro aconteceu durante décadas. No trecho hoje ocupado pelo Parque do Flamengo, a orla original apresentava uma conformação recortada, com pequenas enseadas aqui e ali, como a Praia do Russel, na altura do atual Hotel Glória.

As obras preliminares de aterramento da região remontam ao início do século 20, quando foram construídas a Avenida Beira-Mar, a Praça Paris e a Praia do Flamengo (avenida). O desmonte gradual do Morro do Castelo forneceu material para novos aterros na região central, como o do Aeroporto Santos-Dumont.

Na década de 1950, com as rochas do desmonte do Morro de Santo Antônio, começou a construção de um enrocamento (aterro de pedras) que começava na Ponta do Calabouço e a região da Glória e seguia numa faixa estreita mar adentro até curva do Morro da Viúva, formando uma laguna que finalmente foi aterrada. O aterro, assim chamado, foi usado nos eventos do Congresso Eucarístico Internacional. Mais tarde a área foi ocupada pelo Museu de Arte Moderna, 1958 e pelo Monumento aos Pracinhas, 1960.
Aleixo e Regina,
junto ao presépio no Flamengo, dez. 2010.
Anos depois foi executada a parte principal do aterro. O entulho retirado do morro foi sendo despejado no mar, formando desde o pontal do Calabouço até o Morro da Viúva uma comprida restinga de pedras dispostas de modo a formar uma laguna e a faixa de areia da praia do Flamengo que a seguir foi aterrada. O plano original previa a construção de pistas expressas entre o Centro e a zona sul da cidade.

Porém, a idéia de se criar um grande parque na área, junto às pistas de rolamento, é atribuída à paisagista Carlota de Macedo Soares, amiga do governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda. Com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, o novo parque foi destinado a atividades esportivas, recebendo quadras de futebol, tênis, vôlei, basquete e pistas de aeromodelismo; destacam-se os campos de pelada, no trecho inicial da Praia do Flamengo, criados por iniciativa de Raphael de Almeida Magalhães, outro colaborador de Lacerda.

O projeto do Parque do Flamengo incorporou a Praça Cuauhtémoc e os entornos do Monumento aos Pracinhas e do Museu de Arte Moderna; foi seguido no Trevo Edson Luís e na Marina da Glória, inaugurada em 1982, e, parcialmente, na Praia de Botafogo. Também foram construídos no Parque do Flamengo o Museu Carmen Miranda.

Regina junto à casa de cultura Julieta Serpa,
na Praia do Flamengo.
Nos anos 70, o parque foi batizado com o nome do brigadeiro Eduardo Gomes, herói de guerra e político brasileiro. Em 1989, nas comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, foi erguida no parque uma réplica temporária da Torre Eiffel, considerada uma das maiores reproduzidas, e que serviu de palco para concertos e apresentações de balé. Em 1992, o Aterro foi a sede do Fórum Global, seção de exposições e debates da Eco-92.
A característica mais marcante do Parque do Flamengo é a diversidade de sua flora, formada principalmente por espécies nativas selecionadas por Burle Marx. A riqueza vegetal atrai muitas aves.
Imagem do Show do Roberto Carlos,
ontem, em Copacabana.
Para a travessia dos banhistas, foram construídas passarelas com curvaturas suaves e levemente assentadas sobre as pistas expressas. As passarelas aéreas são também alternadas com passagens subterrâneas sob viadutos. As avenidas internas que cortam o parque são fechadas ao tráfego nos domingos e feriados, das 7h às 18h, o que permite seu uso frequente em competições de ciclismo, corridas a pé e caminhadas. O local também é usado ocasionalmente para shows de grande público. Diante da oposição dos vizinhos, que temem a incapacidade dos transportes e a depredação do Parque, esses eventos têm se tornado menos frequentes na atualidade.

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