segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

RECORDAÇÕES DA MINHA INFÂNCIA



Regina, hoje!
Quando bem pequenas, minha irmã Clélia e eu conversávamos sobre as viagens de papai. Ele ia de avião a Belo Horizonte, a São Paulo e ao Rio de Janeiro com certa freqüência, sobretudo a serviço da Wallig, empresa de origem alemã especialista em cozinhas e lavanderias industriais, que ele representou por dez anos. Assim, eu imaginava que essas cidades ficassem lá em cima, como as naves planetárias que hoje vemos nos filmes de ficção científica!

Marco, antes do internato em BH.
Meu irmão Marco esteve no internato, em Belo Horizonte, até julho de 1960. Clélia era sempre a primeira aluna na escola e, no final de 1959, meu pai a levou de avião para visitar nosso irmão no Colégio Batista Mineiro, uma vez que nossa prima e sua madrinha Eclair morava também em BH. Meses depois eu acompanharia a minha mãe a Uberaba, conforme relatei anteriormente, em visita ao Chico Xavier.
 Nesta época meu pai vendeu o escritório de representações que funcionava na Avenida Anhanguera e promoveram uma reforma lá em casa, trocando o piso da copa e cozinha que passaram a ser um único e espaço bastante amplo. O fogão foi substituído com a chegada do gás à cidade e foram feitos armários de fórmica, considerados a onda do momento!
Foi encomendada também uma longa mesa formicada. Ela podia se desdobrar em duas, ficando as crianças menores separadas dos adultos. Meu pai gostava da comida feita na hora e servida com toda a mordomia!

José Araujo,  nosso pai, em 1938.
Lembro-me de chegar da escola e almoçar lá fora. De longe se podia sentir o cheiro guloso da comida caseira feita no fogão à lenha das dependências da casa! Para as crianças, toda novidade é bem vinda, principalmente naquela ocasião. Nossa educação era deveras estóica, muita disciplina, horários e costumes bastante rígidos, conforme a pedagogia vigente, então.

Papai repetia orgulhoso que a partir daquele momento o café poderia ser feito na hora com a novidade do fogão a gás. Também, dizia que usaríamos óleo vegetal na alimentação. Segundo ele, esse hábito era mais saudável! Claro que a energia elétrica em Goiânia passou a ser melhor e isso facilitou a aquisição de novos eletrodomésticos! Basta lembrar que com a construção de Brasília a cidade foi beneficiada com mais progresso.
Clélia, em 1958.
Mamãe, Tia Maria e Tio Venerando.




Foto de nossa casa na época.
Clélia me disse que ficava orgulhosa ao
ouvir das meninas vizinhas que ela era
a casa mais bonita da Rua Seis!


Sônia foi a ajudante mirim de meu pai,
em nossa granja, desde os seis anos
de idade!









Papai resolveu construir uma granja no lote vago. Foi tudo bem planejado! Três repartições de madeira, sobre colunas de concreto a certa altura do chão que foi cimentado para que a titica de galinha caísse pelas tabuinhas e fosse varrida para um buraco próximo, feito na terra, onde se jogava ainda o lixo orgânico da casa que serviria de adubo para a horta! Sônia devia ter uns seis anos quando começou a auxiliá-lo no cuidado com a granja!

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