sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MEMÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA

A Chegada das Irmãs Gêmeas
 

Regina, 2010.
Minha mãe era católica desde a infância, mas tornou-se espírita em meado da década de 50, depois de alguma relutância. Meu pai era maçom e espiritualista há alguns anos. Papai lia muito, ajudava o próximo sempre e se desdobrava junto às obras assistenciais da Tenda do Caminho, primeiramente.
Mais tarde, com o desmembramento daquela instituição, o grupo que se afinizava com a umbanda reunia-se em nossa casa para a criação de um novo núcleo, o atual - Centro Espiritualista Irmãos do Caminho – do qual ele foi o fundador e doador do terreno da primeira sede.

Minha mãe começou se ocupando da obra do berço. Depois, descobriu-se médium e desenvolveu rapidamente vários tipos de mediunidade, passando a viver em função disso, apesar de ser dona de casa dedicada e mãe de tantos filhos. 
Luiza e Celina, 1965.
Nosso irmão caçula, Zezinho, devia ter pouco mais de seis anos, quando ela começou dizendo que estava sendo preparada para ser mãe novamente. Dizia ter sido orientada espiritualmente sobre quem iria receber como filha... Conversava sobre isso com todos nós - as cinco crianças – e já torcíamos pela chegada de nossa possível irmãzinha que se chamaria Maria Celina. Era como sonhar brincando com uma boneca de verdade!

Naquela época ainda não havia ultrasson, tampouco se  fazia exame de Raios-X para antecipar o sexo dos bebês ou  a possível gravidez gemelar. Assim, foi um susto quando nossas irmãs gêmeas  - Maria Celina e Maria Luiza  - chegaram em 29 de maio de 1961! Tudo mudou lá em casa, desde então! Eram pequenas,  e apesar de bastante saudáveis, choravam a noite toda nos primeiros meses!

 

Luiza, Renata, Angelo, Rafael e Victoria,
na Holanda, onde residem.
Minha mãe não podia faltar às sessões específicas do centro, porque dirigia os trabalhos! E me lembro, até hoje, quando ela saiu pela primeira vez e me avisou de que suas queridas filhinhas estavam sob a minha responsabilidade! Eu levava a sério aquela responsabilidade e o fazia da melhor maneira possível. Quantas vezes, ela me acordava durante a noite para que eu pegasse uma delas ao colo, porque ela não conseguia segurar as duas!

 

Mas lembro-me de algo inusitado! Ao sair para o Centro, à noite, minha mãe deixava chá de hortelã, poejo ou camomila pronto em um copo tampado com um pires. Aconteceu que papai havia tomado uísque e deixado um resto no copo de cristal que sempre ficava com o chá! Assim que elas começaram a chorar, peguei o copo e dei uma colherada para cada uma! Não era chá, mas a bebida de papai!

 

Sonia e gêmea Celina, tomando cerveja,  2010.
Dizem que ninguém morre antes da hora e que as crianças têm anjos particulares o tempo todo! Eu fiquei mal quando percebi o que havia feito! Graças a Deus, elas não tiveram nada! Apenas riam bastante, exibindo a conhecida alegria dionisíaca...
Parece que até hoje Celina gosta de álcool!





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