domingo, 26 de fevereiro de 2012

TUDO DE PRIMEIRA


Regina e Aleixo no apê de Copa, ontem.
Hoje fomos à praia bem cedinho com a ajuda da mudança do horário. O mar estava delicioso. Gosto de estar ali, quando ainda não há muita gente, principalmente por ser no domingo, quando as praias costumam lotar, nesta época de verão. A Pedra e Praia do Arpoador é um pequeno e movimentado trecho de areia que se situa entre uma pequena península de rocha na qual fica o Forte de Copacabana e a parte inicial da Praia de Ipanema. A gente senta bem no cantinho aproveitando a sombra da muralha no posto sete.

Praia do Arpoador, em 26.02.2012.
Havia um biguá pescando no meio de alguns banhistas, na maior tranquilidade. Ele mergulhava e voltava com o peixe no bico. Engolia o peixinho na superfície e mergulhava novamente, sem se incomodar com a presença humana. Linda espontaneidade da natureza! No céu, as fragatas faziam desenhos geométricos em seus voos lúdicos e, ao fundo, a bela paisagem da montanha carioca como a Pedra da Gávea e a Pedra Dois Irmãos.

Após banhos de mar, mesclados à observação da natureza e à leitura, voltamos caminhando pela areia, a princípio. Depois, paramos no supermercado e ao comprar papel higiênico lembrei-me de um episódio da pré-adolescência que compartilhei com Aleixo.

Pedra da Gávea e Dois Irmãos.
Meu pai era leitor crítico, sempre muito bem informado. Estava a par da possível revolução que poderia acontecer após a renúncia do Jânio Quadros e a situação crítica de seu sucessor – João Goulart. Num dia de março, resolveu prover a dispensa de nossa casa, preocupado com os sete filhos e mais agregados que residiam conosco, na casa da Rua Seis.

Não havia tantas opções de supermercados como atualmente e ele usava ir a pé até o mercado central. Fazia as compras mensais no armazém número 1, de seu Benedito. Comprou muito mais que o costumeiro. Arroz, feijão e açúcar eram adquiridos em sacos de linhagem, mas trouxe farinhas, óleo vegetal que começáramos a usar há pouco tempo, sal, café, algumas enlatados, enfim, tudo que pudesse abastecer a família, caso rebentasse a temida revolução militar.

Celina, Paula, André e filho Guilherme.
Hoje é níver do jovem advogado André!
Seu Benedito mandou entregar a grande compra. Minha mãe guardou tudo, mas perceberam que faltava alguma coisa. Ele quis ir pessoalmente ao Seu Benedito, mais uma vez. Ao retornar, contou-nos que o proprietário do armazém de secos e molhados adivinhou o que faltava antes mesmo de ele dizer. Seu Benedito havia dito: - “Bem que eu estranhei. Depois de vocês comerem tudo isso, certamente,  precisarão de papel higiênico”. Só lhe perguntou se era do tipo a ou b, ao que papai retrucou! – “Lá em casa, tudo é de primeira”! 
Todos nós rimos muito, então! E, até hoje, sou pouco sustentável neste aspecto, ainda prefiro o tipo a, folha dupla, para prejuízo da natureza!

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