terça-feira, 24 de janeiro de 2012

REFLEXÕES DA BLOGUEIRA VIAJANTE

Regina em Rio do Fogo.

Quando eu era criança  ou adolescente, costumava viajar por meio dos livros e isso substituía a necessidade que tenho de experimentar outras paisagens, perceber novos costumes.

Eu lia tudo sobre a Grécia, o Egito, o Japão, a China, a Europa, os EUA. Conhecia cada história, os mitos, monumentos e até sabia como me orientar em determinados locais. Quando fui à França em 83, ajudei algumas colegas a tomar o metrô que eu via pela primeira vez.


Na juventude eu viajava por meio da mente e admirava pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles,  geniais,  sem jamais ter pisado fora de suas cidades-natais. Mas eu já sonhava com a visita a outras culturas.

Aleixo e Regina, no fundo da Igreja, em
Rio do Fogo, 19.01.2012.
Ler é incrível, mas nada substitui a experiência de viajar. Nem livros, nem internet, nem os relatos de amigos. Não dá para dizer que tudo será diferente uma vez que você pisar  outra cidade, porque não é. No entanto, existem vivências que só são possíveis quando se está lá, diante daquilo que antes se via em fotos ou na imaginação.

Alguém disse que, antigamente, as pessoas viajavam para conhecer o mundo;  hoje, elas viajam para reconhecê-lo. Eu concordo, plenamente.

Fico imaginando quão incrível deveria ser o mundo para Marco Polo, desbravando a Índia e a China, quando ninguém mais as conhecia ou para os navegadores espanhóis e portugueses, chegando à América, ao sul da África e ao Japão, pela primeira vez;  ou para Hiram Bingham, vendo Machu Picchu, pela primeira vez, depois de séculos escondida nas montanhas e na mata. Essas pessoas, sim,  descobriram o mundo.


Regina esteve em Machu Picchu. em 97.
Nossa tarefa  de viajantes é redescobri-lo. Mesmo que não existam mais territórios desconhecidos em nosso planeta, as cidades e os países se transformam: nascem, crescem, envelhecem e, às vezes, até morrem. Basta visitar alguma cidade grande e retornar lá 10 anos depois. Encontraremos uma nova cidade.

Isto é o magnífico de se viajar. Sentir a transformação e a renovação do mundo. A viagem pela literatura nunca poderá ser igual, apesar de também maravilhosa dependendo do receptor.


Regina adorou viajar com os netos.

Às vezes viajar  é desconfortável, se precisamos estar longas horas em aeroportos, dentro de um ônibus ou de um trem, mas chegar ao destino e andar pelas ruas de uma cidade na qual você nunca esteve antes, perder-se nela, ver seus habitantes e sentir o cheiro de suas comidas, isto é fascinante e supera toda a exaustão do deslocamento.

“Viajar é preciso/ Viver não é preciso", diz o célebre poema de Fernando Pessoa, repetindo o lema dos grandes navegadores. Mesmo porque,  viajar é aprender a tornar-se mais humano, é ver-se refletido no espelho do mundo.

Mércia, Lu, Regina e netos cantando
parabéns!
A vida de cada um de nós é uma jornada rumo ao desconhecido. Nenhum de nós sabe o dia de amanhã, as alegrias ou dores que o futuro nos reserva...

A partir do momento de nosso nascimento, todos empreendemos essa louca viagem em busca da felicidade, do amor, da realização e, talvez, o maior aprendizado que venha obtendo com as viagens frequentes seja a constatação que, em qualquer lugar do mundo, apesar das pequenas ou grandes diferenças, todas as pessoas são iguais. Anseiam pelas mesmas coisas que a gente! 

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